A Busca pela Honra escrita por Satsuki Kakeru


Capítulo 1
Volume 01: A Redenção do Erudon(Completo)


Notas iniciais do capítulo

Ai finalmente a revisão e juntamente com renew e versão definitiva nesse volume em questão de enredo eu não mexo mais.



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Parte 01

Os passos pesados do cavaleiro na pequena estrada espantavam os pequenos animais que viviam sua rotina despreocupados, sujo de sangue ele parecia estar prestes a desabar, fazia muito tempo que aquele rapaz havia superado seus limites, a árdua caminhada parecia uma descida diretamente para o inferno, seu corpo se quebrava a cada passo dado adiante.

Porém havia algo a mais sua dor não era proveniente dos vários machucados espalhados pelo seu corpo muito menos pelos seus circuitos mágicos destruídos, não! nada daquilo doía tanto quanto o seu coração, uma dor tão forte que parecia querer o rasgar em dois.

“Aquela foi a melhor decisão?”

O homem que tinha perdido tudo, absolutamente tudo, chorava e clamava pelo nome da mulher que tanto amou e que morreu por suas mãos.

“Ronan ouça bem”

“Você não pode salvar ninguém o seu poder não é algo tão belo”

“Tudo que você pode fazer é destruir, então pelo menos visualize”

“Um cume distante, um deserto congelado, nessa paisagem solitária continue lutando sem nunca se dar por vencido, mesmo depois de já ter superado os seus limites”

Aquelas palavras o deixavam com náuseas, o faziam seguir em frente mesmo que sua mente e seu espirito já estivessem se entregando ao desespero.

A longa caminhada foi árdua e o caminho tranquilo, para alguém que havia conhecido o inferno a floresta das terras de prata se tornara o paraíso.

Ele não parou para dormir, sentia que no momento que fecha-se os olhos jamais voltaria a abri-los.

Seu braço esquerdo ardia como gelo, sua mente estava distante, não sabia há quanto tempo caminhava muito menos se a direção estava correta.

Porém, parecia que seu sofrimento finalmente havia chegado ao fim ao ver um semblante conhecido o garoto desabou, ele conhecia bem os cabelos grisalhos e os olhos azuis penetrantes, entregando seu espirito para aqueles olhos o garoto finalmente foi ao chão.

—Ronan!- Ela repetia freneticamente enquanto agarrava o corpo dele, seu uniforme azul ficava manchado de sangue, mas isso não importava, o abraçando forte ela o tirou dali.

 

Interlúdio 1-1

“Eu sempre amei a minha mãe, nunca fui alguém rebelde, nem mesmo a questionava, fazia tudo que ela me pedia tentei ser um filho modelo em todos os aspectos, mesmo assim minha mãe poucas vezes sorria...”.

“A minha história assim como a de muitos outros, a tragédia teve o seu grande momento, para falar a verdade é quase como se isso sempre tivesse existido”.

“A minha família poderia facilmente utilizar vários adjetivos ruins poderiam ser facilmente associados a seus nomes nos expulsaram como pestes, a justificativa era simples, um bastardo um filho fora de um relacionamento oficial, após minha mãe se envolver com um membro da família Sieghart e gerar vida”.

“Culminando no fim de sua história, de sua honra como mulher foi humilhada, escorraçada, seu nome foi esquecido e sua vida de regalias se tornou um passado distante, mesmo assim ela foi até o final insistiu em seu erro e me deu o bem da vida”.

“Os dias eram difíceis, minha mãe entregou o próprio corpo para termos o que comer, as poucas vezes que a via em casa a mesma se encontrava em meio lagrimas, a única coisa de valor  que tínhamos era aquela Gládio”.

“Sim, era o único momento que o olhar dela mostrava vida, quando estava me ensinando a manusear tal arma por ser assim após aprender o básico comecei a treinar todos os dias, talvez minhas habilidades pudessem salva-la, talvez pudesse eu almejar outro destino sem ser o do ódio constante e da morte próxima, porém não foi possível”.

“Mesmo a minha vida que não teve um começo bom ainda guardava outra tragédia, fazia seis meses após o meu decimo segundo aniversário ao chegar em casa eu a vi suas roupas estavam cobertas por sangue a gládio estava coberta de sangue, ao me ver ela a empunhou e foi em minha direção”.

“Não me movo nenhum centímetro aquilo era demais para mim, quando escutei as suas palavras eu fui desmoronando pouco a pouco”.

“Eu não aguento mais essa dor Ronan, não aguento mais” 

“Ela havia desistido, desistido de mim, desistido dela mesma, ao apunhalar aquele gládio em meu peito a mulher simplesmente foi ao chão, eu cai ao seu lado em meio ao sangue, se esforçou para tocar-me no rosto, acariciando disse”.

“Me perdoe Ronan, sua mãe não é forte o suficiente nem deseja deixa-lo sozinho, eu não pude ser uma boa mãe, mas eu quero que saiba que te amo muito meu filho”

“Ela dizia soluçando as lagrimas tomavam conta do seu rosto”

“Eu irei na frente tá?”

“Foi tudo que ela disse, tudo, após isso ela fechou os olhos, naquele momento algo não me deixou morrer ali, não era o medo, nem o apego nojento pela vida, algo mais, um ódio tão grande para com aqueles malditos vermes”.

“Agarrei aquela gládio que perfurava o meu peito, tirando aquilo com toda a minha força, foi o grito da minha alma, mesmo que ela tivesse desistido eu nunca iria abrir mão de mim mesmo, naquele momento eu sabia o que tinha que fazer, até mesmo como fazer, eu iria atrás da minha honra, do meu direito de existir, da minha vingança”.

Fim do Interlúdio

 

Parte 02

Havia se passado quatro anos após aquele incidente, as autoridades declaram o caso como suicídio e tentativa de assassinato, nenhum membro de ambas as famílias apareceram no julgamento ou mesmo para reclamar o garoto para si, Ronan foi então adotado pela diretora de uma renomada academia de cavaleiros e magos.

Essa mulher era Lothos, ex-general de campo, agora dirigia a academia e a juventude de cavaleiros do reino claro que a adoção não era por acaso, bem informada das capacidades do jovem menino se interessou bastante em obtê-lo, por sua vez o azulado tinha a sua chance para conseguir sua honra e respeito de volta.

Fora a oportunidade de lutar frente a frente contra aquelas duas famílias em vez de desaparecer, o ódio do garoto somente aumentou com o tempo, hoje ele teria essa chance, o exame de admissão naquela academia era simples um grande torneio, os vinte mais bem colocados entrariam.

—Que bagunça hein!?- A loira não estava nem um pouco satisfeita para falar a verdade, estava bem irritada.

—Eu te mando investigar o fenômeno em Fahrman você age de maneira independente e quase é morto pela horda de demônios parabéns quanta imprudência- Ela batia palmas em deboche e continuava.

 -Sem falar que se envolveu com uma apostolo corrompida não satisfeito consegue destruir o próprio corpo, Ronan esse seu braço nunca mais será do mesmo jeito, você nunca mais poderá utilizar magia livremente pelo seu corpo você entende isso?- Mesmo garoto estando bem machucado a loira o repreendia severamente.

Apesar de que suas vestimentas não contribuíam, já que a mesma estava apenas com uma camisa de moletom grande e roupas intimas, segurava na mão esquerda uma lata de cerveja e na direita meio cigarro.

A sala de estar parecia bem “animada” e de certa forma era bastante comum, apesar de morar apenas três pessoas naquela grande casa era normal discussões e gritos, os vizinhos estavam acostumados com as brigas de Ronan e Edel.

O azulado usava uma calça moletom verde e estava sem camisa o seu braço estava engessado, sob o gesso estavam encantamentos fortíssimos de restrição, seus cabelos estavam soltos e ele resolveu continuar em silencio.

—Vai ficar calado de novo? Ótimo! Mas saiba que daqui a algumas semanas é o campeonato de admissão na academia me diz como você será aprovado estando nesse estado? 

Ele se mantinha calado, Edel finalmente havia acordado usava uma camisola preta bem fina como de costume e parecia incomodada com aquela situação.

—Comandante Lothos, ele já entendeu- dizia ela se aproximando da geladeira.

A loira, porém não sentia que a mensagem havia sido realmente passada.

—Edel pare de proteger o garoto, sabe muito bem dos erros dele!- ela apontou o cigarro em direção à grisalha.

—Realmente, sei também que ele salvou aquelas pessoas Lothos, nunca minha unidade teria chegado há tempo Fahrman teria sido o prelúdio para o fim, a senhora mais que todos sabe bem disso- A seriedade das palavras da cavaleira fez a comandante ficar em silencio por um pequeno período.

E finalmente cedendo.

—Olha Ronan, eu sei de tudo, você passou por dificuldades terríveis, olhe para si mesmo, só podemos proteger o que nossas mãos podem alcançar, se quer mesmo evoluir ponha essa filosofia em sua mente e aceite de uma vez por todas você não é Karma e nunca vai ser- O garoto olhou para o chão a comandante sabia que aquele assunto era profundo.

Afinal falar da mãe do garoto era um tabu naquela casa, mesmo assim ela continuou.

—Você só está nesse estado por que simplesmente copiou o estilo de luta e maestrias dela, seu corpo não é como o de sua mãe, não pode copiar as técnicas e a maneira que ela lutava mesmo não querendo uma boa parte do seu corpo possui sangue dos Siegharts-Colocando o cigarro sob o cinzeiro que estava sob a mesa de centro.

O garoto se levantou sem falar nenhuma palavra e saiu.

Os dias se passaram e o torneio finalmente chegou.

O torneio em si era um mata a mata quem ganhasse avançava, o perdedor era desclassificado.

O dia era bem ensolarado, a arena estava cheia nobres por toda a parte, as arquibancadas estavam repletas de estudantes todos animados para o começo daquele torneio, alguns participantes tinham até mesmo torcida a euforia daquele lugar aumentava a cada instante.

—Hoje teremos no canto esquerdo, membro da família milenar de arqueiros de Serdin uma salva de palmas para Ron Kichner- o apresentador fazia um show à parte, a torcida o seguia de maneira que irritava Ronan, afinal ele sempre odiou o barulho.

O Arqueiro estava totalmente equipado tinha uma armadura de ferro leve, seu arco parecia ser de excelente qualidade, suas flechas eram de ponta de aço perfuravam até a mais espessa armadura.

—E no canto direito, temos ele que não possui sobrenome, bastardo, o camponês que imagina a si próprio como espadachim, Ronan- o garoto apenas sacou a sua gládio, ele vestia roupas de pano simples, uma calça azul, uma camisa de botões da mesma cor, seus longos cabelos estavam presos em estilo rabo de cavalo.

A arena era bem simples era feita em cinco por oito de azulejos brancos grandes a preenchendo, do lado de fora havia grama verde e um pequeno júri.

O publico vaia, achavam aquilo um ultraje fazer um nobre lutar contra um mero camponês, muitos atiravam coisas em direção a Ronan, os gritos de incentivo a Ron tomaram a arena.

—Tudo bem comecem!!!- A ordem havia sido dada era o inicio da luta, porém quando o apresentador começou a luta o animo daquela torcida sumiu, não havia se passado nenhum segundo do inicio para o fim da partida, mas a gládio do azulado perfurava as costas de Ron.

Havia certa distancia entre os combatentes antes do inicio, mas quando soa o gongo Ron já estava sendo perfurado pelo mero camponês, seria possível? Um nobre realmente perdeu para alguém tão inferior?

