A babá da minha filha: segunda temporada escrita por Marcelle Cavalli


Capítulo 12
Twelve




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Helena acordou com o canto dos pássaros e abriu os olhos vagarosamente por conta da luz solar que invadia o quarto, já que nos dias ensolarados nem mesmo as cortinas conseguiam reter a luminosidade. Levantou-se vagarosamente para não acordar Isa e sentou-se na beira da cama, quando se espreguiçou sentiu uma pequena dor no braço, com certeza a dor foi ocasionado por ter dormido abraçada com a pequena a noite inteira, mas para ver a menina feliz, tudo valia a pena.

—Ei, bebê, acorda. - Chamou a menina com uma voz serena, a chacoalhando.

Isa apenas proferiu algumas palavras ininteligíveis, virou-se na cama e voltou a dormir.

—Isa, é sério, se você dormir muito agora, não vai querer dormir a noite. – Endureceu a voz e descobriu a menina, que se espreguiçou e enfim, abriu os olhos.

—Mamãe, cadê o papai?. – Perguntou a menina após sentar-se na cama e observar o quarto por alguns segundos.

Helena observou o quarto minuciosamente e só então se deu conta que Renê realmente não estava no quarto, o colchão onde ele havia dormido na noite passada ainda estava no chão, com os lençóis, porém não havia nem sinal dele ali, se não fosse pelos lençóis bagunçados seria até difícil acreditar que ele tinha mesmo dormido na casa.

—Não sei, mas eu juro que vou ligar pra ele depois, tá?.- Isa apenas assentiu positivamente com a cabeça. - Agora vem, vamos para o banho para tomarmos café da manhã.

Helena apenas ajudou a menina a escovar os dentes e a tomar banho, pois a cada dia que passava, ela ficava mais independente, era até difícil aceitar que Isa estava crescendo tão rápido, às vezes ela queria poder pausar o tempo. Seguiram pro quarto novamente e Isa escolheu vestir um short jeans e uma regata rosa com a figura de uma princesa estampada, colocou os chinelos e Helena ajudou apenas a pentear os cabelos.

—Princesa, espera aqui que a mamãe vai tomar banho e já volta tá? .- Helena sabia que Isa era tímida demais para ir tomar café da manhã sem ela.

—Tá, vai logo que to com fome. – falou impaciente sentando-se na cama.

Helena apenas riu da reação da menina, escolheu uma roupa e foi em direção ao banheiro, ao escovar os dentes encarou seu reflexo no espelho e percebeu que a gravidez fez com que ela ganhasse alguns quilos, entretanto, a aparência não lhe incomodava, mas seus pensamentos sim. Entrou no box e ficou alguns segundos imóvel, deixando a água quente percorrer pelo seu corpo, na tentativa de fazer os pensamentos irem pelo ralo junto com a água, pensamentos relacionados a gravidez, será que ela daria conta? Se Isa já a deixava cansada imagina duas crianças, será que ela seria uma boa mãe? Será que Renê estaria sempre presente?  Desligou o chuveiro e se secou e vestiu sua roupa, que consistia em um short jeans, uma blusa preta de manga e uma rasteirinha. Penteou os cabelos e respirou fundo antes de abrir a porta, pois o banho era o único momento no qual ela podia ficar realmente sozinha.

—Isa, vem, vamos descer para tomar café.- falou da porta, sem entrar no quarto.

A menina saiu do quarto animada, deu a mão para a mãe e as duas desceram as escadas juntas, em direção a cozinha.

—Bom dia meninas, quer dizer, quase boa tarde, daqui a pouco já é uma hora da tarde. – Disse Cristina que já estava retirando algumas coisas da mesa.

—Não acredito que a senhora já ia tirar a mesa. – Disse ela fingindo indignação. – Por que a senhora não acordou a gente? – Indagou preparando o café da Isa, que já estava sentada na mesa.

—Eu cheguei a ir no quarto acordar vocês, mas fiquei com dó. – Revelou Cristina.

—Onde está o meu pai? – Helena perguntou sentada na mesa, comendo um pedaço de bolo.

—Até parece que você não conhece seu pai, né Helena? Ele saiu para resolver umas coisas do trabalho.

—E cadê o meu papai? – A pequena perguntou de boca cheia.

—Ainda não liguei para ele, mas vou ligar. E não pode falar de boca cheia Isa.- Falou em tom repreensivo.

Cristina encarou Helena, mas não queria falar nada enquanto Isa ainda estivesse no mesmo ambiente que elas. Depois de alguns minutos Isa terminou de comer e pediu para ir para sala assistir Tv, Helena assentiu e assim que a menina saiu, sua mãe a encarou.

