Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 49
Capítulo 49


Notas iniciais do capítulo

Oiieeee Esse capítulo é especial para minha amiga de muito tempo. LARI. Obrigada minha linda. amei a Recomendação. Senti muito sua falta e já chegou arrebatando meu coração com essa recomendação perfeita. Adorei cada palavra. sua linda. Te adoro.
BEIJOSSSSSSSS



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   Pov – Daryl

     −Tio Daryl. – Brooklyn me chacoalha e abro os olhos assustado, me sento na cama olhando em volta. – Vamos acordar? A tia acho que já acordou e nem está mais aqui.

   −Nossa! Apaguei. – Olho em volta mais uma vez. Tento recobrar os sentidos. Não me lembro de ter dormido tanto e tão profundamente. Foi um bom descanso. Hannah deve ter nos deixado dormindo e ido lá fora, quem sabe ver Maggie.

   Passo a mão pelo rosto, sigo até a bacia e o jarro de agua sobre a cômoda. Molho o rosto. Saudade suíte em Alexandria. Nunca pensei que podia me acostumar com luxo. Descobri que até mesmo eu posso fazer isso.

   −Pega sua escova de dente e vem lavar o rosto e usar o banheiro. Depois vamos procurar sua tia.

   −Você é todo mandão em tio. Que chato isso. – As vezes ela me surpreende com seu humor Dixon, normalmente acho engraçado, como agora que sai pisando duro na minha frente com a escova de dente na mão. – Queria só ir ver o Shiva. Mas você não deixa. Tem medo de tigre. Coitado dele. Você é muito medroso tio Daryl.

   Ok, a graça acabou. Medroso é mais do que posso aguentar, até da filha de Merle Dixon.

   −Mais uma reclamação e volta para o quarto. – Ela me olha assombrada. Fico orgulhoso de mim. Estou aqui educando uma criança. Hannah vai ficar orgulhosa quando eu contar. Brooklyn faz careta. Uma linda cara de desdém que evito olhar para não sorrir e estragar tudo.

   Ela escova os dentes, depois empurra a porta do banheiro na minha cara se fechando lá dentro, escuto a descarga uns minutos depois e a torneira. A porta se abre e cheia de tédio Brook me olha.

   −Pronto. E agora. Posso ir com meu tigre?

   −Primeiro. Você acorda de mau humor. – Ela se espanta um pouco. – Segundo o tigre não é seu. – Agora fica triste. – Terceiro. Precisa ser gentil e quem sabe eu deixo.

   Brooklyn esperta como só ela me estende os braços pedindo colo. Eu a ergo ela me envolve o pescoço.

   −Bom dia tio Daryl. Deixa eu ir só um pouquinho com o shiva?

   −Vai. – Coloco Brooklyn no chão. – Não é bom dia. Já é bem tarde por sinal.

   Ela desaparece e entro no banheiro. Saio em busca de Hannah um pouco depois. Passo por Brook sentada ao lado de Ezequiel abraçada ao tigre. Um arrepio percorre meu corpo. A cabeça da menina caberia toda na boca do tigre, mas o fato é que ele e não eu a salvou de ser mordida.

   −Ei King. Vamos nos reunir. Melhor vir. Daryl. – Jesus chama da porta de um trailer.

   −Hannah está aí? – Pergunto e Jesus balança a cabeça em negação.

   −Eu a vi passeando por aí, mas isso faz tempo.

   −Não encontro o Carl em canto nenhum. – Rick surge com Judith nos braços. Algo em mim reclama. Um alerta dispara e meus olhos e os de Rick se cruzam num alarme que conhecemos e compartilhamos.  – Maggie fica com a Judy?

   −Claro. Pessoal. Todo mundo procurando Hannah e Carl.

   O lugar não é grande o bastante e vinte minutos depois quando nos reunimos no meio do pátio nada de Hannah nem Carl.

   −Douglas também sumiu. – Jesus avisa. – Não passaram pelo portão. Nenhum deles passou. Ninguém os viu juntos em nenhum momento hoje. Douglas foi visto pela última vez na sala dele. Hannah passeando e Carl parece que estava com sua bolinha nos fundos.

   −Brianne. – Me aproximo da moça com sua lança. – Esteve o tempo todo no portão? Algum momento o portão ficou sozinho?

   −Não. Nunca. Nem quando trocamos a guarda.

   −Isso é assustador. – Beth diz olhando em torno. Jesus segura sua mão.

   −Calma Baby. Vamos encontra-los. Se alguém tivesse vindo aqui saberíamos.

   −Por que os três sairiam? Hannah até poderia ter ido a algum lugar com Douglas, mas nunca deixaria Carl ir junto e não faz sentido saírem se avisar.

   −Já vai anoitecer. Melhor esperarmos amanhecer e damos uma busca. – Ezequiel diz claramente sem saber o que está propondo. Nunca vou permitir isso. Ficar uma noite a espera de sei lá o que.

   −Brook. Você fica perto do tigre entendeu? – Ela balança a cabeça. Passa o braço pelo pescoço do tigre os olhos assustados. – Sempre perto dele.

   Não acho que alguém possa protege-la mais do que esse monstro e não sei quando volto. Mais uma vez eu não sei quando volto. Rick pega sua pistola. Um rifle das mãos de Eugene. Logo nossa família está toda se armando e os moradores de Hilltop estranham como simplesmente nos unimos ao anoitecer para caçar.

   −Tio. Eu quero a minha tia Hannah. – Os olhos marejam. O tigre sente. Não sei que ligação é essa, mas aquele animal ama minha garotinha. Ele lambe seu rosto, funga em seu pescoço e ela dá uns passos para longe desequilibrada diante de tanta força, depois se encosta nele com olhos marejados.

   −Vou busca-la Brook. Está bem? Não se preocupe.

   Ela me abraça. Se encosta em mim chorosa. Sinto tanto medo quanto ela. Não sei o que pode ter acontecido, mas sei que Hannah não é mais a garota indefesa que já foi. Ela percorreu um longo caminho, mas hoje não é qualquer coisa que pode derruba-la.

   −Se comporta. – Coloco Brook no chão, ela volta para perto do tigre. Olho para Ezequiel. Ele balança a cabeça como se concordasse.

   −Fico de olho.

   Saímos pelo portão da frente. Um pequeno grupo. Jesus, Rick, Beth, Abe e eu. O resto mesmo desejando vir precisa ficar para proteger Hilltop.

   O chão, a pequena estrada. Nenhum sinal. Eu não sei o que procurar, nem por onde começar.

   −O que tem por perto Jesus? O que Douglas poderia ter ido fazer? Pense como ele.

   −Daryl eu não sei. Se ao menos um carro estivesse faltando. Douglas não é muito de vir aqui fora. Não iria longe a pé.

   Caminhamos pela pequena estradinha enquanto a noite cai. A escuridão não ajuda a encontrar pistas. Acendo uma lanterna. Talvez fosse melhor andar em torno dos muros. Pode ser que não tenham andando em frente.

   −Vamos voltar. – Todos me olham surpresos. Não é minha cara propor isso. – Eu sei que andamos muito, mas talvez eles tenham pulado o muro em algum ponto. Não sei, quem sabe em torno dos muros tenha alguma pista?

   −Daryl tem razão. – Rick avisa. – Não sei Douglas, mas Hannah e Carl poderiam sair por sobre o muro. Deviamos ter olhado se tinha algum sinal por dentro, antes de sair. Não podíamos ter simplesmente assumido que saíram pela frente. Principalmente se todo mundo disse que não saíram.

   Começamos a caminhar de volta. Quase uma hora de caminhada perdida. Preciso ficar focado. Procurar como se não fosse Hannah. A ideia de que ela está aqui fora em perigo mistura meus pensamentos, me tira a paz e me confunde. Não consigo dominar meu coração. Não consigo não sentir um pedaço de mim morrer.

