O dia seguinte passara comum e ensolarado como os outros, pessoas andando e correndo de um lado pro outro sobre as ruas do Japão. Meses se passaram e não havia mais nenhum vestígio do acontecimento ocorrido. Longe da civilização, em uma distante colina, estava lá, a tumba em que o seu professor foi enterrado por seus queridos familiares. Distante de qualquer possibilidade de justificativa de sua morte, foi constado que ele morreu de uma hemorragia cerebral.

                Intrigante, mas ao mesmo tempo triste, no mesmo trem em que Hach se encontrava com o seu dono estava lá ele, esperando pelo retorno de seu fiel professor e grande amigo. Leal, o cachorro sempre olhando pela saída da estação de metrô com os olhos lacrimejando dia após dia, avista um sujeito que também tinha rotina de ficar aproximando o movimento pelo lugar. Um sujeito de rosto fechado, com o mesmo gorro na cabeça todos os dias, e com seu olhar grosso e mesquinho, observava o cachorro e sua vaga visão do seu passado.

                Em um dia comum, o estranho se aproximou do cachorro, em reação, o cachorro voltou com um olhar de ódio mortal por tudo e por todos. Mesmo diante ao susto, o estranho não hesitou em chegar perto dele. Agachou, e disse as palavras:

                -- Lágrimas não faz o tempo voltar, pode tentar alcançar, mas não da. Simplesmente escapa de você. Saia deste lugar escuro e veja as cores do dia, são por fato bem interessantes – após estas palavras, o jovem estranho saira de perto do cachorro e entrando no metrô.

                O cachorro, angustiado, não entende muito bem o que os humanos dizem, mas de alguma forma aquelas palavras e a postura do jovem estranho lhe fez com que ele raciocinara sobre tudo.

                Lentamente, pata por pata, passo sobre passo, o cachorro saiu daquela estação de metrô sem receio algum dos seres humanos, olhaste para o belo sol brilhante, e de alguma forma, uma lagrima de esperança cai sobre o chão quente, fazendo com que esta ultima lembrança ruim se torne um solene desejo: “A esperança”.