—Helena, como assim o Renê saiu? Ele não te disse nada? Achei que vocês estivessem bem.

—Sim, ele saiu e eu não faço ideia de onde ele está e nem estou afim de ligar também. E sobre nós eu não sei, a gente está bem, mas não sei como vão ficar as coisas. – Respondeu com um peso na voz, evidenciando seu cansaço. Terminou de comer e levantou-se da mesa e começou a ajudar a mãe a tirar a mesa.

—Como assim Helena? Como você não sabe? – Cristina perguntou indignada.

—Ah mãe, eu estou no quinto mês de gravidez e sei lá, o Renê disse que se arrependeu e que me ama e eu sei que é verdade, mas está tudo muito incerto, não sei se quero voltar pro Rio e além disso ele não fala nada sobre começar a decorar o quarto do bebê e essas coisas e eu estou super desanimada pra ir fazer compras.

—Helena se o Renê veio até aqui é porque ele tem algum plano, né? Fica calma e sobre o bebê eu já disse pra você pedir o exame pra descobrir o sexo, mas você é teimosa. – Falou calma.

—É, a senhora tem razão. Ah mãe, eu quero que o sexo seja surpresa, mas tenho quase certeza que é menino. E espero que o Renê fale algo sobre comprar as coisas né, porque o filho não é só meu. – Falou séria.

Após arrumarem tudo na cozinha, ambas foram para a sala brincar com Isa, Helena tentou ligar algumas vezes para Renê, porém sem sucesso, só caía na caixa postal, ela estava com tanta raiva que nem conseguia sentir preocupação.

Resolveu desistir de Renê e começou a mandar mensagem para seu grupo de amigos, que consistiam em alguns desabafos sobre o relacionamento dos dois e também sobre a maternidade, mas novamente, sem respostas, pensou que talvez a culpa fosse dela, afinal, a gravidez a tinha transformado em uma bomba-relógio, estava sempre muito emotiva e cheia reclamações.

—Será que aconteceu alguma coisa com ele filha? – Cristina perguntou ao notar que as horas estavam passando.

—Não, notícia ruim chega rápido mãe, ele deve estar me traindo de novo, isso sim. – Falou observando Isa distraída assistindo um desenho bobo, ela era a maior razão pela qual ela desistiu dar outra chance pro Renê.

—Filha deixa disso, ele nem conhece a cidade direito e você sabe que ele não vai fazer isso novamente, confia nele.- Cristina respondeu em um tom calmo, estava defendendo seu genro porque sentia que ele realmente estava tentando consertar seu erro.

Helena apena deu de ombros, seu lado racional sabia que Renê nunca mais repetiria o erro, mas ao mesmo tempo seu lado emocional vivia tentando sabotar sua mente.

(...)

As horas passaram, o almoço foi feito e por volta das 14:00 todos almoçaram e Isa volta e meia perguntava do pai, que ainda não tinha nem dado sinal de vida, Helena acabou inventando que Renê estava trabalhando.

(...)

Já eram 19:00 horas, todos já estavam jantando, a essa altura do campeonato até os pais de Helena já estavam irritados. Helena já estava prestes a mandar mensagem pra ele, quando a porta fez um pequeno barulho e a voz animada de Renê quebrou o silêncio, o mesmo adentrou na cozinha como se nada tivesse acontecido, cumprimentou os sogros e deu um beijo na bochecha de Isa e por fim, foi dar um beijo em Helena que desviou.

—Precisamos conversar.- Ela levantou da mesa e puxou o braço dele em direção a sala.- Onde você estava?

—Resolvendo umas coisas.- Ele não conseguia deixar de notar o quão linda ela ficava brava.

—Custava atender o telefone? Avisar pra onde ia? Que ódio, fiquei tentando te ligar e a Isa ficou perguntando sobre você.

—Helena eu estava resolvendo umas coisas e acabei esquecendo de checar o telefone que estava no silencioso, desculpa. – Ele foi em direção a ela que se esquivou.

—Que coisas? Você nem conhece a cidade direito.

—Não posso falar agora, mas juro que depois você vai ficar sabendo, confia em mim. Eu te amo. – Ele deu um abraço nela que foi retribuído e logo em seguida, se beijaram. – Posso ir comer agora?

—Sabe, as vezes eu odeio te amar.- Ela falou em tom de brincadeira e voltaram para a cozinha para jantar, dessa forma, os pais de Helena entenderam que estava tudo bem. Helena no fundo, continuava preocupada com alguma coisas, como por exemplo, como ficariam as coisas se ela resolvesse não voltar pro Rio, mas as coisas estavam indo tão bem que ela resolveu ficar quieta. Renê parecia saber o que estava fazendo e ela decidiu apenas confiar.


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