A Melodia dos astros escrita por Iuajen


Capítulo 2
Segredos.




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Seu par perfeito!

Signo: Escorpião
Lua: Touro Mercúrio:Capricórnio
Vênus: EscorpiãoMarte:Peixes
Júpiter: EscorpiãoSaturno: Gêmeos
Urano: ÁriesNetuno: Peixes
Plutão: Câncer Nodo V.: Touro
Ascendência: Capricórnio
Descendência: Câncer

Apesar de parecer sempre sozinho, perdido em seus pensamentos, esse escorpiano, esconde atrás de sua mascara arrogante, um coração bom. É também muito sarcástico e sonhador, leva a vida como bem entender, e tende a exigir bastante de si próprio, caso encontre seu par perfeito, terá que possuir muita paciência, já que sua individualidade e o poder de irritar as pessoas é um dom natural.

Tome cuidado. Essa pessoa aparenta pouco e sente muito, não caia nas armadilhas, pois ele estará lhe testando, como todo escorpiano, procura emoções a flor da pele como algo cotidiano e possui uma força de vontade muito grande.

Sério mesmo? De todos os tipos que poderiam aparecer, me aparece um de escorpião? É o signo mais problemático para relacionamentos, e meu par perfeito é um desses?

Aceitando meu triste destino, eu desliguei o computador, arrumei a cama e peguei minhas coisas, no meio do café da manhã, Laure havia mandado uma mensagem dizendo para nos encontrar no caminho e irmos juntas, respondi um ok e combinamos o lugar.

– Ei! Coma seu pão e tome seu leite, antes de ficar mexendo no celular.

Minha mãe que estava sentada na mesa da cozinha, também tomando seu café da manhã ralhou comigo. Um pouco contrariada, guardei meu celular e terminei meu café, como havia acordado mais cedo hoje para saber sobre meu par perfeito, pude tomar tranquilamente. Com minha mãe indo para o trabalho, escovei meus dentes e arrumei a cozinha, antes de ir para o colégio Drasil.

O caminho não era tão longo, dava uns quinze minutos em na calçada e depois no viaduto, onde Laure já estava me esperando. Ao me aproximar a garota sorrindo me cumprimentou.

– Bom dia, senhorita representante.
Apesar de já a considerar uma amiga, não sei se eramos intimas o suficiente para brincar dessa forma. Mas...
– Bom dia, Laure. Dormiu bem?

– Não.
Disse a garota dando um bocejo e baixando os olhos. - Tive um pesadelo com aquele cara.
– Quem? O Tales?

– É...

Tales, o outro representante que no primeiro dia se fez conhecido por todos os calouros, pela forma que agiu, tinha um aspecto de delinquente, mas não a ponto de terem pesadelos com ele.

– Você se impressiona fácil demais.

– Né? Todo mundo me diz isso.

Continuamos a nossa conversa, por uns dez minutos até chegarmos no colégio Drasil, hoje como segundo dia, o primeiro horário seria para conhecer os clubes e fazer um tour pelo colégio, ou seja, os representantes dos clubes e alguns membros estavam todos ali da entrada para dentro, fazendo muito barulho, levantando cartazes e chamando todo mundo.

Assim como o esperado, ao me verem chegando, alguns grupos me pararam para tentar me convencer a entrar no clube deles, provavelmente já sabiam que eu era uma das representantes dos calouros, e bonita como sou, não perderiam essa chance.

– É mesmo! Hoje é o dia dos clubes, já pensou em qual vai entrar Bia?
Apelidos? Já?
– Não, não pensei muito em qual vou entrar, vou esperar o tour e dar uma olhada nas salas e ver os que mais me interessarem.

– Vai entrar em mais de um?

– Se não der problema de horário, provavelmente sim.

Ignorando a confusão ao nosso lado, Laure e eu fomos direto para a nossa sala, eramos umas das primeiras, a maioria estava conversando com os veteranos dos clubes que iam entrar, além de nós duas, um garoto de cabelos pretos, alto, e duas garotas ambas de cabelo castanho sentadas lá na frente. Ao notar a gente entrando, os três olharam, as garotas depois de darem uma espiada continuaram sua conversa, já o garoto parecia ter se levantado e vinha em direção a mim.