   O que ela fez? Onde está? Sinto seu cheiro, escuto sua voz chamar meu nome, sua mão me tocando. Eu pertenço a ela de um jeito que simplesmente não existo sem Hannah. Não esse cara que me tornei.

   Sem ela eu não sou nada. Não estou nem mesmo vivo. Ela matou o cara que eu era. Arredio, frio e solitário, mas esse que me tornei só existe porque Hannah existe.

   −Negan. Acha que ele vai cumprir o que prometeu?  - Eu pergunto a Jesus. – Por que eles estão com ele. Não sei como, não sei por que. O que sei é que estão.

   −Daryl... – Beth quer dizer algo, mas desiste, todos me olham tentando compreender como cheguei a essa conclusão.

   −Talvez Douglas soubesse onde encontra-lo, pode ter ido fazer um acordo, pode ter ido talvez levar os dois como reféns.

   −Não acho que ele seja tão corajoso. Quer dizer, ele não poderia levar Hannah sem ao menos apontar uma arma. – Jesus avisa. – Mas sim. Douglas é esse tipo de traidor. Disso não posso discordar.

   −Vou matar esse maldito Negan. Eu vou fazer com minhas mãos se ele estiver com Hannah. Se tocar nela...

   −Negan tem regras Daryl, sobre... sobre estupro, ele não permite, nem ele, nem nenhum de seus homens pode atacar uma mulher, nem dentro do tal Santuário onde eles vivem nem nas ruas ou outras comunidades.

   −Eu vi o rosto do Dwight, Maggie contou sobre aquela mulher que teve o dedo cortado, seus homens podem muito bem desobedecer suas regras. Pelo visto acontece.

   −Podemos usar isso. – Rick diz quando chegamos de volta ao portão e começamos a percorre-lo, volto minha atenção para paredes, para o chão em busca de pistas. – Talvez seus homens estejam insatisfeitos. Na hora certa podem traí-lo em busca de liberdade. Não acho que todos gostam de viver sempre sob os arames daquela coisa que ele carrega.

   −Lucille. – Abe diz o nome com desdém. Chegamos aos fundos da Colônia, nada de qualquer sinal, até uma pequena e quase imperceptível fenda nos muros.

   −Jesus. Vocês tem uma saída pelo fundo e nunca me disse? – Fuzilo aquele imbecil com os olhos, ele se aproxima e toca a abertura. Nega com a cabeça pensativo.

   −Não. Isso não devia existir. Não mais. Uns meses atrás, descobrimos que um dos homens estava roubando o grupo e escondendo suprimentos, se preparando para formar uma nova colônia. Ele saia por essa passagem que tínhamos e Douglas mandou fecha-la. Não devia mais existir.

   −Parece que o covarde mandou abrir e foi por ela que saiu. Com Hannah e Carl, ou sem ele deve ter saído por aqui. -  Rick comunica enquanto eu procuro pelo chão de terra batida. Encontro uma pegada. Fraca e remexida.

   −Seguido. Douglas saiu e foi seguido, uma segunda pegada encobre a primeira. – Aviso e caminho tentando seguir a pista. O grupo me segue um pouco atrás.

   Em uma pequena colina encontramos o corpo de Douglas.

   −São as roupas dele. – Jesus avisa. – Eu o vi com elas pela manhã.

   −Levaram a cabeça. Não foi a Hannah e o Carl que fizeram isso. Eles não fariam. – Rick deduz.

   −Não. Quem fez isso levou os dois. Iluminem tudo. Vamos achar o sangue. Deve ter um rastro. – O grupo acende lanternas e não é difícil encontrar as gotas secas. Vamos seguindo o sangue seco que vai diminuindo até ser apenas uma gota ou outra e então estamos em uma estrada.

   −O que acham? O sangue acaba. – Beth diz com a lanterna acesa.

