Teresa Lisbon acordou assustada com as batidas na porta de sua casa, estendeu a mão e pegou a arma que estava em cima de seu criado-mudo. Ainda com sono, cambaleou até a porta e antes de abrir, perguntou:

— Quem é? — Sua voz ainda estava rouca.

— Sou eu, Lisbon. Jane! — O louro deu um sorriso por trás da porta.

Lisbon abriu a porta e abaixou a arma, Jane entrou e a olhou de cima a baixo; ela estava apenas com uma camisa de hóquei, isso fez com que ficasse vermelha instantaneamente. Passou a mão em seus cabelos, que estavam desarrumados e cruzou os braços.

— O que faz aqui? Hoje é sábado!

— Temos um caso.

— Como assim, temos um caso? Se tivéssemos eu estaria lá, eles teriam ligado para mim, ou para Cho — Seus olhos verdes encararam os de Jane. —, não me diga que você atendeu. — O louro apenas exibiu um sorriso vitorioso. — Seu idiota!

— Calma, Lisbon! Vim te buscar, vamos, coloque uma roupa e penteie seu cabelo. Comeremos alguma coisa no caminho. O caso é realmente importante!

— E desde quando você tornou meu chefe?

Teresa Lisbon ia em direção ao seu quarto enquanto Patrick Jane estava sentado em uma poltrona azul marinho. Sozinho, ele riu.

— Desde que eu passei a atender seu telefone, sua dorminhoca!

THE MENTALIST

O corpo de Bela Lively estava atirado no chão, e en sua volta estavam o agente Cho e Rigsby. Teresa Lisbon e seu consultor, Patrick Jane, caminhavam em direção ao corpo.

— O que temos? — Lisbon começou.

— Bela Lively, 24, pelo que consta em sua carteira de motorista. Além disso, não sabemos nada a respeito da vítima. — Cho disse, fechando seu bloco de notas e o guardando em seu paletó. Lisbon e Jane a encaravam, Cho repetiu o gesto. — Alguma ideia, chefe?

Patrick Jane chegou perto do rosto pálido de Lively; seus cabelos louros estavam presos num coque alto, e seu estômago fazia-se visível. Quem quer que tenha a matado, era profissional, pensou.

— Jane?

— Bela era uma moça rica, veja o anel dela – é de brilhantes, provavelmente de noivado. Ela cheira vinho, o que indica que estava com alguém ontem a noite. Sem marcas de luta, sem marcas de nada. Ela não resistiu. Se acharmos quem estava com ela ontem á noite, provavelmente acharemos o assassino.

— Como pode ter tanta certeza? — Indagou Lisbon.

— Mortos não mentem.

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Já no escritório da CBI, Jane estava bebendo seu chá quando Van Pelt o chamou. A ruiva digitava algo furiosamente em seu computador enquanto resmungava consigo mesma.

— Me chamou? — Perguntou Jane, tomando um bom gole de seu chá.

— Sim, é que me parece estranho... Bela era namorada de Peter Blake, dono da Blake Company, e o gerente do restaurante disse que eles foram lá ontem, mas a secretária de Blake me garantiu que ontem ele estava em Nova Jérsei.

— Parece que temos que falar com ele. — Disse Lisbon.

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A companhia que Peter Blake era enorme, dava quase uma quadra de extensão. Naquele dia, ele estava comprando ações na Bolsa de Valores, afinal, era isso que dava dinheiro, não? Blake desistiu de ligar para Bela, já que não retornava suas ligações.

Peter Blake ouviu Sarah, sua secretária, gritando com alguém, quando colocou seu ouvido na porta.

— Desculpe, senhora, mas temos que entrar. — Dizia uma voz feminina.

— Os senhores não podem! O senhor Blake anda muito ocupado ultimamente. Ele me pediu para que não fosse incomodado.

— E desde quando policiais incomodam? Á não ser, é claro, que ele seja o culpado pela morte de Bela Lively. — A voz feminina ficou mais forte. — Eu vou entrar, a senhora querendo ou não.

A porta se abriu, e de lá saiu um louro dos olhos azuis, com um corpo sarado envolvido por um terno caro. Jane o analisou dos pés a cabeça. Sua expressão estava suavizada, mas mesmo assim, transparecia alívio em seu rosto.

— Sou Peter Blake, no que posso ajudar?

— Queremos que venha com a gente, senhor Blake.

— Claro. — Ele foi em direção aos policiais, até que Jane o cumprimentou.

— Você matou a sua namorada?

— O quê? Como ousa...?

— Jane!