Escola Mundial/São Paulo

A maioria dos alunos já se encontravam em suas devidas salas, os alunos do primeiro ano do ensino médio estavam ansiosos há espera dos novatos, era o primeiro dia de aula do segundo semestre.

– E então, como foram as férias? – perguntou Renta, a professora de português com cara de tédio.

– Maravilhosos, eu adorei ficar em casa sem fazer absolutamente nada. – respondeu Rebeka irônica.

– Não exagera prima, as nossas férias foram legais, principalmente a minha, adorei ficar juntinha com meu namorado. – falou Vick abraçando Pedro, seu namorado.

Rebeka suspirou e sentou-se em sua devida carteira, logo o restante dos veteranos chegaram e começaram a ocupar seus lugares, a turma estava aflita para conhecer os novatos.

– Cadê esses novatos que não chegam? Estou morrendo de tanta curiosidade, Eduardo cadê o Simon? – perguntou Fernanda olhando para o irmão.

– Acho que não chegou ainda, você viu o Mário? – perguntou Eduardo ansioso para ver o primo.

– Lá está ele, paquerando a Valéria como sempre, será que isso vai dar namoro? – perguntou Fernanda sorrindo enquanto apontava para o canto da sala.

O grupo de peraltas da escola se reuniam no canto da sala enquanto tramavam coisas para aprontarem com os novatos, Valéria e Paulo eram os líderes da rebeldia de toda escola Mundial.

– Acho que antes de pensarmos em como aprontar devemos ver os novatos primeiro. – falou Marcelina rindo baixinho.

– Está certa Marcelina, alguém viu o bobo do Paulo? – perguntou Alicia procurando o namorado.

– Ficou dormindo, você sabe como é o Paulo né? Se preguiça matasse eu já era filha única. – falou Valéria rindo abraçando Mário.

Jorge observou a cena irritado, o garoto não conseguia se conformar com o fim do namoro com Valéria, eles continuavam amigos inseparáveis, porém ele a amava e só amizade não era o suficiente, os dois haviam namorado apenas por dois meses, afinal, Valéria terminou com ele sem dar explicação alguma.

– Bom dia galera. – falou Paulo chegando todo animado, o garoto deu um selinho em Alicia.

– Finalmente, pensei que iria ficar dormindo em casa, você tem que colocar aquele seu despertador pra funcionar. – falou Valéria zoando o garoto.

– Você podia ter me acordado né? Aliás porque você não me esperou em? – perguntou Paulo irritado encarando Mário.

– Ah não, já vai começar com ciúmes há essa hora da manhã Paulo? Mais não tem jeito mesmo. – falou Marcelina rindo.

– Verdade Marcelina, meu irmão é todo protetor mesmo, até parece que eu não sei vim sozinha pra escola. – falou Valéria abraçando Paulo.

Sede dos anjos/Floresta Desconhecida.

Pov Mari

Eu estava andando de um lado para o outro, enquanto o bobalhão do Edy estava sentado quase chorando, pera aí eu disse quase? Não, ele estava derramando um rio de lágrimas, que exagero.

– Eu não acredito que você está chorando, que tipo de mariquinha você é? Ninguém vai descobrir que foi a gente. – falei firme.

– Será mesmo? Porque se descobrirem... eu vou dar um desgosto enorme para os meus pais. – falou Edy triste de cabeça baixa.

Confesso que nessa hora eu até senti um pouco de pena, hahaha, quem estou querendo enganar? Meu deu foi vontade de rir, nossa que malvada, as vezes parece até que não tenho sentimentos, ok? Eu admito, também estou morrendo de medo.

– Pior que se minha mãe descobrir ela não vai deixar que eu vá trabalhar como anjo-cupido. – falei temendo o pior.

– A culpa foi sua, você que teve essa ideia genial de ir aprontar com os humanos. – disse Edy irritado, o que? Coitado dele gente, eu apontei uma arma na cabeça dele e o obriguei a ir junto comigo.

– Você que quis aprontar, eu não te obriguei. – falei emburrada o encarando com um olhar mortal.

