O NASCIMENTO DE UM NOVO JEDI

Os droides, que estavam fazendo o parto da princesa Leia, tinham uma linguagem que Han não entendia. O homem nunca pensou que suaria tanto na sua vida. Na sala, os gritos que mais se escutavam eram os dele. Na verdade Leia quase não gritava. Chewbacca estava do lado de fora da sala, rindo da cara de seu parceiro.

— Hey Chewie! Vou dar uma volta. Não consigo escutar o Han gritando desse jeito — disse Luke, colocando a mão no braço peludo do Wookiee — Estou sentindo uma dor de cabeça chegar. Assim que a criança nascer, eu sentirei.

O Wookiee assentiu.

A única coisa na qual Han pensava era qual seria o nome da criança. Se fosse menina seria Jaina Solo e se fosse menino Ben Solo. Os nomes foram escolhidos pelo casal. Porém, Han repetia sem parar para não esquecer ou trocar os dois nomes.

Luke tentava respirar novos ares. Ainda pensava em seu pai, Anakin Skywalker, e como ele foi um grande Jedi antes de ir para o lado negro da força. Era isso que o preocupava. A maldição dos Skywalkers era forte, muito forte. Ele mesmo lembra que o Lorde Sith Palpatine quase influenciara-o para esse lado, mas ele foi forte. Além de negar, fez com que seu pai se convertesse para o lado da Luz. Mas Luke tinha medo; medo de que a criança filha de Solo tomasse o mesmo caminho que seu pai. Que tomasse o caminho do lado sombrio. E ele faria de tudo para que isso não acontecesse.

Luke lembrava também de Mara Jade — da única noite que os dois tiveram juntos muito tempo atrás. Ele sentia saudades dela. Saudade de seus abraços, de seus beijos. Da sua presença e do que sentia junto a ela.

No meio de seus devaneios, Luke sentiu algo na força. Sentiu duas vezes algo bom.

Correndo para dentro da sala, já imaginando que seriam duas lindas e pequenas crianças. Ele viu Leia segurando em seu peito um belo menino, já sabendo que este ganharia o nome de Ben. Ben Solo.

Naquele momento, Luke sentiu que deveria amadurecer. Deixar de lado toda a dor que sentiu com suas perdas e, finalmente, se tornar um verdadeiro Cavalheiro Jedi. Por hora, o último.

Han chamou-o para dentro da sala, juntamente com Chewbacca, seu antigo companheiro de furtos.

— É um belo garoto, não é mesmo Luke? — Han pediu todo orgulhoso colocando a mão sobre o ombro do tio — Ele é a sua cara!

— A beleza é forte na nossa família! — Luke brincou dando uma piscadela para sua irmã. Chewie riu — Mas eu senti duas mudanças na força, são dois?

Leia olhou para ele com um olhar penetrante e preocupado.

— Eu também senti um! — ela disse, tirando alguns pelos de Chewie do seu braço — Será o nascimento de mais um Jedi, além de Ben?

Luke olhou para cima e fechou os olhos tentando encontrar alguma coisa não obtendo sucesso. Esse distúrbio estava muito longe dali. Muito longe de sua força. Ele apenas conseguiu ver um planeta deserto, muito parecido com Tatooine, porém sem os dois Sois.

Resolveu ficar calado. Sentia duas forças diferentes naquele mesmo planeta. Tentava pensar que não fosse Mara Jade e outro Jedi, não conseguiria perder sua amada. Não de novo.

Os droides que estavam no quarto logo se retiraram. A Millennium Falcon pela primeira vez fora lugar para um parto. Primeira e última, de acordo com Solo.

Leia colocou Ben em sua pequena cama.

— Luke, o que você acha que foi esse segundo distúrbio na força? — disse Leia, quase sussurrando para Luke — Será que pode ser um novo Imperador?

— Creio que não princesa! — ele respondeu — Tentei usar a força para localizar a força dele, mas foi em vão, não consegui. Mas senti junto dela outra força ainda mais forte em um planeta parecido com Tatooine, em uma galáxia muito distante daqui.

— Você acha que pode ser...