—Co-mo?- o corpo do arqueiro foi caindo ao chão não havia como ele continuar a luta, silenciosa, assim como o azulado preferia a arena estava quieta, após anunciarem sua vitória Ronan simplesmente saiu dali sem nem ao menos olhar para atrás.

Sua segunda luta foi com uma jovem de cabelos curtos de tom roxo, ela usava roupas de pano e seu cajado parecia emitir uma força impressionante, Ronan a conhecia, sabia bem de quem se tratava, a prodígio da academia de magia violeta essa luta com certeza não seria fácil.

Ao soar do gongo o azulado partiu para cima com toda velocidade que pode a mesma nem reagiu, mesmo sendo uma maga a velocidade do garoto estava acima do que aqueles olhos poderiam ver a gládio porém, não conseguiu atingi-la.

Desfez apenas a proteção mágica que cobria o corpo da mesma surpresa ao ver o movimento de Ronan a maga se preparava para conjurar uma magia de contra ataque entretanto, o rapaz já havia recuado e a cercava correndo ao seu redor.

—Barreira de Gelo- Ela foi envolta por grandes pilares de gelo que surgiram literalmente do nada, qual era o limite daquela maga afinal? Perguntava-se o azulado, formar uma barreira de gelo em plena arena de concreto?

—tsc- seus golpes como ele esperava não surtiam efeito nenhum, era ridículo aquela luta era uma extrema desvantagem.

De dentro da fortaleza a jovem preparava o que ela acreditava ser o golpe final.

—Anti-gravidade- Anti-gravidade uma magia de nível cinco que surrupia a força gravitacional de certo ambiente por um curto período de tempo, tal ataque nunca foi presenciado pelo azulado que se viu sendo jogado para cima da arena.

—Que?- Ele não pode fazer nada para impedir o ataque todo o seu corpo junto com algumas partes que faziam parte da arena foram jogados para o ar e então com a mesma força os objetos foram jogados de volta ao chão.

Partes da arena se quebraram e os poderosos pilares de gelo também, mas mesmo assim ninguém acreditava no que estava diante dos olhos, o camponês estava de pé, seu corpo parecia não ter se afetado com o ataque.

Segurando sua gládio o azulado sorriu, talvez esse torneio não fosse tão desagradável afinal.

A luta estava acirrada exatamente  o oposto do que fora a primeira, enquanto o garoto tentava se afastar armadilhas mágicas e feitiços de longo alcance tentavam o atingir, ele precisava estar em constante movimento.

A longa distancia a vantagem era clara para Arme, porém um pequeno deslize da maga fez com que o camponês finalmente conseguisse se aproximar, sem as proteções e escudos mágicos ela parecia vulnerável porém, quando a espada a atingiria ela sorriu, seu corpo simplesmente desapareceu.

—Teletransporte!?- Fora tarde demais, o azulado não conseguiu desviar, subestimou sua adversaria e pagou um preço alto por isso.

—Petrificar- Uma pequena onda de energia passou pelo corpo dele, seu corpo começou a perder mobilidade e foi literalmente se petrificando a ponto de não conseguir nem mesmo ficar frente a frente com a pequena maga.

Saindo da arena a jovem maga violeta, considerava sua vitória como certa o juiz quando iria anunciar sua vitória.

O Garoto teve um flash.

A chuva torrencial, o sangue que cobria o seu corpo, os gritos que aquela jovem dava o atormentaram.

—Traidor, Traidor!- A gládio perfurava o corpo dela mesmo assim ela continuava a falar aquelas palavras, talvez ele realmente não pudesse ser o herói, talvez aquela sua vida não tivesse realmente um significado, talvez Ronan simplesmente não tivesse a força necessária para seguir em frente.

Não.

“O caminho a sua frente será ardiloso meu filho, mas deves continuar, afinal foi a sua escolha abandonar sua humanidade se falhar aqui a morte dela será em vão”

“Mãe?”

—E a vitória é- Ele não conseguiu terminar a frase.

—Benção Divina!!- O garoto gritou o encantamento seu corpo foi recuperando as forças e seus braços os movimentos, com todas as forças o cavaleiro se libertou daquele feitiço, a crosta de pedra que se formava sob seu corpo se partiu em dezenas de pedaços e a aura azul tomou a arena.

—Mas o q-Com a ponta da bainha da gládio o azulado executou um golpe no tórax de Arme, fazendo a mesma perder completamente o ar.

Porém ela sabia o motivo de sua derrota enquanto via os olhos azuis penetrantes daquilo que parecia um demônio, se preparando para executar o golpe final, ela sorri.

“Um arcano é!?”

Uma forte cotovela na parte de trás do pescoço da jovem a faz desmaiar, a plateia ficava em silencio alguns murmuravam.

—O demônio azul!.

Outros estavam com medo demais para se manifestar, mas alguns realmente estavam sorrindo, os mais fortes sabiam que aquela ultima luta prometia, após escutar o veredito o garoto se foi, sem olhar para trás não demonstrava nenhum sentimento apesar de ferver por dentro.

As lutas continuam, um por um os nobres caiam de joelhos a frente do camponês, foram ao total oito partidas até a tão esperada final, entre a surpresa do torneio, Ronan e aquele que todos aclamavam como gênio mirim Elsword Sieghart.

O sangue dele fervia, a vontade de derramar sangue de Sieghart na arena o deixava ansioso, adentrou claramente animado, o seu rosto deixava transparecer todo o seu ódio, não havia mascara alguma, as suas intensões estavam completamente expostas.

O jovem garoto de 12 anos não tinha nada haver com a morte de sua mãe, mas era a primeira oportunidade que ele tinha de se vingar, Elsword vestia uma armadura leve de aço, não estava completa apenas o tórax e joelhos estavam protegidos, possivelmente para ganhar mobilidade, usava uma espada vermelha com detalhes em branco.

No momento que soa gongo, Ronan imediatamente parte para cima do jovem Elsword, com o gládio executa um corte vertical de cima para baixo, o jovem desvia por pouco, a força do golpe fora tanto que o piso começou a se quebrar, imediatamente revida o ataque com um golpe lateral visando o rosto do azulado.

Com a bainha de sua arma ele se defende, iniciando uma sequencia rápida de ataques contra o menino que apenas se defende do jeito que pode, uma abertura era o que o azulado procurava sedento por sangue.

Após se defender de um dos ataques, uma pequena abertura, o garoto abre a sua guarda pela primeira vez, por um curtíssimo período de tempo, o suficiente para ter a sua cabeça jogada com força ao chão da arena.

A espada que o garoto segurava ficou fincada ao lado de seu rosto, mesmo após ter dado tal golpe, ele continuou, levantava a cabeça do garoto e a batia no chão com força, ele fez isso 5 vezes, após isso levantou o garoto segurando pelos cabelos.

O arremessando para fora da arena, sacou sua arma e apontou para a torcida.

—Como se sentem nobres? Hoje um camponês humilhou todos vocês, sim um mero camponês, é o melhor recruta entre os cavaleiros mais fortes de Vermécia, mas não se preocupem tanto, afinal esse bastardo tem sangue nobre puro, me chamo Ronan Erudon, filho de Karma Erudon, cujo o pai nem darei o trabalho de cita-lo, mas aqui vos digo este homem é membro desse clã imundo dos Siegharts- todos estavam surpresos o fantasma daquele erro que muitos achavam ter sido corrigido estava a frente de todos.

—Então esse é o grande talento da família Sieghart? Ridículo, simplesmente ridículo, vejo que será tarefa fácil lavar a cara de vocês nessa arena- Dizia ele de braços abertos.

No camarote a loira sorria, a diretora da escola Lothos observava o garoto.

—Diretora, pare aquele bastardo ele não tem direito de humilhar os nobres dessa forma- dizia o seu leal companheiro o secretario Lexus, assim como muitos na escola possuía o “sangue azul”.

—Ora, deixe o garoto falar afinal será interessante vê-lo na minha academia- disse a mulher deixando seu secretario perplexo, porém a obedeceu.

—Hoje permitam que eu lhes conte uma historia, minha mãe foi abandonada tratada como um objeto sem valor foi expulsa da família Erudon após se recusar a me negar a vida, teve de suportar o meu peso sozinha essa habilidade em esgrima que viram hoje foi o ela quem me ensinou- Nada parava Ronan, ele estava no seu momento, cada palavra que ele dizia era possível sentir o seu ódio para com todos ali.

—Ora, parece que tem mais alguém que odeia os Siegharts além de você Mari- A rosada falava com a garota de cabelos azuis curtos que observava atentamente aquele discurso.

—Apesar de fazer muito caso de si mesmo, Amy- A garota sorriu, ao responder à amiga.

—Mesmo lutando longos 12 anos, a pressão e a culpa a levaram ao suicídio, Eu aqui vos digo ELA PODE TER DESISTIDO, MAS EU VOU CONTINUAR ATÉ O FIM, SEREI O CAVALEIRO MAIS FORTE DE VERMÉCIA, MOSTRANDO A VOCÊS O MEU VALOR E PRINCIPALMENTE O DELA.

Notas do Autor
Iai pessoal já faz algum tempo... Mas está ai nos vemos lá embaixo.

Parte 03

Como chamar aquilo? Um verdadeiro massacre com o membro que era aclamado como o próximo grande talento da família Sieghart e isso tudo protagonizado por um nobre renegado a um nome já esquecido por Vermécia, os Erudons.

Antes essa renomada família era conhecida por todo reino, eram os principais guardas da rainha considerados por muitos os nobres mais honrados de todos os cavaleiros, por causa de um simples amor proibido tudo aquilo virou passado.

Há quem diga, que muitos dos cavaleiros acabaram cometendo suicídio, acreditava-se que não mais existiam Erudons sob o solo de Serdin, mas por algum motivo aquele garoto estava ali a frente de todos.

Exatamente o oposto do que significou ser Erudon um dia, uma irracionalidade de dar medo a qualquer um, enquanto os alunos encaravam o calouro com uma expressão de terror nos olhos uma loira apenas sorria.

Sim, Lothos.

A arena foi tomada pelo sentimento de medo, enquanto o jovem garoto guardava sua arma e saiu da arena vagarosamente sem remorso, sem culpa, a verdadeira face do demônio azul não é necessário dizer o que houve no final daquele dia, era apenas um demônio apegado a vingança que sabia manejar muito bem uma espada.

Interlúdio 1-2

Eu sinceramente não sabia o que fazer depois...

Sim, eu estava vivo...

Sobrevive pelo ódio incompreensivo a tudo, Contraditório não enquanto o meu ódio me mantinha vivo, as palavras e ensinamentos da minha mãe eram exatamente contra isso...

Karma Erudon uma cavaleira que viveu a sua vida sem derramar uma gota de sangue, sua espada estava limpa, um instrumento que não era usado para o seu proposito original uma mulher que se recusou a tirar vidas.

Como ela mesmo dizia.

“Ronan justiça é só mais uma forma de submeter a minoria a uma vontade da maioria, porém nem sempre a maioria está certa, o que obviamente vai contra as leis de justiça”

Faz pouco tempo que eu consegui compreender aquelas palavras, senti na pele o que realmente significa seguir um caminho como o dela, não há recompensa em sacrificar o seu para proteger o do outro, mas sinto que sou infectado pelo mesmo mal que o dela, infelizmente não consigo deixar esse caminho de lado.

Mas não é por isso que eu estou aqui, não nesse momento haverá outras oportunidades para abordar a minha patética forma de vida juntamente com os meus ideais infantis estou aqui simplesmente para mostrar o que houve após o suicido.

