Broken Glass - Caco de Vidro escrita por Letícia Silveira, Maavi
Acordei com um bendito despertador, que eu nem mesmo sabia que existia, tocando. Aqueles malditos 'trim-trim' já estavam me irritando. Peguei ele e o joguei contra a parede. Ops, acho que nem a pilha sobreviveu para contar a história. Nesse momento, minha mãe entrou no quarto sorrindo abertamente, enquanto a minha tia fada, Alice, entrou e foi direto pro meu closet. Bufei, se fosse por ela eu teria um closet triplicado. Eu até não posso reclamar, porque quero que o Jake fique babando por mim. De preferência literalmente. Tia Alice concerteza daria conta do recado. Sorri ao constatar isso. - Bom dia, querida. Não gostaste do presente? - Minha mãe disse olhando para os restos do despertador. - Desculpa mãe, mas ele era muito irritante. - Tudo bem - ela sorriu. - Mas, me conte, o que aconteceu? - Perguntou curiosa, com uma cara sapeca e os olhinhos brilhando. Ela parecia mais uma adolescente, não uma mãe, a minha mãe. - Nada demais. Eu fui no vô Charlie, chorei de emoção. Lá também estava a Sue, cuja.. - Ela me interrompeu. - A Sue? Mas o que ela estava fazendo lá? - Ela estava cozinhando para o vô Charlie, o tio Billy e alguns lobos. - Alguns lobos? - Ela perguntou com a sombrancelha arqueada. - O Seth, - ela sorriu e eu continuei indiferente - o Quil e o Embry. O Jacob - destaquei o nome, nunca mais o chamaria de Jake. Talvez na minha inconciência. - ia chegar lá, mas então eu saí antes. Ah, a Leah estava lá também. - Só de me lembrar da vadia, já fazia uma cara de nojo. - Filha, hoje mais cedo, você viu o Jake? - Mãe é Jacob. Jacob Black e você sabe que eu o vi, com a Leah. - Me mostre os acontecimentos. - Arregalei os olhos, ela não podia pedir pra mim fazer isso. Ela se sentou no canto da cama. Automaticamente, comecei a lembrar de tudo o que aconteceu ontem e ela pegou a minha mão e colocou sobre a sua. - Não mãe - gemi. Sabia que não conseguiria parar de lembrar sobre ontem. Tentei tirar a minha mão dali, mas ela, sendo mais forte do que eu, apertou o meu pulso. - Não acredito que o Jacob fez isso! - Ela gritou, fazendo o meu pai entrar no quarto. - NÃO ACREDITO NO QUE AQUELE CACHORRO FEZ! - Ele gritou furioso. - O que aquele projeto de cão fez?- Minha tia Rosalie gritou furiosa ao entrar no quarto, com um Emmett risonho ao lado. - Ele e a Leah... - Meu pai se sufocou não conseguindo terminar. Pelo jeito, ontem eu consegui não pensar naquilo aqui em casa. - Edward, como ele conseguiu fazer isso? - Minha mãe perguntou com a face horrorizada e começou a limpar as lágrimas que caiam em meu rosto, inconscientemente. - Não sei. O impriting não tem como ser quebrado. - Ele andava de um lado pro outro pelo meu quarto, nervoso e inquieto. - O quê? - Perguntei, tentando conter as minhas lágrimas silenciosas. Uma vez, Seth disse uma frase com essa palavra. Eu lembro que o Jake, quer dizer Jacob o olhou feio e o Seth se engasgou com a maçã que estava comendo. Me lembro também que eu não entendia o que aquilo significava: impriting. Essa palavra agora rodava em minha mente enquanto todos me encaravam com choque e pena em suas feições. Não estava entendendo nada, até que tia Alice griou de dentro do closet mesmo: - Que saco esses cachorros. Não enxergo como ela ficaria com esse modelito. - Fazendo eu rir um pouco. - Ixi, a baixinha virou bipolar! - Tio Emmett disse ainda rindo. Eu não sei como ele aguenta gargalhar tanto. - Para de encher o saco. Deu de reunião familiar? Eu preciso ir ao colégio. - Eu disse irritada. Talvez eu seja sim bipolar. - Eu disse. -Emmett falou e saiu. Claro que ele estava se referindo ao meu humor. - Está bem, querida. - Minha madrinha Rosalie disse e me deu um beijo na testa, saindo logo em seguida. - Mãe, cadê o tio Jasper? - Afinal, só ele e os meus avós não haviam subido. - Ele saiu, filha. Sabe como é certidões, carteira de motorista... - Ela disse e os meus olhos brilharam. Seria esse ano que eu ganharia carteira para dirigir um carro? - É esse ano? - Eu perguntei, afinal ela sabia sobre o quê eu