O inverno castigava, mas os garotos sempre tinham energia. Bom para eles.

Eu os observava de longe, o pirralho e o bastardo. Me encontrava sentado distante dali, sobre a janela da torre.

O pirralho do Robb tinha acabado de fazer 13 anos, juntamente com o bastardo. Era bom demais com a espada, afinal sempre derrubava Jon. Deve ter herdado isso de seu pai.

Uma vez ou outra, Jon também o derrubava. Mas a cada vez que Robb caía, ele levantava mais disposto a derrubar o seu inimigo.

Os dois estavam suados, e seus cabelos colavam na testa. Eles haviam me pedido para contar quantas vezes cada um havia caído, mas eu já havia perdido a conta de quantas vezes Jon tinha caído. Acho que eram 34, não... talvez 35. Não me importava, afinal, Robb ganhava todas, ele sempre ganhava.

A luta me deixava entediado, então decido levantar-me e parar com aquilo:

– Já chega, pirralhos. Isto já está ficando chato. – Digo, retirando as espadas deles.

– Chato é você! – Disse Jon, com a cara emburrada, como uma criancinha qualquer.

– Calado, bastardo. Você só derrubou Robb 4 ou 5 vezes, eu apenas lhe salvei da sua própria vergonha. – Olho para a cara de choro do bastardo e dou uma alta gargalhada. Sem demorar muito, ele vai embora, chateado.

Talvez eu devesse pedir desculpas para ele, mas não perderia meu tempo. Falei a verdade para ele, pois se algum homem de Lorde Stark o visse perder de tal forma, seria uma humilhação total.

– Porque você o trata desse jeito, Theon? – Pergunta Robb, que ainda estava ali. Nem havia notado a sua presença. Dou de ombros, com um sorriso bobo. – Ele nunca lhe fez nada.

– Bem, eu gosto de fazer isso. É a melhor coisa que eu faço, além de ser um bom arqueiro. – Ponho minhas mãos no cabelo do pequeno garoto, bagunçando-o. O cabelo dele já secava do suor, fazendo com que seus cachos ruivos reaparecessem.

Dou meia-volta, indo embora. Jogo as espadas em canto qualquer da torre e desço as escadas. Não ligava se Robb iria descer ou não, afinal, ele tem pernas para isso. Mas escuto os passos do garoto logo em seguida, indo para a escada e logo em seguida, descer.

Ele passa por mim, batendo em meu braço. Dou uma risada ao ver a cara da pequena criança ainda emburrada por eu ter acabado com a briguinha infantil dos dois.

Nada de muito relevante aconteceu depois daquilo, não que eu ache a lutinha infantil relevante. Apenas fiquei dando entediantes voltas pelo castelo ou pela floresta antes do jantar.

Pela noite, Senhora Catelyn já estava nos mandando ir dormir. Deuses, como aquela mulher é chata! Como o Lorde Stark a suportava? Toda hora só fazia mandar e brigar com algum de seus filhos, até mesmo eu!

Eu dividia o quarto com Robb, enquanto Jon dormia no quarto ao lado.

Qual o motivo de tanto ódio com ele? Ele é apenas um bastardo, penso. Não acredito que estou pensando nisso. Eu mesmo fico sacaneando o pequeno garoto, mas não é nada sério.

– Porque sorri, Theon? - Surge Robb em minha frente, cobrindo minha entrada. – Viu mais algumas daquelas prostitutas sem dentes que você sempre fala?

Eu estava sorrindo? Nem reparei. Eu vivo sorrindo, algumas vezes sem motivo, ou por um motivo bobo. Acho que sorrio até mesmo de um floco de neve caindo.

Ignoro o garoto, entrando no quarto logo em seguida. Minha cama estava bagunçada, como sempre. Nunca a arrumava, para quê? Eu iria bagunçá-la ao deitar nela mesmo.

Começo a retirar minhas roupas, desfazendo o laço de minha calça, deixando-a cair no chão. Retiro todo o resto, ficando completamente despido. Robb faz o mesmo, e fica parado ao me ver. Acho que ele olhava o meu membro que modéstia parte, é grande. Devo ter o impressionado. O membro do garoto era um pouco grande também, com pelos ruivos começando a brotar.

Dou uma risada e deito na cama, Robb faz o mesmo logo em seguida. Dou uma olhada no mesmo, ele olhava para a porta. Será que está com raiva do que eu fiz hoje cedo? Bem, espero que não. Se estiver, não dou a mínima.

Sem demorar muito, Robb aparentava estar dormindo. Fico um bom tempo pensando no que significou a olhada que ele me deu. Não deve ser nada, de vez em quando tenho mania de exagerar.

Finalmente fecho os olhos, mas ouço um barulho. Ao abrir, Robb se encontrava sobre mim. Pisco várias vezes, não confiando nos próprios olhos. De repente, ele havia sumido como um sopro forte de vento. Olho para a cama dele, intacta.

– Ó Deuses, eu preciso dormir. E sem sonhos dessa vez. – Murmuro.