Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 61
Bônus 7


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. O próximo será o último. Amei demais escrever essa história. Já sinto falta.
Obrigada.



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Pov – Hannah

   Finalmente Brook entendeu sua relação com Daryl. Até que foi rápido. De fato ela deve ter guardado na memória os encontros que teve com ele. Encontros que eu jamais soube e que teriam dado outro desfecho a essa história. Talvez não, nunca vamos poder afirmar como teria sido.

   Charlotte e Merle nos tiveram em suas mãos por anos. Tanto eu quanto Daryl ficamos presos na teia daqueles dois e nossas vidas pararam. As coisas agora são diferentes. Estamos nos entendendo. Daryl tem tentado com afinco mostrar seus sentimentos. Do jeito complicado dele.

   Assisto os dois conversando do lado de fora, no pequeno quintal nos fundos da casa. Brook falando e fazendo perguntas que ele vai respondendo paciente e nunca pensei que ele tivesse tanto jeito com ela.

   Brook confia nele. Tornou Daryl seu porto seguro e não sei mesmo como seria se ele não tivesse surgido. Talvez ela nunca mais saísse do trauma que tudo aquilo nos causou. Talvez eu não saísse.

   Amanhã volto ao trabalho. A ideia me assusta um pouco. Não sei se estou pronta para os olhares e comentários. Todo mundo sabe do que me aconteceu.

   Apago o fogo das panelas, coloco a mesa do jantar, os dois entram atraídos pelo cheiro. Daryl convida Brook a ir com ele lavar as mãos e sorrio com seu jeito de pai. Não vou dizer a ele, não ainda, mas é isso que ele é. O pai dela e gosto do quanto posso ficar tranquila sobre isso.

   Sempre pensei em como seria para ela não ter uma figura masculina como referencia. Nunca me vi envolvida com alguém. Achava que não aconteceria para mim. Justamente por ter Brook. E é ela nosso ponto de união.

   Depois do jantar Brook faz o dever de casa na mesa da cozinha enquanto lavo a louça. De novo penso na volta ao trabalho. Quero ir. Nem posso desistir. Preciso do dinheiro, não sei mesmo se isso que estamos vivendo é algo ou não. Daryl disse que gostaria de buscar minhas coisas. Ficou só em palavras, não teve uma conversa profunda e não quero ser eu a dar esse passo. Ainda mais quando tudo que temos são alguns beijos que trocamos nos últimos dois dias.

   Ajeito as coisas de Brook. Daryl assiste o noticiário na sala. Brook corre para lhe dar boa noite. Abraça e beija o tio que corresponde tímido e desajeitado. Fico feliz de não ser apenas comigo a falta de jeito.

    ―Já vão dormir?

   ―Sim. Minha tia vai no trabalho dela amanhã. Você me leva na escola mesmo assim? Vou contar que é meu tio. Irmão do meu pai. Leva tio Daryl?

   ―Levo. – Ela o beija mais uma vez. Depois corre para perto de mim. Não sei bem o que tenho que fazer. Sempre fico com medo de passar dos limites. Na dúvida eu apenas aceno.

   ―Boa noite. – Ele me olha e queria tanto saber o que ele tem na cabeça.

   ―Boa noite Hannah. – Não tenho muita escolha. Ele não me pediu para ficar e não vou me oferecer.

   Não é fácil dormir. Fico pensando em tudo, nas coisas que passei quando estava sozinha com Brook. Na maldita noite e naquele homem grotesco. Depois vem Daryl, seus beijos, sua distancia, sua aproximação. Tudo confuso, o que ele diz não vai de encontro ao que ele faz e eu já nem tenho mais tanta certeza se ele nos quer aqui.

   O que sei é que eu estou apaixonada, tanto que posso superar o trauma do que me aconteceu para estar em seus braços e não aceitaria os braços de mais ninguém.

   Enquanto Brook se veste para o colégio eu desço para fazer café. Ainda bem que trouxe meu uniforme de trabalho. Coloco um avental para não me sujar e escuto a voz de Brook conversando com o tio no andar de cima quando termino de colocar a mesa. Retiro o avental quando escuto os passos dos dois nas escadas.

   Daryl para na porta ao me ver, seus olhos ficam me encarando um longo momento enquanto Brook se senta diante da tigela de cereal.

