O táxi estava nos esperando lá fora, James está no hotel com Paul, e não tínhamos tempo a perder.

Você deve estar se perguntando, mas não, Jesse não veio com padre Dom. Aquele moreno era o mesmo funcionário do aeroporto que carrega as malas, aquele que veio com Cee Cee.

Meu coração não podia estar mais partido.

- Suze, não pude deixar Jesse vir junto, por mais que ele tenha insistido. Entenda, tive medo de que ele cometesse uma loucura. Sabe que ele tem ciúmes de Paul com você.

- Mas eu disse que Paul estava de olho na Cee!

- E acha que ele acreditou? Suze, você é uma mega-mentirosa quando o assunto é mediação...

E eu tive que calar a boca. Porque era a pura verdade, eu sempre mentia quando estava mediando. Apesar de que, desta vez, não era uma mentira completa.

Chegamos à cafeteria dos muffins maravilhosos, onde paramos para meditar a respeito do ocorrido.

E ela sentou em cima dos muffins. Marina, a morta.

Padre Dom dizia olhando para mim:

- O que a mocinha tem a nos dizer?

- Ah, ele é o reforço? Porque você vai precisar, sua mediadorazinha “meia-boca”. – disse Marina.

Aquilo foi cruel, me machucou de verdade.

- Porque se não fosse por mim, você provavelmente estaria acordando agora. Nua. Na cama do Paul. – Completou ela.

- Padre Dom, Marina apareceu no avião, quando eu estava vindo para cá com minha mãe, e me contou sua triste história, que eu já lhe contei ontem pelo telefone. E agora nós temos que colocar James na cadeia, mas eu não sei como fazer isso. – Respondi.

Padre Dom fez uma carranca para Marina, e falou olhando para mim:

- Suze, eu sei que você é muito grata a Marina por tê-la salvo na noite de ontem, mas certamente você sabe que não é uma mediadora “meia-boca”, como dizem as más-línguas. Mas vamos pensar juntos e encontrar uma solução para o caso.

O mais incrível é que nem Cee, nem Gina desconfiavam de que havia mais alguém além de nós quatro naquela conversa.

- Eu tirei algumas fotos da festa, podemos ver se há algo aproveitável aqui no meu palmtop! É só espetar o memory card aqui e... – Dizia Cee Cee, ligando o palmtop e mostrando as fotos para nós.

Ela foi passando, passando, até que Marina, em cima da mesa falou:

- Pede para ela voltar! Naquela foto do casal de beijando!

- Volte naquela foto do casal se beijando! – falei para Cee, que imediatamente voltou.

Então eu olhei a foto melhor, e pude ver o que Marina quis dizer.

- Ali atrás, James com um pacote nas mãos! Ele está segurando DROGAS naquela foto! – Falei em êxtase. – Finalmente, vamos colocar o idiota na cadeia!

Padre Dom pegou a foto, quer dizer, o palmtop inteiro de Cee Cee, e levou até a delegacia, enquanto que nós três fomos para minha casa, quer dizer, a casa de minha avó.

Horas depois, recebemos um telefonema do padre, contando que a polícia foi bem sucedida na emboscada, e prenderam James em flagrante, encontrando diversos tipos de drogas entre seus pertences.

E Paul, obviamente, conseguiu escapar. Ele não tinha nada a ver com a situação, não haviam provas concretas, quero dizer.