Broken Glass - Caco de Vidro escrita por Letícia Silveira, Maavi


Capítulo 28
Capítulo 28 - Missiva


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitoras amadas!
*faceparede* eu prometi duas semanas? Malz aí. Mas não vou ficar dando desculpas, só pedi-las-ei x)
Espero que gostem do capítulo e deixem um humilde recado no final... Ou entre as recomendações. ;D Sei que sou chata com isso, mas é que BG não recebe recomendações desde 2010. Triste, né? D: É só vocês mudarem isso...
Esse capítulo, como vocês repararão, correrá mais rápido por ter mais falas (eu normalmente coloco pouquíssimas). Essa é a proposta x) Beijão :* Reviews e RECOMENDAÇÕES!
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P.s.: cap curto, mas está com tudo que eu planejava colocar nele, pois o próximo sim será... *-* Ui, emoção. ksoapksoakspoa E, além disso, eu havia prometido postar hoje. Estava no meu perfil, pois eu sempre os informo sobre a próxima postagem e a prévia.
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Obs.: visitem a nova fic da Glaucia!!! http://fanfiction.com.br/historia/271199/Medo_De_Amar_-_Jakexness/ Promete, viu????



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Assim, a única coisa que eu desejava era nunca ter nascido. Ou melhor, nunca ter amado. Pessoas insensíveis, talvez, fossem mais felizes.

Capítulo 28 - Missiva - Renesmee's Point of View

Quando combinei tudo, eu não tinha ideia de que, algumas horas depois de ter encontrado os Volturi, eu estaria em um avião. Sem ver, sequer, uma última vez, os rostos tão familiares, eu deixava Forks para não voltar tão cedo. Assim, o que me matava por dentro era saber que as suas faces, que sempre me foram familiares, tornar-se-iam apenas uma lembrança; e isso, de certa forma, emocionava-me, alegrando-me: era bom, afinal, saber que nada do que vivi fora mentira. As inseparáveis lembranças serviam de confirmação à dor; que, por sua vez, fora tudo que restara em meu coração, juntamente com a saudade.

Enxuguei as minhas devastadoras lágrimas e encarei a paisagem. Em um voo, víamos apenas as nuvens; e, ali, eu encontrei o conforto de estar próximo à paz. Em meio às nuvens, sentia como se o seu Sol, tão lindo e resplandecente, pudesse aquecer-me como os braços de Jacob faziam-no. Sentia como se a calma fosse a deu meu pai, e a paz fosse a de minha mãe. Aquele lugar era, portanto, o meu lar mesmo que não fosse o físico. Era o encontro mais verossímil que eu conseguiria ter com as minhas lembranças. Ah, se eu, ao menos, pudesse realizá-las!

Suspirei. Acordar de um sonho nunca é bom; entretanto, despertar de um pesadelo é sempre perfeito. No primeiro, lamentamos o fim e, no último, agradecemo-lo. Eu queria que a minha vida seguisse tal sequência, então: eu já havia despertado do sonho, agora faltava sair do pesadelo.

A caneta em minha mão tremia, e eu queria poder culpar o avião por aquilo. Entretanto, o voo seguia acima das nuvens, sem turbulência alguma; e eu sabia que a tremedeira estava se alastrando por todo o meu corpo, pois a folha em minha mesa de refeições pressionava-me para preenchê-la. Eu não conseguia evitar imaginar a tristeza nos olhares de meus familiares quando soubessem que eu saí por conta própria.

Queridos pais,

Querido Jacob,

Para quem eu escreveria a carta? Eu simplesmente não poderia escolher entre os meus pais e o Jacob. Era difícil demais de discernir algo entre eles. Se eu virasse as costas aos meus pais, estaria renegando toda e qualquer educação que recebi deles e a que sou eternamente grata. Entretanto, Jacob era o pai do meu filho, filho esse que começara a chutar mais frequentemente em presença dos Volturi.