   ―O uniforme. – Ele balbucia. – Eu... eu pensei. As coisas voltaram a minha mente. Me senti no passado. Quando ia buscar a Charlie.

   ―Quando eu pensava aquelas coisas todas de você. – Isso explica a surpresa em seu olhar. Acho que as lembranças de como eu o tratava vem a tona e não é de estranhar se isso o perturbar. Fico com vontade de sumir. Com vergonha dos piores pensamentos que já tive sobre ele que no momento é tudo que tenho para me manter de pé e num momento como esse eu nem sei se ele quer mesmo isso. – Tome seu café.

   Passo por ele apressada. Brook distraída não nota o clima tenso. Não quero chorar. Quando chego na sala não sei se corro para me trancar no quarto ou deixo os dois ali e me apresso para o trabalho. Me sinto invadindo seu espaço. Forçando minha presença. Sinto sua mão em torno do meu braço e me volto.

   ―Não foi nisso que pensei. Eu pensei em como desejava estar assim com você. Ao alcance dos meus dedos. – Ele toca meu rosto. – Eu só conseguia sonhar com isso. Como se fosse... uma loucura da minha mente sempre tão entorpecida. E então agora que te vi assim. Lembrei da garota do Walmart e está tão perto. Não parece mais uma loucura.

   ―Não é. Se você quiser. Só que não sei direito se é isso que você quer.

   ―Disse que seria paciente e me ensinaria. Não está fazendo isso. Essa noite não preguei os olhos, achei que ficaria comigo um pouco quando a Brooklyn dormisse, mas só deu boa noite.

   ―Tive medo de estar invadindo seu espaço. Eu tenho meus limites também.

   ―Tem. Eu sei. Pensei nisso agora, que estou pedindo muito. Posso te levar no trabalho? E te buscar mais tarde?

   ―Não te atrapalha? – Ele nega. – Pode ser. Acho que será mesmo mais fácil ter você comigo. As pessoas vão falar.

   ―Depois pegamos a Brook e levamos ela para jantar.

   ―A Brook? – Pergunto rindo, ele revira os olhos. – Você disse Daryl.

   ―Eu gosto que meu tio me chama de Brooklyn. – A pequena está ali, nos olhando nem sei desde quando. – Eu quero ir jantar. Num lugar com mesa e garçom.

   ―Combinado. – Digo contente, mais do que devia. Ele me queria perto ontem e não fiquei. Que burra. As vezes me encho de coragem. Outras perco a chance.

   O trabalho é difícil no começo do dia. Todos curiosos, me olhando sem saber até onde podem ir. Meu chefe me chama em sua sala para dizer que está do meu lado para o que eu precisar. Coloca um psicólogo a minha disposição. Me sinto protegida e isso me deixa mais forte.

   No almoço, quando me junto ao pequeno grupo que come comigo na sala dos funcionários o silencio é constrangedor.

   ―Eu estou bem. – Decido quebrar o silencio e tratar logo do tema. Pensar em Daryl e Brook me dá força. – Foi difícil. Eu e Jane vivemos um momento terrível. Minha família está me ajudando a superar. – Minhas palavras parecem criar uma onda de alivio em todos, o clima tenso se quebra quando eles tomam coragem de fazer algumas perguntas e mostrarem solidariedade. Quando volto ao trabalho parece que o assunto foi superado para todos. Era apenas isso que precisavam ouvir. Que eu estava bem, mesmo sendo de certo modo mentira.

   Ainda tenho pesadelos, ainda me sinto assustada e nem passa por minha cabeça voltar aquela casa, mas isso é dentro de mim e não preciso dividir com colegas de trabalho.

   Daryl está me esperando na saída. Duas colegas que saíam comigo me sorriem ao vê-lo. É realmente uma bela figura. Tem aquele jeito másculo de homem perigoso, distante, indiferente, seu charme é parecer o que não é nem de longe. Daryl é doce e gentil, sempre meio perdido, sensível.

   ―Propaganda enganosa.

   ―Os produtos? – Ele pergunta surpreso quando me aproximo.

   ―Você. As garotas acham que é o tipo mal e nem desconfiam que você é gentil e muito sensível. – Envolvo seu pescoço. Ele fica surpreso.

   ―Não sei se gosto de ser sensível. Ainda mais muito sensível. – Beijo seus lábios mesmo ele não esperando. Sua mão descansa em minha cintura.

   ―Ninguém sabe disso. Só eu. Não vou contar. Prometo.

   ―Vem. Vamos buscar a Brook. – Ele pensa em abrir a porta para mim, depois desiste e não consigo segurar o riso. – Muito engraçado. – Daryl dá a volta e entramos ao mesmo tempo. – Ela já deve estar esperando.

   ―Você é bom com ela. Brook te ama.

   ―Não sei, pode ser só novidade. Amar ela ama você.

   ―E você Daryl. É o pai dela. Aceita isso? Ser essa pessoa para ela? Para os dias difíceis da adolescência? Por que eles virão. Brook tem o humor do Merle, ainda vai descobrir isso.

   Daryl ri, balança a cabeça afirmando.

   ―Vamos ver como me saio nessa missão.

   Ela adora o jantar, se labuza, toma sorvete depois, fala com estranhos, faz sucesso e depois vai para casa dormindo.

   ―Direto para cama? – Daryl pergunta quando a ergue no colo.

   ―Com certeza. Até amanhã agora. É tanta energia gasta na escola. – Daryl a coloca na cama. Cubro minha pequena garotinha, beijo sua testa, acaricio o rosto tranquilo. – Boa noite pequena. – Sussurro. Daryl de pé assistindo. Sorrimos um para o outro.

   ―Ela parece muito bem.

   ―Superou. Você fez isso. – Ele nega. – Sim. Você. A segurança que sua presença provoca. Não apenas porque é um homem, mas por que é você.

   ―Vem. Deixa ela dormir. – Ele me puxa pela mão.

   Deixamos o quarto. O meu quarto, afinal tem sido aqui que durmo desde que chegamos. Daryl fecha a porta de Brook, meus olhos encontram os dele.

   ―Pensei que podia ficar comigo essa noite. O que acha? Estou sendo paciente, é só... ficar comigo. Nada além de dormir ao meu lado.

   ―Eu quero. Quero ir além disso. Não sei direito o que espera, por que talvez pense que sei mais do que realmente sei.

   ―Não espero nada. Talvez eu também saiba menos do que espera, nunca estive em uma relação.

   Sua mão envolve minha cintura, seus lábios cobrem os meus quando ele se cansa da conversa e me beija. Um longo beijo. Talvez seja hora de parar de conversar sobre tudo. Racionalizar tudo e só viver, deixar acontecer e é isso que faço quando entre beijos eu me vejo caminhando para sua cama depois da porta ser fechada.

   Tudo em mim está vivo, meu corpo responde aos lábios que descem por meu pescoço enquanto os dedos dele desabotoam o uniforme do Walmart. Seus olhos encontram os meus e ele sorri.

   ―Fazia parte da fantasia desabotoar esse uniforme. – Ele diz em meu ouvido e preciso admitir que fazia parte da minha fantasia também.

   ―Não sou mais aquela garota.

   ―É muito melhor. – Ele diz e parece tão honesto. Quando minha pele toca a dele eu sinto um arrepio percorrer meu corpo.

   Sinto seu esforço em ser gentil. O medo que ele sente de me machucar e esse cuidado me emociona. Nos deitamos, Daryl parece menos tímido. Talvez o desejo domine seu corpo, tanto quanto o meu.

   É bonito ver seus olhos escurecerem, suas mãos me tocarem, os lábios sobre minha pele acendendo a paixão. Eu amo Daryl Dixon.

   Meu nome sai dos seus lábios vez por outra quase como gemidos e respondo com minhas mãos a toca-lo, acariciar sua pele, conhecer seu corpo.

   Isso tudo é tão intenso e diferente do trauma que vive que nem mesmo consigo lembrar daquilo. Quando finalmente nos entregamos eu só sinto prazer e pressa. Como se o tempo fosse acabar, querendo tudo e muito mais, é urgente e me deixa tremula.

   ―Hannah. – Ele me beija, com seus lábios sobre os meus e nossos corpos envolvidos eu sinto o prazer chegar e fico pensando em mim cativa, vou perseguir esse momento de prazer para sempre.

