Let it Snow - Faberry escrita por Metacase, I am Gleek, Tharry Charliye, analaborda, Peixotize, CalPessoa, Stronger, FaberryLover, Florence, Rebeka Agron, Fernanda Redfield, ohmyhulk, Violet, Vitor Matheus


Capítulo 13
ohmyhulk - Sorry


Notas iniciais do capítulo

Eai galeris, como vocês vão nesse fim de ano?
Eu nem acredito que fui chamada para participar desse projeto.
Já de início, vou deixando meu Feliz Natal e um bom Ano Novo pra geral.
Queria agradecer a Iza por me chamar e por organizar esse batalhão para nos presentear com essas maravilhas (É serio, eu não se o que estou fazendo aqui perto dessas escritoras sensacionais!)
Espero que vocês gostem da minha short, é a minha primeira... ever... eu acho.
Ela foi baseada, ridiculamente, por Sorry- JB e é AU.
Sem mais delongas, espero que aproveitem, e Boas Festas!



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A neve caia sobre seus ombros, acumulando-se ali. Suas mãos trabalharam em limpar o seu sobretudo. Quinn já havia perdido a noção de tempo. Estava frio, nevava, e ela não conseguia sair da porta daquela casa.

Era a mesma casa que ela já conhecia bem. A decoração pomposa dos Berry lhe iluminava. O grande boneco de neve ao lado do portão com os dizeres “Feliz Natal” era seu confidente companheiro. Queria bater, queria entrar. Queria poder falar com ela. Dizer tudo que não teve coragem de dizer antes.

Sabia que ela estava ali. Como? Ela simplesmente sabia. Hiram e Leroy estavam viajando, mas todos no bairro diziam que ela havia ficado. A garota que havia roubado seu coração a um ano. Como falar de novo com ela?

Uma janela se iluminou no segundo andar da casa. A janela dela. Sua silhueta se fez presente. Quinn sentiu suas pernas tremerem. Não era frio. Era saudades. Quanto tempo sem ver seu paraíso particular. Foi quase um sofrimento para ela, ao ver as luzes se apagarem.

Escutou música vindo de dentro da casa. Ela estava sozinha? Será que ela já tinha encontrado um outro alguém? Os questionamentos começaram a lhe devorar por dentro. Não que pudesse privar ela de se relacionar com alguém. Mas Quinn sabia que o que elas tiveram foi verdadeiro, era amor. O que ela tinha ainda era amor.

A luz da sala se acendeu. A silhueta se formou na janela. Era algo muito destorcido, a cortina não permitia uma boa visão do que ocorria lá dentro. Dava para ver ela se movimentando agitadamente, de um lado ao outro da sala.

Quinn se questionou porque havia ido embora. Ela podia estar ali agora, lá dentro, com a mulher que amava, ao invés de estar que nem uma maníaca, do lado de fora da casa dela, no frio. Rachel nunca havia lhe pressionado. Ela sempre foi paciente, sempre deu pequenos passos até chegar ao seu coração.

Aquele maldito dia. O dia em que tudo mudou. O dia em que ela abandonou o amor da sua vida. Se arrependimento matasse, ela estaria morta. Porque havia sido fraca. Havia errado, não só consigo mesmo, mas com Rachel.

Seus olhos se voltaram aos seus pés. “Eu tenho que fazer algo”, ela pensou. Seus pés se mexeram com dificuldade. A mala que estava debaixo do seu braço passou para frente do seu corpo. Em segundos, ela se viu parada em frente a porta.

“Toque a campainha”, uma voz na sua cabeça lhe falou. Mas como criar coragem para fazer isso? Como simplesmente aparecer na porta dela, depois de tanto tempo, como se nada tivesse acontecido.

A tristeza começou a lhe invadir. Era a mulher que ela amava, a mulher que ela queria. Como ela simplesmente não conseguia falar com ela? Como ela havia se deixado tornar tão impotente a esse nível? Suas costas foram de encontro a frente da casa, ao lado da porta, e ela deixou seu corpo cair até o chão.

Puck teria vergonha dela. Ele insistiu que ela voltasse para casa. Que lutasse pela garota. E ali ela estava, fraquejando, hesitando. Ela estava com vergonha de si mesma.

Sentiu seu celular vibrar em seu bolso. Sua mão o alcançou. Era sua mãe. Provavelmente queria desejar boas festas. Ela ainda achava que a garota estava fora, que não havia voltado a Lima. Resolveu retornar depois. Não queria ter que ficar conversando naquela hora. Uma foto sua com Rachel se destacou na tela. Elas estavam montando a decoração de Natal do ano anterior. A morena sorria que nem uma criança, e Quinn sorria ao ver a sua garota sorrir.

Desbloqueou o celular. Milhares de outras fotos estavam na galeria. A morena sorrindo, logo após a acordar. Com o uniforme do trabalho de garçonete que havia arranjado naquele inverno em que estiveram juntas. Uma delas se beijando. Quinn se lembrava de quando todos os registros das duas haviam sido feitos.

Ela ainda tinha o número da garota gravado ali. “Seria bom escutar de novo a voz dela, só por uma última vez”, ela pensou. Antes que pudesse processar o que estava acontecendo de verdade, ouviu o celular chamar. Uma, duas, três vezes. Não estava esperançosa de que Rachel fosse lhe atender. Ela tinha motivos de sobra.

– Quinn? – a voz dela ecoou pelo seu ouvido. Um arrepio percorreu a sua coluna.

Ela não sabia o que fazer, o que falar. Não esperava que ela atendesse.

– Quinn? – ouviu ela repetir. Quantas saudades havia sentido daquela voz. Quantas saudades havia sentido daquela voz falando o seu nome. Se sentia quase no céu – Eu consigo escutar a sua respiração, você vai mesmo não falar nada? – “Sim Rachel, eu vou mesmo não falar nada” – Bem, se é assim, eu vou desligar então...

– NÃO! – a voz da loira saiu mais alta do que ela esperava, e mentalmente, ela se repreendeu – Não desligue por favor.

– Porque eu não desligaria, Quinn? – Rachel comentou, sua voz se agitando um pouco – Você não deu um sinal de vida antes, porque eu tenho que me manter nessa ligação agora?

– É muito tarde para pedir desculpas? – a voz da loira saiu fraca.

– Um ano depois de você me abandonar as vésperas de Natal? – a morena se apressou para responder – Você me deixou no escuro Quinn. Eu te amava. Amor, você sabe o que é isso?

“Sim, eu sei Rachel, por isso estou aqui que nem uma idiota parada na sua porta, falando com você pelo celular.”

– Você não deu notícias por meses. Eu descobri que você estava no exército pelos seus pais. Que você veio passar sua licença em casa. Depois disso, eu desisti de tentar te ligar. Você sabe que eu tentei. Você nunca me atendia. Eu decidi que eu tinha que voltar a viver. Que não podia ficar presa a alguém que poderia nunca mais aparecer.

Ela podia ouvir a mágoa na voz da morena. Ela sabia do que ela falava.

– Desculpa... – Quinn sussurrou – Sim, eu sei que te decepcionei. E você tem toda a razão. Você desistiu porque eu desisti. Você vai ficar com raiva de toda a minha sinceridade, mas foda-se.

A loira suspirou fundo, tentando encontrar coragem para falar o que queria.

– Eu nunca soube lidar direito com o que eu sentia. Eu nunca soube entender. Quando eu entrei para o exército, eu pude me esconder. Eu pude evitar isso tudo. E então eu tive minha primeira licença em três anos. Meus pais haviam acabado de se mudar para uma cidadezinha pacata de Ohio. Fazia tempo que eu não via meus velhos, e eu resolvi passar esse tempo com eles. É claro que em momento nenhum eu planejei que a filha dos vizinhos fosse roubar meu coração.

Ela ouviu a morena suspirando do outro lado da linha.

– Então nós ficamos próximas. Conhecidas, amigas, amantes. E eu nunca tive que lidar com a minha sexualidade. Então, quando eu me vi a ponto de te falar que te amava, eu entrei em pânico. – sua mão foi de encontro ao cabelo, coçando a cabeça - Eu fui para a minha casa, em Nova York. Você me ligou, mas eu não conseguia te atender. Estava tudo muito confuso. E logo depois eu voltei para a base. Eu fugi, e você nunca foi embora. Por meses você me ligou, até que você parou. E eu comecei a sentir sua falta. Do seu beijo. Do seu abraço. Do seu carinho. Do seu amor. Eu comecei a perceber o quão estúpida eu fui. Por ter deixado o amor da minha vida para trás. – Quinn parou, procurando ar para continuar a sua sentença. Podia ouvir a respiração da morena falhar do outro lado da linha. Rachel sabia o que ia ouvir, e a loira sabia o que ia falar. Medo nenhum a impedia no momento – Porque você é, Rach, o amor da minha vida.

Quinn não falou nada. Não porque não havia mais o que se falar. Havia muito ainda a ser dito, na verdade. Mas queria deixar a morena processar o que ela havia dito. Elas ficaram ali na linha. Dois, cinco, sete minutos. Nenhuma palavra dita. Somente as respirações eram auditíveis.

Um longo suspiro se fez ouvir.

– Quem você acha que é para me ligar depois de tanto sofrimento para dizer que me ama? – a voz de Rachel soava um tanto quanto desapontada.

– Olha, eu sei que te desapontei... – Quinn a interrompeu.

– Desapontou? Você me deixou Quinn. – a loira sentiu seu coração quebrar em vários pedaços pela milionésima vez – Você me abandonou. Você não sabe nem como pedir desculpas direito pelo passado e quer jogar isso tudo em cima de mim.

– Você sabe que tento, mas não me dou muito bem com desculpas. – Quinn retrucou – Não estou tentando fazer você voltar comigo. Eu sinto falta de você. Eu não sei o que você diz com desculpas, mas eu estou tentando ao menos, dizer que meus sentimentos por você não mudaram. Nem vão mudar.

– Você está se ouvindo? – Rachel falou – É isso que está errado, caso você não percebeu. Você não pode simplesmente me ligar depois de um ano, este o qual eu passei a maior parte sofrendo por sua causa, e dizer que me ama. Esse não é o tipo de coisa que se faz pelo telefone. Você simplesmente não pode me pedir desculpas pelo sofrimento que você me impôs numa ligação.

– Eu sei. – a loira respirou fundo – É por isso que eu estou na porta da sua casa a sei lá, uma hora ou mais. Porque eu sou covarde e não consigo bater. Porque eu não consigo te falar que eu me sinto uma merda por ter te largado. Que hoje eu nunca faria aquilo. Que você é a melhor coisa que já me aconteceu. Que eu te amo, e mesmo que você não me ame mais, eu vou estar aqui, sem fugir. Porque eu quebrei seu coração Rachel, eu sei disso, mas agora eu estou pondo o meu numa bandeja para você decidir o que você vai fazer com ele. Então, por favor, já que você diz que eu não posso te pedir desculpas pelo telefone, você pode aparecer na porta da frente para conversarmos?

Quinn sentia seu peito subir e descer em uma frequência desconhecida. “Então esse é o nervosismo que Puck comentou”, pensou. Podia ouvir a respiração de Rachel descompassada. E então não escutou mais nada. O sinal de ocupado invadiu seu tímpano.

Rachel tinha desligado. Rachel tinha desistido. Em definitivo. Quinn sentiu uma lágrima correr pela sua bochecha. Seus joelhos se dobraram. Os seus braços abraçaram as pernas, se encolhendo toda naquela posição. A loira permitiu que as lágrimas fluíssem pelo seu rosto. Era isso. Ela havia perdido o amor da sua vida. Não se importava de passar vergonha ali na frente da casa dela.

– Sabe... – a voz de Rachel se fez presente, a assustando. Seu olhar se voltou a porta. A morena estava parada ali, recostada no batente, seu olhar perdido no horizonte – É tarde pra caramba para você me pedir desculpas. E ainda assim você está aqui, na porta da minha casa, numa véspera de Natal, tentando se redimir. Ou você me ama demais, ou você é muito louca.

Quinn não sabia o que falar. Tentou secar suas lágrimas, se recompondo. Ela havia vindo até a porta. Ela estava ali. Ela estava linda. Ela era linda.

– E qual dos dois você acha que eu sou? – ela respondeu.

– Você é muito sortuda que eu não consigo te esquecer. – Rachel respondeu, surpreendendo a loira – Eu não consigo. Você é o amor da minha vida. Foi difícil ficar sem você. Parecia que eu estava morrendo. Com o tempo ficou tolerável. E agora, você está aqui de novo. Então, eu diria que você é muito louca.

Quinn não sabia como responder aquilo. O silêncio se formou, agoniando a loira.

– Então, você me ama? – a morena perguntou, assustando a outra. Quinn se levantou do chão, acenando em sim com a cabeça como resposta – E como eu posso ter certeza de que eu não vou me machucar de novo?

– Você não pode. – a loira respondeu, vendo o olhar de Rachel se voltar ao seu – Não tem como ter certeza, nunca há. Você tem que crer na minha palavra quando eu te digo que eu te amo e que eu só preciso de uma chance para você me perdoar. E eu vou usar essa chance para provar para você que eu sou digna da segunda chance.

Os olhos castanhos inquisidores em cima de si faziam Quinn ficar assustada. O que se passava na cabeça da morena era um mistério.

– Então... – Rachel comentou, voltando a olhar para o horizonte – É natal de novo...

– Sim... – Quinn falou, procurando o que Rachel olhava no horizonte – É natal de novo... Mas dessa vez você não está sozinha.

Ela não conseguiu processar mais nenhuma informação. Aquele cheiro que ela conhecia bem invadiu sua narinas. Sentiu os braços dela passaram pelo seu pescoço, tomando o seu corpo. Não que um dia ele houvesse deixado de ser dela, mas estar ali em pensamentos, era totalmente diferente do que acontecia no momento. Sentiu os lábios de Rachel sobre os seus, lhe atacando como um animal feroz. Sua língua pedia passagem, e a loira prontamente deu passagem, matando aquela saudade que parecia ter consumido um pedaço de si durante o último ano. Permitiu que suas mãos passassem pela cintura da morena, puxando-a mais para si. O gosto era o mesmo, mas era totalmente diferente. Quinn jamais conseguiria enjoar-se dela.

Ela não sabia quanto tempo ficou ali, degustando daqueles lábios, sentindo as suas línguas se entrelaçarem. Qualquer definição de tempo parecia pouco para elas.

– Porque eu estou fazendo isso? - ouviu a voz de Rachel falar calmamente, ao separar os seus lábios. Suas testas se encontraram carinhosamente, mantendo aquele contato fisíco.

– Porque é natal... - a loira falou, abrindo os olhos para dar de cara com os castanhos - E Natal é tempo de perdoar as pessoas que amamos.

A respiração ofegante de Rachel ainda batia sobre si. Sentiu o corpo da amada estremecer ao ouvir suas palavras. "Quantas saudades eu havia sentido disso", ela pensou. A morena suspirou, se acomodando mais ainda nos braços da loira.

– Você nunca mais vai me deixar sozinha? - a voz fraca da estrela perguntou receosa.

– Eu nunca mais vou sair do seu lado Rachel. Eu nunca mais vou te abandonar. Você... - a mão direita de Quinn procurou a de Rachel, entrelaçando seus dedos - é tudo o que eu quero para mim.

A morena se pegou olhando para suas mãos. Juntas de novo. Era tudo o que queria desde um ano. Agora era estava ali. Era Natal. Claro que havia mágoa e assuntos a serem resolvidos. Mas ficaram para ser resolvidos por um ano. O que seria mais uma noite?

Seu olhar se voltou para Quinn.

– Você está com fome? - um sorriso brotou no rosto da loira - É Natal... E eu não quero jantar sozinha.

– Sim. Será um prazer jantar com você, Rach. - Quinn comentou. A morena saiu dos seus braços, entrando na casa de seus pais. Quinn sentiu-se ser puxada pelo braço. A porta fechou sozinha detrás de si. Não é como se ela precisasse se preocupar com o que havia do lado de fora dela. Era Natal, e ela finalmente estava em casa. Finalmente estava com Rachel.


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Notas finais do capítulo

Caramba. É isso então. Meu deus. Espero que gostem.
Praise pra Iza por ter juntado esse batalhão para bombardear nossos corações com tanto amor Faberry. Espero que eu não desaponte ninguém. E eu tenho o costume de me prolongar demais, então vou parar por aqui.
Beijos grandes, abraços e boas festas para geral!



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