Pressionei os lábios em uma linha reta enquanto girava a minha cabeça para fitar os olhos atentos de Jane ao meu lado e de Gregory ao seu. De uma maneira estranhamente rígida, a vampira de cabelos loiros coibiu que Alec sentasse-se ao meu lado.

Insegura, murmurei na velocidade sobre-humana, indagando-os:

– Posso escrever duas cartas?

Jane bufou ao meu lado, todavia, aparentemente, cedeu à minha tentativa. Isso porque não retrucou; então, apressei-me a escrever as palavras. Eu não tinha ideia do que escreveria; entretanto, assim que a minha mão firmou a caneta no papel, o resto foi só uma questão de completar a dança que ela contornava acima das linhas. Infelizmente, o nome de Josiane foi incluído; porém, era apenas para alertá-los de sua verdadeira essência.

Não repetirei as lúgubres palavras que redigi naquelas cartas. Não arrancarei lágrimas de leitoras, simplesmente porque um anjo, naquela fortaleza Volturi, salvar-me-ia. Simplesmente porque, se há escapatória para a tristeza, deve-se fazê-la.

– Ora, ora! – Exclamou Aro ao ver-me adentrar o seu salão. – Não é a bela e formosa Renesmee que vejo perpassar pelo meu humilde salão? Que honra! Como está, querida?

– Poupe-me o seu sarcasmo, Aro. Acho que você já deixou claro que me quer na guarda. – Suspirei. A minha testa franziu-se, acompanhando os meus olhos que se dirigiram ao chão. Eu não conseguia aceitar o fato de ter de afastar-me da minha família... Para sempre. – Posso, pelo menos, estabelecer um tempo máximo? Acho que, assim que o completar, devo livrar-me dessa prisão.

Aro ergueu as sobrancelhas, surpreso com a minha atitude ríspida. Entretanto, eu não me importava: desde que eu tivesse a esperança de sair, algum dia, dali; eu estaria bem.

– Querida, todos estão aqui simplesmente por quererem. Não estou a obrigando a vir... Pensei que estivesse claro na carta que lhe mandei.

Suspirei, revirando os olhos. Repousei uma mão em meu ventre, acariciando o meu impaciente bebê.

– Ficou claro, Aro... Claríssimo que você roubaria o meu filho caso eu não viesse. E não se faça de hipócrita! Você sabe muito bem!

Fitei os novos integrantes que Aro mencionara e que entravam na sala naquele momento. Todos me encaravam com os seus olhos âmbar; o que, primeiramente, intimidou-me, porém logo recuperei a postura superior. Eu não poderia, pois, demonstrar estar na defensiva. Caso o fizesse, eles entender-me-iam como uma ameaça.

– Ó, Jane! – Exclamou Aro com os olhos divertidos, procurando manifestar uma face triste. – Veja que calúnia que ela levantou contra nós!

– Quer dizer que, se eu voltar para casa, vocês não farão nada contra a minha família ou contra mim? – Rebati convencida, cruzando os braços à proporção que eles não eram impedidos pelos meus peitos inchados. Eu sentia-me um circo de horrores com todos os efeitos da gestação atuando em meu corpo e perdia a confiança devido a isso. Entretanto, naquele momento, tentei ignorar os obstáculos de meu corpo e fiz a minha expressão mais desafiadora possível.

Aro sorriu, em contrapartida. Percebi certo desespero em suas feições; no entanto, ele logo as disfarçou. Abrindo os braços amplamente, erguendo-se de sua majestosa cadeira, ele caminhou pacificamente em minha direção. Por mais que o meu instinto, agora canino (será que o Jacob incomodar-se-ia muito por eu tê-lo chamado assim?), arrepiasse-se e implorasse-me para que eu afastasse-me do vampiro que vinha em minha direção; eu resisti. Aro tinha de compreender que eu não o temia e nem o faria futuramente.

– Essa é a sua família, Renesmee. É aqui a que você pertence. – Ele pronunciou as palavras com tamanha alegria que, mesmo que a fase de enjoos matinais da gestação tivesse passado, eu quase vomitei no meio daquele salão. Quanta falsidade em uma única “família”!

– Aro, deixarei, pela última vez, a minha perspectiva clara: eu quero voltar para a minha família. Se isso significar perigo, estabeleça um prazo. Simples assim... Não se preocupe, não contarei que os renomados Volturis estão mantendo uma prisioneira na guarda. – A minha ironia e exaltação colérica eram notáveis; todavia, procurei conter o rosnado em minha garganta. Felizmente, fi-lo; entretanto, Aro não parecia estar tão contente quanto eu. Pela primeira vez, ele demonstrou aparente irritação.

– Nós não aprisionamos ninguém. – Ele pronunciou irritado como se eu tivesse o ofendido... Até parecia que ele nunca havia feito-o comigo. Era ridícula a soberania que eles apresentavam. Coisa mais fajuta!

– Então me dirigirei à Forks, ninguém me impedirá, nunca mais atrapalharão a minha vida, e poderei vivê-la calmamente. É isso que você está dizendo, Aro? Você me consente a honra de nunca mais vê-lo?

Eu deveria admitir que eu estava sendo um pouco dura com ele, mas não queria deixar brechas para ele poder contornar o caso. Se eu conseguisse o que eu queria, nunca mais precisaria retornar àquela nojenta torre. Apenas o pensamento já cheirava à liberdade.

Eu gostava do modo como a minha independência estava voltando. O período que eu havia passado grávida realmente deu-me muitos medos e dependências; entretanto, a minha determinação estava voltando a mim... E eu gostava de como esse pensamento fazia-me sentir também.

Aro, que até então não havia pronunciado nada, deu as costas para mim e marchou em direção à sua cadeira, voltando-se a sentar-se nela. “Pernas trêmulas, Aro?” Contive a vontade que tive de perguntar-lhe. Logo, seria muita audácia de minha parte. Moderei, também, o riso após o meu pensamento.

Tocando as mãos de Caius e Marcus, que permaneceram calados assim como a guarda, ele assentiu silenciosamente. Fitando Alec, fez um estranho gesto com a mão em minha direção, e procurei não me preocupar por causa disso.

Em sua rapidíssima velocidade, Alec logo já estava ao meu lado. Segurou a minha mão e andejou calmamente até os seus mestres, levando-me consigo através de seu aperto de mão.

– Sim, Mestre? Qual é o veredicto? – Aro firmou os lábios em uma reta firmes e pareceu retesar antes de falá-lo:

– Esperaremos até o nascimento da criança. Pelo que me consta, o bebê será meio vampiro, meio lobo, meio humano. – Respirei aliviada assim que o ouvi chamar o meu filho de “bebê”. Seria inadmissível apelidarem-no de “coisa”.

– É simplesmente repugnante você ter se misturado com aquela raça. – Caius murmurou, expressando todo o seu ódio através de sua expressão. Senti os meus pelos arrepiarem-se, pensando no que aconteceria depois do parto. Eles seriam incapazes de machucá-lo, certo? Claro, claro... Murmurei, em minha mente, para mim mesma. Precisava acalmar-me, e nada era melhor do que as manias de Jacob. Sempre tão meigas...

– Mas o bebê ficará comigo... Não ficará? – Hesitei, temendo a resposta que me dariam e que escutaria. Em um ato infantil, quis tampar os meus ouvidos e gritar, bem alto, coisas inteligíveis. Se eu, ao menos, pudesse sair desse pesadelo...