estava falando. - Supresa!!! Vamos? Você está atrasada, nem sequer tomou café! - Assenti e me levantei. Tomei meu café da manhã, onde eu mal comi, porque mal suporto comida humana. Comi apenas duas panquecas e um copo de suco de laranja, cuja estava muito azedo. Fiz minha higiene bucal e fui ver o que a minha tia Alice estava aprontando. Ela ainda estava no closet então fui até lá. Entrei e estava tudo revirado e eu só via um raio (leia-se Alice) correndo de um lado para o outro. - Tia? - Perguntei e ela parou, segurando uma blusa azul. - SIm? - Ela perguntou, batendo o pé. - Já decidiu o que eu irei usar? - Perguntei. - NÃO! - Ela gritou. - Não consigo decidir quando estou cega. - Deixa tia, eu escolho. - Disse me dirigindo ao armário esquerdo, onde ficava as calças jeans. - Na-na-ni-na-não! Você não vai de calça. Vai de saia ou shorts. O que é bonito tem de ser mostrado e as suas pernas cabem bem no ditado. Tome. - Ela disse, me entregando um shorts jeans claro, com o final desfiado. - Mas tia, nem está tão quente assim! - Temei. - Não importa. Veste rápido, se não vai se atrasar. - Ela insistiu. - Mas posso pelo menos escolher a minha blusa? - Tentei. - Não. Vista essa. Anda, Nessie. Te esperarei lá embaixo, eu que te levarei pro colégio. Rápido, falta vinte minutos pra aula começar. - Tá bom. - Me rendi. Fui para o meu quarto e rapidamente me vesti. Olhei o meu reflexo no espelho e resolvi passar um lápis no olho, junto com um rímel. Reparei que a minha blusa era um pouco indecente, pois a minha blusa era roxa com um decote um pouco impróprio para uma escola, mas pelo menos não era justa, e sim larginha. Coloquei uma bota de bico fino e salto alto preta e agora só faltava fazer a maquiagem. Depois de eu ter feito um make básico, ainda passei um gloss que deixava com brilho nos meus lábios e peguei o meu material que a mamãe havia comprado. Desci correndo as escadas e fui direto pra garagem. - Tia? Em que carro? - Perguntei. - Nesse aqui. - Ela disse ligando o carro que estava. Era o novo porshe dela, do mesmo modelo do antigo, mas atual e amarelo. Estávamos quase chegando na escola de La Push e eu perguntei: - Tia, só o Seth e o Jacob estão no colégio? - Não sei, flor. Mas você ficará sabendo... agora! - Ela disse entrando no estacionamento do colégio. O mesmo até que era bonitinho. Era composto de três prédios diferentes que eram de cores claras, diferenciando entra tons pastéis. O estacionamento estava lotado e eu senti o meu coração acelerar quando eu vi a quantidade de pessoas que se viraram para encarar o meu carro. Peguei o meu material e pensei: não é hora de ficar nervosa. Saí do carro e coloquei a minha mochila nas costas. Eu praticamente desfilei no caminho à secretaria e eu ouvi comentários como: ouvi falar que ela é uma Cullen ou Ela é muito linda, será que está disponível? ou outros mais obscenos e alguns como olha esse corpo e tal, o que me fez ter nojo do guri que disse isso. Ouvi uma voz rouca dizendo se acalme e logo entendi que era o Quil falando. Me virei pra eles e Jake tremia. Percebi que o Seth não estava ali, apenas o Jacob, o Quil e o Embry. Me virei e continuei o meu caminho à secretaria. Quando abri a porta um sino tocou, demonstrando a minha presença. Uma mulher de cabelos grisalhos saiu de uma sala e me comprimentou: - Bom dia. - Bom dia, senhora. Sou Renesmee Cullen e vim buscar os meus horários. - Ah, claro senhorita Cullen. Espere só um momento. - Sem problemas. - Sorri simpaticamente. A mulher entrou novamente na sala e saiu dali com um montinhos de folhetos. - Aqui está: o mapa do colégio, os seus horários, os grupos extra-escolares, que você poderá fazer ou não. Temos várias oficinas, como a de mecânica, a de artes cênicas, mais conhecida como teatro, entre outras. - Obrigada, senhora. Já vou indo, se não me atrassarei. - Seu primeiro período é bio-química, no prédio três, senhorita. - Ah, muito obrigada pela dica. - Sorri amalvemente. - De nada. - Ela disse enquanto eu fechava a porta. Logo que eu saí do prédio um, onde se encontrava a secretaria, vi o Seth chegando com a sua moto e pulando dela todo desengonçado, pois estava atrasado. - Seth! - gritei, fazendo com que ele se virasse pra mim e sorrisse. - E aí, Nessie? - Ele perguntou e se aproximou. - Tudo legal e que período você tem agora? - Hãã, acho que é química ou algo assim. - Disse coçando a cabeça. Eu ri e ele me olhou confuso. - Vem, Seth. Você tem bio-quimica agora comigo, vem. - Disse puxando-o pela mão. O Seth me ajudou a chegar na sala e bati com uma mão na porta, enquanto a outra ainda estava na de Seth. A porta abriu-se e eu sorri sem jeito: - Desculpe, professor, mas eu me perdi ao procurar a sala. - Ah, você deve ser a famosa Renesmee Cullen. Entre, mas e você Seth Clearwater? De novo atrasado? - O professor perguntou bravo. - Desculpa aí. - Ele disse e entrou na sala comigo, nós ainda de mãos dadas. Ouvi uns sussuros de como ela é rápida e outros como o casal mais bonito da escola. Corei e soltei a mão de Seth que parecia conter o riso. Seth disse que ele não tinha parceiro nessa aula e que eu poderia sentar com ele. Assim o fiz e reparei que um guri com os olhos azuis escuros e com o cabelo preto me encarava de cinco em cinco minutos. - Quem é ele? - Sussurei para o Seth e apontei discretamente para o guri. - Ele é o William. É um mauricinho filinho de papai. Nem adianta se interessar por ele que ele tem namorada, a Melissa. - Melissa? - Perguntei, não sei porque tinha uma sensação ruim quanto àquele nome. - É. As Cheer Líderes são um grupinho de populares do colégio. Um bando de maquiadas e metidas que se acham e que são bem atiradas. - Quem são as outras do grupinho? - Perguntei curiosa. - A Melissa, a Mellody e a Miranda. Todas com 'M' e fazem um gritinho irritante. Como: Unhas bonitas, cabelos caprichados, unidas com 'M', sempre amigas! Eu sei é irridiculo. - Seth disse e revirou os olhos. - E a Mellody e a Miranda têm namorados? - Não, elas são muito vazadas, sabe? Ficam com qualquer um. - Nossa. - Disse e a curiosidade me atiçou: - E você Seth, acha elas bonitas? - Não. Elas são muito falsificadas, se é que me entende, sabe? Não são naturais. - Ah. E o Quil e o Embry têm namoradas ou rolos? - O Embry, como ele fala, é um cachorro de rua. Sem dono ele se sente livre. O Quil não enxerga mais ninguém além da Claire. - Mas ela não tem oito anos? - Tem, mas sabe como é, impressão. - Ele disse e aquela palavra voltou a viajar pela minha mente. - É o tal de impriting não é? Ele parou, acho que se deu conta que tinha falado sobre algo que eu não sabia. - Hãã... - Ele murmurou apenas isso. - Afinal, o que é essa impressão? Por que todo mundo muda de assunto quando falam essa palavra? Que raiva!!! - Exclamei, falando ainda baixinho, respeitando o professor desligado que ainda explicava a aula. - Nessie, não sou eu quem tenho que te contar isso. - Ele disse com uma cara de dor. - Seth, prometo não contar que você me disse. Conta, por favor. - Fiz uma cara pidona. - Não posso, Ness. Ordens do alfa. - Seth disse. - Espera, ordens do alfa? O seu alfa não é o Jacob? - Perguntei brava. Estavam me escondendo algo e o Jake não queria que eu soubesse. - Upss. - Seth disse e bateu com a mão na testa. - Besta, besta, besta. - Seth, você está legal? Mas que história é essa do Jake.. quer dizer do Jacob me proibir de contar algo? Ai, mas que droga! - Eu disse, um pouco alto demais. - Senhorita Cullen. - Ebaa, o professor me ouviu. Droga. TRIMMMMMMM. Salvo pelo gongo, literalmente. O sinal tocou e eu sorri abertamente, me livrando de um discurso. - Que aula você tem agora, Seth? - Perguntei, pegando na sua mão. - Não sei, Nessie. Mas qual você tem? Eu posso te acompanhar, quer dizer, te mostrar onde é a sala. Sabe como é, pra você não ficar perdida por aí. - Ah, qual é! O colégio não é tão grande. O meu da Suécia era bem maior. O dobro no mínimo. Vamos, Seth, eu aceito a sua companhia. - Obrigada madama. - Ele se curvou beijando as costas das minhas mãos. - Que delicadeza, cavalheiro. - Eu disse, rindo abertamente. - Que que foi? Não posso ser um cavalheiro agora? - Ele disse com um sorriso no rosto. - Vamos, Seth, não quero chegar atrasada na aula. Lembra o por que de eu aceitar a sua companhia? - Ai, magoou. - Ele brincou. - Tá. Vamos. Saimos do prédio três e fomos para o um, onde era a aula de Matemática. Seth me disse no caminho que achava que tinha Física e fez uma careta, dizendo que a gente não precisava aprender sobre aquilo que a gente não vê. A gente depois falou sobre umas besteiras e gargalhávamos, enquanto alguns alunos que passavam pela gente nos estranhavam. Chegamos perto da porta e o professor estava atrassado. Seth disse que mataria Física, pois estava com fome e não conseguia pensar quando sua barriga roncava. Estava rindo abertamente com isso enquanto me aproximava da sala. Com eu e o Seth de mãos dadas, todos que passavam por nós nos encaravam, até que eu ouvi uma voz rouca dizer: - E aí, Nessie? - Movi a cabeça em direção a voz e vi Jacob encostado na porta, com uma camiseta preta justa, que marcava todos os seus musculos e uma calça jeans escura rasgada. - Pra você é Renesmee. - Disse e me virei pra encarar o Seth. Como percebi que o Jake não tirava os olhos da minha mão que estava entrelaçada na do Seth, resolvi provocar. De frente para o Seth eu o abracei, dando um beijinho na ponta de sua boca. Um beijo demorado, foi quase um selinho. - Tchau, Seth. Até, obrigada pela companhia. - Sorri. - De nada. - Ele disse encarando o Jake. Eu ia entrar , mas o Jacob me segurou pelo braço, impedindo que eu entrasse. - Espera. - Ele disse, apertando o meu braço. - Pára, está doendo. Larga, Jacob Black. - Eu disse braba, olhando naquelas duas pérolas negras. - Por que de Jake eu virei Jacob Black? - Ele riu, divertido. - Ótimo, vou ficar com uma marca no braço depois. - Disse, devido ao fato que ele estava usando muita força e dava pra ver ele até precionando os bíceps. Gzuisss, QUE HOMEM É ESSE? - Tá, mas Nessie você está assim por causa da Leah? - Ele perguntou sério. Fiz uma careta quando ouvi esse nome e ele riu. - Eu não esqueci a cena, OK? Eu passo três anos longes do meu melhor amigo e a cada dia que passava eu sentia um aperto maior no peito. Não via a hora de retomar a minha vida, que ERA perfeita. Não via a hora de reencontra os meus melhores amigos, a matilha toda, o meu avô, os meus tios emprestados, a minha vida! Mas não, eu vivia lá na Suécia, fingindo ser alguém que eu não era, fingindo ser feliz quando na verdade eu era a pessoa mais triste no mundo. A minha alma não estava completa, eu precisava do meu amigo. Eu tinha amigas e amigos lá, mas eu sempre sentia falta dos meus amigos lobos. No primeiro mês, eu mal comia ou caçava, passava horas no quarto chorando e olhando as fotos da minha infância. Tudo isso enquanto você se esfregava na Leah e esquecia da sua melhor amiga. Por que você não atendia os meus telefonemas? Só no início, mas depois você deve ter pensado ''Ah, a Nessie não vai mais voltar, pra que eu manter contado?'' né seu idiota? Você não se importa com mais ninguém além de você mesmo! E quando eu volto, depois de muito insistir com a minha família, eu insisti tanto, que eles me deram isso de aniversário e pra mim foi o melhor presente de todos. Eu vou até a casa do meu EX-melhor amigo - enfatizei ex e recuperei o fôlego, para continuar com o maior discurso que eu já havia feito na vida- e vejo a pior cena da minha vida. Eu ia te perdoar por não ter atendido os meus telefonemas, por ter me evitado. Mas não, você está dormindo e está com quem do lado? A cadela! Eu saí correndo e de lá e sabe quem foi me ajudar? O meu verdadeiro amigo. Amigo é aquele que nos ajuda nos momentos difíceis. O Seth fez logo isso, por isso ele é o meu melhor amigo. - Eu ia continuar, mas Jacob, que até agora estava em estado de choque, gritou: - E O QUE VOCÊ FEZ? FOI SE ESFREGAR NELE, NÉ? - Ele disse e aquelas palavram penetram a minha alma, me machucando tanto que a única coisa que eu consegui fazer, foi correr na velocidade humana, para o banheiro feminino.
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Acho que mereço reviews Please.