Bad World escrita por Sugar High Unicorn


Capítulo 1
Capítulo Único - Bad World


Notas iniciais do capítulo

Hey divos desse site ^^

Como eu disse na minha primeira (e segunda) fic: "Essa ideia veio na minha mente, e mesmo não sendo uma das minhas melhores fics escritas, achei legalzinha e resolvi postar." <-- Acho q vou falar isso em todas as minhas fics, kkkk

Eu assisti Jessica Jones e essa possibilidade me passou na cabeça... Enfim, espero que gostem:

P.S.: Juro que chorei escrevendo :'(



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Ela estava morta. Sua razão de viver, por quem ele morreria sem pensar duas vezes, aquela que estava sempre em sua mente e em seu coração, sua Rose.

Ela estava morta, mas dessa vez era para sempre.

Ele sabia que não deveria se sentir assim. Como se todo o mundo fora arrancado de baixo de seus pés, como se não valesse à pena mais viver, como se só estar respirando fosse uma ofensa à sua amada, que já não podia vazê-lo.

Ele sabia que não deveria se sentir assim, mas sentia.

Eles haviam tido bons anos. Bons, longos e felizes anos, com alegras constantes, uma briga aqui e ali, mas nada que no final não se resolvesse com o amor que sentiam um pelo outro, além da personalidade forte de sua amada, que não o deixava esconder seus sentimentos dela, sempre fazendo do relacionamento deles algo melhor, algo maior.

Eles haviam tido bons anos, mas ele não queria viver nem mais um.

Era um pensamento mórbido. Ele sabia que Rose o repreenderia, o abraçaria e faria tudo ficar bem. Mas esse é o problema, não é? Ela não estava ali, ela estava a sete palmos a baixo da terra, e nunca mais ele ouviria sua voz ou sentiria seu abraço.

Era um pensamento mórbido, mas era a única opção que ele via.

Mesmo assim ele seguiu com sua vida. Ele voltou a sua casa, abraçou as crianças e as consolou pela perda, que também fora delas. E em um ano, quando tentava cozinhar algo decente e sem querer queimou a comida, fazendo suas crianças rirem, ele percebeu que ainda podia se sentir feliz. Ele então se dedicou a seus filhos, e lhes deu o resto de seus anos, se empenhando para que fossem fantásticos, assim como eles eram. Assim como ela foi.

Mesmo assim ele seguiu com sua vida, mas tudo um dia caba.

Era inverno. As crianças há muito haviam se mudado para com suas respectivas famílias, o deixando sozinho na velha casa onde tivera seus melhores e piores momentos. Ele havia resolvido sair para uma caminhada, as ruas movimentadas estavam paradas por conta da neve que as cobria, a trilha do parque para a floresta parecia bonita, convidativa, e ele aceitou o convite. Foi no meio da caminhada que ele parou para recolher uma fruta que parecia saborosa e a comeu. É um jeito ridículo de morrer, foi um de seus últimos pensamentos, quem vive por tanto e então morre por uma reação alérgica? Não o doutor! Ele tentou rir enquanto sua garganta se fechava, causando um gemido de dor. Ele não era o doutor, e era grato por isso. Estou indo, minha Rose. Foi o que passou por sua mente antes de tudo escurecer.

Era inverno, mas ele finalmente estava em paz.

O mundo é um lugar belo, cheio de surpresas. A luz dourada emanando do corpo caído do homem, bem no meio da trilha da mata, era uma grande surpresa. A luz foi aumentando, até quase cegar os olhos de algum expectador desavisado, e então cessou, deixando em seu lugar o corpo inerte de uma criança. Ele queria ter morrido, ter se juntado a sua Rose, mas o mundo não deixou.

O mundo é um lugar belo, cheio de surpresas, mas também é um lugar sádico e cruel.

O casal parecia simpático. Eles haviam encontrado a criança, perdida e sem suas memórias, zanzando pela trilha que faziam toda semana. O perguntaram de sua mãe, mas ele não sabia, só se lembrava de cabelos loiros e um sorriso. Eles o abrigaram e deram de comer, roupas e brinquedos, mas então veio a doença. Ele não era um Senhor do Tempo, não havia razão para ter se regenerado, mas mesmo assim o fez. Seu corpo não aguentaria as mudanças, e estava mostrando isso. O casal tomou providências.

O casal parecia simpático, mas ninguém é o que parece.

Eles justificariam com amor. As agulhas, os infinitos exames, os choques e substâncias que eram administrados no garoto que nomearam como Kevin, tudo com o pretexto de curá-lo de sua doença degenerativa, mas não era só isso. Eles eram cientistas sem escrúpulos e nem dó, torturando milhares de crianças e gravando, em diversos laboratórios espalhados por todo o planeta. Eles justificavam como uma ajuda, mas o estavam matando aos poucos.

Eles justificariam como amor, mas era a pura ambição humana.

Ele conseguiu escapar. Todas as substancias lhe serviram em algo de útil, um dia ele se viu controlando todos aqueles que o machucaram por tantos anos. Ele podia mandar neles como bem quisesse, podia machuca-los, até mesmo mata-los. Ele não o fez, pois ainda, bem no fundo, ainda acreditava no bem da humanidade, como um leve resquício de sua vida anterior. Mas eles o traíram, novamente, e ele não aceitaria mais isso.

Ele conseguiu escapar, mas nunca mais seria o mesmo.

Ele mudou de nome. De cidade, de estado, de país, e seguiu a vida tendo tudo o que queria. Porque ele podia, porque nunca ninguém o ensinou a fazer diferente, porque eles haviam pegado tudo o que queriam dele e ele se via no direito de fazer o mesmo, porque ele achava que era o normal. Foi tudo o que sempre havia visto em sua vida. Ele não mais se recordava de aventuras mirabolantes, cabelos loiros e um sorriso inebriante, risadas infantis ou o amor que tinha em sua vida antes de tudo isso acontecer. Ele era outra pessoa, moldada pela selvageria humana.

Ele mudou de nome, e agora, era Killgrave.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?

Aceito críticas construtivas :)

Beijos de algodão doce!

—Unicorn



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