CAPÍTULO 20 - REVELAÇÕES - PARTE I

POV RENESMEE CULLEN

Acordei no outro dia, com a claridade que passava entre as cortinas. Senti alguns selinhos na extensão do meu pescoço e sorri.

- Bom dia, meu amor. Está melhor? - Jake perguntou preocupado.

Notei um calor súbito apoderar-se de meu corpo. Empurrei o Jacob delicadamente e o mesmo desfez o laço que havia feito com os fortes braços em minha cintura.

- O que houve, Nessie? - Murmurou preocupado, enquanto eu me despia em sua frente e ia para um banho gelado.

- Jake, eu estou morrendo de calor. - Falei, enquanto abria o chuveiro e entrava na água.

- Então deixe-me te ajudar. - Jake murmurou malicioso, com um sorriso safado estampado no rosto.

Ouvimos um grunhido do andar à baixo. Papai. Jake começou a despir-se e eu neguei com o dedo.

- Eu estou morrendo de calor e você quer se aproximar?

Ele fez uma carranca fofa e eu apenas soprei um beijo. Fechei o box e continuei a me enxaguar, sentindo a água fria percorrer o meu corpo e dando-me uma estranha sensação de bem-estar. Sorri e toquei a minha barriga. Estaria um ser dentro de mim? Um fruto do nosso amor?

Eu tinha a sensação que não, mas os sintomas indicavam isso.

Quando percebi, estava atrasada para ir à escola, a qual eu faltara alguns dias, assim como Jacob. Carlisle havia feito um atestado médico para a minha aula de Educação Física, pois eu alertei que eu não estava muito bem.

No colégio, eu e Jacob andamos de mãos dadas, sob os inúmeros olhares invejosos dos outros. Me senti um tanto desconfrotável com aquilo, porém Jacob me apoiou em todas as minhas atitudes.

Eu me senti um pouco estranha com tanto calor, porém logo o dia se passou.

Eu e o Jacob dormimos separados, devido aos inúmeros ataques de Edward.

No outro dia, acordamos e fomos caçar. Eu, estranhamente, não gostei do sangue dos animais, guspindo-os. Carlisle disse que poderia ser uma reação ao bebê, mas ele mal saia do escritório, de tanto pesquisar e ler. Ele tentava ver se era possível essa tal gravidez. Eu não acreditava nisso e ele apenas assentia a qualquer coisa que eu falava.

O tempo passou-se lentamente até à noite. Jake estava ansioso para alguma coisa, a qual eu não conseguia deduzir. Eu estava arrumando-me em meu quarto para uma noite Quileute em La Push, a qual Jacob e os outros lobos prepararam. Jacob entrou e abraçou-me por trás. Eu colocava o meu brinco, mas me desconcetrei, devido aos beijos na extensão do meu colo e eu arfei.

- Você está me desconcentrando, Jacob. - Murmurei irritada, mesmo gostando do seu afeto.

- Será que isso é o tão comentado temperamento de grávida? - Perguntou brincalhão, rindo da minha cara de zangada.

- Eu não estou grávida, Jacob. Tire essa ideia da cabeça! - Pedi. Eu realmente não sentia isso. Minha mãe disse que foi mágico a conexão que ela teve comigo, mas eu não sinto com ninguém... Ninguém está dentro de mim!

- Como assim, Nessie? Você apenas não quer crer que está esperando um filho meu, não é? - Lamentou-se, tirando suas própria conclusões. Ele afastou-se e sentou-se derrotado sobre a cama, afundando o rosto sobre as mãos. Com os cotovelos apoiados nos joelhos e uma expressão derrotada, uma lágrima escorreu de seu rosto.

Corri até dele e limpei a lágrima rapidamente. Ergui o seu queixo e disse:

- Jacob, não se preocupe com essas coisas. - O fitei intensamente. - Eu apenas não sinto alguém aqui, mas ficaria pulando de felicidade quando descobrisse que há alguém, fruto do nosso amor, dentro de mim. - Coloquei a mão dele sobre a minha barriga. - Sente alguma coisa? Pois nem um sinal de vida aqui dentro eu senti, mas podemos continuar tentando... Porém, o meu pai irá nos matar.

Ele sorriu fracamente e resolvei mudar de assunto.

- Bem, vamos logo para La Push, afinal, vamos conhecer a famosa namorada do Seth! - Ele falou animado. Eu o olhei duvidosa, com a sombrancelha arqueada.

- O Seth namorando? - Perguntei lentamente, quase separando as sílabas. Realmente, eu nunca havia imaginado tal desparato.

- Algum problema, Renesmee? - Jacob perguntou e, por um momento, assumiu sua máscara séria de Alfa. Eu bufei e recolhi a minha bolsa.

- Claro que não, Jake. Vamos logo que eu estou morrendo de fome. - Falei descendo as escadas.

- Você quer que eu lhe prepare alguma coisa para comer, Ness? - Perguntou a minha avó Esme atenciosa, olhando para a minha barriga. Rolei os olhos e a respondi.

- Não, obrigada. Acho que Sue fará daquela sua comida maravilhosa. - Falei, sentindo água na boca, mesmo um tanto enojada com o cheiro daquela casa. Eu, sinceramente, não sabia explicar como o cheiro da minha família se tornara repulsivo para mim, mas apenas não prestei atenção no fato.

Caminhamos até a garagem, com inúmeros comentários de meus familiares perante a cara duvidosa de Edward.

- Os pensamentos dela estão mais altos... Mais audíveis. - Ouvi ele sussurar e, em seguida, Jacob deu a partida na moto dele, a qual iríamos.

Chegando em La Push, senti o cheiro de comida e a minha barriga roncou audivelmente. Ainda bem que não havíamos entrado ainda, se não eu morreria com tal mico. Jacob deu uma gargalhada gostosa, que ecoou em meus ouvidos e, parecendo em câmera lenta, vi os cabelos curtos dele, voarem no vento, causando um ar extremamente sexy e fazendo o meu íntimo ficar úmido. Ele deu um sorriso torto e enlaçou a minha cintura.

- Nossa, Nessie! Como você está quente. Será que não está com febre? - Perguntou preocupado, colocando a mão sobre a minha testa.

Balancei a cabeça negativamente e ele me lançou um olhar duvidoso. Eu apenas toquei o seu rosto, pensando o quanto eu estava me sentindo bem. Ele assentiu e continuamos a caminhar até a casa.

Entramos e todos os Quileutes vieram nos receber. Quil me abraçou primeiramente e eu retribui, percebendo o quanto mudara o seu odor.

- Nossa, como o seu cheiro mudou! - Não fui eu que falei isso. Fora Quil, cheirando os meus cabelos, enquanto a pequena Claire, com uns doze anos, corria em nossa direção.

- Nessie! Há quanto tempo! - Exclamou.

A abracei fortemente e senti ela se debater em meu colo. A larguei e a fitei confusa.

- Não use tanta força, Ness! Nossa, quase que eu morri sufocada! - Ela dramatizou, levando a mão ao pescoço.

- Mas eu nem usei força! - Reclamei, não entendendo todas essas mudanças. Senti a mão de Jacob na minha, tensa. Ele apertou levemente a minha mão e eu senti um calor percorrer a minha espinha. Mas fora um calor inexplicável, o qual eu nunca sentira antes...

Um tremor começou a percorrer o meu corpo por inteiro. Eu já não tinha controle sobre o meu corpo. O calor ferveu em minha espinha e os tremores se alastraram mais ainda, se isso fosse possível. Uma sensação estranha apossou-se de meu corpo e um grito abafado ecoou da minha boca... Bem, não era da minha boca, mas de alguém que me vira.