– Com licença, posso falar com você lá fora?

Olhando para o garoto, eu pude perceber que seus olhos eram meio amarelados, o que era realmente estranho. E o vendo assim de frente seu rosto tinha um aspecto de criança.

– Ok.
E virando a cabeça para Laure. - Já volto

Ela respondeu com um sorrisinho, e se sentou na cadeira, olhando para a gente enquanto saíamos, fora da sala, andamos um pouco para longe da multidão, depois quando ele se virou para mim, pude perceber que seu rosto havia tomado um tom de vermelho bem forte.

– Bianca, s-seu discurso, foi perfeito e hum...
Ele parecia gaguejar um pouco enquanto falava, mas parecia tão sério, e fixou o olhar em meus olhos.

– E-eu... me apaixonei por você.

O-o que? Espera... Se apaixonou? O que?
Senti meu rosto esquentar um pouco.

– E-eu, e-eu sei... é inesperado. M-mas... "nunca guardar o que sentimos e sempre dizer a verdade não importa o que."
A última frase soou como se ele estivesse dizendo mais para ele do que para mim. Eu senti que o que ele dizia era verdade, reparei que ao contrário de Tales, ele seguia as regras de vestimenta muito bem, e pude sentir um cheiro de perfume exalar do garoto, mas...

– Qual é o seu signo?
As palavras saíram meio que automático.

– Eu sou de câncer. Por que?
Disse o garoto muito surpreso com a pergunta. Não, surpreso não, confuso.

Um canceriano? Hum... Cancerianos tendem ser emocionais, e gostam de cuidar das pessoas, apesar de ser o signo que eu mais gostaria de ter uma relação...

– Desculpe. Nós ainda nem nos conhecemos direito e... eu não sei nem o seu nome.

–Ah, é mesmo eu não me apresentei.
Ele deu um sorriso meio sem graça, apesar da rejeição, parecia preocupado em não ter sido educado.

– Eu me chamo Iagneu Ganveta. Eu sou da Finlândia.

– Nossa. Tão longe assim?
Não era uma surpresa tão grande, como Drasil era o colégio mais renomado do mundo, os pais ricos de todos os países mandam para cá seus filhos.

– É... Papai disse que além do estudo aqui ser muito bom, eu aprenderia a viver no país que move o mundo.
Um momento de silêncio se abateu entre a gente, por mais que tentasse esquecer, eu acabei de dizer não ao pedido dele.

– Ah. Ah, obrigada pelo elogio do discurso, apesar de que o outro representante ficou com toda a luz.

– Aaaah, Tales? Ele é meio estranho mesmo, ele deve ser bem incrível não é? Para conseguir ser representan... *cof*
Ele tossiu depois de olhar para o meu rosto, que deve te-lo assustado. - Enfim, vamos para a sala?

Eu pude reparar que alguns alunos da sala que chegaram depois estavam nos espiando, Laure estava entre eles, entramos e sentamos nos nossos lugares, alguns olharam para ele, e isso com certeza estava o constrangendo, mas não tinham efeito sobre mim.

– Nossa, segundo dia de aula, e um garoto já se confessou?

– Normal.
Minha resposta foi instantânea. Eu esqueci que eu não podia agir dessa forma, se não os outros iriam achar que eu sou arrogante demais. E então continuei em tom zombeteiro e baixo, para a garota achar que eu tava brincando.

– Quer dizer, olha para mim.
Fazendo uma pose de miss. - Quem não ia querer?

Laure riu, os outros não pareciam ter escutado, já que eu diminui minha voz.

– Mas falando sério, eu to realmente envergonhada, acho que essa isso foi o recorde, digo, da outra vez, um garoto esperou uma semana.

– Ah, você é acostumada a receber esse tipo de cumprimento dos garotos?

A voz dela saiu um pouco alto e claramente proposital. Iagneu, escondeu a cabeça nos braços.
Droga! Se eu for lá o consolar, ele provavelmente vai se sentir humilhado. Fiz uma cara feia para Laure, que deu um sorriso.

– Mas por que você não aceitou? Ele é bem bonito. Alto, cabelos pretos, olhos amarelados.

Ela também disse em voz alta o suficiente para o garoto ouvir, da onde estava dava apenas para ver a orelha do garoto que estava muito, mas muito vermelha.

– Você quer baixar o tom?

– Ah relaxa, a nossa adolescência é para isso não? Curtir, se divertir e se perder em amores.

– É isso mesmo!

Quando me virei a professora Faire estava escorada na mesa de trás ouvindo a conversa.

– *Afufufufufufu.* A juventude de vocês é algo para se aproveitar, como a jovem sábia Laure nos disse.

Ela foi até o quadro e começou a escrever com uma letra muito grande. "Curtir, se divertir e se perder em amores."

– Este é o meu novo lema! Laure querida, *afufufufufu*, você não podia estar mais certa em sua afirmação.
Dando uma batida no quadro, ela chamou a atenção dos poucos que ainda não estavam a olhando.

– Hoje, começa um grande passo nessa juventude de vocês, os clubes! Eles juntam aprendizado e diversão, o conhecimento que irão partilhar, os momentos vividos.
Ela sentou na cadeira e fez um triangulo com a perna, se inclinou para trás e com uma mão na testa e uma expressão de nostalgia no rosto, completou sua pose dramática.

– Como sinto falta desses tempos, agora... eu... eu... só tenho vinte e três anos e tenho que aturar esses velhos reclamarem dia sim, dia não. Eles ensinam a jovens tão fofinhos como vocês e... e... só fazem pelo dinheiro.
Ela fechou a mão e se sentou novamente olhando com raiva para o nada.

– Eles não sabem! Eles não sabem! Aonde o prazer de ensinar foi parar?
Agora colocou as mãos nos olhos e começou a chorar.

– Tão inocentes... tão inocentes... Mas não se preocupem meus anjos.
Se levantando e indo para a porta, e com um rosto um pouco vermelho, ela fez um movimento de cortesia para a sala como um todo.

– Eu irei lhes guiar nessa trilha árdua que nos espera. Vamos indo, temos dois andares e muitas salas para visitar.

Eu percebi que ainda havia gente chegando, e que havia uma nota presa a porta da sala:

Alunos que chegarem depois, encontre-me se com a professora Faire no quarto andar.

Percebi também que Tales, não havia chegado. O que me deixou surpresa, será que ele já tá matando aula no segundo dia? Que belo representante você é eim?!

E então passamos quase a manhã inteira indo de sala em sala, vendo os clubes existentes, os integrantes estavam lá porque segundo a professora, a parte da manhã era exclusivamente para mostrar aos calouros os clubes e o que faziam.

De longe o que mais me interessou foi o clube de Teatro, eles faziam as próprias peças de roupa que era muito bonitas, assim como os scripts, música, efeitos de som e de luz, era tudo eles. E havia algumas peças que já foram para a Broadway. Os outros clubes também tinham seu prestigio, seus líderes já eram famosos em suas áreas, e tinham o aval do colégio para trabalhar caso quisessem durante o tempo que não estivessem estudando.

Mas também me interessei pelo clube de atletismo, sempre gostei de praticar esportes, e sempre fui boa em correr. Os membros estavam na pista que ficava atrás do colégio que por sua altura, escondia um campo aberto ainda maior. Além do Ginásio poliesportivo com o auditório, havia outros alojamentos para clubes que praticavam esportes que não ficavam no quarto ou quinto andar, e não me surpreendeu nenhum pouco quando alguns alunos montados em cavalos passaram correndo, o colégio possuía até um clube de hipismo, além de outros clubes exóticos, parecia realmente ter de tudo.

Após o término da exposição de clubes, o intervalo chegou e praticamente todos os calouros foram entregar suas fichas de admissão aos clubes que lhes interessaram, Laure foi para o clube de Jornalismo após uma grande discussão com ela mesma sobre o clube de informática. Eu por outro lado rumei primeiro para o clube de atletismo, onde alguns poucos calouros se juntaram, uns três, eu e mais dois garotos, um que eu não sabia o nome e Iagneu que ao me ver ficou sem graça e virou o rosto, decidida a acabar com aquilo fui até ele.

