— Chefe, temos um caso. — Disse Rigsby. — Quer que eu...? — Ele fez menção para que fizesse o café, Lisbon negou com a cabeça.

— Não, obrigada Rigsby. Pode ir fazer um lanchinho, enquanto isso, Cho me fala sobre o caso. — O agente deu um sorriso satisfatório e saiu ligeiramente.

Lisbon deu passos curtos e rápidos até chegar na imensa mesa que continha os detalhes do caso, junto á eles, várias fotos de jovens. Van Pelt parecia que estava tentando desvendar algum quebra-cabeça, suas mãos apoiavam sua cabeça e seus olhos verdes estavam murchos.

— Bom dia, chefe! — Cumprimentou ela, sentindo os olhos da superior a queimarem.

— Bom dia, Van Pelt. Algum problema?

— Nenhum. — Respondeu rápido.

— Olá, Teresa! Como você está hoje? Espero que esteja bem, porque o caso que pegamos é um tanto quanto um... Mistério. — Jane exibia um sorriso e entregou uma xícara de chá para ela. — Café não faz tanto bem assim, amarela os dentes.

— Você falando em mistério? Achei que os adorasse! — Lisbon pegou o chá e deu um gole. Jane fez uma careta. — Cho, o caso.

Cho ergueu os olhos e os abaixou para recordar algumas informações, o caso era complexo, e ele precisaria se lembrar de tudo.

— Quinze jovens sequestrados, de 18 á 26 anos, classes sociais diferentes, sexos diferentes, nada em comum, exceto que foram pegos no mesmo dia do mesmo mês.

— Espera, como um furgão? — Lisbon arqueou uma sobrancelha.

— Está mais para um ônibus, não acha? — Jane deu um meio sorriso.

THE MENTALIST

Lisbon revirava os papéis em busca de novas informações, de qualquer coisa que passasse despercebida dos olhos dos agentes. A única coisa que conseguia ver e que partia seu coração era as fotos das vítimas, que nunca mais voltaram.

— Chefe, achei uma coisa! — Anunciou Van Pelt boquiaberta.

— O quê?

— Pegue a ficha de Alessandra Gaussen, AGORA! — Van Pelt estava com os olhos arregalados na frente do computador.

Jane estava com a ficha dela em mãos, cabelo preto, olhos castanhos, pele morena, uma latina. Era bem bonita, na foto, seu sorriso branco se estendia e encantava.

— Alessandra Gaussen, 20 anos, morava no Texas apenas com sua irmã mais nova, Yasmin, desaparecimento exato ás 23:40 da noite de sábado, 24/03/2014. O que tem ela?

— Eu achei ela! — Todos foram ver o que assustava tanto Van Pelt, no monitor, estava a foto de Alessandra morta com um tiro na cabeça. A foto estava no jornal da California, e o responsável pelo caso era Philip Miller, sua foto sorrindo no jornal não dizia outra coisa, além de orgulho.

— O que esse babaca está fazendo aí? E por que sorri? — Rigsby falou entre dentes.

— Pelo o que diz aqui... Alessandra era uma terrorista. — Van Pelt tapou sua boca com as mãos.

— Parece que vamos ter que falar com o senhor Miller. — Lisbon anunciou, pegando a chave do seu carro.

— Blake não ficará com ciúmes? — Jane provocou.

— Depois daquela noite, acho que quem tem ciúmes dele, é você.

— Ciúmes dele? Por que? Eu tenho tudo o que eu quero, Lisbon! Tudo! — Jane tentava se explicar, mas a partir da segunda palavra, para sua infelicidade, Lisbon já não prestava mais atenção.

+++

Lisbon parou o carro na frente de uma pequena delegacia azul, era toda coberta por plantas e abelhas. A agente riu quando viu Jane tentar as espantar com alguns tapinhas. O bipe do celular anunciava que alguém a ligava, ela atendeu-o rapidamente.

— Lisbon.

— Lisbon, é o Cho. Só liguei pra avisar que eu e o Rigsby vamos falar com a irmã de Alessandra Gaussen, Yasmin. Enquanto isso, Van Pelt está analisando as pistas das outras vítimas.

— Ok. — Lisbon rapidamente desligou. 

— Namorado, hein? — Jane ergueu as sobrancelhas.

— Não enche! — Ela bateu na porta da delegacia, que estava fechada. — Delegado Miller! Sou a agente Teresa Lisbon da CBI, precisamos conversar! 

Philip Miller era um homem atraente, com seus 30 e poucos anos e com grandes olhos azuis, seu cabelo estava perfeitamente penteado para trás. Ele abriu a porta e exibiu um sorriso para a agente, mas este se desfez quando viu o cavalheiro ao seu lado.

— Patrick Jane, consultor. — Ele estendeu a mão para cumprimentá-lo, o delegado fez o mesmo.

— Então, o que querem? — Miller disse, indiferente.

— Queremos falar sobre a morte de Alessandra Gaussen, a terrorista. Sua foto foi vista do lado da dela no jornal, está lembrado? — Lisbon serrou os olhos.

— Ah, sim! Nada disso é verdade, minha senhora. Recolhi informações de alguns caipiras e isso fez com que eu ganhasse notoriedade pela cidade inteira. Se não fosse pelo reconhecimento digital, por meio dos caipiras, seu nome era Emily Ross. Era só isso que queriam falar? É que eu estou bem ocupado.

— E quem eram esses caipiras?

— Como disse, estou bem ocupado, agente. Talvez outra hora, só nós dois. — Miller deu uma piscada para Lisbon.

— Ocupado demais pra falar com uma agente da California? Certo. Parece que vamos ter que leva-lo conosco, Jane. Pode fazer as honras? — Lisbon entregou algemas para o consultor.

— Claro, agente! — Ele sorriu entusiasmado enquanto colocava as algemas no delegado.

— Você não pode fazer isso! Vou falar com seus superiores! 

— E eu vou falar com os seus... Espera, parece que sua superior sou eu, não? Entra no carro, Miller. Não quer que Jane o coloque, quer?

— Esse seu lado me dá medo! — Disse Jane irônico.