   Daryl não se afasta de mim. Ficamos deitados, abraçados, nos beijando, acariciando, o silencio dele agora diz um mundo de coisas, os olhos pacíficos, sinto vontade de chorar e ao mesmo tempo de rir.

   ―Está bem? – Ele me pergunta e balanço a cabeça, beijo seus lábios, ele se ajeita ao meu lado. Meus dedos mergulham em seus cabelos, gosto de dar carinho a ele. – O que está fazendo?

   ―Cafuné. Carinho.

   ―Parece coisa que se faz em criança.

   ―É coisa que se faz em quem a gente gosta. – Paro. Deixo minha mão cair ao longo do corpo, ele pega de volta.

   ―Continua. Eu gosto.

   ―Daryl. Tenho que pegar mais um uniforme em casa.

   ―Não. – Ele diz me puxando para ele. Me deito em seu peito e Daryl me envolve tanto que parece assustado. – Quero buscar tudo.

   ―Está certo sobre isso?

   ―O que acaba de acontecer não é o bastante?

   ―E se a gente brigar? Não pode me mandar embora. Não vou ter para onde ir.

   ―Aí eu durmo no sofá até me perdoar.

   ―Já perdoei adiantado. Vou ficar aqui? Como sua... namorada?

   ―Acho muito vago isso. Pensei em algo mais definitivo.

   ―Tipo?

   ―Minha mulher. Se estiver apressando as coisas... eu estou apressando, mas não me importo. Quero você há anos. Quero você e Brooklyn aqui. Para sempre.

   É quase um eu te amo e para mim basta, balanço a cabeça concordando.

   ―Dá para trazer tudo com as duas caminhonetes no fim de semana. – Aviso e sinto o subir e depois descer do seu peito em um suspiro de alivio.

    ―Amanhã trago umas caixas e no fim de semana resolvemos isso.

   ―Brook vai gostar.

   Ele me beija sorrindo, parece tão feliz que me lembra um menino. Depois eu não vejo mais o menino, só o homem me levando de volta para o mundo do prazer.

   Daryl sabe sobre pouco sobre si mesmo, sobre sua beleza e delicadeza. Se vê como um bruto, mas está longe disso. Adormeço em seus braços. Leve e feliz.

   Acordo com Brook sentada na cama. Ela sorri assim que abro os olhos, Daryl me envolve adormecido.

   ―Oi. Você dorme com meu tio é?

   ―Durmo.

   ―E aquele quarto é só meu?

   ―É.

   ―Está certo. Vamos levantar então tia? Tenho escola sabia? Posso acordar meu tio?

   ―Pode. – Ela toca seu ombro e antes que diga qualquer coisa ele abre os olhos e a observa sem saber o que fazer.

   ―Vai me levar na escola tio? Agora eu tenho um quarto só meu.

   ―Que bom.

   ―Vamos Brook. Corre para o chuveiro que já te encontro. – Ela obedece, salta da cama e corre para o banho. Daryl me abraça. Beija meus lábios. Suas mãos escorregam por meu corpo por baixo das cobertas. – Daryl a Brook.

   ―Ela não sai do chuveiro até que mande sair. – Ele diz com os lábios mergulhados em meu pescoço.

   ―Eu ainda tenho que fazer o café da manhã. – Digo sem forçar para para-lo.

   ―Pago o café no caminho da escola.

   ―Oferta irrecusável. – Eu digo quando não consigo mais resistir.

   Realmente Brook é a última a chegar na escola, mas meu sorriso deixa a diretora feliz e ela apenas acena sem reclamações. Daryl me deixa no trabalho.

   ―Venho te pegar. Gosto de esperar você aqui. De ver você sair e caminhar para mim. Me sinto... importante.

   ―Você é.

   Beijo Daryl. Se ele quer uma vida comigo, se quer que eu fique, então vai ter que começar a aprender a receber carinho em público. Ele corresponde ao beijo depois do susto.

   ―Bom dia. – Digo antes de descer do carro. Ele só parte quando finalmente abro a porta dos funcionários. Bem que ele podia me dar um anel, adoraria exibir um. Para dizer que ele é meu marido.

    Um dia chegamos lá. Antes disso temos que ir aprendendo a ser um casal. Me levar e pegar no trabalho vira rotina. Jantar em lanchonetes uma ou duas vezes na semana. Levar Brook em parques aos domingos.

