Rouxinol escrita por Madge Valentine
Damon não podia dizer que estava feliz pelo modo como a noite estava transcorrendo, seu irmão Stefan estava com Elena em algum canto escuro e sua amiga Meredith não parava de dançar com Alaric na pista. E Damon não conseguia desviar os olhos da garotinha ruiva que tocava guitarra em cima do palco.
De primeira ele a achara estranha e engraçada, se balançando no ritmo da sua música, com o corpo pequeno jogado para trás, os olhos fechados e alguns fios de cabelo grudados no seu rosto devido ao calor e a concentração. Então uma música parava e ela abria os olhos, sorrindo orgulhosa e dando pulinhos animados, ele a achou infantil. Então quando ela assumiu o vocal algumas vezes ele percebeu que nunca ouvira uma voz tão doce quanto aquela, talvez doce demais para uma música de rock, mas definitivamente a voz mais bonita que ele já escutara. Não pode deixar de compará-la com um pássaro, um pequeno rouxinol vermelho.
Quando ela saiu do palco não tomou o mesmo caminho do resto da banda, entregou a sua guitarra para uma das garotas e foi na direção da porta de trás, Damon terminou a sua bebida e a seguiu, bateu a porta assim que saiu e a viu de costas para ele, soltando a fumaça do seu cigarro e olhando para o céu, completamente perdida.
Ela não pareceu repará-lo até que ele estava do seu lado. Ele pode ver o descaso nos olhos dela.
— Qual o seu nome? — ele perguntou apenas para poder ouvir a sua voz.
Ela tragou mais uma vez, parecendo pensar se deveria lhe dizer ou não, soltou a fumaça despreocupada e disse:
— Bonnie. E o seu? — perguntou fazendo tão pouco caso que Damon considerou a possibilidade de ser fingido.
Sua voz era um pouco menos suave do que quando cantava e um pouco mais infantil. Tudo nela era infantil, desde a roupa que usava até a inocência nos seus olhos, a não ser por aquele cigarro na sua mão.
— Damon — ele respondeu com o seu melhor sorriso.
Ela voltou a olhar as estrelas.
— Então Damon, o que te traz aqui? — ele não conseguia desviar os olhos da fumaça que saia da boca dela.
— Aqui com você? — ele perguntou estupidamente.
Ela concordou, ainda sem encará-lo.
— Acho que fiquei impressionado com a sua voz.
Ele podia jurar que ela tinha ficado vermelha.
— Obrigada.
Ele se sentou em um muro baixo que rodeava o lugar e indicou para que ela se sentasse ao seu lado, ela o fez, sentando tão perto dele que ele podia ver algumas de suas sardas mesmo na pouco iluminação que eles tinham.
— Você tem idade para estar com isso? — ele perguntou duvidoso indicando o cigarro.
Ela riu e ele não pode deixar de perceber que ela até que ficava bonita assim.
— Não realmente. — falou encolhendo os ombros.
Ele lhe lançou um sorrisinho de lado.
— Quer um? — ela ofereceu.
Ele negou.
— Você sabe que esse é um ato bem nojento, não é?
Ela o olhou surpresa.
— Sério? Eu acho sexy.
Ele não pode deixar de rir.
— Nojento.
Ela jogava o corpo para trás enquanto ria o que ele achou um ato estranho, mas que estava começando a se acostumar.
— Também não gostava, mas sei lá, não consigo mais parar. Por que você não gosta?
— Minha mãe morreu por causa disso.
Bonnie repentinamente ficou séria e tirou o cigarro da boca, o jogou no chão e pisou em cima.
— Sinto muito.
Ele descartou suas desculpas como se espantasse uma mosca no ar e se virou para ela, percebendo que ela também o encarava.
Os olhos dela eram separados e grandes demais, seu rosto era muito redondo e sua boca finíssima, seus cabelos eram armados e num tom de ruivo incrivelmente chamativo. Ele não pode deixar de achá-la linda.
Principalmente quando a viu se aproximando, piscando devagar, tão próxima que a respiração dela já tinha se misturado com a dele e o tempo parecia congelado. Ele podia sentir o cheiro de cigarro vindo dela, mas aquilo não o incomodou, só precisavam fazer mais um movimento. E ele o fez.
O cabelo dela era inesperadamente grosso e ele se viu com a mão presa algumas vezes, ela ria e isso o deixava frustrado.
Todos os hábitos dela o irritavam, mas ele ainda aprenderia a conviver com eles e até a apreciá-los, não que ele fosse admitir isso.
— Eu preciso ir, já são duas da manhã, minha mãe vai me matar. — ela falou rindo envergonhada.
— Quer carona? — ele ofereceu, também se levantando.
Ela concordou.
— As garotas já devem ter isso embora.
Eles entraram no bar novamente, Damon percebeu que Meredith e Alaric não estavam mais lá, mas Stefan e Elena agora dançavam na pista. Damon não se despediu, apenas guiou Bonnie na direção da saída com a mão nas costas dela.
Ela ficou admirada com a Ferrari dele, ele pode ver que ela ficou receosa de entrar, o que o fez rir.
— Entra ai. — ele convidou.
Depois que ela entrou, ele perguntou:
— Então, onde você mora?
— É seguro te dizer? — ela brincou.
— A não ser que você queira ir para a minha casa, eu acho que sim.
Ela ficou vermelha e riu lhe passando o seu endereço.
— Chegamos. — ele anunciou saindo do carro e esperando ela atravessar a rua até estar ao seu lado.
— Obrigada. — ela lhe agradeceu.
Quando ela se virou para ir embora, Damon a puxou pela mão. Podia ver a confusão nos seus olhos quando a encostou no seu carro e a beijou novamente, ele a convenceu a ficar mais um pouco.
Eles voltaram a conversar, com ele passando a mão por todas as sardas dela, sem prestar atenção no que ela falava, mas a vendo gesticular apressadamente e admirando o brilho nos olhos dela. Não reparou quando ela tinha parado de falar, mas percebeu que ela esperava que ele fizesse alguma coisa.
— Hum, o que você disse?
Ela riu da cara dele.
— Que eu tenho que ir.
— Ah, tudo bem.
Ele a soltou.
Ela virou o rosto um pouco para o lado, estudando ele.
— Então, nós vamos nos ver de novo ou algo do tipo? — ela perguntou mais desinibida agora.
Ele riu.
— Vamos ver. — ele piscou.
E ela sorriu, se virando e finalmente entrando em casa.
Ele passou na casa dela todo dia e a cada dia a garota estava mais surpresa por vê-lo novamente. Pode se dizer que ele não era o tipo de homem que costumava ficar com a mesma garota, até ele se surpreendeu por ver se no caminho para a casa dela.
Stefan riu quando Alaric lhe contou das façanhas de Damon, mas ambos só entenderam o que realmente estava acontecendo ali quando a conheceram, não que ela fosse a garota mais bonita do mundo, mas o jeito como ele agia perto dela contradizia isso. Para Damon, Bonnie definitivamente era.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Se quiserem, leiam minhas outras histórias deles, acredito que são um pouco melhores do que essa hehehe.