A princesa e o gladiador escrita por LcsMestre


Capítulo 2
Capítulo 1: As duas piadas


Notas iniciais do capítulo

Olá estou trazendo o primeiro capítulo completo desse exercício de escrita no universo de Grand Chase :D :D
Coloquei o aquecimento aqui novamente pois ele faz parte da história.



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Capítulo 1: As duas piadas...

Por que não comemos goblin?

Fronteiras do Reino de Calnat a muito tempo…

O dia a muito já se iniciara, muitas folhas já haviam ficado para trás. Era nítido que alguém passara por ali; galhos torcidos, marcas fundas de pés, folhas verdes jogadas. Um mercenário ou mesmo um caçador de recompensas poderia assumir que o viajante era apenas um, no entanto este não era o caso.

O jovem Ercnard Sieghart era alguém que não tolerava andar em grupos, mesmo assim, já havia semanas que carregava consigo um companheiro.

— Ei cara por que você faz tanta questão de me ajudar?

A voz de Trimecto fez Sieghart perder o foco de seus pensamentos.

O jovem de cabelos negros e embaraçados parecia não se preocupar com o peso de Trimecto sobre suas costas, na realidade Sieghart nem mesmo aparentava cansaço.

— Já te disse Trim, não podia simplesmente te deixar largado na floresta, você estava ferido e cansado. — Ercnard deslizou levemente a cabeça e observou seu companheiro de caminhada com o canto do olho. — Na realidade ainda está.

— Você é uma boa alma garoto, tenho certeza que as deusas vão te recompensar um dia.

Um pássaro cantou sobre o alto de uma árvore, um galho estalou após ser pisado. Sem bainha e presa apenas com tiras simples a espada velha e enferrujada de Sieghart encontrava- se pronta para o combate, sua vitalidade e força estavam praticamente completos, portanto poderia continuar caminhando por várias horas sem parar. No entanto, aquele não era o momento apropriado para se pensar em grandes caminhadas, isso por que o estomago de Trimecto encontrava-se tão vazio que Ercnard podia senti-lo revirando sobre suas costas.

— Acho que temos de comer não é?

A pergunta era retórica, porém Trim meneou a cabeça positivo. Alguns segundos depois um estalo surgiu na mente do carregado.

— Agora que você falou em comida eu me lembrei de uma piada.

— Droga, vai começar de novo. — Murmurou Ercnard em sinal de pesar.

— Me diz garoto, você sabe por que não comemos goblin? — A voz de Trimecto carregava um tom malicioso e divertido.

Sieghart respirou pesado para logo em seguida liberar o ar dos pulmões.

— Não sei, por que a carne é muito dura?— Respondeu penoso apenas por educação.

Trim se continha para não rir. Posicionou as mãos frente aos olhos de Sieghart em sinal de diminuto.

— Não, é que eles são baixinhos de mais.

Sieghart parou de andar; meneou a cabeça em negativa. Em seu rosto existia um sorriso contido que ele insistia em esconder. Voltou a caminhar.

— Você é um péssimo comediante Trim.— As palavras de Ercnard apesar de normais carregavam o tom de quem se segura para não rir.

Ercnard Sieghart, você é um imbecil!

Durante boa parte do dia os dois companheiros de viajem caminharam em direção a Calnat. Para Sieghart a capital da tecnomagia serviria apenas como uma breve parada, seu planos eram simples; procuraria alguma hospedaria de qualidade baixa, passaria a noite e deixaria Trimecto no primeiro centro médico de confiança que encontrasse.

Esse plano não concretizou-se devido ao próprio companheiro que não conseguia mais andar por conta própria, Ercnard e ele mesmo andando o dia inteiro apenas fizeram metade do percurso.

A sombra do crepúsculo transformava o céu antes azul, em uma mistura de cores que iam do laranja até o rosa. Porém, ao observar com cautela podia-se ver que em certa parte do sul ainda era dia, mais que isso, era como se fosse o início de uma manhã de verão.

O jovem de cabelos negros apontou para a claridade incomum, a visão do horizonte estava obstruída devido as grandes plantas rasteiras.

— Ei Trim porque ali não está anoitecendo?— Indagou Sieghart posicionando se companheiro sobre uma folhagem macia.

Trimecto conhecia aquele evento, assim que o vislumbrou abriu um sorriso que era uma mistura de alegria e nostalgia.

— O céu da capital das invenções é inconfundível! — Sieghart acendeu uma fogueira circundada de pedras e terra. O jovem observava os olhos brilhantes de seu colega, ele sabia que estava fazendo o certo em ajudar aquele pobre viajante, mesmo que isso o estivesse atrasando. — Eles têm uma máquina que mantém o dia até um horário determinado pela realeza.

— Sério?— A surpresa de Ercnard era previsível, nunca estivera em Calnat antes, portanto seus conhecimentos sobre a política ou mesmo as peculiaridades da megalópole eram limitados a relatos de viajantes que encontrara anteriormente.— Têm até uma máquina que sobrepõe a ordem natural do nascer e por do sol,— Sentou-se sobre um tronco.— incrível.

— Sim, lá espero poder recuperar minhas forças, depois vou alcançar meu objetivo.

A espada enferrujada de Ercnard fora encostada ao tronco, o jovem esticou-se por completo, sua coluna era bem resistente, no entanto, os músculos estavam rígidos devido ao esforço realizado. O jovem passou as mão na cabeça buscando desembaraçar os fios.

— Trim, sei que sou apenas um colega temporário, mas qual é esse objetivo? — Seus dedos se enrolaram em alguns fios e não se soltavam de forma alguma. — Ai! — Completou quando finalmente soltou-se.

— Minha família foi morta por um mago rubro, ele usava uma gema que sugava a vitalidade de quem se aproximasse. — Seu olhar era triste, mas existia certa conformidade em suas palavras. — Tentei confrontá-lo, o ataquei com facas, pedras, até mesmo com as mãos nuas. Minha força e habilidades não foram suficientes e acabei tendo muito de minha energia sugada pela aquela pedra.

— Isso explica por que te achei quase morto de fome e sede. Sua energia precisava ser restabelecida. Mas e…

— O objetivo, é me tornar um guerreiro poderoso, — Interferiu Trimecto — quero ser um gladiador de Calnat. Quem sabe até me tornar um membro da ordem dos Avatares. A honra e as almas de minha família dependem de mim.

O companheiro não previsto de Sieghart não era tão mais velho que ele, na realidade poderia até se dizer que não tinha mais de seus vinte e cinco anos. O fato de possuir uma família não foi surpreendente, no entanto, sua vontade de tornar-se um guerreiro e entrar para a ordem dos Avatares fez o jovem de negras madeixas soltar uma risada contida.

— Admiro que tenha um sonho, mas acho que deveria sonhar com algo real. — Seu tom ainda era de quem se recupera de uma piada. — Quando as deusas criaram o mundo deram a tarefa da manutenção para a família real de Calnat. Essa história de que a deusa Ernasis criou uma ordem de guerreiros imortais não passa de fábula.

Trimecto ajeitou-se sobre a cama de grama, as palavras não o insultaram, sua fé na lenda era muita, portanto, não se deixava abalar por pouco.

— Muitas são as fábulas repassadas pelas gerações, mas no fim todas convergem para a verdade. — Virou-se para o lado afim de dormir. — A sua versão é uma delas.

Ercnard sentiu o estômago revirar dentro do corpo, lembrou-se que toda a caça encontrada na floresta fora suficiente apenas para a refeição de Trimecto. O jovem levantou-se, amarrou a espada à cintura e enfiou-se mata a dentro em busca de alimento.

— Se vir algo estranho grite, vou buscar algo para comer.

Trimecto apenas acenou positivo para seu colega antes que este fosse engolido pelo breu da noite.

Ao contrário do que se conta nas histórias a mata é um lugar barulhento à noite. Ouvia-se de tudo um pouco. Coaxar de sapos famintos a procura de algum inseto, piar de pássaros noturnos, até mesmo o barulho de um estômago faminto de um jovem atento a tudo a seu redor.

De espada em punho Ercnard buscava algum animal que servisse de alimento, por essa razão não levou consigo nenhuma tocha ou qualquer fonte de iluminação, estava acostumado a noite, de fato, mas ainda assim seus olhos não eram adaptados ao breu completo, portanto estes poderiam ser enganados.

Pegada firme da espada, sentidos aguçados.

Um vulto!

Respirou fundo, olhou sobre o ombro direito, nada encontrou.

Folhas se moveram a esquerda. Posição de combate. Sieghart saíra em busca de um jantar, porém, naquele instante percebeu que ele próprio poderia ser o jantar de alguém.

Um silêncio sufocante inundou os segundos seguintes, até que um vaga-lume voou piscando seus olhos e seu traseiro em um brilho amarelado. Este ao se aproximar da origem do ruído e dos movimentos revelou um imenso animal.

— Isso só pode ser brincadeira comigo…— Falou Sieghart ao vislumbrar os olhos do urso pardo a sua frente.

A fera avançou com seus dentes ensanguentados sobre o espadachim, este a se ver sobre a linha do ataque desviou-se para a direita a uma velocidade incrível. Ao fazê-lo pode ver um homem escondido atrás de uma árvore.

O homem trajava uma armadura completa que cobria desde os pés a cabeça, as cores predominantes eram o preto, prata e roxo. Em sua mão ele segurava uma lança que possuía a altura pouco maior que ele, em suas costas o cabo de uma espada de mesmas cores predominantes se destacava. O animal não detectara o guerreiro e o jovem desejava que a presença deste continuasse oculta, seu orgulho seria abalado se aquela pessoa o ajudasse.

— Ei tapete que anda! — Gritou chamando a atenção do urso que já farejava a segunda presença humana. — Vamos ver quem janta quem!

O animal avançou com as quatro patas no solo, suas passadas eram abafadas devido a terra fofa. Mesmo escuro o jovem Sieghart conseguia discernir a silhueta do animal sempre que este se movia. Novamente desviou-se da investida, no entanto, parte de sua roupa superior fora rasgada. Seu torso ficou a mostra, o suor escorria, mas não de nervoso, estava concentrado na fera e a tensão era extrema.

Posicionou a pegada invertida da lâmina, o guerreiro ameaçou interferir ao ver a atitude do jovem. Qualquer espadachim mais experiente sabia que utilizar a pegada reversa era quase suicídio, a técnica era extremamente difícil, pois os movimentos eram executados de maneira totalmente aquém do usual.

— Não se mexa, eu me viro! — Gritou o jovem Sieghart com a palma da mão esquerda erguida em direção ao guerreiro.

O urso viu a figura do guerreiro e passou a correr em sua direção.

— Seu inimigo sou eu!

O jovem correu e com um movimento desferiu um soco preciso no focinho da besta. Com um grito que foi ouvido por metade da floresta ele evocou uma força sobre humana, o ataque lançou o animal de encontro a uma arvore que se partiu com o impacto.

— Eu falei que resolvia. — Falou Sieghart sorridente em direção ao guerreiro.

— Garoto toma cuidado! — Gritou o homem levantando o capacete.

Ercnard descuidou-se ao acreditar que vencera o assalto com o golpe anterior. No momento que sua atenção retornou a batalha o animal já estava para fechar a boca sobre seu braço. Os dentes da besta tiraram uma lasca de carne.

— Isso não pode ser, qualquer animal por maior que seja teria desmaiado com aquele soco! — Falou o espadachim de cabelos negros enquanto desviava das mordidas curtas, porém consecutivas do urso.

O guerreiro segurou a lança com firmeza, a arma e toda sua armadura se iluminaram em apenas um instante como quem se prepara para o combate. Ele segurou a lança sobre o ombro e se posicionou para lançá-la.

Levou para traz pegando impulso, o objeto se incendiou em chamas púrpuras.

— Lança flame…

Porém antes que pudesse finalizar o ataque o grito do jovem o parou.

— Não interfira! Se interferir eu vou jantar você!

Mesmo relutante o lanceiro acatou a ordem do jovem, não sabia ao certo por que fazia isso, porém sentia nele algo estranho, podia ver nele uma chama que queimava apenas nos corações dos mais hábeis guerreiros. A armadura do homem diminuiu seu brilho, as chamas de sua arma se extinguiram em apenas um instante.

— Boa escolha! — Gritou o jovem ao acertar um chute na face da fera. — Agora você elevou minha fúria ursinho.

Sieghart avançou com a espada invertida, esta possuía em sua estrutura um fio de sangue do braço ferido do espadachim. A fera correu em sua direção mostrando os dentes, Ercnard também os mostrou em sinal de ferocidade. Ao ficar face a face com a morte o jovem escorregou pela terra fofa passando por debaixo da barriga do animal, com um golpe circular ele feriu as quatro patas de apoio do urso.

Em fúria, o animal virou tentando acertar um golpe, porém o jovem defendeu-se com outro corte na pata superior esquerda.

— Tome! — Gritou ao avançar mais uma vez.

O guerreiro naquele instante viu a chama inundar o corpo do garoto, sua surpresa fora tamanha que os pensamentos escaparam pela boca.

— A essência de Ernasis…

Sieghart saltou com toda a força para o ar. Sua figura por um instante ficou invisível nas trevas da noite, porém no instante seguinte viu-se seu corpo descer com a lâmina da espada em direção ao urso.

— Lâmina esmagadora! — Gritou dividindo o animal ao meio.

Boquiaberto o homem aproximou-se de Sieghart, verificou que o animal estava completamente sem vida, na realidade qualquer um poderia chegar à conclusão, já que o mesmo fora dividido em duas metades.

— Inacreditável, sua força é impressionante. — Falou em direção ao jovem espadachim enquanto o aplaudia. Ele por sua vez apontou o fio ensanguentado da arma em sua direção. — O que foi?

— Você atrapalhou! — Gritou furioso. Sieghart possuía uma respiração agitada e profunda. — Poderia ter sido morto por essa besteira...

— Eu não ia deixar isso acontecer com você.— Respondeu o guerreiro posicionando a lança junto as costas.

— Eu estava me referindo a você.

O homem de cavanhaque loiro surpreendeu-se com a afirmação narcisista do rapaz.

— A…entendi. — Tentou soar casual, mas não conseguiu. — Quem é você garoto?

— É uma cortesia muito popular dizer o próprio nome antes de perguntar o do outro sabia?— Rebateu Sieghart mal humorado.

Segurou uma das patas feridas do animal e já começava a carregá-lo de volta para o acampamento onde Trimecto ficara. Passou pelo homem em silêncio.

— Têm razão, perdoe-me pela indelicadeza. Eu sou o comandante das tropas de Calnat, meu nome é Graham. — Falou o comandante com o punho fechado sobre o peito.

— Ótimo, obrigado pela cortesia tio. — Apontou para a outra metade do urso. — A outra metade é sua, se você é um comandante de verdade leve-a para suas tropas jantarem, aposto que vão adorar.

Graham sorriu fechando o visor da armadura. O guerreiro que aparentava ter cerca de trinta anos, achou graça no título recebido pelo garoto.

— Acha que consegue chegar ao seu acampamento?

— Sim, não é tão longe daqui. — Respondeu ajustando a espada no cinto com uma das mãos. — E você consegue chegar à capital?

O comandante retirou um dispositivo de um compartimento na armadura e o lançou no solo. O item parecia uma pílula, no entanto, suas funções estavam longe de ser medicinais.

Abaixo da outra metade do animal um círculo de luz surgiu, em um instante este se expandiu de forma a abranger todo o tamanho do animal. O comandante adentrou o espaço do circular.

— Sabe o que é isso? — A pergunta de Graham poderia ser interpretada como óbvia pelos habitantes da cidade da tecnomagia. Porém para Sieghart aquilo era totalmente novo, até mesmo sua expressão lhe dizia isso. — Certo, entendi. Isso é um portal, ele vai me levar direto para meu agrupamento em Calnat. — Uma ideia lhe surgiu como um estalo. — Por que não vêm comigo? Suas habilidades são dignas dos grandes gladiadores protetores da família real Ming Onette.

O jovem sorriu com um aceno, logo na sequencia continuou a caminhar. Estava faminto e mal podia esperar para chegar ao acampamento e assar a carne.

— Agradeço a proposta, mas não tenho uma casa para me estabelecer e pretendo manter minha vida assim. — Novamente um aceno. — Até um dia comandante Graham.

Ao esticar a mão com a palma para baixo o circulo incandesceu. Seu brilho ficou tão forte que observá-lo diretamente era impossível, logo depois a luz desapareceu por completo deixando para traz apenas a voz comandante.

— Até mais garoto que não me disse o nome...

Sieghart estava cansado, porém sentia que seu dever fora cumprido totalmente e aquela peça de carne de urso era a prova disso.

Não se passara tanto tempo desde que partira do acampamento, porem ele acreditou que seu colega já dormira e que a chama já se apagara. Sua atenção estava direcionada para qualquer sinal de fumaça. Porém não foi preciso procurar muito para encontrar o acampamento, isso porque ao longe ele conseguia ver uma imensa claridade proveniente do fogo. Logo de cara a luminosidade lhe causou estranheza, no entanto, foram os barulhos que o alertaram para o perigo.

— Garoto! Onde você está? Socorro! — Os gritos ecoados pela floresta transmitiam toda a dor e o desespero de Trimecto.

Sieghart ao perceber que seu amigo sentia dor largou a carcaça do animal e correu o maximo que pôde. Sua velocidade era incrível, movia-se como um ser da noite acostumado as trevas. Passava por entre arbustos e moitas como um vulto turvo.

— Trim! O que houve aqui? — Gritou Sieghart ao constatar as labaredas altíssimas.

A figura de seu colega estava obstruída pelas chamas, ao circundá-las Ercnard deparou-se com Trimecto completamente ferido apoiado em um tronco. Seu torso fora perfurado por diversas flechas e lanças, as pernas e os braços possuíam inúmeros cortes de grande profundidade. Desesperado Sieghart correu em sua direção. Assim que tentou remover a primeira flecha do corpo de seu amigo escutou um zunido traçar o ar. Logo em seguida uma flecha emplumada o atingiu no ombro prendendo ao tronco ao lado de Trimecto.

Quando seus olhos viraram na mesma direção em que seu amigo observava, o garoto deparou-se com um grupo de elfas da sombras. As fêmeas eram bandidas da floresta, a espécie sempre andava em grupo para evitar a derrota em batalhas, em geral estas faziam uso de espadas curtas para o combate corpo a corpo, arco e flecha e raramente lanças em perseguições.

— Elfas miseráveis! — Praguejou o guerreiro. — Não chegamos nem perto de seus territórios, por que nos atacam ?

— Pronto, resposta respondida. — Falou a elfa redundante. — A presença que você sentiu era esse pivete! — Completou líder do grupo à para sua primeira imediata.

— Achei que fosse um Avatar, tenho certeza de ter sentido a presença de um. — Respondeu a subordinada ajustando a flecha na corda.

O objeto foi esticado na linha, seu alvo era o coração de Trimecto. A flecha zuniu. Ercnard tentou defender seu amigo, no entanto, a seta atravessou sua mão prendendo-a ao peito de Trim.

— Posso matar aquele nanico? — Perguntou uma elfa de patente menor.

— Não, tínhamos ordens de acabar apenas com o sobrevivente. — Respondeu a líder com o punho erguido.

Trimecto, sentiu o coração ser perfurado e a vida deixando seu corpo. Um fio de sangue passou a escorrer de sua boca. O jovem Sieghart sentia muita dor em ambos os ferimentos.

— Engraçado, estava tão perto de me tornar mais forte. — A fala começava a fraquejar. — Seu eu tivesse sido mais forte teria evitado todo esse problema para você, garoto. — Seu olhos marejaram, as lagrimas escorreram. — Tantas semanas e eu nem se quer perguntei seu nome.

— Ercnard Sieghart. — Respondeu sem demora. Seu rosto estava abaixado, as lágrimas caiam no solo deixando uma marca visível de umidade. — Esse é meu nome.

Trim abriu um sorriso.

— Isso me deu uma ideia de piada. O nome dela vai ser “provocação fatal”. Quer ouvir? — Respirou fundo, não ouve negação ou queixa por parte de Sieghart. — Ercnard Sieghart você é um imbecil!

As elfas observaram as palavras do colega do guerreiro com atenção, porém, não conseguiram entender o sentido que elas possuíam. Sieghart entendeu a piada permanecendo de cabeça abaixada. As lagrimas brotavam como cachoeira.

Silêncio.

— Exato. — Falou Trim. — Essa foi a provocação, já o fatal...— Sua voz emudeceu-se, seu corpo perdeu a força. Seu sorriso permaneceu estampado na face assim como seus olhos abertos.

A líder das elfas sombrias avançou calmante até aproximar-se dos dois, levou a mão até a espada curta e a retirou da bainha. Girando a lâmina ela se preparava para decapitar o corpo falecido de Trimecto. A capitã parou, ergueu a lâmina e atacou.

— Provocação fatal. — Murmurou Sieghart.

A espada da inimiga parou em pleno ar com um movimento brusco, seu corpo não pôde se mover. Sua alma parecia estar sendo atingida por diversas vezes, seu corpo permanecia perfeito, porém era nítido que sofria. Largou a arma no solo sem força para segura-la.

Sieghart retirou a seta da mão e do ombro com se estas não fossem nada, a dor parecia ter desaparecido completamente, até mesmo os ferimentos haviam se curado de um instante para o outro. Ele a segurou pelo pescoço e a lançou na imensa chama da fogueira. Com uma expressão idêntica a do espanto de um bebe caminhou em direção às chamas.

Ao pisar no cadáver em chamas da elfa as labaredas mudaram de cor, estas passaram a emitir um brilho negro e púrpura. As roupas do jovem queimaram por completo, porém, antes que a espada caísse do cinto ele a tomou na mão direita. A passos lentos ele caminhou em direção a elas, em torno de sí as chamas continuavam a queimar tudo o que tocava em uma fração de segundos como uma aura flamejante.

— Provocação fatal. — Repetiu com um sussurro para sí mesmo.

Nenhuma das inimigas conseguia correr, seus corpos estavam paralisados, esse efeito não fora causado pelo medo ou desespero que sentiam. Fora a provocação fatal de Trimecto que causara aquilo.

— Provocação fatal! — Gritou o guerreiro de cabelos negros.

Por alguns segundos a escuridão da noite desapareceu, o imenso facho de luz gerou um abalo sísmico que foi sentido até mesmo no centro do palácio de Calnat. O céu clareou em um brilho que destruiu tudo em um raio de meio quilometro a partir de seu centro, a origem de toda a devastação, ou seja, o ponto central, foi o corpo desacordado do jovem Sieghart.




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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado da minha escrita.
Não sei ao certo quando postarei outro capitulo, mas eu sei que vai rolar :D



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