– Desculpe. Laure, falou alto demais, deve ter te constrangido.

– Não... não... que isso...

Bem, não há muito o que fazer, apesar de tudo foi uma rejeição. Não vou o obrigar a ser meu amigo, não depois do que eu o fiz passar.

– Ahm... bem... você parece bem acostumada com esse tipo de coisa.

Ao me virar, o garoto que ainda estava vermelho me olhou. Era até bonitinho ver ele envergonhado desse jeito. Mas não entendi de que tipo de coisa ele se referia.

– Que coisa?

– Garotos... você deve receber muitas confissões não é?
A verdade era que sim, desde meus dez anos, eu recebia pelo menos uma vez ao mês, apesar de que nenhuma foi tão rápido quanto a dele. Hesitei por um instante se eu deveria mentir ou não, e lembrei da frase que ele disse.

– Ah... sim, eu costumo receber muitas confissões.

– É, você deve estar cheia disso então não é? Me desculpe.

– Não. Eu gosto. Apesar de ter rejeitado todos até agora, essas confissões me fazem me sentir bem, eu acho que eu estaria fazendo um mal ainda maior se eu os aceitasse sem realmente gostar deles.

O garoto pareceu me olhar surpreso, os olhos dele brilhavam com muita intensidade, parando para ver, o que Laure disse era verdade, ele era realmente muito bonito e ficou mais ainda quando sorriu.

– Ah, assim como eu esperava. Você é realmente sincera. Então devo fazer o mesmo.
Ele inspirou por um momento, antes de continuar.

– Você disse que a gente não se conhece direito ainda, podemos ser amigos então, assim a gente se conhece melhor e se... se no futuro você quiser... sair comigo...

O garoto parecia estar pegando todas as suas forças para dizer aquilo, seu rosto mais uma vez ficou muito vermelho. E ele estava se controlando muito para não olhar para outro lugar, já que me olhava com determinação.

– Podemos sim. Se tudo ocorrer bem, eu estarei nesse clube também, ai podemos nos conhecer melhor.

Um pouco depois o líder do clube de atletismo, um garoto, ainda mais alto que Iagneu apareceu, o que impediu do garoto me perguntar alguma coisa que ele queria e dar atenção a ele, de vista parecia ter mais de dois metros, era moreno e com cabelo encaracolado, olhos castanho e robusto, pareceu olhar para os garotos e então pairou seu olhar em mim, depois de um tempo revirou o olhar rapidamente para os outros dois.

– Eu sou, Kojac. O líder do clube de atletismo.
Olhou para o outro garoto que eu não conhecia.

– Você deve ser Jules não é? Eu sabia que você ia vir, é a cara do seu irmão. E vocês dois?
O tal de Jules, sorriu para Kojac e se sentou na grama, bem perto da pista.

– Meu nome é Bianca.

– E o meu é Iagneu...

Os tons eram completamente diferentes. Pude perceber que o meu tom era confiante e seguro, já o do garoto era fraco, quase como se estivesse assustado por causa de Kojac.

– Ah, sim a representante dos calouros. Eu realmente não esperava por isso.

É, esse tipo de olhar de descrença que me acompanhou por muitos lugares desde pequena.

– É, esperava o que então? Acha que eu não sou capaz?
Disse para ele em tom de desafio, um pouco irritada.

– Não...

Ele então me encarou, e eu o encarei de volta, ele era bem uns vinte centímetros mais alto, mas não me botava medo nenhum.

– Então o que? Qual o problema de eu gostar de correr?

Ele vendo minha rebeldia, continuou me olhando, Iagneu, parecia bem assustado com tudo aquilo e nos olhava meio apreensivo sem saber o que fazer, Jules por outro lado...

– Ué, se você quer mostrar seu valor, basta correr não é? A menos que...
E ele olhou em direção aos meus seios. E se virou novamente e olhou para os meus olhos.

– Tá com vergonha de eles ficarem que nem coelhos e saltando por ai?

Kojac, colocou a mão na testa, deu uma pequena bufada e sorriu para o garoto.

– Você é igualzinho a ele.

Por outro lado, Iagneu, ficara novamente muito vermelho, ao entrarem nesse assunto. Eu por outro lado olhei para o garoto e o encarei séria.

– Esse tipo de coisa não funciona comigo, pelo que estou vendo não sou bem-vinda aqui.

Dei as costas e fui andando em direção ao colégio, quando duas mãos me pararam, um no ombro direito e outra no esquerdo, quando me virei já furiosa, percebi que um era Iagneu e outro era Kojac.

– Nunca disse que não era bem-vinda. Estressadinha você eim? Eu só achei estranho, mas quem sou eu? Se você gosta de correr...

Iagneu por outro lado, pareceu impressionado com o que fez e tirou a mão de meu ombro rapidamente.

– Desculpa... é que eu...
E se calou.

– Caso queira entrar no clube de atletismo, basta pegar a ficha na sala dos professores e vir me entregar no final da aula de hoje.

Apesar de não estar muito a vontade, Kojac parecia que não havia feito por mal. E eu realmente gostava de correr, mas quando olhei para Jules, estava conversando com Iagneu, e a cada segundo ele parecia ficar mais vermelho.

– Tudo bem. Obrigada. Nos vemos mais tarde.

Após me despedir de Kojac e dar um tchau para Iagneu e ser respondida com o mesmo gesto por Jules, fui em direção ao clube de teatro, lá não houve problema, só havia uma garota, longas tranças pretas, um óculos retangulares e pequenos, bonita e de voz suave e me disse quase o mesmo que Kojac, que era para ir lá no final da aula, ao perguntar sobre o horário, ela disse que tem um grande quadro na sala dos professores com os horários de todas as práticas de todos os clubes e também me me chamou de "a representante", mesmo depois de ter me apresentado como Bianca.

As aulas que se seguiram, foram bem tranquilas, apesar de que hoje não ter tido aula com a professora Faire, os outros se apresentaram e já passaram um número grande de informações, e trabalho para entregarmos no dia seguinte, o que me deixou bem satisfeita, pois um colégio renomado como esse deve ser assim.

Na saída, porém o professor veio até mim, quando estávamos indo embora e me perguntou se eu poderia levar as anotações para Tales, porque ele havia faltado e tinham recebido uma ligação de que ele passou mal e não pode vir, deu o endereço para mim depois de que eu aceitei o entregar, e saiu.

– Ei, depois que entregar para ele que tal a gente se encontrar na lanchonete aqui perto? Eles vão ter um show ao vivo, e a gente pode começar a fazer os deveres lá mesmo.

Olha, até que não é uma má ideia, apesar de ter aceitado entregar as anotações para Tales, eu não havia gostado nada da ideia, era no entanto a obrigação de um representante fazer isso.

– Tudo bem. Mas antes, vamos na sala dos professores para pegarmos a ficha de inscrição para os clubes?

– Ah! É mesmo! Eu quase esqueci delas.

Fomos então para a sala dos professores, onde pegamos as fichas, e eu pude ver os horários das atividades dos clubes, apesar do clube de atletismo ter horários em todos os dias da semana, parecia ser bem curto o cronograma.
Eram somente duas horas por dia, das 14:00 as 16:00. Já o Clube de Teatro era em quatro dias da semana, Segunda, Quarta, Sexta, de 12:00 as 13:30 e depois das 16:30 as 18:00 e no sábado durante a manhã das 9:00 as 11:00, o que se encaixava perfeitamente. Tendo até as dez para estudar quando chegar em casa , meu dia estava completo.

Fiz minha ficha e levei aos clubes. O clube de Teatro ficava no quarto andar, porém estava fechado com uma plaquinha: "Passem suas fichas por baixo da porta, novatos". Empurrei minha ficha para debaixo da porta, esperei um pouco, mas como nada aconteceu além disso, fui em direção a pista de atletismo onde vi Iagneu e Jules entregando suas fichas para Kojac, e também fiz o mesmo, ignorando completamente as tentativas fracassadas de Jules de chamar minha atenção com movimentos vulgares ao próprio peito, como se estivessem balançando, dei um "oi" e um "tchau" para Iagneu e Kojac, e mandei uma mensagem para Laure dizendo que estava indo para a casa de Tales, entregar as anotações. Pouco depois, ela me retornou com dizendo que era para encontrá-la na rua Washington as três da tarde, que ficava logo depois da ponte.

Mandei uma mensagem a minha mãe, dizendo aonde eu estava indo e aonde eu iria e com quem, apesar de ela voltar só a noite, é minha responsabilidade como filha, a alertar qualquer coisa incomum. E então seguindo as instruções do bilhete que o professora me dera, fui para o apartamento onde Tales morava.

Ele morava mais perto da escola que eu, não deu nem cinco minutos e eu encontrei o apartamento dele, não parecia muita coisa, era um prédio pequeno, com não mais que cinco andares e uns três apartamentos por andar, e o porteiro parecia não estar na recepção e não havia elevador, só escadas.

– Tem algo estranho aqui... Meu horoscopo não me alertou de nada disso hoje.

Peguei meu celular e li meu horoscopo diário de novo.

Cuidado nas decisões, escolha aquilo que lhe faz bem e não por obrigação. Procure relaxar, o dia pode ser estressante, mas nada melhor do que chegar em casa, tomar um banho e descansar.

Fique atenta a lugares com música, estes podem causar grandes mudanças.

Bem, mais tarde iria em uma lanchonete onde teria música, escolhi os clubes que gostava, suponho que Jules deve ter me estressado um pouco, e a visita a Tales com certeza iria me estressar bastante, mas deveria ter uma parte: " Coisas estranhas vão acontecer com você hoje", houve uma confissão, e eu não estava preparada para aquilo, ou meu horoscopo já sabe que eu sou tão requisitada que confissões agora são algo normal e nem se dão ao luxo de me dizer?

O apartamento dele era o 303 e ficava no terceiro, andar, enquanto subia as escadas de madeira que faziam um barulho estranho quando pisava nelas, eu ouvi também o som de alguém tocando guitarra, acredito que alguma música de rock, não era tão alto para incomodar ninguém, mas dava para ouvir na escadaria do segundo para o terceiro andar.

No terceiro andar, no entanto o som ficou muito alto, talvez porque a porta da escadaria estava fechada, e é claro que eu deveria ter adivinhado que o som vinha do 303, ao chegar na porta eu toquei a campainha, mas nem mesmo eu escutei o som, tentei abrir a porta e para a minha surpresa ela estava aberta. Ao entrar, eu pude perceber o quanto o apartamento era pequeno, da porta, você já entrava na cozinha, um corredor ia até o quarto que tinha mais uma porta para o banheiro, ainda a vista de lá, ao abrir a porta o som ficou realmente muito alto, ao ponto de eu ter que colocar os dedos no ouvido, conseguia agora também ver que alguém estava cantando, pude ouvir alguma coisa, uma parada e a frase: "Talk dirty to me"

Fui olhando o corredor e consegui ver uma foto de um garoto em um porta-retrato abraçado com um homem e uma mulher que provavelmente eram seus pais, mas enquanto entrava pelo corredor eu fiquei imaginando o motivo de um garoto que estuda num colégio como Drasil, morar em lugar como esse, era muito pequeno para uma família de três ali. Apesar de que a casa parecia bem arrumada e organizada, todas louças estavam lavadas e organizadas no escorredor em cima do armarinho que ficava do lado da pia, com certeza ele mora com a família aqui, ele é muito desleixado para ser organizado dessa forma.

You know I call you
I call you on the telephone
I'm only hoping that you're home
So I can hear you
When you say those words to me
And whisper so softly
I gotta hear you

Apesar do som da guitarra ser muito alto, eu consegui ouvir a voz do garoto, quando me aproximei o suficiente para ver o garoto de olhos fechados, balançando aquela cabeleira para frente e para trás mostrando de vez em quando as orelhas que possuíam alguns piercings, seu toráx nú com algumas tatuagens também balançava na medida que ele tocava a guitarra e estava em cima da própria cama, por minha sorte estava vestindo uma calça jeans rasgada, e ele parecia estar sorrindo.

Mas, eu não pude deixar de me sentir um pouco desconfortável, eu estava no quarto de um garoto sozinha, e não só isso as paredes ali estavam pregados com posteres de mulheres peladas ou de bandas de rock, uma caixa de som estava plugada na guitarra vermelha, havia vários cds em prateleiras de madeira bem organizadas, e várias revistas de rock na escrivaninha do computador, além de que ele ainda não parecia ter notado minha presença e ele estava semi-nu.

Ele continuou a tocar e cantar de olhos fechados com um sorriso no rosto e eu não pude deixar de apreciar, porque ele cantava bem e era bonito, mas aquilo praticamente selava o que eu achava dele, um grande delinquente, havia matado aula para ficar tocando guitarra enquanto dava a desculpa de ficar doente, e como ele conseguiu ser representante? Me perguntei procurando onde ele guardava os materiais e vi a mochila debaixo da cama.

Então, de repente ele caiu na própria cama, com a guitarra, mas se levantou rapidamente olhando para mim, provavelmente constrangido por me ver ali.

– O que ce tá fazendo aqui?
Não... não parecia constrangido, apesar de ter ido até o guarda-roupa, que por sinal tinha mais posteres de mulheres peladas pregadas na porta, e pegou uma blusa para se vestir.

– Eu, vim lhe entregar as anotações da aula de hoje, o professor me pediu e...

– Então você pode deixar ai em cima da mesa.
Espera ai? Nenhum obrigado? Nada?

– Ei! Eu vim lá do colégio até aqui para lhe entregar as anotações, que tal me agradecer?

– Tá. Obrigado. Satisfeita?
O garoto parecia bem rebelde, acho que ele não me queria ali, mas minha curiosidade estava me matando.

– Me disseram que você estava doente e não foi na aula, você não me parece doente.

Ele olhou para mim com um sorriso meio estranho, tirou a guitarra e a colocou de lado, e depois me olhou novamente dessa vez parecendo bem humorado.

– Ah, é... hoje foi só para resolver os clubes não é? Eu não queria ir, eu não vou participar de nenhum clube.

– Teve aula depois disso sabe?
Ele agora estava sorrindo para mim, bem calmo. Apesar de que eu estava com um olhar acusatório.

– Sabe, é perigoso para uma garota bonita como você ficar sozinha, em um quarto de um garoto como eu.
Ele foi se aproximando de mim com um sorriso e a mão erguida e disse num tom perigoso, o que me fez me afastar dele na hora e me levantar, assustada e com meu coração pulando e a imagem do meu pai e uma garota na minha mente.

– Ahahahahahaha. Fica tranquila não vou te fazer nada, é só porque você parece ser muito cheio de si, ficou assustada foi?

Mas, o sorriso do garoto se apagou quando ele novamente olhou para mim. Aquilo que ele tinha feito, me trouxe algumas lembranças horríveis, e agora eu estava ali agarrada na parede olhando para o garoto que agora via em minha direção com um olhar preocupado, não deu tempo para nada.

Ele colocou a mão em cima de minha cabeça e começou a afagar meu cabelo.

– Me desculpe, foi uma brincadeira de mal gosto.
Ele disse sério, me dando a mão para eu me levantar, ao segurar a mão dele eu senti os calos.

Ele tampou a boca ao dar um bocejo. Olhou para a cozinha e depois para mim que estava de pé ainda um pouco chocada com aquilo.

– Faz o seguinte, eu ainda não almocei e já tenho preparado, então é só esquentar, almoça aqui comigo, eu não tenho companhia mesmo.

Sem saber muito o que fazer, simplesmente concordei com o garoto que havia ido para a cozinha, abriu a geladeira, pegou as panelas e foi ascendendo o fogão, após isso ele disse que podia sentar na cadeira ou se quisesse na cama dele, então sentei na cadeira, com o choque passando aos poucos.

– Seus pais deixam você fazer o que quiser?
Perguntei ao garoto com uma voz fraca. Ele sabia cozinhar, o apartamento era pequeno e havia só uma cama.

– Eu não tenho pais.
Ele respondeu secamente, não dando espaço para continuar conversas. E então sentou em uma cadeira, a minha frente.

– Entendo. E como você foi parar no Drasil?

