A porta se abriu e o delicioso cheiro do sabonete invadiu o quarto. Haruka entrou no cômodo fitando Ren, que o encarou de volta e, consequentemente, perdeu uma vida no jogo que jogava com o irmão mais velho.

– Ah não! Você me distraiu! - o garotinho choramingou de mentirinha, fazendo sua irmã Ran, que estava atrás dele sentada na cama, cair na gargalhada.

– Quem mandou você ser distraído, heim? - Ela puxou as bochechas infladas do gêmeo.

– É culpa do Haru...!

Makoto olhou sorriente para os dois antes de desviar o olhar para o namorado. Ah, ele estava tão cheiroso! Dos seus fios de cabelo bagunçados e molhados escorriam filetes de água, que deslizavam pelo seu pescoço e pingavam sobre o tecido laranja da blusa emprestada por Makoto.

Haruka não havia planejado ir passar a noite na residência Tachibana. Apenas ocorreu de, após uma longa tarde de treinos na piscina do colégio, Makoto chamar o moreno para passar a noite abençoada de sexta-feira na casa dele. Por que não?

E agora, lá estavam eles. Makoto havia tomado um banho antes de Haruka, e esperava pelo parceiro para começar a desvendar um jogo novo com ele, quando seus irmãos apareceram no quarto e se jogaram no mais velho, brincando e rindo. Acabaram jogando enquanto esperavam Haruka terminar seu banho.

– Ran, Ren. - O moreno cumprimentou os garotos, que sorriram e correram até ele em resposta.

Makoto riu e pausou o jogo, se levantando e indo na direção do outro.

– Ren, Ran, a mamãe trouxe picolés. Estão lá no congelador, por que não pegam pra gente?

Os menores se entreolharam rapidamente e saíram do quarto, gritando "picolé!", em direção à cozinha.

As orbes azuis de Haruka encontraram as esverdeadas do namorado, como se esperasse por alguma explicação, e Makoto soltou uma risada rendida em resposta.

– Eles só vão ficar até dormirem. - então deu um selinho no moreno, segurando em sua cintura levemente.

– Tudo bem, desde que a gente esteja junto.

Com isso, Makoto sorriu ternamente para Haruka. Ah, aquele sorriso... o mesmo que já o fizera cair por terra tantas vezes. Como ele adorava quando Makoto sorria assim, sincero e apaixonado por ele.

Ficaram assim, as mãos na cintura um do outro, enquanto trocavam mais beijos e curtiam a presença um do outro, até ouvirem os passos pesados e apressados dos irmãos mais novos do Tachibana chegando perto, e se separaram.

– São de tutti-frutti! - Ran exclamou assim que passou pela porta, pulando e estendendo dois dos picolés azuis para o irmão e seu "colega".

Enquanto isso, Ren correu para a cama e se jogou nela. Makoto pegou os picolés com um "obrigado" e entregou um para o Nanase, então foram os três em direção à cama.

– Que jogo é? - Haruka perguntou assim que se sentou à beira da boa e velha cama de Makoto e Ren pulou em seu colo.

– Halo 4 - Ran respondeu prontamente, enquanto se sentava no colo do irmão mais velho, que havia se sentado no chão.

Makoto e Haruka ficaram jogando por um bom tempo. Já entardecia. Mesmo com os ruídos do jogo e alguns murmúrios da parte dos mais velhos, os gêmeos acabaram por adormecer ali mesmo, nos colos deles. Os picolés já estavam acabando quando eles passaram da segunda fase.

– Haru. - Makoto chamou assim que alcançaram um checkpoint no jogo.

– Hm?

Makoto lançou um olhar para a pequena Ran que dormia em seu colo e para o garoto Ren, que ressonava agarrado a Haruka. Ele imediatamente entendeu. Makoto pausou o jogo e segurou Ran no colo, levantando-se com ela, seguido por Haruka com Ren nos braços logo em seguida.

Após deixarem os irmãos no quarto deles como se fossem seus próprios filhos, os dois correram de volta para o quarto de Makoto, impacientes, recomeçando os beijos ainda antes de passarem pela porta e fecharem-na. Ansiavam pelos toques, pela intimidade, satisfazer a vontade que guardaram enquanto os pequenos estavam presentes. As mãos deslizavam pelos corpos, os pés conduziram-nos até a cama, o tempo era marcado com suspiros e sussurros. Se jogaram no colchão, adorando a presença um do outro, sentindo o calor corporal aumentar gradualmente. E a paixão se corresponder.

Deitaram-se lado a lado, face a face, os dedos entrelaçados. Makoto acariciou os cabelos já secos do namorado, sorrindo-lhe daquele jeito bobo que quem era apaixonado fazia sem perceber. Haruka estendeu o braço e abraçou as costas largas do amado, puxando-o para mais perto e aconchegando-se em seu peito. Nenhuma palavra era dita, não havia necessidade. Ambos sabiam perfeitamente o que se passava na cabeça e no coração de cada.

Um último "boa noite" foi sussurrado antes que o casal adormecesse no aconchego um do outro.