— Mara Jade? — ele interrompeu — Tenho quase certeza. Nenhuma força é tão clara como a dela... Pelo menos para mim.

Leia se aproximou ainda mais dele e selou um beijo em sua testa, terminando com um forte abraço.

— Ela ficara bem, irmão! — Mencionando Mara Jade — Posso te fazer um pedido? — Luke nada falou, apenas assentiu com a cabeça — Eu queria pedir que você treinasse o Ben, para que ele possa ser um Jedi. Como você é e como nosso pai foi.

— Eu farei isso por ser um pedido seu, mas eu não sei se isso é algo bom. Tenho medo que a maldição de nossa família persiga o lado da Luz que ele tem! — Luke respondeu firmemente e Leia aceitou — Quando Ben fizer seis anos, eu inicio seus treinamentos. Enquanto isso vou me retirar e procurar por outros jovens sensitivos à força!

— Luke, que a força esteja com você!

XXX

Ben até seus cinco anos foi cuidado com muito zelo por seus pais, Han e Leia Solo, por seu tio Luke Skywalker e seu padrinho Chewbacca. Ele foi um menino bem mimado por todos.

Como prometido, ao completar seus cinco anos de idade, Luke o levou para ser Padawan, junto de outros meninos e meninas que seu tio conseguiu trazer para se tornarem Jedis e trazerem equilíbrio para a força.

Luke ficava de olho e pegava mais pesado com seu sobrinho. Ele acreditava que depois dele, Ben seria escolhido para trazer equilíbrio a força. E iria fazer de tudo para Ben não jogar a força nas trevas, como seu avô fez alguns anos atrás.

A história que fora contada à Ben assim como foi a Luke é que seu avô, Anakin Skywalker, foi um grande Jedi que lutou contra o Império e foi morto pelo grande vilão Darth Vader. Este que depois teve seu fim no sabre de Luke, seu tio.

Ben, até o momento, era o Padawan mais jovem que havia na academia e mesmo assim era o mais puxado. Sempre queria ficar treinando mais e mais para se tornar muito forte como seu tio e seu avô. Ele era o único de Coruscant e o único humano Padawan. Os outros seres vinham todos de uma galáxia muito distante. Inclusive, junto no grupo havia um parente de um conhecido de Anakin. Ele era parente de Jar Jar Brinks e também se tornou o melhor amigo de Bem. Ele era chamado de Joy Brinks.

Joy já era Padawan nível II e Ben ainda era nível I. Isso fazia com que fazia o mesmo sentir muita raiva, o que deixava Luke com mais receio ainda. Quanto mais raiva e ódio mais fácil de ir ao lado sombrio.

Luke não era ‘ruim’ para ele, mas também queria que ele fosse bom, não bom no sentido de melhor, mas bom no sentido de pessoa, que ele não fosse para o lado negro. Por isso, enquanto seu sobrinho ainda possuía raiva por ser nível I, ele não daria nenhuma estrela para o garoto.

— Ben eu sinto... O Mestre Luke também sente. Você tem raiva... — Joy começou a falar colocando a mão no seu ombro — Enquanto você sentir isso, jamais passará do nível I. Deixe seus pensamentos livres, pelo menos aqui na academia. Espere o tempo certo para largar toda sua raiva de uma vez só. O momento ideal seria numa batalha contra um Sith!

— É assim que você faz Joy?

— Foi assim que meu pai me ensinou!

XXX

Logo, Ben conseguiu guardar sua raiva apenas para si. Conseguiu assim chegar ao nível de Padawan IV, o penúltimo nível antes de se tornar um Jedi. Joy estava orgulhoso do amigo e também era um Padawan IV.

Seus pais e seus amigos estavam muito orgulhosos de Ben, ele conseguira não demonstrar mais nenhum tipo de raiva ou ódio, mas era o que ele mais tinha em seu coração. O garoto só queria completar suas atividades como Padawan para poder construir seu próprio sabre e conseguir finalmente duelar lado a lado com seu tio. Porém, antes disso acontecer, um novo Padawan entrou para a academia. Seu nome era Go-Jyn Snoke.

E a partir desse momento a vida de Ben mudaria completamente...