Claro teve um julgamento, mas sinceramente eu nem me lembro mais como ele ocorreu.

Após o fim do julgamento, eu caminhava sem rumo na noite fria, sem ter o que comer a minha barriga era parte que mais doía do meu corpo talvez o destino quisesse que eu continuasse vivo.

Eu os vi assim como minha mãe tinha dito, os Siegharts uma família de nobres que aparentemente comiam da melhor comida no melhor restaurante, desfrutando de uma vida de privilégios.

Inveja? Não estava longe de ser isso, a única coisa que eu senti naquele momento foi ódio como àquelas pessoas poderiam ser tão felizes?

Mesmo depois do que fizeram a minha mãe o que fizeram comigo, como esses malditos poderiam viver de maneira tão despreocupada?

Naquele momento minha barriga parou de doer, as lagrimas e as inseguranças que eu tinha simplesmente desapareceram, eu sabia o que eu queria fazer até mesmo como o faria, não havia duvidas ou hesitação.

Entretanto a morte de outras pessoas ainda o assustava mesmo quando não tinha nada a perder eu não conseguia sobrepor minhas vontades sob os meus ideais.

Voltei a treinar incansavelmente me dedicava a fazer isso todos os dias, comia restos e sobrevivia puramente da piedade dos outros.

Até o dia em que uma longa nevasca atingiu a cidade, num frio de menos seis graus o meu corpo ia perdendo as forças.

O vento o cortava como uma navalha, minhas mãos sangravam, meu corpo não podia continuar a realizar aqueles movimentos mesmo assim me forçava até o limite.

Precisava continuar...

Ainda não era o bastante, me negava a morrer enquanto não fosse capaz de vinga-la.

Se desistisse, aceitando a derrota ali meus esforços até aquele momento teriam sido em vão.

Mesmo assim o meu corpo não parecia disposto a continuar, no ápice do esforço perco as forças e vou ao chão.

Cai de bruços.

Parecia que ali seria o fim, à neve caia lentamente sobre mim, minhas roupas em pedaços não eram capazes de me proteger.

Ouvia pesados passos se aproximando, tudo o que conseguia fazer era levantar minimamente a cabeça, mas foi o suficiente para ver os longos cabelos da loira que estava a frente, usava um kimono vermelho que combinava bem com seus olhos carmesim.

Ela estava acompanhada de uma garota grisalha, essa possuía os olhos azuis, seus cabelos estavam presos num corte de estilo oriental, vestia assim como a loira um kimono, só que branco.

A grisalha carregava uma sombrinha de estilo japonês preta, enquanto a loira se aproximava do rapaz carinhosamente tocou o seu rosto.

—Quem é você?- com certa dificuldade pergunto.

—Edel- Ela chama a grisalha que carregava uma espada na mão esquerda.

Fincando a espada próximo ao meu rosto.

—Essa espada... Você é a general de campo Lothos Isolet? Conhecida por nunca ser derrotada em batalha, após se aposentar do exercito criou a própria academia de cavaleiros que em pouco tempo se tornou a melhor no ramo?-dizia aquilo com certa dificuldade em achar as palavras minha consciência parecia me deixar pouco a pouco.

—Ora você parece me conhecer bem serei direta então, vejo potencial em sua maestria, sua família os Erudons, já foram os melhores cavaleiros que Vermécia já viu, mas se fosse só isso... Dentro de você o sangue dos Sieghart também é presente um talento nato...- ela continua acariciando seu rosto.

—Eu sei muito sobre você também sabia? Ronan Erudon, um nobre rejeitado, sua mãe tentou te matar e cometer suicídio com a mesma espada que usa para treinar, sei até mesmo os seus sonhos não se preocupe não sou uma grande fã dos Siegharts também, se me seguir terá um teto e te ajudarei a achar as únicas pessoas que você possui coragem suficiente para matar, que tal? Temos um trato?

Parte 4

—Então a seguir vamos dar as boas vindas ao novo aluno da nossa turma- Dizia o senhor que já tinha certa idade, era velho porém, havia sido um dos melhores espadachins de sua época fazia questão de dar aulas teóricas de historia, era um dos professores mais rígidos da academia seu desgosto de apresentar o jovem era notório.

—Me chamo Ronan Erudon- o garoto de longos cabelos azuis e semblante aparentemente calmo não transparecia nenhuma emoção, ao olhar a todos ali simplesmente os considerou como meros obstáculos em seu pesado objetivo.

Ele havia sido designado para a sala do primeiro ano A, por coincidência ou não Elesis Sieghart estava presente, ela era a representante de classe da turma estaria responsável por designar o assento ao rapaz.

O uniforme da escola era um tanto simples, uma camisa social branca com o brasão da escola na parte superior e nas mangas o brasão da família do nobre, uma calça negra simples, as meninas usavam a saia no lugar da calça.

O de Ronan tinha o brasão dos Erudons um escudo espanhol, onde dois gládios azuis se cruzavam, em baixo estava escrito “Tudo por Vermécia”.

Ela não se levantou, nem mesmo o olhou para falar a verdade nenhum dos alunos parecia aprovar a ideia de estar na mesma sala do que Ronan.

O Silencio parecia ser a sintonia natural daquele ambiente, ao se sentar a única coisa que conseguia pensar e não retirava seus olhos era na representante de classe, a ruiva de longos cabelos despertava sensações adversas nele.

O garoto queria enfrenta-la, seu corpo gemia pedindo pelo confronto.

Ronan não teve que fazer nada...

Batendo forte em sua carteira estava uma irmã um tanto desejosa para com o confronto, a sede de sangue dela podia ser sentida por todos.

—Você tem muita confiança em sua maestria para aparecer aqui depois do que fez ao meu irmão- dizia ela serena sua voz não refletia em nada suas intensões.

O azulado sorri, não parecia estar com medo, para falar a verdade era conveniente.

—Ele só foi o primeiro... Todos os Sieghart iram cair de joelhos perante minhas habilidades- levantou e a encarou de maneira fria.

—Como é !? Acha mesmo que pode derrotar os melhores cavaleiros de Vermécia?- ela pareceu bem mais seria naquele momento, ao olhar diretamente ao rapaz sacou sua espada carmesim.

—Bom creio eu que só há um jeito de saber- sacando seu gladio os dois estavam se provocando a um nível completamente diferente, o professor não dizia nada enquanto os alunos apenas encaravam e cochichavam entre si sobre a situação.

—Ronan Erudon eu o desafio para um duelo- ao apontar a espada ao rosto dele, ela se surpreende com o que o rapaz faz.

Um sorriso de ponta a ponta, essa situação era a ideal não havia motivo para ele não aceitar.

—E eu aceito.

Era incrível como o duelo ganhou tanta popularidade em tão pouco tempo, o que provavelmente não teria tanta importância se tornou em algo totalmente diferente, a maioria da escola estava aglomerada e esperava o inicio daquela batalha.

Um nobre indigno contra uma das melhores espadachins da academia ocupando a decima-segunda posição em vitorias e derrotas.

Um adversário a altura, Lothos junto de seu secretario esperavam para o inicio da luta, a maioria achava que seria uma vitória fácil para Elesis, os mais fortes porém, olhavam a luta com certo receio e uma dose de curiosidade.

Na plateia se fazia presente Ecnard Sieghart, junto dele Eslword Sieghat, que parecia estar apreensivo com a luta que sua irmã tinha pela frente.

Elesis foi a primeira a se apresentar usando uma armadura leve incompleta, onde predominava o vermelho.

No vestiário Ronan já tinha terminado de se preparar usando apenas sua armadura de pano como da ultima vez se prepara para o confronto, ao sair do vestiário alguém esperava por ele.

Encostada na parede Edel Frost olhava diretamente para o azulado.

—Ronan, eu sei que talvez você não vá me escutar mas, Elesis Seighart é uma adversaria imprevisível ela faz parte do top 20 de melhores espadachins da academia- ela dizia enquanto não o encarava.

—Se eu não conseguir vence-la como posso sonhar em derrotar o mais forte entre os Siegharts? Eu simplesmente não posso perder, confie em mim você mais do que ninguém conhece o nível de minhas habilidades- ele disse enquanto passava por ela.

—Conheço por isso mesmo eu sei que você no seu estado atual nunca poderá derrota-lá seu nível atual não passa de E, Elesis Sieghart é uma cavaleira de nível B, não terá nenhuma chance- Ele não permitiu que ela continuasse pois a mão direita sob os cabelos dela.

—Quero que veja de camarote o nível verdadeiro das minhas habilidades- Ela sorriu.

—Boa Sorte- E disse por fim.

Ele finalmente entra na arena, o publico vaia os dois colegas de classe se aproximam.

A diretora Lothos se aproxima e fica entre eles.

—Esse é um duelo oficial entre Ronan Erudon e Elesis Sieghart, de acordo com os termos de duelo da academia cada um deles deve escolher o que vai ganhar do outro se adquirir a vitória- dizia ela em meio a cochichos.

—Elesis Seighart quais são suas condições para o torneio?

—Se eu vencer Ronan Erudon será expulso dessa academia- o publico fica em chamas estão eufóricos.

A diretora esperava a empolgação deles diminuir e continua.

—E quanto a você Ronan?

—Se eu vencer ficarei com a posição dela no Rank- ao dizer isso muitos riram.

Comentários maldosos tomaram a plateia “Ele realmente acha que pode vencer?”

—Com isso que se inicie o duelo...

Parte 5

No momento em que a diretora iniciou o duelo, Ronan parte para cima de sua adversaria.

Elesis Sieghart, uma espadachim de nível avançado que provavelmente possui mais experiência e meios de vitória que ele, a ruiva que já dominava sua segunda classe tem total vantagem contra o rapaz.

Mesmo assim o azulado vai em direção ao seu inimigo, porém...

Em um movimento extremamente rápido a ruiva se moveu em sua direção, tão rápido na verdade que ele quase não viu, desferindo corte de baixo para cima mirando no tórax, Ronan é obrigado a se esquivar.

—O meu Rank não é algo vazio para você almejar toma-lo, Cavaleiro Caído- dizia a jovem enquanto iniciava uma sequencia rápida de golpes.

—Ridiculo pelo o que estou vendo seu nível não passa de D, mesmo assim deseja me enfrentar? Vou fazê-lo em pedaços- Cada golpe dado por ela era extremamente pesado.

Ronan estava sendo pressionado e isso o incomodava.

A nobre ditava o ritmo da batalha, o garoto conseguia apenas se defender com certa dificuldade, a diferença entre ambos era clara.

Cada troca de golpes entre eles e Ronan perdia um pouco de espaço, recuava por toda a arena na tentativa desesperada de se esquivar dos golpes de sua agressora.

Algo tinha que acontecer ele sabia que precisa contra-atacar se não perderia aquela luta, finalmente encontra a mínima abertura após um golpe horizontal desferido do lado esquerdo, explorando o máximo do “erro” de sua adversaria.

O rapaz tenta encaixar um corte reto em direção ao rosto dela, ela se esquiva com certa facilidade para falar a verdade, aquilo parecia ter sido uma finta e o azulado paga caro por seu erro, recebe um chute forte em seu rosto e é jogado para trás com certa força.

—Gah?!- Esse golpe foi certeiro, tendo certa dificuldade para se recuperar depois daquilo, fincou sua espada no chão e se ajoelhou na tentativa de recobrar parte da consciência.

