Uma nova chance escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 8
Gustavo


Notas iniciais do capítulo

Oiii, primeiramente queria agradecer pelos comentários de Sassy Bunny e TwinkleVenus. Fiquei muito feliz com as palavras deles. Os comentários me deram alegria para escrever esse capítulo hoje mesmo. Esse de todos os capítulos que escrevi é o meu favorito. Espero que gostem. Boa leitura e abraços.



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Gustavo comprou as primeiras passagens para a cidade em que estava o asilo quando soube que sua mãe estava doente. Ele sentiu um forte medo de perder a mãe. Medo este que veio acompanhado de remorso. Ele sabia que não havia sido um bom filho. Que havia praticamente abandonado a mãe.

O homem sabia que tinha que ser um filho melhor. Toda noite quando ele deitava na cama sua consciência lhe acusava disso. Assim como lhe acusava de não ser um pai tão bom assim e um profissional que poderia ser melhor. Toda noite ele antes de dormir, ao ouvir as vozes da sua consciência, ele prometia que no dia seguinte iria ser uma pessoa melhor. Iria passar mais tempo com seus filhos gêmeos, iria ser um profissional mais honesto e iria visitar a mãe e implorar o seu perdão. Mas no dia seguinte ele não fazia nada disso. Continuava a sua rotina e de noite prometia as mesmas coisas para si mesmo. As mesmas promessas que sabia que não iria cumprir.

Mas ao saber da doença da mãe algo mudou. Foi como se ele tivesse tido um choque de realidade. Como se tivesse visto que vida é muito delicada e que coisas inesperadas acontecem. Que se ele não fizesse alguma coisa para mudar ia acabar sendo a mesma pessoa pelo resto da vida. Que nunca ia conseguir reparar seus erros e ser uma pessoa melhor. A vida não para, nós que temos que parar para resolver nossos problemas.

Gustavo temia o encontro com a mãe. Tinha medo dela lhe jogar na cara tudo que ele havia feito. Tinha medo de um grande conflito. Tinha medo de apenas piorar as coisas. Tinha medo de ser tarde demais para consertar as coisas entre eles. Exatamente por causa desse medo ele resolveu levar seus filhos. Ele pensou que ao ver os netos sua mãe ficaria mais calma e não brigaria com ele.

Sua filha Bianca ficou toda animada para rever a avó. Ela disse que fazia muito tempo que não a via. Que nem lembrava mais direito dela. Seu filho Bruno não ficou muito animado, mas também não reclamou. O menino andava meio estranho. Muito calado. Ele sentia que o seu relacionamento com o filho estava muito distante. Gustavo iria tentar melhorar o seu relacionamento com o filho, mas somente depois de resolver o seu com a mãe.

Sua esposa preferiu ficar. Estava grávida do terceiro filho deles. Tinha que descansar e uma viagem iria a deixar cansada. Gustavo falaria para a mãe que ela seria avó mais uma vez. Isso a deixaria feliz. Ele sentiu uma onda de tristeza ao pensar que talvez sua mãe não vivesse para conhecer o neto.

Bianca reparou a tristeza no rosto do pai e perguntou o que ele tinha. Gustavo não quis deixar a filha preocupada e disse que não era nada.

O ônibus não demorou muito a chegar ao destino. Mas de alguma forma o caminho pareceu longo demais e triste demais para Gustavo.

Suas mãos estavam suando quando ele entrou no asilo e falou que desejava ver a mãe. Bianca o olhava como se de alguma forma soubesse tudo que ele sentia. Bruno ficou do lado de fora, esperando sua avó chegar ou talvez por algum outro motivo.

Logo que viu sua mãe Gustavo travou no lugar. O medo que o acompanhou por todo caminho o congelou. Não conseguiu se mover, nem mesmo quando sua mãe veio na sua direção e lhe abraçou. Aos poucos, no calor daquele abraço, o homem foi se soltando e retribuiu o abraço.

Bianca também se meteu no abraço. Pegando a avó de surpresa. Ela estava tão surpresa com a presença de Gustavo que nem havia reparado ou reconhecido a neta.

Naquele abraço ele soube que não haveria conflito. Que sua mãe não planejava jogar na cara dele todo o tempo de abandono. E mais importante que sua mãe lhe perdoou. Naquela noite ele dormiria melhor, pois conseguiu resolver um problema que vinha adiando a muito tempo. Ficaria em paz com sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o meu capítulo favorito. Quando terminei de o escrever chorei um pouco ao refletir sobre a mensagem dele. Espero que tenham gostado e que eu tenha conseguido passar a mensagem que eu queria. Sobre como o tempo pode ser curto e que temos que tentar consertar nossos erros e ficar com quem amamos enquanto podemos, pois não sabemos o amanhã. Abraços e até o próximo!



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