—Posso saber ao menos o que eu roubei? – ele levantou um canto da boca em um sorriso disfarçado.

—Minha sanidade.

Ele passa seus braços pela minha cintura apertando-a, me fazendo sentir arrepios que eu nem imaginei que existiam.

— Isso é até mais do que eu imaginei – ele diz me pressionando contra a parede gelada.

Luke se aproximou de mim, colando nossos corpos. Nossos lábios se tocaram de forma quase que agressiva, como se precisássemos do outro pra viver. Ele posicionou um dos braços em minha cintura e pressionou seu quadril contra o meu, me fazendo sentir seu amiguinho. Sorri ainda encostando seus lábios e ele pareceu entender a mensagem, porque me apertou ainda mais.

Minhas mãos ainda estavam ao lado do meu corpo, então levei-as em direção à nuca de Luke; mas ele me impediu. Luke segurou meus pulsos contra a parede e começou a beijar meu pescoço. Ele me impedia de me mover, e eu nem fazia questão de tentar.

— Luke... – ele ignora meu chamado, continuando os chupões em meu pescoço – Eu quero. Agora.

Ele levantou seu rosto e eu pude ver seus olhos em chamas.

— Miranda, você tem certez...

Puxei-o de volta para mim, não aguentando mais um segundo longe de seus lábios. Afundei minhas unhas em sua nuca, puxando seu cabelo. Ele soltava suspiros contra a minha boca em resposta.

Ele puxou meu vestido para baixo, revelando meus seios cobertos apenas pelo sutiã. Então, puxei sua blusa apressadamente e joguei em algum lugar que não me interessava agora. Arranhei suas costas e puxei seu quadril para perto de mim. Tudo combinava perfeitamente, parecia uma dança ensaiada durante séculos. Cada movimento dele correspondia o meu, e vice-versa.

Pela forma que meu coração batia, parecia que meu peito ia explodir. A imagem de Luke golpeou minha mente tão forte que eu parecia estar sob efeito de drogas. Eu queria que ele me tocasse, me apertasse; meu corpo implorava por isso. Era impossível não desejar pertencer a ele.

Então, senti algo gelado escorrendo pela minha cabeça, e me soltei de Luke para ver o que era. Passei a mão em meu peito e senti um líquido gelado. Assim que olhei pra cima, vi Logan.

Ele estava com um copo vazio na mão, e no mesmo momento deduzi que ele jogou o que quer que tivesse ali em nós.

— Mas que p...?

— Qual é, Miranda? - ele disse jogando o copo no chão, estilhaçando-o – Tive que apagar o fogo de vocês.

Assim que olhei para Luke, vi uma bomba. Ele parecia prestes a explodir; seu corpo todo estava tenso, seus punhos estavam fechados em socos e veias brotavam de seus braços e pescoço.  

Seu rosto se virou lentamente para o meu e ele falou da forma mais serena possível:

— Eu vou matar ele – Luke disse calmamente.

No mesmo instante, peguei um pedaço de vidro do copo quebrado no chão e enfiei no braço de Logan. Agora ele gemia de dor e pedia ajuda.

—Agradeça desgraçado, te livrei de algo pior – eu disse num sussurro.

Puxei Luke pelo cós da calça e não parei até que estivéssemos fora do pub.

— Por que não deixou que eu acabasse com ele, Miranda?! – Luke dizia enquanto caminhava de um lado para o outro impaciente – Eu poderia...

Ele parou abruptamente a frase e eu, que olhava para o chão, levantei meu rosto.

Assim que o olhei, minhas pernas fraquejaram mais uma vez. Sua camiseta tinha ficado no chão do pub e agora que estava tudo mais claro, eu enxergava perfeitamente cada detalhe do seu abdômen.

— Está distraída com algo, boneca? – ele pareceu se esquecer da pequena briga que acabou de ter e revela um sorriso intimidador em seu rosto – Pois saiba que eu também estou tendo uma vista desconcertante.

Olho para baixo e vejo meus seios quase saltando do sutiã; olho rapidamente em volta procurando testemunhas da minha situação naquele momento. Tento recolocar o vestido, mas está rasgado.

— Gosto desse jeito – ele olha mais uma vez para meus seios e pisca pra mim enquanto puxa uma cartela de cigarros do bolso – Desde que você saiba que pertence a mim.

Luke acende o cigarro e se encosta na parede do pub, ele olha pra frente, os olhos totalmente vidrados na estrada.

—Sinto dizer, mas não sou sua – digo tentando mais uma vez ajeitar o vestido em vão.

— Não era o que parecia a dez minutos atrás, boneca – ele dá mais uma tragada e me encara. Havia uma faísca nesse olhar que acho que poderia acabar com toda a energia elétrica da cidade.

— Cala a boca, Luke – me aproximo dele e pego o cigarro de sua mão; coloco-o entre meus lábios e em seguida, solto a fumaça em seu rosto – Ou deixe que eu calo pra você.

— Achei que odiasse cigarros tanto quanto me odeia – ele me olha divertidamente.

— É tudo questão de entretenimento, amor – reposiciono o cigarro em sua boca e me afasto.

— Você me surpreende cada vez mais, boneca – ele me puxa para perto si e cola sua boca em meu ouvido - Não importa o quanto você lute, sempre vou fazer você voltar rastejando.