– Claro. Ele só precisará demonstrar que é inofensivo... Assim como você fez. – O sorriso de Aro era falso demais. Tentei evitar o vômito novamente. -

– Portanto, não será da Guarda. Alec e Jane, providenciem um quarto para a nossa hóspede. – Começando com “H” também, a última palavra soou um tanto hostil. Não deixei intimidar-me. Para quem havia vindo para render-se a um bando de vampiros caquéticos, eu estava por cima.

Sorri falsamente para Aro e assenti, fingindo estar feliz com a categoria de hóspede. Que nojo eu tinha de pensar que teria de dormir em um quarto imundo, onde alguém poderia ter sido morto! Tentei, em vão, conter os meus arrepios de repugnância.

Enquanto eu pensava comigo mesma, não notei que Jane já se afastava a passos duros. Não compreendi inicialmente até que Alec começou a segui-la, então o imitei.

Os passos angustiados de Jane eram contrastados com os leves e pacíficos de Alec. Porém, eu, já que era a última da marcha, comecei a imitar os passos de um soldado, seguindo o seu sargento. Era estranho e suspeito o modo como as minhas atitudes do passado floresciam naquele lugar... E era mais estranho ainda o fato de eu não conseguir levantar a perna adequadamente devido à barriga.

– É melhor você parar com o seu teatro, “querida”. – A voz de Jane estava tão fria quanto o Ártico. – Aro deve ter planos ocultos para surpreendê-la ainda.

Ao abrir a última porta do corredor, Jane deu meia volta e passou por mim com a sua face séria. Imaginava eu que ela tentava imitar a personalidade monótona de Marcus ou a raivosa de Caius, que interferia apenas quando lhe convinha.

– Ela é sempre assim? – Perguntei a Alec enquanto avistava as paredes de pedras cinza, a magnetita, que possuía o quarto. Isso era extremamente peculiar, visto que a pedra era o único ímã natural da Terra. Por que cercá-la? Os móveis, aparentemente, eram antigos, mas até que eram aconchegantes (considerando a moradia Volturi).

Ele apenas assentiu; e, logo, percebi que ele não era muito comunicativo. Os seus olhos, penetrados em minhas expressões, pareciam avaliar-me; entretanto, eu não consiga ler o que eles continham ao fazê-lo. Talvez cuidado, ameaça, perigo, vingança...? Por mais que não fizesse sentido, pareciam ter algo que eu deveria temer, e eu recuei um passo, caindo sentada na cama.

– Bem, foi um longo dia para mim e para o bebê. Então... – Mordi o lábio em busca de que ele entendesse o meu convite para ele sair. Porém, ele permanecera parado ali, com as mãos nos bolsos de seu conjunto social preto.

– Você não trouxe roupas. – Ele observou repentinamente.

Ergui uma sobrancelha, não entendo o motivo da conversa.

– Pensei que eu poderia pegar alguma capa da guarda. Ela é bem folgada para você e para o bebê.

A sua explicação não foi convincente; porém, não foi isso que me estressou.

– Está me chamando de gorda?

– Não, estou apenas dizendo que a sua barriga está grande devido ao bebê. – A sua paz estava inalterável; sua face, também.

– O MEU BEBÊ NÃO É CULPADO DE NADA! – Sem saber o porquê, eu explodi em meu ataque de raiva acima descrito. Como eu estava tão incontrolável e volátil? Eu não sabia, sequer, o que pensar: eu só sentia a minha vista pintar-se de vermelho.

– Ness... – Alertou Alec, alterando o seu tom de voz e contorcendo a sua face ao desespero. Os seus olhos ganharam certa negritude, e um tremor perpassou por meu corpo.

Não entendi o motivo de tal alerta, mas irritei-me mais ainda.

– NÃO ME CHAME DE “NESS”!

– NESS, A SUA BOLSA ESTOROU!

– O QUÊ? – Talvez o choque fosse maior do que a ira.



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Notas finais do capítulo

Matem-me, mas comentem e recomendem x)
.
Obs.: a Ness está com 7 meses de gravidez, não esqueçam.



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