– MARISOOOOOOOOL! – pude ouvir o grito de minha mãe ecoar por toda sede, estou frita.

Peguei na mão de Edy e sai praticamente o arrastando, se era pra mim se ferrar então ele ia junto, nós nem somos amigos mesmo, na boa, eu só aguento a presença do Edy porque ele é o único que tem coragem de aprontar junto comigo.

– Aí garota, não olha por onde anda não? – perguntou Thallita Raiane, eu tinha acabado de esbarrar nela.

– Saí da minha frente sua idiota, eu preciso passar queridinha. – respondi brava, ótimo vou arranjar mais confusão.

Ao lado dela estava Lucas o melhor amigo da mesma, os dois garotos ficaram calados apenas observando a briga, Raiane é insuportável mais até que eu tento me dar bem com ela, pura mentira.

– Fala direito comigo, está achando o que em? não é só porque você é filha da rainha que pode sair xingando todo mundo. – respondeu ela sendo grossa.

Apenas dei as costas e sai andando, eu queria socar a cara daquela garota mais seria terrível, os anjos são criaturas divinas e não podem utilizar nem uma espécie de agressão física, acho que eu tenho esse meu lado agressivo devido a minha metade humana.

– O que foi mãe? – entrei que nem um furacão arrastando Edy.

Minha mãe me encarou seriamente, observei Jaime, ele também me olhava, quando será que ele vai perceber que eu sou sua alma-gêmea? Jaime é perfeito demais, um dia ele será todinho meu.

– Então, me responda com sinceridade, você e o Edy foram até a barraca dos humanos? – perguntou minha mãe, eu tremi.

– Não mãe, nós estávamos apenas brincando no jardim atrás da sede, porque? Aconteceu alguma coisa? – perguntei naturalmente, eu sou uma ótima atriz.

– Não foi nada, e você Edy está calado, porque? – perguntou Jaime se intrometendo, que droga!

– É que eu estou muito ansioso para meu primeiro dia como anjo-cupido. – falou Edy mentindo, fiquei orgulhosa agora.

Jaime sorriu e nós levou até a parte plana da floresta, a minha missão e do Edy era fazer um casal de adultos se encontrarem em uma praça, pela primeira vez na minha vida eu iria para o mundo dos humanos, tenho certeza que vou me comportar.

Escola Mundial/São Paulo

Chegaram apenas quatro alunos novatos, três meninos e apenas uma única menina, as meninas da sala observavam os garotos, todos eles eram lindos, a professora pediu que cada um deles se apresentassem.

– Bom dia, me chamo Marco Menezes e tenho 16 anos, eu estudava em uma escola aqui perto, mais meus pais resolveram me mandar para cá. – falou um garoto de cabelo castanho e olhos pretos.

Fernanda observou bem o aluno novo, e sentiu seu coração bater mais forte, a garota sentiu uma sensação estranha, era como se ela já tivesse visto aquele rosto em algum lugar.

– Bom dia galera, eu me chamo Eric Gomes, tenho 17 anos e acabei de mudar de cidade. – falou um garoto cabelos negros, pele clara e olhos castanhos.

Sophia estava distraída sentada no fundo da sala, mais ao ouvir a voz do garoto a mesma sentiu suas bochechas arderem, a jovem encarou os olhos castanhos de Eric e ficou nervosa como nunca antes.

– Boa tarde eu me chamo Felipe Ribeiro e tenho 17 anos, fui obrigado a vim pra essa escola. – disse um garoto de olhos castanhos e cabelos loiros, ele era lindo, porém bem arrogante.

– Boa tarde, eu me chamo Thalyta Menezes e tenho 16 anos, mais podem me chamar apenas de Thally ou Thata. – falou uma garota simpática, ela tinha os olhos castanhos e cabelos lisos quase loiros.

Todos aplaudiram os alunos e deram boas-vindas a cada um, logo a professora Renata organizou a ficha de alunos, e assim todos sentaram em suas devidas carteiras.

Ordem das carteiras:

Primeira fila, do lado direito, ao lado da janela:

Rebeka

Pedro

Fernanda

Eduardo

Diego

Segunda fila, próxima a mesa da professora:

Simon

Vick

Marco

Marcelina

Alicia

Fila do meio, em frente a mesa da professora:

Maria Joaquina (a carteira dela está vazia)

Felipe

Valéria

Paulo

Laura

Quarta Fila, próxima a porta da sala:

Thalytha

Jorge

Eric

Sophia

Carteira vazia

Última fila, praticamente encostada na parede:

Elizabeth

Jack

Mário

Carteira vazia

A professora explicou que aquelas seriam as carteiras deles até o final do ano, logo Renata pediu que os alunos fizesse um relatório contando como foram as férias, todos suspiraram irritados.

Sala do 9.º ano/Escola Mundial

Vivi encarava cada aluno naquela sala com cara de tédio, a mesma não aguentava mais ficar mudando de colégio, era tão difícil se acostumar com os novos alunos, e também era difícil conseguir se matricular sem seus pais, a sorte era que ela podia contar com a ajuda de Batista.

– Você está gostando dessa nova sala? – perguntou Batista bastante preocupado com a amiga.

– Mais ou menos Bauti, confesso que sinto saudades das minhas amigas da antiga escola. – falou Vivi um pouco triste.

– Calma, você é uma garota incrível, tenho certeza que logo fará novas amigas. – disse Batista deixando a garota envergonhada.

– É que eu também estou preocupada com o Matheus, será que ele está se dando bem com os novos colegas? – disse Vivi preocupada com o irmão mais novo.

– Tenho certeza que ele está se dando bem. – falou Batista sorrindo.

Sede dos anjos/Floresta Desconhecida

– Tem certeza que você vai entrar aí? – perguntou Flora ao abrir a porta secreta, Jaime assentiu com a cabeça.

O garoto colocou a cabeça para dentro do quarto secreto, e de longe ele pode ver uma humana dos cabelos castanhos claros e corpo escultural deitada sobre o chão macio do quarto, a jovem humana começou a se mexer e abriu os olhos.

– Fique aqui vigiando a porta. – ordenou Jaime para flora.

Jaime caminhou até a humana, a mesma o encarou assustada, o garoto estava sem as asas, ele se aproximou calmamente a garota estava fraca e apenas se sentou no chão encostando sua cabeça na parede.

– Olá, como é seu nome? – perguntou Jaime calmo.

– Isso não te interessa, eu quero ir embora daqui, isso é algum tipo de sequestro? Vocês me atraíram para uma armadilha? Mais como aqueles dois voaram na minha frente? – a garota começou a fazer inúmeras perguntas.

– Calma humana, isso não é nenhum sequestro, nós somos anjos e essa é a sede dos anjos-cupidos. – falou Jaime sério.

– Sede dos anjos? Hahahahahaha – a garota começou a gargalhar descontrolada. – isso é uma câmera escondida né?

– Câmera escondida? O que é isso? Olha humana, essas são minhas asas. – Jaime abriu tirou sua camisa e abriu suas asas, tudo para que ela pudesse ver direito e perceber que era real.

– Nossa, ai meu Deus! Será que eu posso tocar? – perguntou a humana ainda sem acreditar no que estava vendo.

Ela tocou nas asas e Jaime delicadamente, a garota ainda não conseguia entender absolutamente nada, mais aos poucos a ficha estava caindo, Jaime sentiu um arrepio percorrer seu corpo, ele nunca imaginou que um dia ficaria tão próxima de uma humana comum.

– Eu me chamo Jaime, e você qual é seu nome? – perguntou o garoto curioso encarando os olhos verdes que ela possuía.

– Meu nome é Maria Joaquina. – falou a garota ainda com um pouco de medo dele.

– Belo nome! – elogiou Jaime, recebendo um sorriso de Maria.

A porta e abriu de uma vez, era a rainha Clarice, ela encarou aquela cena incrédula, Jaime tinha desobedecido sua ordem de não entrar em contato com a humana antes dela.

– O que você está fazendo aqui Jaime? – perguntou Clarice irritada.