—Vergonhoso você de fato era só garganta... Tem algo realmente de valor em sua maestria?- disse ela ao apoiar sua espada no ombro.

O azulado sorri, ao se levantar a ruiva percebe que a testa dele sangra.

E essa é...

A consequência de um ataque direto ao corpo dele.

 -Perdão senhorita, acabei subestimando você, se importaria de recomeçar nossa luta agora?- foi à única coisa que ele disse, dessa vez quem não viu o seu inimigo foi a ruiva.

Desferindo um golpe lateral vindo do lado esquerdo por pouco ele não a acerta em cheio, o corte passou perto o suficiente para cortar alguns fios de seus cabelos, no momento em que ela se abaixou uma joelhada vinha de encontro ao seu rosto, teve de largar a espada.

Ela protege seu rosto com ambas as mãos, porém ao fazer isso o azulado se aproveita da chance para continuar o ataque.

—Vamos representante de classe, tente me acompanhar- o clima da batalha era outro completamente diferente, Elesis era forçada a se defender de tal forma que praticamente só conseguia fazer isso, uma torrencial sequencia infinita de golpes sem nenhuma abertura aparente.

—Como? Nem em sonho isso é nível D deve ser pelo menos C, ele escondia todo esse poder?- Elsword estava realmente surpreso.

—Benção divina, essa é a técnica que o garoto está usando para ficar na mesma velocidade do que a sua irmã- dizia Sieghart ao analisar a situação.

Elsword um tanto confuso olha para o mais velho e pergunta.

—Benção divina?

—Uma técnica de buff capaz de aumentar as capacidades físicas do usuário a custo de sua mana, uma habilidade comum dos Erudons, porém nunca vi uma desse nível, ele dobrou as suas capacidades físicas, esse garoto....- explicou com um sorriso de canto.

O ruivo não estava preocupado, afinal sua irmã ainda não estava utilizando nem 10% de suas capacidades, era impossível sua derrota, não importava as cartas que seu adversário tinha ele estava convicto que Elesis obteria a vitória.

A luta continuava num fervor incompreensivo, Elesis já havia se equiparado a velocidade de Ronan e conseguia realizar contra ataques com certa força, às trocas de golpes entre ambos eram rápidas demais, a plateia estava eufórica.

Ao esquivar de um ataque horizontal em direção ao seu rosto Elesis afasta seu oponente com um chute defendido por ele usando a gladio.

—Finalmente pensei que essa luta já estava definida continue quanto mais aumentar seus poderes mais a sério levarei essa luta, vamos venha! - Dizia ela com certa superioridade.

—Convencida, eu vou te mostrar o que eu posso fazer!- Disse ele ao se reposicionar para o combate.

—Jura?- Ao responder, a cavaleira salta do chão e parte para cima com toda sua força.

O azulado não possui tamanha força nas pernas então se posiciona para se defender do ataque porém, uma joelhada certeira o atingiu no abdômen sem ar não pode se defender da cotovelada no rosto, se aproveitando da situação ela tentou desferir o golpe final, um corte reto visando o coração dele.

Porém...

—Benção Divina!-Essa foi completamente diferente do outro encanto, uma forte rajada de vento empurrou a cavaleira para trás o forte grito de Ronan fez com que a arena balançasse.

Ao longe a grisalha estava apreensiva.

—O que ele tem em mente? Se esqueceu que não pode utilizar tanta mana assim de uma vez? Ronan você está sendo levado pelos seus sentimentos isso não irá terminar bem...- Edel olhava a arena não estava satisfeita.

—Entendo ele não pode usar todos os seus poderes, afinal se ele venceu sozinho um apostolo corrompido a Elesis não apresentaria nenhum desafio, porém ele está forçando os seus circuitos mágicos destruídos, o quanto ele deseja vencer essa luta?- Em outro ponto da arena Mari olhava intensamente aquela luta.

—Dobrou novamente... tudo bem já chega, novato vou acabar com você!- ao dizer isso ela se prepara, ao levantar sua espada acima da cabeça diz:

—Caminho da Espada- todo o corpo dela é envolto com por uma aura vermelha sua espada está em chamas o chão parece tremer em volta dela, finalmente ela chega a utilizar 100% das capacidades de sua primeira classe.

—Eu desenvolvi essa técnica para lutar contra o Ecnard, se baseia em aumentar minha velocidade e minhas capacidades magicas, foi possível lutar de igual para igual com ele enquanto consegui mantê-la ativa, devo admitir que é uma lastima ser obrigada a usar isso contra você- dizia ao apontar sua espada a ele.

Um único passo... Ela passou por toda a arena cortando de ponta a ponta, sua espada estava coberta por sangue a ruiva havia acertado bem em cheio seu oponente, um corte diagonal que vinha do ombro esquerdo até próximo à coxa direita de Ronan.

Parte 06

Droga, o que diabos eu estou fazendo no chão? Depois daquele juramento eu simplesmente não posso aceitar a derrota, depois de tudo que eu sofri não posso continuar deitado e deixar que esse seja o fim da minha vingança.

Por todas as lagrimas de minha falecida mãe, por tudo que ela sofreu, pelas coisas que foram tiradas dela.

Eu devo continuar, mas esse maldito corpo não colabora, tenho enorme dificuldade em ficar de pé, porém, de algum jeito consigo me apoiar sobre a minha gládio.

O sangue escorre por todo o meu corpo, a minha visão vai enfraquecendo para falar a verdade não sinto dor, meus sentidos já não fazem bem seu trabalho, felizmente.

Não vejo claramente meu oponente, porém o escuto bem.

—Você é bem persistente, desista de uma vez, está ficando ridículo para você, por que se esforçar tanto?

Porque?

—Não me subestime, até o presente dia eu tive de suportar inúmeras tragédias, eu decide que daria um fim digno a vida que ela me proporcionou, então eu devo vencer aqui, venha dê um fim a isto, se conseguir- a minha resposta foi direta.

Ela é bem mais forte, as coisas não vão ser convenientes para mim, não vou conseguir vencer se não usar tudo que eu tenho nessa pequena centelha de poder.

Será que serei obrigado a replicar aquele mundo novamente? Não isso seria impossível... Eu não tenho capacidade física e nem magica para isso nesse momento, mesmo que eu consiga replica-lo meu corpo atingiria o ápice antes que eu pudesse desferir qualquer golpe.

Então não posso usa-lo.

Me resta apenas uma técnica, uma única técnica que este corpo suportaria.

Nessa mínima chance vou dar tudo que eu tenho.

A Espada dos Erudons, a técnica que eu desenvolvi para matar os Siegharts é isso que vou usar para subjugar o inimigo que está bem diante de mim.

Ao forçar meu corpo a levantar a gládio ela se transforma, dobra de tamanho e o tom azul toma espada.

Sinto uma forte pontada, é como se uma espada tivesse perfurado fundo meu consciente a dor ecoa por todo o meu corpo...

Mas comparado com aquele mundo posso suportar essa dor, por enquanto não vou me importar com esse pequeno detalhe, vou voltar toda a minha atenção e derrotá-la de uma vez por todas.

É simples, o motivo de eu não usar essa técnica desde o inicio é porque eu não sei usa-la, eu não possuo mana suficiente para mantê-la então ela consome minha energia vital para manter sua forma.

Essa técnica é mortal enquanto a espada tenta curar as minhas feridas o impacto que esses processos mágicos causam a minha mente são praticamente incalculáveis, tudo porque meus circuitos mágicos não conseguem processar tanta magia em tão pouco tempo, logo meus nervos e músculos são bombardeados pela quantidade excessiva de magia.

A cada segundo que a espada continua ativa mais deteriorada minha mente fica.

A distância entre nós é de cerca de 20 metros sabendo de suas capacidades sei que ela deve levar menos de um segundo para poder desferir o golpe final.

Porém o fim desse duelo será decidido nesse único segundo.

Minha mente esta clara eu sei a exata dimensão de minhas capacidades, já escolhi qual técnica utilizarei para derrota-la, a Lâmina Tempestuosa, uma das minhas técnicas mais poderosas, onde utilizo uma sequencia de golpes frontais, visando todas as partes do corpo de meu adversário.

Ela se aproxima, me preparo segurando a gladio com as duas mãos e quando ela chega perto o suficiente executo a rajada de golpes numa velocidade que ela não pôde se esquivar.

Foram 45 golpes mesmo assim minha adversaria não caiu, sua armadura e espadas foram destruídas mesmo assim ela continuou de pé, quão forte ela realmente é?

Estamos de costas um para o outro.

Seu corpo ficou repleto de cortes superficiais, suas roupas ficaram em pedaços, já que usei tudo isso tenho a obrigação de vencer essa luta, me viro e fico de frente para a minha adversária.

Nas mãos dela uma lança vermelha, ela utilizou a troca de classe...

—Dardo...- ela vai utilizar de sua técnica mais poderosa para tentar obter a vitória, sendo assim eu tenho de corresponder a altura.

—Espada...- Essa é a habilidade mais forte que pude desenvolver nesses anos de treinamento se não for o suficiente para vencer, eu não posso fazer mais nada.

As espadas magicas começam a se formar atrás de mim, enquanto a lança vai ganhando um brilho carmesim e começa a tremer, ambos estão dando o máximo de si para vencer.

Dois cavaleiros lutando de maneira desesperada por vingança, temos isso em comum, ela querendo se vingar pelo o irmão e eu pela minha mãe, esse duelo finalmente terá um vencedor.

Essa técnica vai iluminar o caminho a minha frente.

—Do Infinito.

 -Das Val...- ela não conseguiu a minha técnica foi mais rápida, uma diferença de milésimos de segundo as cinco espadas magicas perfuravam seu corpo, a lança perde toda a energia e vai ao chão, a ruiva caiu de bruços.

As espadas mágicas logo desparecem de seu corpo e a minha visão finalmente se esvai sem forças nas pernas meu corpo cansado exige descanso.

Mas ainda não... Ainda existe algo que eu preciso fazer, algo que eu preciso dizer.

—MÃE!!! DAI VOCÊ PODE VER SEU FILHO? ESTA ORGULHOSA? EU VOU TORNAR O SEU DESEJO REALIDADE-  Gritei o mais alto que eu pude antes de desmaiar...

—Ele venceu??????- os vários estudantes perplexos não conseguiam acreditar, uma das cavaleiras mais fortes da academia tinha sido derrotada pelo novato convencido e o pior era o fato que ela usou todo o seu potencial.

Elsword desceu a arena com o ódio em seu olhar, sentia-se na obrigação de vingar sua irmã com a espada em suas mãos seguiu até o corpo de Ronan que já havia atingido o auge do esforço.

Quando ia desferir o golpe foi impedido por Ecnard.

—Quando se tornou um covarde garoto?- o menor se assusta porém retruca.

—Ele machucou a minha irmã eu- o garoto foi cortado pelo moreno.

—Num duelo justo, os dois deram o melhor de si se quer mesmo vingar sua irmã treine e chegue ao nível do Erudon, mas devo confessar que ainda tem um longo caminho pela frente garoto- colocando a mão sob os cabelos do ruivo o moreno olhou para cima em direção a loira.

 -o que diabos essa velha tem em mente?- disse ele olhando diretamente para Lothos.

A diretora sorri no final e se retira da arena, porém Edel parecia apreensiva ao ver o garoto daquela forma, sem se importar com que pensariam foi ao encontro dele.

Enquanto isso na parte superior da arquibancada, uma garota de cabelos azuis curtos, com olhos heterocromados, parecia estranhamente interessada a terceira melhor cavaleira da academia sorria ao conhecer e presenciar tal técnica.

—Interessante em pensar que alguém que possui tamanho brilho em sua maestria entrou para a academia, utilizando apenas a primeira classe pode fazer tudo isso, as coisas realmente vão ficar interessantes- dizia ela ao passar as mãos sobre os cabelos.

—Hum... É raro vê-la assim tão empolgada Mari, se interessou pelo novato?- Perguntando de maneira direta a sua amiga a quinta colocada no rank, Amy.

—Não por ele em si, mas sim pela a pureza na condução de sua maestria, mesmo que seu objetivo aqui seja algo fútil como vingança, sinto nele uma aura pura como água que sinceramente nunca presenciei- ela ainda olhando em direção a arena

—Bom eu não vi nada disso mas se uma Rank 3 está dizendo provavelmente deve ser verdade- disse ela saindo da arquibancada sua amiga, porém continuou a observar o jovem por algum tempo até partir.

Interlúdio 2-1

001

Hum...

Acho que esse é um momento oportuno para falar de minha pessoa, se bem que essa história sobre vingança, não é particularmente uma das que mais me chamam a atenção, eu sou como alguns chamam de mal necessário outros Karina Erudon...

Ara? Não pareça tão surpreso por favor, afinal o nome Karina já não tem nenhum significado ao ser que eu me tornei, para falar a verdade, eu abomino esse nome.

Karina Erudon, uma mulher preza a ideais vazios, uma mulher que deu a vida lutando pelo que disseram a ela que era o certo.

Nunca desobedeceu nenhuma ordem.

Considera a cavaleira dentre as cavaleiras.

O maior exemplo de excelência e honra de Ernas.

Mas nem isso impediu que ela se tornasse um objeto nas mãos imundas dos humanos, tão pura, tão bela, tão ingênua.

Bom sobre o que esse pequeno Interlúdio vai se tratar?

Ingenuidade, Solidão e finalmente mortes, várias mortes.

Não sei dizer se realmente vão entender tudo o que quero mostrar, mas garanto, porém, o entretimento de vocês leitores.

 Uma história sobre ideais.

Por onde eu devo começar? Seria o ideal um início dramático ou estático?

Pelo meio, fim ou início?

Já sei, vou começar por onde mais interessa.

002

Na noite fria de 15 de dezembro.

Era um serviço relativamente fácil para ela, simplesmente uma escolta de apenas duas carruagens no caminho que interligava Serdin e Canaban, quantas vezes a cavaleira já havia feito tal trajeto?

Por isso talvez tenha ela se permitido um pouco de descanso em tempos de paz como aqueles, escoltas tinham se tornado rotina, sempre tranquilas naquele dia não deveria ser diferente certo? A família real de Canaban tinha costume de sair sempre a noite já que a viagem durava cerca de 12 horas acabavam chegando de manhã.

Na calada da noite, o silencio confortante deu espaço para o terror fora de escala, milhares de demônios cercaram as duas carruagens, os 12 cavaleiros fieis a ela lutaram bravamente para tentar proteger a família real, porém o banho de sangue foi inevitável.

Os campos cobertos de neve ficaram vermelhos de sangue, enquanto a temperatura diminuía, na medida em que a neve cai sobre os campos os demônios continuavam surgindo almejando as vidas dos nobres nas carruagens.

Um após o outro os cavaleiros foram caindo, as espadas se quebrando, o grito desesperador daqueles que temiam pela própria vida era a nova trilha sonora de fundo naquela estrada deserta.

Karina Erudon, lutava sozinha contra as hordas de demônios que pareciam ser intermináveis, mesmo dando o máximo de si ela não pode impedir tamanha tragédia.

Na alvorada onde os raios solares foram penetrando as densas arvores que cobriam os campos, a visão de puro horror foi testemunhada por ela.

Ninguém havia sobrevivido, na estrada da morte o sangue derramado a aterrorizou, a jovem não conseguiu se conter ao ver tamanha cena caiu de joelhos, as lagrimas não paravam de cair.

Será que ela não foi capaz de salvar nenhuma vida?

Não conseguiu aceitar, simplesmente não pode aceitar, começou a revirar os escombros das carruagens os poucos corpos que encontrava praticamente se desfaziam em suas mãos.

Porém ela pode ver a mão de uma pessoa saindo pelo que restou de uma das carruagens, seria possível? Um sobrevivente? Sim, realmente no meio de todo aquele desespero estava reservado um mínimo milagre.

A sobrevivente? Anyu, princesa de Canaban e a próxima na linhagem de sucessão do trono foi a única sobrevivente, coberta por sangue e um tanto desnorteada, ela dormia serenamente, foi a luz que Karina precisava, uma única vida foi o que ela conseguiu salvar, mesmo assim estava feliz.

Porém, não bastava isso, não bastou ter que lutar contra dezenas de demônios, ainda parecia que o perigo e a morte estavam no ar, ao ver ao longe um homem, capacete, armadura e até mesmo espada de cor vermelha, seus olhos negros pareciam estar a fitando, no instante que o viu a cavaleira sabia.

Não era nenhum cavaleiro de Serdin ou Canaban aquilo era muito superior, um poder divino emanava de sua aura, seus sentidos ficaram aguçados só enviavam mensagens de perigo incompreensíveis era a primeira vez que isso acontecia, seria possível? Ela sentia medo?

Ao tentar segurar sua espada sentiu o seu corpo congelar, o homem se aproximava lentamente, seus passos pesados ecoavam por toda a floresta, enquanto a princesa dormia inocentemente sob os escombros a visão do ser divino se fazia presente frente a Karina.

Suava frio, seu descontrole emocional era total, enquanto via figura do homem se tornar mais aparente, pode sentir o olhar dele sobre si, frio, o homem sacava sua espada e começava a amentar o ritmo da caminhada, até finalmente transformar aquilo numa corrida.

Sem ação Karina o deixou passar.

Ele não tinha interesse algum na cavaleira almejava apenas matar a última sobrevivente e teria conseguido, mas a ela finalmente saca sua espada e detém o homem que estava a centímetros de seu objetivo.

Um corte vertical de cima para baixo, foi esse o movimento que ele utilizou para tentar matar o seu alvo, porém ao ver que seu golpe foi bloqueado ele finalmente falou alguma coisa.

—Oh, parece que você não sobreviveu por acaso afinal?

—É o que parece... – respondeu ela num tom sarcástico.

Sem nem ao menos esperar uma resposta, ela o atacou com um chute diagonal mirando na face do seu adversário.

Ele bloqueou com certa facilidade e a jogou longe, porém ela ao menos conseguiu que ele desse atenção a ela, sem conseguir se apoiar em nada acabou batendo com as costas em uma das arvores que ficavam ao redor da estrada, a força utilizada fora tão grande que a arvore foi ao chão.

Ela sentiu enormes dificuldades para se levantar, mas era necessário, sabia que não podia continuar ali, se apoiando em sua espada já cheia de rachaduras, ela foi testemunha do poder daquele homem misterioso.

Era irracional, ultrapassava os limites físicos de qualquer ser humano, a velocidade, a força, mas principalmente aquela aura divina, o que diabos era aquele ser que estava a sua frente.

—A paz é apenas uma forma dos humanos continuarem alienados a sua forma ridícula de pensar, somente a emoção e ódio podem controlar essa espécie, alegre-se mulher estupida, ter alguém como eu explicando como as coisas funcionam é um grande privilegio- Por algum motivo ele falava como se fosse um deus.

Foi impensável alguém com uma aura tão divina falando sobre paz e estar disposto a sujar as mãos praticando massacres irracionais, mesmo assim, por algum motivo ela sentiu seu coração acelerar.

Não foi medo, não foi ódio, no meio de tanto sangue e próximo ao seu momento final de vida ela ficou deslumbrada por ele; Mulher Tola.

Ofegante, ainda estava disposta a lutar e finalmente respondeu.

—O que você diz não é verdade, os humanos são mais do que simples criaturas movidas por suas emoções, dentro de cada um deles existe uma vontade de salvar o seu semelhante, o que chamamos de humanidade, a piedade, a obrigação de fazer o bem para os nossos semelhantes isso que é ser um humano- foi a sua resposta definitiva, achou nesse discurso a força que faltava para finalmente levantar.

Sua resposta? Foram palmas seguidas de risos.

A gargalhada daquele sujeito ecoava por toda a estrada.

Nada além de mortos, aquilo a incomodou seus companheiros não conseguiam descansar em paz, não enquanto suas almas ouvissem aquela risada.

Na estrada da morte, Karina Erudon se preparava para sacrificar sua vida na tentativa inútil de salvar outra que considerou valer mais que a sua.

Porém...

Não foi isso que o destino a reservou quando se preparava para atacar o homem arremessou sua espada em direção a carruagem, sem nem ao menos pensar direito ela usou o seu próprio corpo para defender aquele ataque.

A espada a perfurou fundo, mas não fez nenhum corte, mais a dor ecoou fundo em sua alma, enquanto vagarosamente ia perdendo a consciência pode ouvir uma última frase.

—Veremos como as pessoas que você entregou a sua alma para proteger irão agradecer, até Karina Erudon- Nesse momento o peso do seu corpo triplicou e uma forte dor de cabeça roubou a sua sanidade, ela havia sido corrompida.

003

Sentenciada a morte, Karina Erudon foi acusada pelo massacre da família real, sua ficha como grande cavaleira foi ignorada a única sobrevivente daquela noite fria, a princesa Anyu atual rainha de Canaban, a condenou pessoalmente pela tragédia.

Traída, tudo que ela mais valorizava foi retirado dela, sua honra, medalhas, posto, reduzida a uma simples assassina, anos de dedicação ao reino lhe deram um lugar confortável na maior guilhotina de Canaban.

Sem um julgamento justo, a vida de Karina Erudon acabou no final da tarde de 23 de fevereiro ao som de euforia dos milhares de cidadãos que prestigiaram a execução.

Porém naquele mesmo dia uma outra coisa nasceu, dos restos e do ódio daquela cavaleira surgiu a lenda que ficaria conhecida como xxxxxx.

Parte 7

Ao despertar do seu profundo sono, Elesis Sieghart acordou um tanto decepcionada consigo mesmo, havia sido derrotada por um cavaleiro que em teoria tinha menos experiência e meios de vitória que ela.

A ruiva não sentia mais nenhum ódio de Ronan Erudon, não mais, o seu ódio agora estava voltado para si mesma.

Incapaz de vencer aquele louco, mesmo ela que tinha dado tudo de si, não foi capaz de subjugar o carrasco de seu irmão, pelo contrário encontrou a sua primeira amarga derrota nas mãos daquele homem.

Suas amigas que estavam esperando a ruiva acordar foram enxotadas da sala com uma certa grosseria.

—Como alguém como ele pode ter um brilho tão puro em sua lamina, como que alguém que é capaz de fazer tamanha atrocidade ao meu irmão é mais puro que eu em sua maestria?- em meio a lagrimas seus questionamentos não eram respondidos.

Enquanto no quarto ao lado, o jovem Ronan Erudon era repreendido.

—Idiota bem que eu te avisei para não usar aquela habilidade esta em péssimas condições, seus circuitos mágicos estão completamente sobrecarregados- A loira que vestia um terno feminino um tanto justo, que marcava bem suas curvas, apesar de seus 34 anos a mulher era bastante atraente, desabafa enquanto fumava cigarro.

—Tsc, não se preocupe tenho ciência do nosso acordo não pretendo morrer antes de cumpri-lo- o garoto disse sem olhar diretamente para ela.

—Ah eu já ia me esquecendo, como você conseguiu um duelo bem no seu primeiro dia não pude te entregar as chaves do seu quarto no dormitório, terceiro andar, quarto 3F- ela jogou as chaves na cama.

Quando já estava saindo do quarto se lembrou.

—Aquela sua técnica que eu avisei para não utilizar está corroendo seu braço direito, vai precisar tomar essas pílulas a partir de agora se quiser continuar com os dois braços, uma de manhã e outra à noite todos os dias- arremessando a sacola de remédios na cama novamente.

—Recomendo que não entre em nenhum duelo nos próximos três dias se não pode ser desastroso para os seus circuitos, enfim, não seja burro, nos vemos no sábado, idiota- foi à última coisa que ela disse ao sair da sala.

Finalmente a grisalha se manifesta.

—Ronan, você deixou madame Lothos irritada, você foi muito imprudente ao utilizar aquela técnica nesse estado- Ela que estava sentada numa cadeira ao lado da cama, cortava uma maçã enquanto falava com ele.

—Eu teria perdido se não tivesse usado, como eu poderia sonhar algum dia em derrotar os mais fortes entre eles se não sou capaz de ficar na mesma arena sem usar os meus trunfos contra uma mera Rank 12?- ele parecia estar extremamente triste.

—Não vejo as coisas dessa maneira... Não entende o que fez? Derrotou uma cavaleira de segunda classe que já venceu até mesmo cavaleiros de terceira classe, o que fez hoje foi impressionante- Edel tentava consola-lo, olhava diretamente para o amigo segurando as mãos dele.

—Ainda não é o suficiente, eu preciso de mais só com isso não vou conseguir o que tanto almejo, preciso de mais, muito mais- o garoto dizia determinado.

—Ronan...- a amiga dizia cabisbaixo.

Naquela enfermaria ninguém estava satisfeito com o resultado final...

O jovem Erudon andava um tanto depressivo pelo campus da academia, ele finalmente havia sido liberado da enfermaria, mas definitivamente estava insatisfeito quase havia sido derrotado, seu braço esquerdo estava inutilizável em suma ele não conseguia utilizar magia.

Não, não está correto ele não deveria utilizar magia, bem avisado ele se sentia inútil, afinal qual era a utilidade de uma habilidade que ele não conseguia usar?

Sentou-se num banco na praça principal, o local estava relativamente cheio, mas ele não esperava encontrar ninguém conhecido perdido em seus pensamentos não se deu conta da jovem cavaleira a sua frente.

De cabelos azuis curtos, olhos heterocromáticos e uma expressão nem um pouco agradável, afinal ela estava tentando chamar a atenção dele já tinha certo tempo.

—Ei, por quanto tempo pretende me ignorar?- A jovem vestia um belo vestido azul florido, carregava uma pequena bolsa, dessa vez estava sem seus óculos, Ronan conclui que o motivo era simples, tudo indicava que a jovem tinha um encontro ou algo do tipo.

—Ah perdão estava distraído, mas o que será que a terceira cavaleira mais forte da academia iria querer comigo?- O garoto a respondeu, ele não olhou diretamente para ela fixava seu olhar no chão.

—Hum? Nada... Para falar a verdade só aconteceu de nos encontrarmos aqui, então como a minha companhia não chegou ainda que tal sairmos juntos?- Ela fez aquilo parecer à coisa mais normal do mundo, por um momento Ronan achou que fosse uma brincadeira.

Porém ao perceber que ela já segurava a sua mão, ele simplesmente respondeu.

—Devo estar sem nada para fazer... só assim para engolir uma desculpa ridícula como essa, tudo bem, onde deseja ir madame? - ao fazer reverencia a garota riu, ele sinceramente não sabia o motivo, entretanto a presença dela ali o tranquilizou.

...

Os dois estavam em um restaurante um tanto afastado da cidade, para falar a verdade era quase no interior mesmo assim parecia ser extremamente chique, o lugar possuía dois andares sendo que o segundo não tinha cobertura, era apenas banhado pela imensa beleza do luar.

Sentados próximos à sacada, os dois ainda não tinham falado nada um com o outro, no caminho a conversa abordou apenas temas corriqueiros, nada muito relevante, tinham acabado de pedir os pratos.

Mari pediu um canard à l’orange*.

Enquanto Ronan ficou com um Lapin à la moutarde*.

O que pediram para beber foi um vinho branco, após o garçom se despedir a jovem mulher friamente perguntou enquanto mexia nas pontas dos cabelos.

—Por que não matou Elesis Sieghart?- O garoto se surpreendeu a primeiro momento, porém no final sorriu e respondeu.

—Porque eu não consegui- respondeu a olhando fixamente.

—Mentira... No momento em que aquelas espadas iriam tomar a vida de sua inimiga você desmaterializou a forma física, mas não se preocupe das pessoas que estavam na arena provavelmente somente outra pessoa ali pode ver essa sua atitude, por que fez isso?- Ela continuava fria.

A reação de Ronan foi totalmente diferente da anterior, desfez o sorriso parou de fita-la e passou a olhar somente para as estrelas e então respondeu.

—Entendo, por isso que me chamou até aqui, realmente o título de terceira melhor cavaleira da academia não é algo vazio... Motivo é?- O garçom veio com a bebida, ele provou o vinho e continuou a falar.

 -Será que é tão estranho assim? Quero dizer um cavaleiro que não mata? - ao terminar a frase, Ronan voltou a encara-la.

Mari porém, teve dificuldades de absorver a nova informação, mas ao perceber o quão contraditório era o que Ronan falava ela se pronunciou.

—Um cavaleiro que não mata? Isso é ridículo como algo assim pode existir? Os propósitos dos cavaleiros nessa era é manter a paz a qualquer custo, alguém que não tem coragem para retirar uma vida é apenas um covarde, como alguém assim pode almejar vingança.

No momento que a garota terminou a frase ele se pronunciou.

—Realmente o fato de que almejo vingança é inegável, porém mesmo que eu viva por algo vazio como a vingança não espere que eu jogue no lixo tudo que a pessoa que eu mais amei me ensinou- Ela se surpreendeu, entretanto não o interrompeu.

—Minha mãe era uma cavaleira também e seguiu o que ela acreditava até o fim, sem matar, porém sem nunca deixar ninguém próximo morrer, seja amigo, seja inimigo, um caminho livre de sangue um mundo onde ninguém sofresse e um sonho que ela acreditava que era possível- finalizou.

Sob o brilho intenso da noite Mari descobriu por que maestria daquele homem era tão pura.

—Essa mesma mulher que no final de sua vida se arrependeu e cometeu suicídio- sua nova colega completou a história o que não surpreendeu o rapaz.

—Realmente no final da vida dela ela se arrependeu amargamente de tudo o que tinha feito, de não ter se vingado e praguejou intensamente os Siegharts, minha mãe não conseguiu carregar o peso do mundo, porém não quer dizer que as coisas que fazia estavam erradas- o rapaz rebateu.

—O que sua mãe fazia estava errado sim por colocar a vida de outras pessoas à frente da própria, acabou sucumbindo ao desespero alguém que vive única e exclusivamente para os outros não é nada mais do que apenas um boneco, as pessoas usaram e o descartaram- A garota achou aquilo ridículo, não se conteve nas palavras.

Ele ficou em silencio por alguns instantes e então disse.

—Não é esse o propósito dos cavaleiros que lutam e matam por justiça? Sujar as mãos por pessoas e ideais, a ideia de justiça dos cavaleiros é pura hipocrisia, cavaleiros não podem salvar o mundo apenas podem manter uma ideia ridícula de paz.

—Paz... Essa é a pior palavra para descrever a atual situação, um tirano governa esse reino os pobres a maioria das pessoas sofrem e morrem por uma minoria, eu simplesmente não posso aceitar essa situação, a maioria não pode ser sacrificada para manter o bens e a boa vida dos reis e cavaleiros “justos”.

—Cavaleiros... Simplesmente uma conotação diferente para assassinos, mas se pensa que sou como minha mãe se pensa que eu não sou capaz de matar está enganada, se for pelo bem de uma maioria eu mataria até mesmo o que é mais importante para mim, se isso for ajudar a maioria ou se for salvar o mundo.

—Logo é obvio... Cavaleiros não podem salvar o mundo... A cavalaria não passa de uma forma de controle do soberano sobre os outros, apenas ferramentas nas mãos de homens loucos e eu sou um mero assassino, a história não irá falar sobre mim, não haverá nenhum depoimento ou mesmo registro da minha existência.

—Eu vou salvar esse reino, independe do que eu tenha que perder esse é o meu verdadeiro objetivo, Mari.

A cavaleira respondeu.

—Você realmente é tão puro quanto a sua espada e magia mostram, eu- no momento em que ela iria terminar a frase, o ambiente foi tomado pelos gritos das pessoas próximas ao restaurante, no mesmo instante eles estavam cercados por pessoas encapuzadas, de vestes vermelhas e usando todo o tipo de armas, estáticos não se mexiam.

Ronan se levanta rapidamente e saca sua espada, Mari continuou sentada.

—São vocês os responsáveis por esse massacre? - Ronan fez a pergunta diretamente, porém não houve nenhum tipo de resposta.

Pelo contrário quando o garoto terminou a frase todos eles partiram para cima dele.

Interlúdio 2-2

A floresta negra é um território ainda pouco explorado em Vermécia, suas grandes árvores e bosques profundos, torna a exploração ainda mais complicada os poucos homens que se aventuraram nesse território nunca mais foram vistos.

Caminhando lentamente por um dos bosques uma jovem mulher caucasiana de longos cabelos negros como a noite mais escura, suas vestes um vestido roxo longo a destacavam na floresta, o seu semblante era semelhante à de uma rainha, enquanto acariciava levemente as flores que cresciam nos floridos campos.

A iluminação do ambiente era precária as imensas árvores impediam que a luz solar penetra-se de maneira adequada logo, apenas poucos raios solares iluminavam o ambiente mesmo com tão pouca luminosidade o local não perdia nenhum pouco de sua beleza.

A jovem caminhava lentamente parecia desfrutar de cada traço de beleza natural do ambiente, era no mínimo interessante ver que uma mulher com tamanha beleza estaria num local tão desolado.

Mas, ela definitivamente não estava sozinha, não demorou muito para ser cercada por um grupo de quinze pessoas, todas encapuzadas suas vestes eram vermelhas, a única coisa que podia ser vista de seus rostos eram os lábios.

Não havia dúvida, com certeza se tratava do culto da bruxa.

Cazeage, a bruxa dimensional, rainha da escuridão, o mal encarnado, tantos e tantos adjetivos diferentes para se referir a mesma pessoa, pessoa...

O monstro que ameaça Ernas.

Os mesmos sujeitos que as cercavam logo se ajoelharam perante a mulher, sim não havia mais dúvidas a bela mulher se tratava de Cazeage.

—Minha senhora recentemente encontramos o paradeiro do jovem cavaleiro, ele se encontra estudando na academia de cavaleiros de Serdin - dizia o que estava a sua frente.

—Poético, ela planeja me vencer utilizando um mero vingador, o garoto da Karma vive unicamente por uma vingança sem sentido, mesmo assim as esperanças dela estão depositadas nele- Cazeage falava enquanto passava as mãos pelo tronco de uma grande árvore.

—Karma foi uma mulher que se recusou a machucar os outros, recusou utilizar sua espada como arma viveu por um amor inútil, foi enganada, traída, desistiu dos próprios ideais e no fim de sua vida sentiu o amargo gosto do arrependimento- enquanto as folhas caiam lentamente pelo ambiente ela continuava.

—Continue o relatório.

—A alcunha do Erudon é “O Demônio Azul” sua luta final para admissão na academia foi contra Elsword Sieghart, à luta foi soberba por parte do Erudon o garoto não teve a mínima chance.

Um vento forte soprou pelo bosque, parecia ser o início de uma tempestade a luz solar gradativamente diminuía e finalmente ela fez a pergunta.

—Ele o executou? Matou o garoto na frente da plateia por vingança? Se sua alcunha possui a palavra demônio então, o garoto deve ser alguém que faça frente a um demônio na crueldade- ela riu ao dizer isso, se sentou na base da árvore enquanto o homem havia se levantado e estava sentado ao seu lado.

—Não minha rainha, depois de vencer a luta ele largou a gládio- ela ri novamente.

—Hilário, realmente ele é filho da Karma, mesmo quando ele não tinha nada a perder, mesmo quando o mundo provou a ele que idealismo era inútil o garoto continua utilizando sua arma da maneira errada, algo que não segue um proposito deve ser descartado, as armas são feitas para matar a justiça é a arte de sobrepor uma maioria sob uma minoria- em meio as primeiras gotas de chuva, ela continua seu discurso.

—Um cavaleiro que não mata é uma piada, o proposito dos cavaleiros é matar pela maioria, pelo reino, pelas pessoas que eles amam, sendo assim qual a diferença entre um cavaleiro e um assassino? Nenhuma... É só uma questão de pontos de vistas mesmo que eu tivesse demorado tempo demais para perceber isso, traga o garoto aqui sei que consegue fazer essa simples tarefa, mestre das armas- o homem simplesmente sumiu assim como o grupo, após receber a ordem imediatamente eles deixaram o recinto, finalmente a chuva realmente começa.

A floresta se deleitava da chuva, os pássaros ficavam em silencio e toda floresta se calava, pareciam respeitar aquele momento.

Em meio à chuva a bela mulher aproveitou a oportunidade para descansar, dormiu serenamente sob a grande árvore.

 

Parte 08

Vários homens cercavam o restaurante em que os dois estavam Ronan mesmo desarmado se preparava para o combate enquanto, Mari ainda permanecia sentada.

Armados com espadas, lanças e até mesmos arcos, os homens que vestiam vermelho iniciaram a luta, o garoto partiu para cima de um dos espadachins o mesmo reagiu com uma estocada em direção ao rosto do azulado.

Desviando com certa facilidade devolveu com um soco certeiro no queixo de seu inimigo o fazendo soltar a espada, nesse momento o cavaleiro se aproveitou da oportunidade e agarrou a espada no ar, correndo para o próximo inimigo.

Seus adversários simplesmente não faziam frente à maestria dele, vários caiam sobre o chão o incrível era que ele não executava cortes mortais, eram apenas cortes superficiais fortes o bastante para o adversário pensar duas vezes antes de atacar.

Seu braço direito latejava de dor mesmo que não usasse nenhum tipo de magia, o simples fato de empunhar a espada já ia consumindo sua mente.

Mas de fato o rapaz não podia parar, pois se parasse as pessoas ao redor estariam em extremo perigo, se parasse vidas seriam levadas por aqueles homens, tinha de continuar não era uma luta por vingança ou algo do tipo, mas sim, uma luta para proteger as pessoas por isso ele dava o máximo de si.

Mesmo que suas habilidades fossem extremamente superiores, ele ia recebendo dano, cortes superficiais e até mesmo alguns profundos, rosto, braços, peitoral, o seu uniforme novo já estava em flagelos mesmo assim ele não diminuía o ritmo daquela luta.

Já havia derrubado vários deles porém, parecia que cada um que ele vencia outros 3 entravam no lugar, não demorou muito para ficar completamente cercado, sem saída plausível ele se vê numa encruzilhada, apelaria a magia para sair daquela situação ou continuaria tentando lutar sem ela?

Mas Ronan sabia que no momento que usasse magia o seu braço direito não ia aguentar a pressão dos processos mágicos e os seus circuitos já avariados seriam destruídos, os bandidos porém, não dão espaço para o jovem respirar continuam o ataque de maneira furiosa.

Porém...

Acertados por uma massa de energia massiva os que avançaram contra o azulado foram jogados longe, o garoto sabia exatamente o que era aquilo... La Geas, a arma lendária de sua veterana.

—Ronan deixe eu te perguntar uma coisa... Você tem alguma magia de bloqueio que possa resistir a um ataque em área e proteger as pessoas do restaurante?- a voz dela não passou nenhuma emoção e ele apenas confirmou com a cabeça.

Recuou com certa dificuldade, ele sabia...

No momento em que usasse magia o seu braço esquerdo não conseguia processar nem o mínimo de magia, usar uma técnica de bloqueio forte o suficiente para bloquear um ataque em área poderia danificar severamente o seu membro.

Mas o que isso deveria significar? Deveria ele deixar todas aquelas pessoas morrerem? Mesmo que lutasse por vingança não significava que havia deixado os ideais da cavalaria de lado.

Naquela noite serena...

Ronan Erudon o demônio azul, estava preste a se sacrificar para salvar pessoas que ele nem mesmo conhecia.

Mari não hesitou, assim que conseguiu a mínima abertura utilizou a técnica.

—Supernova- ao usar o potencial máximo de sua classe quatro catalisadores disparam em conjunto um raio congelante, nesse mesmo momento.

—Escudo de Vento!!!- ele entoa o feitiço... Escudo de Vento uma técnica superior de defesa, ao cobrir uma grande área ele nega qualquer tipo de efeito causado por qualquer magia, a técnica de defesa superior dos Erudons dizem que somente Karina Erudon conseguiu a maestria dessa técnica.

Ao mesmo tempo a Supernova era uma adversaria a altura, uma técnica tão poderosa que podia mudar o clima de uma região inteira, diminuía a temperatura do ambiente até o zero absoluto onde até mesmo a menor partícula congelava, logo o pico da técnica era -273,15°C e se mantinha assim por longos 8 segundos.

O preço a ser pago pelo Erudon ao utilizar magia foi alto, seu braço era dilacerado cada milésimo de segundo que passava a sua mente era bombardeada pela dor incontrolável, os seus nervos e sua mente imploravam para que ele parasse de utilizar tal técnica, mesmo assim.

Ronan aguentou os longos oito segundos, ao final sua técnica simplesmente desmoronou não havia mais risco nenhum a temperatura havia subido a -2°C e continuava a aumentar lentamente.  

As pessoas rapidamente correram do local, o garoto encostou em uma parede, não tinha forças o suficiente para se manter de pé seu braço esquerdo estava estático o sangue havia o coberto.

Enquanto a neve caia lentamente, em questão de segundos a paisagem daquela área havia mudado drasticamente, as belas árvores estavam congeladas até mesmo os pássaros, tudo havia congelado.

Os bandidos encontravam a morte lenta por congelamento.

—Incrível! Em pensar que você teria em sua primeira classe uma técnica de defesa tão poderosa capaz de anular os efeitos da minha técnica mais forte, realmente eu estava certa em meu julgamento- ela se aproximava dele.

—Oh meus parabéns vocês parecem ter cuidado bem de meus subordinados, apesar de serem apenas marionetes... Me chamo Gale- o homem mostrava seu rosto completamente, cabelos castanhos curtos bagunçados, olhos verdes, estava sem capuz e não empunhava arma alguma e se aproximava lentamente.

—Vejamos agora como vão se sair contra esses- sem conter os risos, um muco negro foi tomando todo o solo, o ambiente era tomada pela energia negativa e depois de algum tempo, Ronan e Mari viram do que aquilo se tratava.

—Cada cavaleiro aqui falhou em seu proposito em vida, morreram se arrependo do fundo de sua alma, sem aceitar que tinham atingido o fim de suas vidas entregaram as suas almas a Bruxa do Vazio, onde nossas esperanças e crenças são depositadas-enquanto ele gritava, os cavaleiros avançaram com fúria contra os dois.

Em posse de todos os tipos de armas, magos, lanceiros, cavaleiros, não havia o mínimo de razão nos seus atos, enquanto avançavam ferozmente, balbuciavam o nome da Bruxa.

—Cazeage...Cazeage...Cazeage...Cazeage...Cazeage...Cazeage...Cazeage...Cazeage...Cazeage

Os primeiros foram exclusivamente em direção ao cavaleiro azulado, mesmo com a espada improvisada conseguiu de alguma forma se defender, mas eram completamente diferentes seus adversários estavam literalmente em outro nível.

Enquanto o seus movimentos ficavam mais lentos e sua visão turva o garoto dava o máximo de si para conseguir apenas atrasa-los, mesmo que sua desvantagem fosse obvia.

Quando a Mari tentou ajuda-lo foi cercada por outra horda de cavaleiros negros.

—Hum... Entendo seu corpo não suporta a quantidade de magia que sua maestria precisa, logo não pode usar o teu potencial máximo, ou seja, é inútil mesmo que possua um arsenal de técnicas de que vale se elas vão te levar a destruição?

Gale falava enquanto os cavaleiros haviam cessado seu ataque, os magos e arqueiros armavam seus encantamentos e em poucos segundos disparam contra o garoto.

Parte 9

Meu corpo estava em pedaços, definitivamente em pedaços, mesmo que a velha tenha me dito para que não usasse magia é impossível sobreviver a esses ataques sem recorrer a ela...

O ultimo presente de minha mãe ao tentar acabar com nosso sofrimento foi selar os meus circuitos mágicos, bom quando utilizei aquela técnica contra a Elesis eu acabei destruindo o selo junto de meus circuitos.

Logo, no momento atual os únicos circuitos que me restam estão no meu braço esquerdo e esses já estão bem avariados, porém qual escolha eu tenho agora...

Os projeteis estão a caminho...

—Trigger Off- o ultimo limitador aquilo que me mantinha vivo, não existe mais...

Há centímetros do meu rosto eu finalmente entoou o encanto.

—Escudo de Vento- os projeteis foram repelidos, mas no mesmo momento em que os disparos cessam vejo a minha frente um enorme cavaleiro, esse devia ter pelo menos dois metros e meio agarrando um machado gigante em meio a berros ele parte para cima.

O gigante vinha como um louco desprezava tudo que estava em seu caminho, às mesas e cadeiras eram destruídas enquanto se aproximava numa velocidade assustadora, me mantenho imóvel não era preciso que me movimenta-se.

Desferindo um corte diagonal da direita para a esquerda, sua força é inquestionável se eu for atingido diretamente com certeza serei partido ao meio, então só existe uma coisa que eu posso fazer.

Preciso vencê-lo antes que ele consiga me acertar, já decide qual técnica irei utilizar para dar um fim a isso, não adianta me desgastar para vencer apenas um inimigo, se vou usar a minha mana de maneira idiota que seja para vencer todos.

Jogo a espada para cima e agarro com a mão esquerda.

Fincando a espada no chão com toda a minha força...

—Golpe de Canaban!!!

As espadas magicas perfuram fundo todos os as cavaleiros próximos a mim, milhares de espadas começaram a surgir do circulo mágico que se formou no chão, quando sua força vital desparecia seu corpo derretia.

Porém ao usar aquele ataque minha arma simplesmente se desfez eu abusei das capacidades daquela espada.

Gale ria, estava extremamente satisfeito.

—Sim, era isso que eu queria ver realmente esse poder é digno de um cavaleiro arcano, lindo- ele tomava certo ar e voltava a gritar- Quanto mais eu sinto esse poder maior é a minha vontade de lutar contra você.

No instante que ele terminou a frase iniciou seu ataque, aparentemente desarmado estava se aproximando rápido, porém quando chegou próximo o suficiente um montante gigante surgiu em suas mãos e ele executou um corte vertical de cima para baixo.

Quando notei a arma pude dar um salto para trás e isso definitivamente impediu que Gale terminasse aquela luta ali...

A força do golpe fora tanta que o chão na suportou e parte do segundo andar foi ao chão abrindo um enorme buraco entre mim e o homem.

—Pode não parecer, porém eu já fui um Grão Mestre de Armas de um reino já esquecido, um lugar que sucumbiu a uma guerra eterna e foi destruído por milhares de demônios- ao terminar dizer isso a montante desapareceu.

Era imprescindível que eu tivesse uma arma, sem perder tempo projetei uma espada de gelo utilizando o meu braço esquerdo, o que eu estava fazendo facilmente poderia ser considerado suicídio, os circuitos mágicos se sobreaqueciam enquanto meu corpo literalmente se partia.

Minha mente enviava sinais de perigo a todo o momento, a única coisa que passava pela minha cabeça era forte dor que aqueles processos em excesso causavam, meu subconsciente gritava.

Corte o braço

Corte fora o braço

Quanto mais tempo levasse aquela luta, menores seriam minhas chances de vitória, então com a espada em mãos parti para cima com tudo que me restava.

Apostando tudo num corte diagonal, Gale se defendeu com vários escudos que surgiram e o protegeram a espada de gelo se quebrou e recebi um forte chute no peito fazendo com que eu recuasse um pouco.

Se aproveitando dessa chance ele iniciou uma sequencia de cortes utilizando duas espadas, a única coisa que pude fazer foi tentar me esquivar porém, foi inútil a maioria deles me acertaram em cheio, finalizou com um forte golpe de martelo que me jogou com força a parede.

O golpe fora tão forte que a parede caiu e meu corpo ficou jogado na fachada do restaurante, com muita dificuldade consigo ficar de pé.

—Oh então conseguiu sobreviver aquela sequencia de golpes impressionante, não consigo esconder a minha surpresa o fato de ter sobrevivido é que por algum motivo partes do seu corpo estão se tornando duras, duras como aço.

Ele está enganado não estão duras como aço, estão duras como gelo a cada corte e órgão que ele destruiu, meu braço esquerdo transformou em gelo e vai continuar assim afinal esse braço se nega a me deixar morrer.

—Bom de qualquer forma vou acabar logo com isso, venha meu arsenal- Gale disse por fim.

Milhares de armas surgirão do chão, espadas, lanças, montantes, machados, mosquetes todos os tipos de armas ele virou todas elas contra mim e as disparou.

Forçando meu braço esquerdo novamente, uso de minha técnica de defesa mais forte.

—Escudo de Vento.

Cada espada, cada projetil e cada flecha, me proporciona uma dor insuportável, a minha mente estava entrando em transe porém, resisti até a ultima arma Gale partiu para cima ferozmente, esse foi o seu grande erro...

Ele acabou com sua vantagem de terreno ao saltar do restaurante até a fachada.

Sem perder tempo projeto outra espada de gelo, quando ele estava a centímetros de executar o golpe final utilizando uma adaga...

—Colisão Arcana- quando disse isso Gale não pode fazer mais nada.

Seus dois braços tinham sido cortados seu corpo estava no ar enquanto eu estava um pouco acima dele.

—Cansei de ver suas armas Grão Mestre... Abra caminho!- um corte vertical o dividiu em dois quando suas partes caíram ao chão derreteram e desapareceram.

Enquanto derretia ele disse.

—Maldito seja arcano...

Quando fui ao chão meu corpo não parecia ter sofrido nenhum trauma, mesmo minha mente parecia ter certa ordem.

—Nossa! Você cuidou do cara forte... Que pena eu queria poder pelo menos me divertir um pouco com ele ma- não consegui escutar o que ela disse depois... Para falar a verdade foi quase como se meus nervos estivessem em chamas, minha mente simplesmente se desligou.  

Interlúdio 2-3

Inútil...

Imprestável...

Inconsequente...

O som do vento assoprando pelas colinas vazias daquele já esquecido ambiente, os corpos continuavam a se mexer destinados ao sofrimento eterno naquele maldito lugar, em meio às colinas um lago morto exalava o cheiro podre das carnes queimando.

Quente... Definitivamente fervia.

E como fervia.

Mas aquilo não era sofrimento o suficiente, enquanto sua pele derretia os carrascos sem rostos os retalhavam e empalavam seus órgãos e ficavam assim até serem digeridos pelos corvos.

Era assim o dia-a-dia naquele lugar... HADES...

O garoto porém estava preso a cadeira, no alto da maior colina ele apenas podia ver tamanho desespero e lamentar, enquanto as doces mãos pareciam acariciar o seu rosto.

A bela mulher circulava a cadeira pela qual o jovem cavaleiro estava preso, se aproveitava de cada momento que podia.

Enquanto gemia ao toca-lo ela estava em êxtase.

—Que aura perfeita, seu corpo, sua alma, seu ser... Tudo, Tudo é tão lindo em você, Ronan- A mulher de longos cabelos negros parecia apreciar cada segundo.

—Você não precisa sentir medo... Afinal logo estaremos juntos e permaneceremos assim por toda a eternidade.

Parte Final

—Hum, será que realmente está tudo bem?- Ronan estava zonzo, não conseguia ouvir muito bem sua visão estava turva, enquanto seus sentidos pareciam adormecidos.

A voz doce da jovem de cabelos azuis o aliviava.

Seus membros estavam dormentes, enquanto abria seus olhos devagar a ouviu dessa vez em alto e bom som.

—Ara!? Vejo que está acordado, perfeito isso facilita bastante- vestida com roupas casuais, um short azul curto e uma blusa branca com um desenho infantil de um coelho, Mari se atentava a todos os detalhes, analisava o cavaleiro de cima a baixo.

Sim, eles estavam no quarto dela, onde mais ela poderia estar vestida tão casualmente?

O pequeno cômodo provia apenas de uma cama grande de casal, coberta com lençóis de cor azul, completamente desarrumado, para falar a verdade aquele quarto era uma desordem generalizada.

—Bom... Por onde devemos começar?- Perguntava a mulher enquanto ajeitava seus óculos.

—Que tal pelo inicio? O que aconteceu depois que eu desmaiei?- forcando um sorriso, Ronan responde a pergunta.

—Antes disso quero que me responda algumas perguntas Ronan, por enquanto vamos deixar essa sua de lado- Ela parecia seria e por algum motivo não parava de olhar para o rapaz.

—Tudo bem, pergunte.

—Sente algum desconforto? Consegue sentir e mexer os membros do seu corpo?- Ronan não entendeu o motivo da pergunta, porém fez o teste.

Não pode mover nenhum dos membros, mas pode senti-los, com exceção do braço esquerdo, não sentia nenhum enjoou ou algo do tipo.

—Não sinto nenhum tipo de desconforto, apesar de não ter conseguido mexer os membros do meu corpo consigo senti-los, apesar de não sentir meu braço esquerdo provavelmente está tudo bem comigo- ele disse calmamente.

—Ótimo agora vou responder a sua pergunta, depois que você desmaiou seu braço esquerdo começou a curar seu corpo, mesmo que a sua mente estivesse inconsciente porém, eram processos mágicos intensos demais se isso continuasse sua mente não ia aguentar seu corpo estaria curado, mas sua mente teria sido destruída então eu o amputei- Ela disse a ultima frase com um pouco de pesar.

—Não se preocupe, eu o coloquei de volta depois que terminei de cura-lo, mas os efeitos que seu braço tem sobre seu corpo aumentaram drasticamente, se eu o deixasse livre0 ele destruiria a sua mente, é como se seu braço fosse ativado por um gatilho, porém esse gatilho não existe mais.

O garoto se lembrou da luta no restaurante.

“Entendo como eu desmaiei e já tinha usado um grande poder no mesmo dia isso fez com que o meu gatilho fosse suprimido pelo meu braço...”

Mari o desamarrou, quando livre, ele não pode deixar de olhar o seu braço esquerdo, estava coberto por um manto azul.

 -Mas o que é isso?- Ele a perguntou, nunca tinha visto nada desse tipo antes, era fino estava cobrindo desde o ombro esquerdo até próximos aos dedos, porém o que mais incomodava era o fato de não conseguir mover um dedo.

—Esse pano que cobre o seu braço é uma das minhas invenções, eu o chamo de Manto do Sudário, originalmente eu o desenvolvi para selar a mana de tudo que ele envolve, bom no seu caso à função dele é de impedir que os circuitos mágicos de seu braço esquerdo entrem em contato direto com o seu cérebro, mas entenda ele por si só não consegue conte-lo por completo então não baixe sua guarda- Mari falava serio, apesar de não demonstrar nenhum tipo de reação enquanto falava, sua voz passava o seu descontentamento.

—Outra coisa você pode retirar o Manto quando quiser, mas saiba que quando retira-lo será seu fim, tirar esse Manto significa assinar a própria sentença você vai morrer não é questão de si é quando, se retirar esse manto a bomba relógio ativa.

—E por fim, não espere conseguir mexer esse braço nos próximos dias, logo vai poder movimenta-lo, porém usar magia antes de aumentar as suas capacidades é suicídio, retire esse manto apenas quando atingir sua segunda classe.

—Entendo... Obrigado você salvou a minha vida, tem alguma coisa que eu ainda preciso saber?- ele se levantou do sofá sentiu-se um pouco tonto quando se levantou, mas nada muito forte.

 -Quero dizer que não fiz isso de graça você vai ficar me devendo Ronan- Quando Mari disse isso, Ronan assentiu e se despediu.

Ainda era de madrugada quando saiu do dormitório feminino, as estrelas e a lua eram única luz que iluminava o campus deserto, quando mais se afastava do quarto de Mari sua mente parecia ficar cada vez mais fraca.

—Hnh, que droga... Esse braço resolveu dizer que ainda tá vivo agora?- A dor estava invadindo seu ser, era como se fosse ele estivesse congelando, sentia seu corpo todo esfriar.

—Ela falou sobre isso... tsc, tenho que me manter concentrado se não meu corpo vai congelar- o cavaleiro fechou os olhos.

“Imagine uma barreira, algo que faça com que esse meu braço não continue invadindo o meu corpo, se acalme, você precisa se acalmar”.

Após manter o foco, o seu corpo foi esquentando novamente.

Ofegante, quando abriu seus olhos novamente pode ver a sua frente estava uma presença um tanto perturbadora.

Uma mulher de longos cabelos negros, roupas negras, usava uma lança e seu rosto estava escondido sob uma mascara, a mascara lembrava muito o rosto de um gato, era branca, com alguns traços vermelhos próximos aos olhos e boca.

Ronan conhecia aquela lança, porém estava paralisado na mera possibilidade daquilo ser verdade, porém.

—Counterfeit.


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Notas finais do capítulo

Bom o que acharam? Ficou melhor tudo junto?
Essa semana ainda inicio o próximo arco...
Nos vemos em breve
Anunciem qualquer erro de português : )



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