   −Nunca seguimos muito por essa estrada. Ela vai ficando fechada e menor, segue até a estrada pelo que sei. Uns quilômetros daqui, é o caminho mais longo para qualquer lugar e simplesmente não usamos.

   −É onde Negan e seu grupo estão. Ao longo dessa estrada acharemos esse tal de santuário e Hannah. – Aviso decidido.

   −É por ela que eu vou. – O grupo me segura quando tento caminhar. – Eu vou buscar Hannah. Não volto sem ela. Não posso dizer a Brook que não a encontrei. Não vou esperar aquele maldito... Eu vou busca-la.

   −Vai morrer. – Rick grita apertando meu braço. – Vai matar Hannah e meu filho lá dentro. Vamos fazer isso do jeito certo.

   Eu podia começar uma briga. Podia empurrar Rick, apontar minha besta no focinho de todos eles e simplesmente ir em frente, mas ele tem razão. Tudo que sei é meter o pé na porta e atirar.

   −Como é o maldito jeito certo?

   −Jesus vai voltar com os outros. Vai se preparar para a guerra. Eugene vai coordenar os ataques nos postos avançados, ainda essa madrugada. Sem luta. Três homens em cada posto. Entendeu Jesus?

   Ele concorda. Rick olha a estrada. Pega a arma que Beth carrega.

   −O resto do grupo vai se preparar para atacar o santuário. Eu e você vamos continuar daqui. Vamos civilizadamente bater na porta de Negan e pedir por Hannah e Carl.

   −Por que acha que ele vai entrega-los?

   −Por que temos um acordo. Por que ele disse que não queria nos matar.

   −Se ele entregar? – Pergunto tenso e apressado.

   −Pegamos os dois e voltamos, nos juntamos ao grupo e atacamos todos ao mesmo tempo, antes que ele se dê conta que os postos estão perdidos.

   −Se ele não entregar? – Beth questiona.

   −Atacamos. Torcemos para os dois conseguirem se esconder e sobreviver lá dentro. Quem sabe aproveitar a confusão para fugir.

   −Isso é...

   −Loucura Daryl, eu sei, mas estava indo até lá sozinho. O que mais faria além de acabar morto?

    −Então vamos. Nem sabemos quanto de caminhada temos pela frente. – Toco o ombro de Rick, Beth se precipita em minha direção, me abraça.

   −Se cuida, não faz tolices. Me trouxe de volta e vai fazer o mesmo. – Ela me entrega uma garrafa de água, depois abraça Rick. – Vou cuidar para que as crianças fiquem seguras.

   Começamos a caminhar. O grupo retorna a Hilltop enquanto eu e Rick seguimos pela escuridão. Nenhum zumbi enquanto caminhamos.

   −Não é tão longe. Acho que eles monitoram os zumbis. – Aviso depois de uns minutos. – Está muito limpo.

   −Não é perto o bastante para chegarmos ainda a noite como eu queria. Talvez seja melhor assim. Erguemos as mãos, nos rendemos e pedimos uma conversa.

   −Talvez eles simplesmente atirem. – Eu digo e ele balança a cabeça concordando.

   −Pode ser. Se for assim. Se morrermos assim, por Hannah e Carl, então tudo bem.

   −É. Tudo bem. – Eu concordo. É bom ter ao meu lado Rick Grimes. Corajoso e honrado. Eu sei que nada vai faze-lo recuar ou temer. Não só porque Carl está lá, mas por que eu estou aqui e ele faria por mim, mesmo que todos que ama estivessem seguros ele ainda faria por mim.

   −Fomos longe. Mesmo todo mundo achando que não conseguiríamos. Salvamos nossa família. Quase toda ela. Os que caíram...

   −Caíram lutando. Michonne vai ficar furiosa com você. – Aviso Rick. Ela não vai admitir que ele tenha feito isso sem ela.

   −Pode ter certeza. – Michonne diz e nos viramos. Ela está cansada. – Não acredito que acharam mesmo que eu podia não estar aqui quando Carl precisa de mim. Achei a fenda pelo lado de dentro e quando saia Beth estava voltando. Corri feito uma idiota atrás dos dois. – Ela não para de andar. Passa em nossa frente e continua. Depois quando vê que estamos os dois parados nos olha irritada. – Vão ficar aí parados? Estão com medinho?

   Trocamos um olhar e a seguimos, ficamos em silencio. Só caminhando lado a lado, no escuro do apocalipse. A escuridão sempre me roubando o que ela mesma me deu. Minha Hannah.

   −Vou arrancar uma das orelhas daquele garoto. Ah se vou! – Michonne avisa tocando a espada. Rick procura sua mão. Eles entrelaçam os dedos e sinto inveja. Fecho os olhos um momento. Eu preciso dela. Eu não posso continuar sem Hannah.

   Pov – Hannah

   −Então estamos combinados né? Vocês param de matar meu pessoal. Que porra de ganancia é essa? Será que vou ter que amarra-los? Menos vocês dois. Bem menos. – Negan ri olhando de mim para Carl. – Sabe quando eu vi vocês eu soube. Tenho uma porra de um olho bom para assassinos em potencial. Quando os merdas estavam todos de joelhos borrando as calças e chorando feito bebezinhos eu vi que eram diferentes. Os dois. Vamos. Vou mostrar tudo a vocês.

   Troco um olhar com Carl, ou ele pretende nos matar ou sua vaidade o torna muito burro, burro demais para o que conquistou. Ele vai nos mostrar tudo?

   Negan abre a porta e sai caminhando. Faz sinal para o seguirmos. Anda entre eu e Carl, com o bastão apoiado no ombro como se aquilo fosse seu animal de estimação, como se levasse no ombro um mico amestrado.

   −Este é o Santuário. – Ele faz um gesto amplo. – Meu império. Quando vocês se tocarem que sou a nova ordem mundial e derem um pé na bunda dos bundões covardes do caralho que vocês tem lá na terrinha encantada de vocês e vierem viver com os fortes vão gostar de como tudo é aqui.

   −Não vejo nada demais. – Provoco sua vaidade me deixando parecer desinteressada.

   −Você é uma vadia exigente. Eu vi. – Meus olhos cintilam de ódio a cada vez que ele me chama de algo assim. – Certo. Não é vadia. Uma pena, porque é bem gostosa, ainda vamos foder com força. Sou paciente. Onde eu estava mesmo? Ah! Na sua cara de vai tomar no cu Negan eu vou matar você quando tiver chance. Os dois estavam com essa cara. Você também filho do chefe. Vai foder muito e muitos quando crescer garoto. Quero estar perto para ver o filho da puta psicopata fodido do caralho que essa porra de maldito cacete de moleque vai fazer.

   Pegamos um corredor. Um homem armado em cada corredor, já anotei mentalmente.

   −Aqui ficam os quartos. Mas como as janelas têm grades e temos guardas em turnos de duas em duas horas no único portão que é o da frente. Não vai dar para os vilões entrarem e matarem covardemente meus homens dormindo. Sim. Vocês é que são os assassinos frios. Os vilões da história.

   Comecei minha luta apenas desejando manter Brook viva, achava que um dia acabaria e ela teria um mundo, no meio do caminho as coisas mudaram e descobri que para Brook ter um mundo eu precisaria construí-lo com minhas próprias mãos e é o que faço, não importa quanto de sangue eu carregue nelas. Brook vai ter um mundo para viver.

   −Estoque de comida. – Ele abre uma porta. – Estão com inveja? Eu sei, tem comida para caralho. Somos inteligentes. Uma cerveja? – Ele ri. – Não? Tudo bem. Outra hora.

   A porta se fecha e continuamos. Mais um corredor, numa porta dois homens, um de cada lado, armados eles se aprumam quando passamos, Negan não faz comentários. Troco um olhar com Carl, marco o corredor. Ali está seu armamento, sem dúvidas.

   −Meu harém. – Ele abre portas duplas e um grupo de mulheres está reunida ali. – Meninas. Digam oi. – Elas acenam um tanto surpresas. – Minhas esposas. O que acha? Pode morar aqui se quiser. – Ele me convida e não escondo meu nojo.

   −Repugnante.

   −E eu que tenho a boca suja. – Negan ri. – Elas gostam, que acha pequeno psicopata? Vai ter um desses? Vai não é? No fim você vai. Começa assim. Achando uma desculpa para sua sede de matar, mas com o tempo vai se revelar. Eu vou estar por perto. Não se preocupe.

   Ele fecha a porta e segue conosco. Caminha por todo lugar até nos levar de volta a sua sala. Abre e entramos.

   −Passearam pelo meu santuário. Agora boa noite. Não vão perder a cabeça hoje. Amanhã é outro dia. Para o caso de sentirem sede de matar. Tem cinco homens armados do lado de fora. Cinco. Então aquietem.

   Ele nos deixa e eu e Carl nos olhamos atônitos. Não sabemos o que diabos foi isso, onde ele pretende nos levar com isso, mas nos sentamos lado a lado.

   −Vi você seguir o Douglas e te segui. Devia ter voltado e avisado, mas na hora...

   −Tudo bem. Achamos o Santuário. De algum jeito Daryl vai nos encontrar. Só precisamos ficar espertos. – Vasculho pelo chão e a faca ainda está lá. Jogada num canto, eu a coloco de volta na bota. O corpo do homem que matei e seus restos também estão e o cheiro é insuportável. – Ele é vaidoso. Muito. Gosta de se vangloriar. Posso ver isso sem esforço.

   −Meu pai tem que conseguir segurar o Daryl e fazer a coisa certa. – Carl me diz se encostando na parede.

   −Ele vai.

   −Sou assim? Sou esse monstro que ele diz que sou. Que vou me tornar?

   −Você que vai decidir isso Carl. Com tudo que vimos, tudo que fizemos. Qualquer um pode se tornar esse monstro, mas também pode sufoca-lo. É escolha sua. – Ele balança a cabeça pensativo, depois fecha os olhos e eu também. Ficamos calados assistindo o tempo passar. Alguém abre a porta, atira duas garrafas de água e fecha mais uma vez. Sinto sede e bebo metade. Carl faz o mesmo.

   Quando s luz do dia começa a surgir A porta se abre. Negan entra bem vestido, penteado e com sua eterna companheira. Nenhum de nós se move. Ele coloca a mão na cintura.

   −Vou liberar vocês. – troco um olhar com Carl. Os dois surpresos, pensamos em tudo, menos em sair assim tão fácil. – É eu sei generoso, bom coração, eu sou assim. – Ele ri, se curva. – Temos um acordo e o acordo é trabalham para mim ou morrem. Não voltem aqui, não parem de trabalhar e todo mundo fica vivo. Deem o recado para o chefe. Deixem Rick saber que posso ser generoso, mas também posso ser o demônio e no caminho até a porta não matem ninguém.

   Dois homens entram, nos erguem pelo braço e nos arrastam porta afora. Somos levados até o portão e empurrados para o lado de fora. A porta se fecha e olho para Carl.

   −Isso é sério? – Ele pergunta.

   −Vamos descobrir. – Toco seu ombro e nos colocamos a caminhar. Sinto um arrepio percorrer meu corpo, quem sabe não tem agora mesmo um homem mirando nossos cérebros e estão esperando apenas que ganhemos distancia? Aquele maldito é totalmente capaz disso.

   Nada acontece e começo a respirar em paz, então depois de fazermos a curva eu os vejo. Rick, Michonne e ele. Daryl, os três caminhando, eu e Carl corremos, os três ficam parados enquanto nós dois corremos até os pulmões arderem e o sangue perder oxigenação. Quero chegar logo em seus braços. Quero acabar com cada centímetro de distancia, mais uma vez eu o tenho de volta. Ainda não acabou. Ainda não acabou e isso é tudo que importa.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSS