Acordei com o toque de meu celular.

Olhei pro relógio e eram 5:30, quem em sã consciência me ligaria a essa hora – com certeza essa pessoa não prezava pela própria vida, por que iria mata-la – peguei o celular e vi que era meu pai.

–Merda. – cliquei em atender.

–Oi pai – minha voz estava rouca de sono, mas não mudava o fato de eu estar puta da vida por ele ter me acordado.

–Oi filhinha mais linda do pai. – ele só podia estar me zoando.

–Pai desembucha logo o que você quer, porque são cinco e meia da manha e eu ainda quero dormir antes de ir pro colégio – deixei de enrolação.

–Nossa, isso é jeito de falar com seu pai querido – hoje ele tava com um pequeno probleminha – Olha eu só quero conversar, a gente não tem falado ultimamente e você nem me contou como foi seu primeiro dia.

–ah pai você sabe, foi normal, a diferença é que eu não conhecia nada e nem ninguém, se o representante não tivesse me mostrado a escola toda eu provavelmente me perderia.

–Do jeito que você é distraída não duvido muito.

–Se você ligou pra ficar me sacaneando pode esquecer – eu disse mesmo sabendo que ele só comentou um fato.

–Nossa vocês adolescentes vivem de TPM, eu devia ter aproveitado a época que você não falava nada além de “gu gu da da”

–HÁ HÁ, muito bom pai – disse sarcasticamente.

–Vai, me conta o que mais aconteceu. – eu podia estar muito chateada com ele, mas não posso negar que eu e ele sempre fomos próximos, mais como dois amigos do que pai e filha e eu não costumava esconder coisas dele. Sim, ele podia ser meio chato às vezes, mas quem não era? Tá por enquanto eu ia tentar perdoar ele, mas não podia garantir que as coisas iriam ser as mesmas de antes de eu me mudar.

–Bom... – estava decidindo se contava ou não das garotas que implicaram comigo, e do ruivo e o passeio até o telhado. – as aulas continuam um porre, e tem umas garotas que parecem que saíram direto do filme ‘mean girls’, e elas decidiram me tornar uma de suas novas vitimas, mas nem se preocupe que delas eu posso cuidar sozinha.

–O que você esta aprontando Charlotte? – eu não pensava em aprontar nada, mas agora que ele falou a ideia me soou bem tentadora.

–Nada pai, eu prometo me comportar direitinho. – disse enquanto preparava um plano. –eu preciso desligar agora se eu quizer dormir mais um pouco. Falo contigo mais tarde ok?

–Ta ok dorminhoca. Tchau filha.

–Tchau pai. – desliguei o telefone e voltei-me para o plano que iria executar.

Se essa vaca queria que eu ficasse longe do Castiel e do Nathaniel – serio, essa menina tá mais assanhada que eu, querendo dois de uma vez, se bem que esses dois ai, né! – agora que eu iria ficar mais perto que nunca e ia fazer questão que ela soubesse disso. Essa garota não sabe com quem se meteu.

Voltei a dormir - não é minha culpa se eu e minha cama temos um relacionamento tão bom.

...

“FFFFFFFFFOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMM...”

–PUTA MERDA! – gritei tampando meus ouvidos por causa do barulho. Olhei pro lado e vi minha tia estava segurando uma... Buzina?! que caralhos ela tava fazendo com aquilo. O barulho parou. – Tia que merda é essa?!

–Seu pai me avisou que você tinha sono pesado, e que era difícil te tirar da cama. Eu to usando a buzina porque meu gongo quebrou, é melhor ir se acostumando ou começar a dormir com tampões. – porra, só eu pra ter um pai e uma tia doidos de pedra. – agora vai se arrumar.

–Awwwnnnnn – resmunguei de preguiça.

–Não me faça usar a buzina novamente – ela ameaçou.

–J-j-j-já to levantando! – saltei pra fora da cama e fui em direção do banheiro, antes que ela tocasse aquela coisa insuportável novamente.

Fiz minha higiene pessoal e vesti uma camisa de Harry Potter, uma calça preta e pus um all-star azul de cano longo, e peguei minha mochila de couro marrom clara e desci pra tomar café.

*eu finalmente decidi que minha personagem vai se parecer com a Lucy Hale de PLL*

http://www.polyvore.com/charlotte_escola/set?id=186875966

Minha tia me deixou no colégio. Eu já tenho carteira de motorista, mas infelizmente meu carro ficou em Londres, tenho que dar um jeito nisso, por que eu não quero atrapalhar a vida da minha tia, e gosto de ser independente.

Entrei no colégio e fui direto até o grêmio, pra começar a por meu plano em ação. Nathaniel estava lá falando com uma garota de cabelos castanhos. Dei uma batidinha na porta, ele olhou pra mim e abriu aquele sorriso capaz de derreter qualquer um, sorri de volta.

–Charlotte o que faz tão aqui cedo? – ele perguntou vindo até mim, enquanto a garota me encarava como se não soubesse o que estava acontecendo.

–Eu não quero te atrapalhar. – primeiro eu queria saber se ele estava interessado, se estivesse não teria problema em me “ajudar”.

–Não tem problema eu já terminei o que eu tinha pra fazer – a garota ainda olhava sem entender nada.

–A é que... Eu queria pegar um livro na biblioteca pra aula de química, mas eu sei que com a minha falta de atenção eu provavelmente vou me perder. – não era de tudo mentira eu realmente precisava do livro pra aula de química e já que eu não tinha prestado atenção no tour, eu não fazia ideia de onde a biblioteca ficava.

–Sem problema. - disse ele sorrindo – Melody você poderia entregar esses papeis pra mim. – disse ele pra garota na sala, quando ouvi não pude controlar e quando percebi eu estava cantando.

–FALE BEM OU FALE MAL, MAS FALE DE MIM EU NÃO TENHO CULPA SE VOCÊ NÃO É FELIZ, EU ENTENDO AS RECALCADA QUE ME OFENDEU, SE EU FOSSE ELAS TAMBÉM SER EU... – terminei e fiz um falsete de arrasar, Nathaniel me olhava como se eu fosse louca assim como a “Melody”.

–O-oque foi isso? – perguntou Nathaniel confuso. Eu me esqueci que aqui na França eles provavelmente nuca ouviram falar na Mc Melody.

–Mals, eu não consegui me controlar. – ele ainda estava confuso – Ta eu explico. Tem uma “cantora” que se chama Mc Melody, e é tipo uma regra você cantar essa musica quando ouvir o nome dela, agora que está tudo resolvido vamos ir logo porque se não vamos nos atrasar. – ele se recompôs e veio até a porta.

–OK. É só me seguir – agora ele já estava sorrindo novamente.

–Tchau “Melody”. – disse saindo atráz do Nathaniel.

–Tchau. – ai eu adoro ser maluca.

Nathaniel estava rindo, de mim provavelmente.

–Olha, se você conhecesse ela entenderia, e não falo nada, mas eu arrasei naquele falsete. – ele gargalhou mais ainda, acabei rindo também.

–Você é louquinha. – ninguém tem o direito de me chamar de louca além de mim mesma.

–Não sou não. – ta confesso eu adoro contrariar tudo.

–Você é sim. – ele sorria. – E nós chegamos ao nosso destino. – ele apontava pra porta em que se lia biblioteca. –Qual livro você quer, eu posso te ajudar a encontrar. – ele ofereceu.

–Não precisa.

–Eu insisto. – ele pegou o papel em que escrevi o nome e foi até uma prateleira. Voltou com o livro.

–Obrigada. – fase um concluída.

–Não há de que, mas temos que ir pra sala o sinal vai tocar daqui a pouco – ele olhava as horas no relógio.

Fizemos o resto do caminho conversando, e acabei perguntando sobre a “Barbie” pra ele.

–Você sabe o nome de uma garota loira que anda por ai com outras duas garotas, se metendo na vida dos outros?

–Ahhhhhh, você deve estar falando da Ambre – disse um pouco envergonhado, e o olhei confusa. – Ela é minha irmã mais nova. – esclareceu ele.

–Mas isso é impossível, vocês são tão diferentes. – eu estava pasma.

–Como assim? Todo mundo diz que somos parecidos. – agora ele estava confuso.

–Fisicamente até pode ser, mas você é legal e gentil, e ela é uma cascavel de salto alto. – ele riu de meu comentário.

–Fico feliz que ache isso de mim. Minha irmã não é tão ruim assim.

–Duvido muito. – disse entrando na sala e indo para meu lugar no fundo. Parecia que alguém estava cego. Acho que ele precisa abrir os olhos e ver quem a irmã dele realmente é.

CONTINUA...