Stars And Butterflies escrita por Lieh


Capítulo 4
Capítulo IV - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Adoro esse capítulo. Claro poderia ter ficado melhor...Mas foi escrito com toda o carinho...



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Nada de extraordinária importância aconteceu nas semanas que se seguiram. Bella estava entediada, ainda mais sem sua curiosidade saciada sobre o relacionamento estranho entre a Srta. Alice e o Sr. Jasper. Raramente naquelas semanas que se sucederam recebeu alguma notícia da família Cullen, principalmente da parte do Sr. Edward. De vez em quando trocaram alguns bilhetes, porém nada de especial neles, só uma continuação da interminável conversa que começou na casa da avó de Bella.

Desde que os Swan’s chegaram à cidade, não haviam visitado nenhum parente ou amigo, o que era uma tremenda falta de cortesia, apesar de terem poucas relações. A única parenta era a Sra. Helen Swan e as irmãs Stanley’s, mas com a capacidade altamente comunicativa do Sr. Charlie, ele havia se socializado nas festas que frequentaram, incluindo a família Cullen, a quem sua filha tinha amizade, pelo menos a dos dois irmãos mais novos.

Devido a esse costume típico de fazer e retribuir visitas, os Swan’s passaram a ficar mais tempo fora de casa, onde visitaram primeiro a Sra. Helen, passando praticamente o dia inteiro em companhia desta e de suas hóspedes.

O Sr. Charlie e sua mãe estavam na sala de visitas conversando, enquanto a Srta. Jéssica arrastou Bella para seu quarto que dividia com Srta. Lauren, para mostrar os seus vestidos e sua gargantilha de ouro que mencionou certa vez. Além de bagunçar o seu guarda-roupa, a Srta. Jéssica também mostrou todos os vestidos da Srta. Lauren, sem qualquer cerimônia em pedir permissão a ela para mexer em suas coisas.

Com a chegada do anoitecer, Bella recebeu um convite da prima para passar a noite em sua casa, indo embora pela manhã. O Sr. Charlie não fez nenhuma objeção, e mesmo contra sua vontade, Bella aceitou, tentando ao máximo exteriorizar a alegria da Srta. Jéssica, mais a euforia da Sra. Helen. Era de fato completamente irritante para a jovem moça a extravagância delas, e até de seu pai, às vezes, influenciável como era.

Tarde da noite, as irmãs Stanley’s e Bella já se encontravam em seus aposentos. A Srta. Lauren já se encontrava dormindo, enquanto a irmã tagarelava para a prima no escuro, aos cochichos, continuando a narração da sua “triste vida no Tenessee”.

- Como eu já havia dito antes, querida prima, tenho poucas lembranças boas da minha terra natal. Não quero que a senhorita pense mal de mim por dizer isso, mas lá era completamente monótono. Pouquíssimas festas, quase não havia rapazes bonitos para se distrair, e eu não tinha amiga! Lauren é completamente apática, sem graça, então não conta como amiga. A única distração que tínhamos era a amizade da família Hale, além de seus jantares, que davam de vez em quando. – Nesse ponto da narração, Bella se interessou curiosa sobre a relação entre as primas e o Sr. Jasper.

Apoiou-se nos cotovelos, demonstrando atenção, o que só foi um convite para a Srta. Jéssica continuar:

- Eu e Lauren adorávamos passar horas conversando com o Sr. Jasper. È um rapaz tão carismático e divertido! Se um dia a senhorita tiver a oportunidade de falar com ele, verá que eu tenho razão em elogiá-lo! Mas eu quase não conseguia me deliciar com sua conversação, porque ele e Lauren me ignoravam nos assuntos...

- Como assim, “ignoravam”? – Bella perguntou receosa.

- Ah, quando estavam juntos me deixavam de lado! Não se desgrudavam um minuto. Isso em todas as festas que íamos! Era irritante! – Ela sentou-se, ligando o abajur da cabeceira. Aproximou-se da prima, sussurrando em tom de segredo:

- Eu sempre suspeitei que houvesse algo entre eles, mas Lauren não é quem se diga das mais falantes, então eu nunca confirmei as minhas suspeitas. Só o que era evidente, não só para mim, também para todos os nossos parentes próximos, era que o Sr. Jasper tinha grande estima pela minha irmã.

- E ela? Correspondia esse carinho? –A pergunta saiu entrecortada, com muita ansiedade.

- Ai prima, eu não sei! Os sentimentos dela eram e é um mistério para mim. Lauren não é de confidências, muito menos em relação a assuntos do coração, então estou no escuro. Isso tudo aconteceu enquanto ainda estávamos no Tennesee, agora eu não sei se o Sr. Jasper ainda tem afeição por ela...

Bella não fez mais nenhuma pergunta então as duas permaneceram em silêncio.

Srta. Lauren e o Sr. Jasper lhe parecia algo impossível! Era no todo completamente surreal o fato da sua prima e o cavalheiro em questão terem algum tipo de afeição. Em nenhum momento quando os viu no teatro, passou pelos seus pensamentos tal evidência, sem mencionar que esse poderia ser a causa da tristeza da Srta. Alice Cullen...

Olhou de soslaio para a Srta. Lauren, que dormia num sono tranquilo. Bella em todo esse tempo não trocou uma palavra com ela, a não ser aquelas que correspondem às regras de etiqueta. Não tinha se quer uma base para formar o caráter da prima (tirando a sua fama de “apática”, “sem graça” e até “antipática” espalhada pela própria irmã) o que lhe seria útil para ver de que lado Bella ficaria naquela situação: Da Srta. Alice, que considerava como sua amiga, ou da prima que mal conhece. Aquele caso tinha muitas peças soltas: poderia não haver nada demais entre a Srta. Lauren e o Sr. Jasper, ou até mesmo com a Srta. Alice, e a tristeza dessa última no teatro poderiam ser outro assunto à parte.

Deitada, já com todos na casa dormindo, Bella se revirava na cama com esses pensamentos. Num impulso louco desejou receber algum bilhete ou conversar pessoalmente com o Sr. Edward, pois ela tinha certeza que ele sabia de alguma coisa, ou até mesmo a verdade.

Já pela manhã, depois do café, Bella estava junto com todas as suas anfitriãs, esperando o carro chegar para lhe buscar. A Sra. Helen aproveitou a espera para exercitar sua tagarelice fútil, num sermão sobre casamento e amor:

- Saibam minhas queridas, que uma união matrimonial deve atender, em primeiro lugar, as necessidades da família, tanto do noivo quanto da noiva. Os dois devem ter boas condições financeiras, mesmo enquanto seus pais em vida, pois de que adianta os noivos se amarem, mas não terem do quê se sustentar? O amor pode alimentar coração, mas não o estômago. E de resto, depende de cada casal, como querem seguir com a vida conjugal. Eu digo isso, minhas filhas, porque em breve vocês já começaram a se preocupar com matrimônio, e o que eu mais desejo é vê-las bem casadas, só assim eu poderia descansar em paz. Entretanto, peço cuidado: Fiquem alerta com as paixões passageiras. São muito traiçoeiras, e nem sempre é o que todos ao seu redor querem.

A Sra. Helen fitou a neta em seguida a Srta. Jéssica, com um olhar grave, enquanto sua afilhada meditava, com um semblante estranho, o chão. Bella não entendeu o que a avó quis dizer sobre “nem sempre é o que todos ao seu redor querem”, muito menos a reação da prima. Não sabia se podia interpretar como uma indireta para ela ou para a Srta. Jéssica, estabelecendo assim uma confusão em seus pensamentos.

Naquele mesmo dia, todas as importantes famílias receberam um convite para um baile de gala na casa dos Cullen’s. Era o suficiente para motivo de euforia entre os que receberam os convites, isso somando a chegada da família King na cidade, com boatos que dali alguns dias também dariam um baile, e claro, compareceriam ao baile em questão. Isso só aumentou as expectativas das moças, que sonhavam em se casar com o Sr. Royce King, ou seja, esses dois grandes bailes eram de total importância, pois se tratavam de duas famílias poderosas e honradas, fazendo com que todos os que foram convidados se sentirem lisonjeados. Era o mesmo que ser convidado para visitar a Casa Branca guiado pelo próprio presidente.

Quando chegou em casa, Bella, por sua vez, tinha a sua felicidade por dois motivos: Primeiro porque veria o Sr. Edward novamente, e segundo pois o convite que recebeu foi escrito pelo próprio.

 

 

A noite do baile chegou. O céu estava tão iluminado pelas estrelas e a lua cheia, que as ruas de Chicago estavam brilhantes. Apesar de o inverno estar chegando, a temperatura estava amena, com um fraco vento.

O salão de festas na casa dos Cullen’s já estava cheio de convidados, sem contar os que estavam entrando. A casa tinha a melhor vista para o Lago Michigan, que naquela noite, estava com suas águas calmas, beijando a lua.

O jovem Sr. Edward estava ansioso, pois iria rever a Srta. Swan, e necessitava conversar com ela abertamente sobre os seus sentimentos.

Definitivamente, aquela seria uma noite mágica e decisiva.

Como um bom anfitrião, estava recebendo os convidados, junto com sua irmã. 

A Srta. Alice estava eufórica: não parava quieta um minuto, dando ordens aos empregados, até porque o baile foi ideia dela, ficando em seu encargo a organização do evento.

Estava tomando vinho com alguns amigos, quando sua irmã veio ao seu encontro, às pressas.

- O que foi Alice? Por que está aflita?

- Boa noite cavalheiros... Edward preciso falar com você... A sós. – Os dois se encararam por alguns segundos, então saíram juntos para um canto do salão mais reservado.

Garantindo que não estavam sendo ouvida, a Srta. Alice começou:

- Edward, os irmãos King vieram! Estão lá fora conversando com nossos pais.

- Mas eu pensei que só viria o Sr. e a Sra. King...

- Eu também, mas parece que os filhos mudaram de ideia e resolveram vir... Eu me encontrei com a Srta. Tanya King, e ela disse que quer lhe ver... – Edward arregalou os olhos, entrando em desespero.

- Alice, por Deus, mantenha a Srta. King longe de mim!

- Edward, não seja grosseiro! – ralhou a irmã – Ela só que lhe cumprimentar. Não vai dizer coisas que lhe constrangerá pelo menos eu espero.

- Não sei Alice. Não gosto do modo como ela me olha e nem de sua conversa. Eu morro de vergonha dos elogios que ela me faz.

A Srta. Alice começou a rir, silenciosamente, enquanto seu irmão lhe olhava feio.

- Pare com isso, Alice!

- Ai Edward... – Teve outra crise de risos e continuou – Entenda, ela nunca vai superar a afeição que tem por você.

- Só que eu não correspondo essa afeição! Quero evitar ao máximo sua companhia para não lhe dar esperanças. Por favor, irmãzinha, faça com que ela fique perto de Rosalie, como são muito amigas, uma vai entreter a outra, assim eu ficaria tranquilo.

- Está bem, então. E quanto ao Sr. Royce?

As feições sempre dóceis de Edward ficaram amargas com a menção do cavalheiro.

- Quero distância ao máximo dele. E você também. Se possível, todas as moças daqui fiquem longe dele!

- Edward...

- Não comece Alice. Eu nunca vou esquecer o que aquela infeliz fez com você. Você pode ter esquecido e perdoado, mas eu não...

- Irmão, isso foi há dois anos – Ela suspirou, continuando – Ele é como um primo pra nós, você tem que perdoá-lo. Eu perdoei, por que você não?

- Porque ele não merece! – O jovem se exaltou, e percebendo que falou alto demais, sussurrou – Ele mentiu para você, Alice. Dizia que lhe amava, mas na verdade só estava se divertindo. Isso é intolerável. Não entendo como você e mamãe o perdoaram tão rápido a ponto de deixá-lo entrar aqui.

- Está bem, irmão. Não vamos falar mais disso. Vou ficar longe dele, como me pediu... A propósito, você mandou o convite para os Swan’s?

Nesse ponto da conversa, as feições dos dois se iluminaram.

-Mas é claro! – respondeu Edward, sorrindo – Mandei com minha própria caligrafia.

-Ótimo! – aprovou a Srta. Alice – Pensei que você estivesse esquecido...

- Obrigado pelo elogio... – Os dois sorriram e se afastaram.

Conforme o tempo passava, os convidados iam chegando, porém nada da Srta. Swan, deixando Edward mais aflito: “Será que ela não vem? Não, ela tem que vir”.

Passou a andar pelo salão para conversar com algum conhecido, olhando constantemente para a entrada.

Até que uma voz feminina lhe chamou, no meio da multidão. Edward virou-se esperançoso em relação à dona daquela voz, mas tudo foi em vão: Era a Srta. Tanya King que o chamava, acompanhada do Sr. Royce e da Srta. Alice, que encarava o irmão com pedido de desculpas.

Os irmãos King não tinham nada em comum fisicamente: A Srta. Tanya era parecida em estatura com a Sra. Rosalie, até mesmo no porte ao andar. Os cabelos longos num tom loiro-arruivado iam até o meio das costas, balançando como ondas quando ela se movia. A pele era de um branco saudável, coberta com um tecido fino de vestido vermelho-sangue. Suas formas eram esbeltas e bem proporcionadas, havendo um quê de superioridade em suas feições. Caminhava em direção a Edward com um sorriso malicioso, que ele conhecia tão bem.

Já o Sr. Royce King possuía a mesma elegância da irmã, pelo menos algo em comum partido eles tinham, mas seu porte físico era de uma atleta, com os cabelos negros espalhados estrategicamente, num penteado difícil de copiar; a pele era morena em comparação com a Srta. King; as feições eram graves, entretanto havia um ar de cinismo quem o observasse, e por trás do sorriso que aparentava simpatia, havia também uma pitada de ironia quando olhava para Edward. Este nem fez questão de encará-lo, estava aborrecido demais com tais convidados que um simples olhar de um deles o fazia estremecer, querendo sair correndo dali.

Não havia alternativa, nem como escapar. Ele teria que falar com eles, querendo ou não. Recompôs-se, tentando aparentar indiferença e tranqüilidade.

Por fim, os três (os irmãos King e Edward) cumprimentaram-se, travando as velhas perguntas de praxe.

- È tão bom vê-lo novamente, Edward – disse a Srta. King.

- Eu digo o mesmo, senhorita.

- Espero que você tenha convidado as mais belas moças, meu caro amigo – comentou o Sr. Royce – Sei que você tem bom gosto nesse sentido...

Aquela provocação fez o rosto de Edward avermelhar de raiva, mas se controlou, respondendo ironicamente:

- Claro Sr. Royce. Assim o senhor terá muitas variedades de moças cultas e bonitas, deixando em paz as ingênuas.

Os dois trocaram um sorriso disfarçadamente amigável, cheio de sarcasmo.

A Srta. King, que queria a atenção de Edward, se intrometeu:

- Meu irmão tem razão, Sr. Edward, de se preocupar em encontrar uma esposa. E acho que o senhor também deveria começar a pensar no assunto – Sorriu sensualmente, como que sabendo que ela tinha o perfil ideal de uma boa esposa.

- Eu não sei senhorita. Ainda me acho muito imaturo para casar...

- Ora, não seja por isso. Se o senhor encontrar uma boa mulher que lhe apóie, não precisará se preocupar com esse assunto. Tem tantas moças nessa cidade que sonha em casar com o senhor...

Descaradamente, ela se aproximou de Edward, sem se importar com os olhares dos convidados ou da presença dos irmãos de ambos, e acariciou os cabelos desgrenhados do jovem. Ele estremeceu.

De repente, todos do salão se voltaram para a mesma direção. A Srta. Alice, que até então estava quieta, exclamou eufórica:

- Ela chegou! Oh meu Deus! Está mais linda que nunca!

Edward desvencilhou-se da Srta. King, indo para perto da irmã para ver do que ela estava falando.

Se um dia Edward elogiou alguma moça chamando-a de “linda”, “graciosa”, etc., todos esses elogios eram nada em comparação com a senhorita que acabava de entrar no salão. Todas as moças da festa eram muito simples e sem graça em comparação a ela.

O vestido azul era de uma delicadeza impecável, destacando todos os seus atributos, tinha a forma de uma enorme bata, até os pés, de alças finas, com alguns detalhes na renda do busto, que estava mais afora. O penteado, simples, era de muita elegância, que deixava todos os macios cachos castanhos- avermelhados soltos, caindo em cascata pelo busto e as costas, só com algumas presilhas em formato de flores enfeitando. Porém não foi só isso que deixou Edward e todos os rapazes do salão deslumbrados.

A doçura de suas feições, nunca tão vista antes, era de hipnotizar quem observasse principalmente os olhos, de tão brilhantes...

Aquela era a verdadeira Isabella Marie Swan.


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