   Nossa vida é boa. Tanto que meu trabalho se torna melhor e por isso ganho minha primeira promoção. Acho que Daryl gosta que eu seja uma mulher independente.

  Vejo que ele se orgulha, que divide tarefas como cuidar de Brook, da casa, e isso me enche de mais amor. São dois meses juntos. Não temos muita vida social. Conheci Beth. Jesus está investindo fundo na relação.

   Venceu o que ele costuma dizer que foi sua grande batalha, a aprovação do pai dela. Os dois estão sempre tão grudados e trocando olhares que acho até divertido pensar que um dia eu senti ciúme dela.

   Ainda não tenho um anel, mas talvez um dia isso deixe de importar. Também nunca ouvi uma declaração, me sinto culpada quando esse pensamento passa por minha mente. Daryl faz isso o tempo todo. Sendo gentil, carinhoso e me mostrando como eu e Brook somos importantes para ele.

   A loja está cheia de tensão. O diretor vem conhecer nossa filial, o gerente geral anda de um lado para outro tenso. Eu tento acalmar meus colegas. Se fazemos tudo certo não faz sentido sentir tanto medo. No meio da tarde fico sabendo que ele está caminhando pela loja. Como encarregada eu procuro manter todos trabalhando como se nada diferente estivesse acontecendo.

   ―Hannah. – O gerente se aproxima com o homem de terno preto e olhar superior.

   ―Boa tarde. – Sorrio para os dois.

   ―Boa tarde senhorita. Tenho ouvido coisas muito boas a seu respeito. – O homem diz e sorrio em gratidão. – É a melhor funcionária. Conseguiu a promoção e foi muito bem desde então.

   ―Obrigada senhor. – Ele me estende a mão. Aperto e ele troca um olhar com o gerente.

   ―Hannah pode nos acompanhar até o escritório? – Fico preocupada, mas aceito. Não sei o que pode ser. Ele usa a cadeira do gerente. Eu me sento na cadeira em frente.

   ―Está feliz com seu trabalho? – Ele questiona e balanço a cabeça.

   ―Muito.

   ―Thomas disse que mais de uma vez pode contar com seu apoio para substitui-lo na gerencia e foi muito bem.

   ―Sim. Por poucas horas.

   ―Bom senhorita. Vou direto ao ponto. Meu dia está corrido. Estamos abrindo uma loja nova em Washington. Pensei em seu nome para a gerencia.

   ―É uma grande proposta. – Fico surpresa e penso em tudo, não posso aceitar sem perder Daryl, separa-lo de Brook, seu trabalho é aqui. Em nenhum outro lugar ele teria essa chance. Brook está na escola e feliz, uma vez larguei tudo e fugi. Não vou fazer de novo.

   ―E então senhorita. – Senhorita. Esse é o problema, para ele sou uma moça solteira livre para recomeçar em qualquer lugar.

   ―Senhor eu agradeço a oportunidade, mesmo correndo o risco de ofende-lo e quem sabe até perder o emprego eu preciso recusar. Tenho uma sobrinha e um... marido. – Fico corada. Não é mentira, mas ao mesmo tempo não é verdade.

   ― Entendo. Realmente seria uma grande mudança, o salário você sabe que é muito bom. Pelo menos três vezes mais além dos benefícios.

   ―Eu sei, gosto da ideia de crescer profissionalmente, mas isso seria uma mudança brusca.

   ―Gosto da sua determinação, da coragem de dizer não. É uma líder. Isso é fato. Tenho certeza que não vai faltar oportunidade. Seu emprego não corre risco. – Ele me estende a mão encerrando a conversa. Aperto sua mão em gratidão.

   ―Obrigada pela confiança. Bom dia.

   Saio da sala aliviada e orgulhosa. Feliz pelo reconhecimento. E orgulhosa por ter tido coragem de recusar. Olho para o relógio. Beth e Jesus vão jantar em casa. Preciso estar com tudo pronto. Daryl vai pegar Brook enquanto vou adiantar as coisas para o jantar. Dinheiro nenhum vale mais do que essa vida simples que vivemos. Amigos, família. É o que sempre sonhei. Sou feliz. Mais do que achei um dia que poderia. Isso é tudo que me importa.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSS