Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 37
Capitulo 37


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeee
Desculpem a demora. Um pouco de tudo, incluindo trabalho. Espero que gostem.



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   Pov – Hannah

   A batida na porta logo cedo me desperta confusa e assustada. Daryl pega o rifle e desce as escadas apressado, eu o sigo um tanto confusa. Carl está na porta.

   ─Meu pai está chamando vocês. O cara que trouxeram ontem. Ele se soltou. Foi até lá em casa. Parece que tem um acordo a oferecer. – Carl parece um tanto entediado, odeia ser tratado como garoto de recados. Daryl bufa irritado.

   ─Como aquele desgraçado se soltou? Mas que inferno. Estamos indo Carl.

   ─Certo. Estou indo. – Ele gira nos calcanhares, Daryl se vira e quando me vê deixa balança a cabeça em negação. Ele custou a contar a história do caminhão perdido e o fugitivo.

   ─Vou me vestir. – Digo preocupada. O homem não fugiu, não atacou ninguém e quer um acordo, talvez não seja o demônio como Daryl quer acreditar. Acordo Brook. Ela esfrega os olhos confusa. É cedo e minha pequena se acostumou a vida mais regrada. – Fica pronta pequena. Temos que sair.

   ─Tem zumbis tia? – Os olhinhos se arregalam.

   ─Não meu amor. Está tudo bem. Vamos conversar com o grupo. Só isso.

   Ela afasta as cobertas, me visto enquanto Daryl se arruma ainda resmungando. Descemos e entrego uma maçã a Brook, não é sua comida favorita e ela faz careta antes de morder. O apocalipse lhe tirou há muito o direito de gostar ou não de qualquer coisa.

   O homem sentado com o grupo na sala que se tornou nosso local de reuniões tem um rosto agradável, barba longa e um ar cínico e divertido. Daryl o fuzila com o olhar quando se senta ao meu lado.

   ─Pronto Jesus. Abra a boca. – Rick exige. Jesus pretendia começar a falar quando Beth entra apressada, ele a encara com a boca aberta e olhos encantados. Daryl o chuta por debaixo da mesa e isso começa a parecer uma briga de garotos. Jesus pisca despertando. Beth se senta ao meu lado, se volta para Jesus muito atenta.

   ─Eu vi seu arsenal. Eu sei que não devia, mas vi, andei pela comunidade, gostei do que vi. São fortes e tem armas, mas também vi que falta suprimentos. – O homem andou pela comunidade e ninguém notou. Vamos longe com isso. Troco um olhar com Maggie. – Não se sintam mal, eu sou bom no que faço.

   ─E modesto. – Beth diz com desdém.

   ─Crianças participam da reunião por aqui? – Ele a acusa.

   ─Não estou participando de nada. Minha tia que me acordou! – Brook responde sentada na janela de cara amarrada. Quero rir, me contenho, já Jesus sorri abertamente enquanto Beth o encara furiosa.

   ─Vai continuar ou enfio logo uma bala nessa sua testa? – Daryl ameaça.

   ─Quero oferecer um acordo. É simples. Vi que são boas pessoas, ofereço mantimentos em troca de munição.

   ─Podemos conseguir suprimentos sem ajuda sua. Já você não parece muito capaz de conseguir armas e munição. Por que faríamos um acordo? – Maggie questiona.

   ─Você está em uma comunidade? – Rick continua.

   ─Hilltop, podem conhecer e fazer acordo com o líder. Eu os levo até lá.

   ─Que generoso, mesmo assim não precisamos de ajuda. É como Maggie diz, podemos conseguir suprimentos e não tem razão para armarmos um possível inimigo. – Eu digo com os olhos de Daryl e Rick me apoiando.

   ─Estão mesmo fechados nesse pequeno mundinho, não é? Vão ficar surpresos com o novo mundo que posso apresentar a vocês. Vai além de Hilltop.

   Isso é bom, penso na rede de comercio que podíamos criar, mais comunidades, amigos em comum, pequenas cidades, uma teia de proteção, lutar juntos contra zumbis e inimigos em comum, crescer, trocar conhecimento, uma nova ordem, um novo mundo. É sedutor pensar em tudo isso.

   O olhar superior de Jesus é de quem sabe que nos está convencendo. Ele não é tolo.

   ─Podia ter fugido, podia ter atacado. Fiquei e propus um acordo. Mereço um voto de confiança.

   O silencio paira sobre nós. A ideia de ir e ser pego em uma armadilha não é descartada, mas coragem sempre foi o que nos motivou, nos trouxe a Alexandria, nos manteve de pé. Dar as costas não é seguro nem inteligente. Se for uma armadilha é melhor que enfrentemos de uma vez. Ele sabe onde estamos, pode trazer mais homens, podemos prende-lo, mata-lo, mesmo assim mais alguém pode chegar. O jeito é saber logo.

   Sem palavras chegamos todos ao mesmo veredito, balançamos a cabeça em direção a Rick e ele encara Jesus.

   ─Vamos até lá. Um grupo armado. Se for uma armadilha vai se arrepender. Não sabe com quem está brincando.

   ─Não vão se arrepender. Talvez eu sim. Vocês são fortes e estão armados, estou confiando que não vão nos roubar e partir. Que não vão matar a todos. Temos mulheres e crianças na nossa comunidade como aqui.

   ─Só nos defendemos. Nunca atacamos primeiro. – Beth avisa determinada. Já não tenho mais certeza sobre isso. Para mim, manter quem eu amo seguro é o que importa e não carrego dramas de consciência sobre isso.

   ─Você fica aqui enquanto nos organizamos. – Rick fica de pé. Nos retiramos. Não sei se é prudente deixa-lo sozinho, pelo que andei notando o cara é meio mágico, ilusionista ou qualquer coisa assim.

   Quem vai e quem fica é sempre um problema, mas eu vou, não abro mão. Daryl sabe e nem discute. Carl e Padre Gabriel vão ficar e podem cuidar de Brook. Meu coração se aperta, mas isso também é por ela.

   Se for uma emboscada quero lutar por Alexandria e que seja longe de nossos muros, se for uma chance de acordo quero estar lá para assegurar que tudo vai dar certo.

   ─Vocês voltam logo? – Brook pergunta de pé ao lado do padre próxima ao trailer.

   ─O mais rápido que pudermos. – Me abaixo para olhar em seus olhos, afasto seus cabelos. – Amo você garotinha. Isso é importante.

   ─Eu sei tia. Fico aqui com a Judy. Cuido dela.

   ─Que bom. Seja corajosa. – Beijo sua testa, sua bochecha e a abraço até quase machuca-la. Amor as vezes machuca. Depois fico de pé. Daryl toca seu ombro.

   ─Sabe o que fazer, não é mesmo? Aprendeu direitinho. Ficar segura. Homens, zumbis, não importa. Se esconda e espere.

   ─Prometo tio. – Daryl a pega no colo, abraça, beija seu rosto. – Voltem logo.

   ─O mais rápido que pudermos. – Ele a coloca no chão. Ela segura a mão do padre. Ele me olha firme. Confio nesse novo homem, ele ainda ama a Deus, ainda confia, mas agora sabe que são as mãos do homem que executam seu trabalho, por amor a esse mesmo Deus ele se colocaria em risco por essas crianças.

   ─Elas estão em primeiro lugar. Cuido delas. Prometo. – Eu o abraço. Depois sem olhar para trás e com vontade de chorar entro no trailer. Quando partimos sinto medo e ele vem regado a esperança. Beth está aqui e Maggie. As irmãs decidiram não mais se separarem.

   Jesus sentado tranquilo num canto do Trailer mantem os olhos sobre Beth. Algo me diz que ele gosta dela de algum modo, já ela não perdoou a provocação sobre ser criança. O rosto delicado e o corpo franzino cria essa impressão, mas ela é um leão quando se trata de sobreviver. Talvez em algum momento ele descubra isso.

   A viagem é longa. Cansativa e cheia de atalhos e desvios. Daryl sentado ao meu lado parece tenso. Ele confia em mim, mas no fundo me queria assando biscoitos. Não é por mal, é apenas proteção. Eu talvez fosse feliz assando biscoitos, naquele velho mundo, nesse mundo, depois de ter sofrido na pele as consequências de minha fraqueza eu decido lutar e nem mesmo meu amor por Daryl Dixon vai me impedir. O bom de ama-lo é que ele sabe disso e não tenta.

   Sorrio para o par de olhos azuis preocupados. Ele não sorri de volta. Daryl não finge. Mas seus dedos procuram os meus e isso me basta, é como dizer, não estou feliz, mas estou aqui.

   Em algum momento paramos, parece um tipo de acidente, carros capotados, zumbis presos a ferragens, o de sempre.

   ─É meu pessoal. – Jesus avisa. Depois do momento de desconfiança e as ameaças de praxe vamos em busca dos sobreviventes. Chegamos a uma construção. Escritórios talvez. Maggie e Beth ficam com Jesus do lado de fora.

   Está escuro do lado de dentro. Daryl segue na minha frente. Não me sinto Michonne, ainda não, escuridão e corredores ainda me assustam, mas ao menos não me escondo mais.

   Encontramos um homem, antes dele Daryl derruba um zumbi que cruza nosso caminho. Sinto pena do quão indefeso aquele homem parece ser, mais três deles são encontrados. Um ferido no braço. Depois de averiguações pegamos mais uma vez a estrada.

   O grupo agora maior me parece ainda mais confiável. Descobrimos que um dos homens é um médico, um obstetra e posso ver a esperança de Maggie.

   ─Temos um ultrassom e quando chegar examino você. – Ele se oferece. Maggie e Beth sorriem. Já Glenn não parece animado.

   O trailer precisa ficar no caminho, lama nos impede de continuar, não somos recebidos com muita alegria. De qualquer modo Jesus não mentiu sobre não terem armas e aquelas lanças não são de colar medo.

   Os portões se abrem depois das ordens de Jesus, a comunidade é pequena, bem localizada no alto de um morro, difícil acesso para os zumbis.

   Começamos mal a conversa com o líder, um idiota cheio de soberba que não impressiona. Jesus quer paciência, está mais preocupado com a comunidade que seu líder.

   Rick parece pouco inclinado ao dialogo, entendo, depois de tudo que vivemos e pensando em como é difícil deixar a segurança de nossos muros para vir aqui, o mínimo que se espera é respeito.

   ─Cuida disso Maggie. – Rick decide. Ela me olha. Prefiro que vá sozinha. É mais fácil controlar Glenn do que Daryl.

   Deixo o grupo e me perco percorrendo a casa, uma grande mansão estilo colonial, gosto da arquitetura, a limpeza e o silencio me incomodam um pouco. Encontro uma saída para os fundos, vejo como tudo é organizado, eles têm mesmo bons estoques de comida, uma mulher passa por mim e paralisa assustada.

   ─Vim com Jesus. – Aviso, ela relaxa imediatamente.

   ─Vai ficar? Ele encontrou você?

   ─Não exatamente, somos uma comunidade, viemos fazer um acordo. – A mulher não parece muito crente nisso.

   ─Mais acordos? – Sua preocupação me deixa curiosa. – Um justo ou apenas extorsão como ele?

   ─Acordo. Quem é ele?

   ─Negan e seu bando. Bandidos, aproveitadores. Uma corja assassina e nojenta. A pior espécie de ser vivo, zumbis são mais dignos. – Me espanta tanto ódio, preocupa também.

   ─Não os conheço, são a primeira comunidade que encontramos.

   ─Os salvadores não são uma comunidade. Só querem mesmo roubar o que não são capazes de produzir. Assassinos.

   ─Já pensaram em enfrenta-los?

   ─Somos pacíficos. Somos apenas sobreviventes e queremos continuar assim. Ele não dá escolha. Acredite. Negan e os salvadores não conhecem piedade. – Um arrepio percorre meu corpo. – Vem aqui duas vezes ao mês e levam metade do que temos.

   Pretendia continuar o assunto, mas uma confusão me chama atenção, corro pelo mesmo caminho, atravesso corredores e saio pela porta da frente para assistir uma cena confusa.

   Rick ensanguentado, um corpo no chão e Jesus separando uma possível briga. Alguém tem um braço quebrado. Pelos olhos irritados de Daryl ele fez o serviço.

   Não é difícil entender pelo líder ferido que Algo deu muito errado. O homem é socorrido. Enquanto esperamos para que Maggie tente uma nova conversa conto a Daryl o que ouvi.

   ─Jesus contou qualquer coisa. Eu, Abe e Sasha acabamos com parte deles sem esforço, acho que não passam de um embuste. Metendo medo em inocentes desarmados.

   ─Pode ser.

   ─Eles queriam a cabeça do líder, tem um dos homens de Hilltop como refém. Podemos ir até lá, acabar com isso e libertar essa gente.

   ─Como heróis destemidos?

   ─Eu sei Hannah. É isso que parece, mas a verdade é que cedo ou tarde vão bater em nossa porta.

   Ele tem razão. Me sento nos degraus da mansão. Penso em Brook, no mundo que quero para ela. Na ideia de começar algo que talvez seja maior que todos nós.

   O grupo está mais frágil que antes e Maggie dá suas cartas. Acabamos com os inimigos de Hilltop e podemos negociar com eles. Quem sabe ir além e encontrar novos lugares. É tentador, perigoso também, mas a verdade é que nunca perdemos uma guerra.

   Jesus retorna conosco. Vamos deixar os suprimentos em Alexandria e ir ao encontro dos tais salvadores.

   ─Vamos armar um bom plano Hannah. Vai ser rápido. – Daryl me diz com os olhos na estrada.

   ─Fico pensando em quem somos. – Ele me olha atento. – Pensei que fossemos os mocinhos.

   ─Nunca tive essa pretensão, mas se não estiver pronta, talvez seja bom ficar.

   ─Suas mãos sujas de sangue são minhas mãos sujas de sangue. Não tenho medo do peso disso na minha consciência, tenho medo das consequências reais.

   ─Entendo. – Me encosto em Daryl. Uma foto do ultrassom de Maggie começa a circular no Trailer, vai de mão em mão arrancando todos nós emoções que escondemos. Esperança é a primeira delas, olho para Daryl. Ele observa a fotografia com um olhar enigmático. Ainda tem coisas que ele não diz.

   Fico me perguntando se fosse eu, se fosse nosso, se um dia pode vir a ser. No fundo é por isso que aceito enfrentar inimigos que não são nossos, para ter a chance de viver isso, pelo futuro, por um novo e real mundo, fecho meus olhos quando a foto volta a circular. Queria rezar, não me lembro mais como se faz isso.

   O sorriso de Brook surge em minha memória, minha garotinha abraçada a Lyn. Ela é minha oração viva. A razão de minha existência.

   Salvadores. Hilltop. Alexandria. O que todos nós devíamos fazer era lutar juntos, zumbis deviam ser nossos verdadeiros inimigos. Penso nos primeiros dias do apocalipse, em todo caminho que percorri e me dou conta que jamais foi assim.

   Os mortos nunca foram o problema central, sempre foram os vivos, sua ganancia, seu egoísmo, sua fome sem fim. Fome de poder, fome de segurança. Atropelando uns aos outros, subjugando os mais fracos, dominando territórios, almas.

   ─Hannah, Brook precisa de você. Fica. – Daryl me pede quando nos aproximamos de Alexandria. – Isso está te matando um pouco. Eu sei.

   ─Já matei Daryl. Sabe disso. Mais de um, fiz por mim, fiz por Brook, só que eu sempre me senti a heroína do apocalipse. Estamos falando de invadir um lugar e matar desconhecidos que até o momento não nos causaram mal. Posso lidar com isso, só que não vou fingir que sou melhor do que aqueles que um dia me perseguiram.

   Os portões de Alexandria se abrem. Quando o trailer para e todos começam a descer Daryl me segura.

   ─Ainda vai ser a minha Hannah. O que me faz amar você vai além de tudo isso que nos cerca. Esse mundo, aquele mundo, o que vamos ter, bom ou ruim, eu vou continuar a amar você e BrooK também vai. Pode ir e lutar, pode ficar e proteger Alexandria. Seja como for eu sei que sempre será a escolha certa e sei disso porque sobreviveu e não deve isso a ninguém Hannah, a ninguém, fez o que tinha que fazer, enfrentou o que tinha que enfrentar e apenas por isso está aqui.

   ─Tio, Tia! – A voz dela chamando por nós vem de longe e sorrimos um para o outro.

   ─Te amo, mas se fizer outro discurso longo desses eu vou começar a me assustar. – Ele me envolve o pescoço, me beija e me puxa para descermos. Ganha o primeiro abraço de Brook, depois ela vem para meus braços. Quando sinto seu cheiro e sinto seu carinho eu me encho de certezas. Brook sempre vai ser o centro de tudo. – Como foi tudo aqui pequena?

   ─Mais ou menos. O padre reza muito. Foi um pouco chato. – Eu e Daryl rimos.

   Enquanto os suprimentos são retirados do trailer, nós nos reunimos mais uma vez.

   O plano é simples, chegar no meio da noite e matar os salvadores. O grupo sabe onde estão, para atraí-los e conseguirmos entrar uma cabeça. Um zumbi qualquer que cruzar nosso caminho. Vamos num bom grupo. Apenas os fortes.

   Alexandria fica desprotegida, mas me convenço que ela estaria desprotegida do mesmo jeito se apenas esperássemos.

   O plano é ridículo de tão simples, não consigo acreditar que o tal Negan vai estar tão vulnerável. Mesmo assim me armo com o resto do grupo, me despeço de Beth com um abraço.

   ─Beth...

   ─Não. Você não precisa dizer. Sim, ela vai sempre ser protegida. Só por isso aceitei ficar quando minha teimosa irmã decidiu ir com o Glenn. Você não pode deixar o Daryl, ela não pode se afastar do Glenn e Alexandria precisa de alguma voz. – Abraço Beth.

   ─E agora somos duronas. – Ela sorri. Quando nos afastamos vejo seu olhar em direção a Jesus. – Ele parece legal e corajoso.

   ─Não sei se gosto dele. Acho esse cara irritante. Muito irritante.

   ─Gosto disso. – Brinco antes de seguir para perto de Daryl que tem Brook nos braços. Outra despedida em tão pouco tempo. Meu coração dói de tanto medo.

   Tenho que voltar. Tenho que trazer todos de volta. Ela sorri quando me vê.

   ─Já sei de tudo tia. Pelo menos agora a Beth vai ficar. Se não já ficamos lá só rezando com o padre Gabe. Ele vai junto é?

   ─Vai. – Beijo seu rosto. – E você seja boazinha.

   ─Vou ser. Vai voltar rapidinho de novo? Tio você cuida dela?

   ─Ei eu me cuido mocinha! – Reclamo, aperto seu nariz e ela ri.

   ─Meu tio é caçador. Esqueceu tia? Ele cuida da gente.

   ─Você está certa. Seu tio cuida da gente e a gente cuida dele. – Beijo Daryl, não é a coisa mais confortável do mundo para ele, mas agora ele aceita. – E logo vamos estar em casa. Os três juntos.

    Daryl coloca Brook no chão e me procura a mão. Ficamos um momento de mãos dadas olhando para ela. Sempre da medo de ser a última vez, tem sempre mais alguma coisa a dizer. Nunca é o bastante.

   A mulher corajosa fraqueja um segundo, os dedos de Daryl apertam minha mão me devolvendo coragem.

   ─Vamos. – Mich nos convida. Se Rick pode se despedir, se Mich pode se despedir nós também podemos. Sorrio quando aceno para Brook e sigo o grupo para o carro. Os portões de Alexandria se fecham atrás de mim mais uma vez. De novo não consigo olhar para trás. Tenho medo de ser essa a última imagem que vou ter de Alexandria.

   ─Se lembra que sua prioridade é voltar? – Daryl sussurra. – Sempre Brook.

   ─Prometo. – E isso é a coisa mais difícil que já fiz. Prometer dar as costas a ele se for preciso só para voltar para Brook. – E você?

   ─Hannah...

   ─Daryl precisa prometer. Brook é o centro de tudo.

   ─Prometo. – Ele não consegue olhar para mim, nem eu consigo acreditar muito, mas é o que tenho. Ele me abraça. A noite começa a chegar e me encosto em seu peito. Sua respiração me acalma.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSS



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