A história de um dragão chamado Sombra escrita por G S Bello


Capítulo 6
Mudanças 1/2


Notas iniciais do capítulo

Yey, espero que apreciem a leitura.

( Qualquer erro me avisem )



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O tempo passava como as gotas caindo de uma estalactite gelada, as coisas aconteciam e se desenvolviam rapidamente, Sombra estava a ter um ótimo aprendizado, já era até mais fluente em diversas matérias que a própria Fernanda. Apesar do pouco esforço, ele passava dias e noites inteiras apenas estudando os livros que a fazendeira lhe dava, a partir de Física básica, geografia, história, matemática, poesia, filosofia, sociologia, arte, algumas histórias de fantasia e certas coisas que ele prefere chamar de esteriótipos, como por exemplo a forma que dragões eram retratados na maioria das fantasias medievais. Sombra mais tarde perguntou como Fernanda podia ter tantos livros em um lugar de tão difícil acesso entre outras coisas chatas, Fernanda disse que ela tinha uma prima distante que conseguiu uma boa vida na cidade grande, raramente passava por aqui trazendo alguns livros, sabendo que esse era um dos passa tempos favoritos de Fernanda, é claro, ela presenteou Fernanda com muitos livros de estudo, como uma forma de ajudar caso ela fosse a vir a cidade algum dia, era bom ter uma noção de todas essas coisas.

Com todo esse passar do tempo, Sombra aprendeu cada vez mais sobre ele mesmo, descobriu certas coisas realmente assustadoras, ele podia soltar fumaça pela boca! E ainda por cima é extremamente tóxico, como ele descobriu isso ? Foi quando ele comeu uma salada azeda e acabou tossindo e fazendo a salada derreter, talvez ele apenas não esteja passando bem, ou, realmente tem um poder e tanto diante dele, com o tempo ele aprendeu a manipular muito bem essa "fumaça" escura que ele conseguia assoprar, conseguia apodrecer certas plantas inteiras e com grande facilidade, sabia que ele poderia fazer muitas outras coisas mas, nem aprendeu a voar ainda, está tão cedo, só se passaram dois anos desde a sua chegada, aprendeu tanto sobre os humanos e sobre sobreviver...

Teve tantas conversas com Fernanda e com si mesmo, embora essa última parte não ajudasse muito. Descobriu e aprendeu tanto sobre a família humana, sobre ter um emprego, a própria casa, uma família em si, talvez ter uma vida alegre e feliz com o amor de sua vida...

Lá estava ele, observando as pessoas, com seus trabalhos, esposas, filhos e seus inúmeros relógios digitais, ele queria poder ser como eles. Porém, não pode, não pode ter um emprego, muito menos esposa, e já não acredita em relógios digitais...
Era apenas mais uma manhã normal, pois mais normal que uma manhã de terça pode ser, conseguia sentir o cheiro do feno úmido em que está deitado, sente o leve cintilar da brisa por entre a madeira, quando abre seus olhos, tem apenas um segundo para ver pela ultima vez aquele celeiro que por um dia, quase chamou de lar... Uma luz cegante encobre seus olhos e ele está caindo. sua memoria parece sumir, porém, sente uma leve dor, algo que o faz perder a concentração em descobrir em que lugar estava, quando vê alguns vultos perto de si, eles se aproximam, parecem assustados, ele já acha reconhecer esses rostos, mesmo sem saber como são, se sente confortável em ver eles...

- Espere! Eu reconheço você! Eu vi você em outro sonho... - ele gritou em direção e logo começou a sussurrar mais baixo sabendo que não iria ouvir ele - é de uma garota... Por algum motivo ela me parece importante... - Sussurrou pra si mesmo.

Então está caindo, de novo. Ele não sabe mais a quanto tempo ao certo está caindo. Não lembra de um momento em que não estivesse, porém, a luz acaba em um fecho e tudo volta ao quão normal o mundo que ele resolveu chamar de Principal pode se tornar.

Sombra vem tendo essas variáveis da realidade e sonhos. Fernanda diz que ele simplesmente some quando supostamente está lá, nessa terra de sombras. Sombra vem sido assombrado desde que chegou na terra, vive sendo levado a lugares estranhos na terra dos sonhos, também notou que toda noite de lua cheia, ele tem sua mente levada para aquele mesmo corredor, e sempre acontece a mesma coisa, tantas variáveis, por vezes ele apenas ficava lá parado até acabar, ou então tentava lutar contra a luz, bem, isso nunca deu certo, mas ele sabia que ficar parado era a pior opção, era como esperar um dia inteiro passar sem mesmo sair do mesmo lugar...

- Acho que algum dia vou entender o que está acontecendo... Mas não hoje... Não hoje... - ele sussurrou para si mesmo e se levantou a ouvir um barulho estranho, um que não houve a essa hora da tarde.

O barulho de um... Carro ? Cabe bem na descrição dada por sua amiga. Ele aprendeu muito bem a se esgueirar depois de tanto tempo se escondendo, literalmente virou uma Sombra.

Sombra se esgueirou até uma pequena brecha onde não atravessava os raios de sol devido a uma bela árvore, que fica entre o sol e aquela janela nessa hora da tarde. Ele se Camuflou nas sombras, viu dois homens de terno e gravata, logo atrás de um carro preto que provavelmente é um modelo antigo, os dois homens não expressavam nenhuma feição significativa e são extremamente iguais um ao outro, cabelo curto e óculos escuros, feições aparentemente asiáticas, Sombra leu um livro sobre "O Corpo Fala" recentemente, podia facilmente notar a frieza deles e as incoerências nos quatro irmãos de Fernanda que chegaram um por um, pouco depois do carro parar, um maior que o outro, eu uma linha do menor pró maior, aparências não significativas e corpos brutos pelo trabalho diário na fazenda.

Começaram a conversar entre si, de repente todos fizeram gestos e feições diferentes, o mais novo parecia alegre enquanto os mais velhos aparentavam estar desconfiados do bate papo. Um dos "homens de preto" apontou para o irmão mais novo e fez algumas gesticulações com um sorriso visivelmente cínico no rosto. Logo depois um irmão do meio saiu em direção a casa que ficava no centro da fazenda.

Uns três minutos depois enquanto os homens de preto esperavam impacientemente sem sequer mudar suas feições, um senhor com aparentemente sessenta e sete anos, corpo extremamente travado e já acabado pelo trabalho excessivo, apareceu andando ao longe, de forma muito apressada, era ajudado a se apoiar com ajuda do seu filho, ao se aproximar começou a dialogar com os estranhas expressando sempre um olhar humilde, Sombra estava tão concentrado em entender a conversa que nem viu Fernanda aparecer ali no meio também, logo ela também estranhou toda a conversa.

Passaram se no mínimo trinta minutos quando de repente, em meio a toda conversa em que visivelmente todos debatiam, um dos homens de preto atravessa a mão pela janela do carro, pega uma mala cinza e robusta, logo depois eles conversaram mais um pouco enquanto um sorriso aparentemente alegre aparecia no rosto dos homens de preto, logo todos eles começaram a andar em direção a casa.

Sombra balançou a cabeça e respirou fundo.

- O que está acontecendo aqui, uh ? - falou ele bem baixinho enquando andava tropeçando em algumas coisas aleatórias jogadas no chão do celeiro.

Ele caminhou até a janela do outro lado do celeiro, ainda se escondendo ficou observando até ver a porta fechar, logo depois ele, ainda explodindo em curiosidade, andou calmamente até a porta do celeiro, ele parou exatamente de frente pra porta quando começou a pensar em diversas possibilidades de coisas que poderiam estar acontecendo, ele calmamente se sustentou sobe três patas e começou a coçar a ponta de seu queixo quandoquando de repente ouviu o clique da fechadura na porta, ele nem teve tempo de sair dali quando a porta foi aberta rapidamente, ela simplesmente atingiu o seu focinho com tudo, e, depois de bater, ela voltou com força e empurrou novamente. Sombra já atordoado pela primeira batida e nem conseguindo ficar em pé direito, sequer pode ver a porta voltando novamente com tudo, atingindo sua cabeça de lado e seu pescoço, ele repentinamente tombou pra trás - PORR! - Gritou espontaneamente quando foi atingido uma terceira vez pela porta agressora.

Sombra já estava vendo estrelas quando alguém "loira" botou apenas a cabeça entre a frecha da porta pra olhar oque estava bloqueando sua passagem.

- Desculpa, desculpa, desculpa! - praticamente gritou a garota enquanto passava entre a abertura da porta para acariciar a testa do dragão.

- Como você consegue ?! - Rosnou Sombra, em pura raiva e incoerência.

A garota, obviamente Fernanda, começou a acariciar o dragão e então o abraçou. Como se tivesse grande peso sobre si, ela logo começou a falar - Sombra! Nós vamos ir pra cidade! - finalizou Fernanda e se separou do abraço e olhou nos olhos vermelhos rubro do dragão.

Sombra virou a cabeça de lado e olhou de volta nos olhos dela - Mas... Lá, não tem onde eu me esconder! - Sombra Exclamou em medo e dor, claro, ele acabou de bater a cara três vezes na porta, digo, a porta bateu nele três vezes, quem não sentiria dor.

- Sombra! Olha! Eu sei que você consegue, não vai mais precisar se esconder assim. Eu sei que você é incrível e carismático, simplesmente único, você só tem que conquistar as pessoas, sabe... Saia na rua cantando e gritando suas poesias mais alegres! As pessoas não vão fazer mau a você porquê vão gostar de você, lembre se, quem não ia querer um dragão fazendo uma entrevista no seu programa de televisão ou coisa do tipo ?! - Fernanda praticamente gritava em alegria, mas, ela sabia muito bem que seria muito complicado pra ele...

Sombra se levantou e olhou desconfiado pra ela, logo depois ele deu as costas, andou uns dois passos e se virou de novo - Você... Está mesmo indo para cidade ? - Sombra chorou melancolicamente.

Fernanda andou em direção a ele com um sorriso bobo - Sombra! Todos vamos, os homens que estão aqui, eles estão dando uma contia em dinheiro absurda... Você sabe, o pomar tem sido cada vez mais infestado por pragas e morcegos, as plantações não tem dado certo, e então, chega dois homi com uma maleta de dinheiro oferecendo algo entorno de um milhão e meio a dois milhões no terreno da fazenda, isso é tipo assim, da pra viver uma ótima vida na cidade, mesmo que eu e meus irmãos repartimos tudo, é tipo assim, podemos ter uma ótima casa, com uma mini fazendinha no quintal. Posso te comprar um relógio digital!!! - Fernanda novamente disse animada e logo foi abraçar o dragão de novo.

Sombra logo sorriu no canto da boca e a olhou com os olhos meio fechados - você sabe como me convencer né ? - logo ele pulou na sua amiga da Mesma forma que um cachorro de grande porte iria pular, derrubando ela obviamente, logo depois se esfregando.

- Sim eu sei! - brincou Fernanda enquanto o abraçava, o mais forte que podia ela o apertava.

- Mas então, você não acha suspeito ? - Sombra sussurrou no ouvido de Fernanda que logo fez uma careta.

- Não estraga o momento, eu não me importo com oque eles vão fazer. Sei que a terra deve estar em alta, ou coisa do tipo. - Fernanda resmungo e logo começou a tirar Sombra de cima dela.

Sombra rolou para o lado e ficou a olhando. - mas... - logo foi interrompido.

- Sim! Temos que sair até amanhã, aproveita pra se despedir do lugar garotão!

Fernanda logo se despediu temporariamente do dragão e foi começar a arrumar as malas na casa principal. Sombra começou a organizar os livros que tinha no celeiro, logo depois ele aproveitou o crepúsculo para saltitar um pouco pela grama alta do pomar. Ele está feliz, confuso, e extremamente nervoso com tudo, mas, ele espera que tudo de certo, como se isso mudasse alguma coisa.

–--- FIM DO CAPÍTULO SEIS ----


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Notas finais do capítulo

(Ainda tem muito por vir) O que vocês acharam Desses caras chegando assim de repente, suspeito, não ?

(Comentem, isso me motiva muito )



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