– Você é bonitinha, mas é enxerida eim?
O garoto disse com um punho fechado sobre a mesa, escorou o cotovelo na mesa e apoiou o rosto na mão e fez um "tch" com boca.

– Desculpe...
Continuei olhando para baixo, e parece que o garoto não estava muito afim de conversar, apesar de que a primeira impressão dele fora alguém relaxado, não pensei que ele era assim, percebi que ele me olhava, e o encarei de volta meio sem graça, e parecendo saber o que eu pensava ele começou a falar.

– Não se preocupe. *bocejo* Nós somos muito diferentes. Enquanto você quer manter sua imagem de garota perfeita, eu nunca liguei para o que os outros pensam.

– Não é uma imagem, é quem eu realmente sou. Eu não faço pelos outros.
Com o choque passando, minha confiança foi voltando, e eu não ia aceitar ele ficar falando esse tipo de coisa para mim.

– É mesmo? Então você quis vir aqui me entregar as tarefas por própria vontade? Não foi por obrigação?

– Apesar de que eu não gostaria de vir aqui, eu como representante dos calouros aceitei tal responsabilidade, eu queria a responsabilidade, eu gosto de seguir as regras, e gosto de agir dessa forma porque me trás benefícios, e entre meu desejo de não vir aqui, e os benefícios que eu ganho obedecendo os professores ou os ajudando de alguma forma, é claro que eu tenho muito mais a ganhar vindo aqui.
O garoto parecia estar prestando atenção no que eu dizia, o que é bom. Vou mostrar para ele que apesar de ser representante, a verdadeira sou eu.

– Huuum... É uma excelente desculpa. Para mim tudo o que você disse se resume em "eu gosto de sofrer", será que as pessoas vão gostar de saber que a representante é uma grande masoquista?

Masoquista? Eu? Esse garoto estava conseguindo me irritar.

– Escuta aqui. Eu vivi minha vida inteira sendo perfeita, eu sou linda, inteligente, boa nos esportes, popular e desejada por muitos. E agora estou aqui, na casa de um cara que conseguiu empatar comigo nos testes de admissão, que tem trocentos posteres de mulher pelada, sem um pingo de educação ou etiqueta, delinquente que mata aula...
Minha voz parou quando ele tirou o celular das costas e começou a reproduzir um áudio.

Escuta aqui. Eu vivi minha vida inteira sendo perfeita, eu sou linda, inteligente, boa nos esportes, popular e desejada por muitos.

– Oh, nossa! O que as pessoas vão pensar de você agora? Espera, deixa eu colocar como toque.
Acho que a expressão "grito interno" cairia bem agora. Eu não tinha ideia de qual era a minha expressão quando eu quase cai para frente tentando pegar o celular da mão dele que do nada fez um flash.

– Então é essa a expressão que a representante faz? Será que eu consigo vender por quanto para Iagneu?
Ele me mostrou a foto que havia tirado, e eu estava com os dentes a mostra e uma expressão alucinada no rosto. Mas, ele agora me possuía em suas mãos para me chantagear da forma que quiser, eu não era forte como ele para tentar pegar o celular da mão dele. Então simplesmente desisti.

– Olha. Uma boa perdedora. Ou foi a menção de Iagneu?
Ele deu uma pausa dramática. - Não... você deu um fora nele hoje não deu?

– Como você sabe?

– Ah, ele conversou comigo ontem na entrada, estava do meu lado. Apesar que eu tava morto de sono, viramos amigos e ele me mandou uma mensagem hoje dizendo que ia se declarar para você e depois uma outra dizendo que foi rejeitado.

Obviamente, assim como garotas, garotos contam seus casos. Mas... eu não acredito em coincidência, deve ter uma razão para tudo isso, e com esses pensamentos eu consegui me acalmar, não havia nada para eu fazer contra ele mesmo, então eu fiquei calada.

– Por que não ficou com ele? Eu sei que as maiorias das garotas acham ele bonito, apesar que o mesmo vale para você. Mas ele é legal, apesar de ser meio estranho.

– Se você gosta dele tanto assim, porque você não vira a namorada dele?
Ele olhou para mim com uma cara de desentendido.

– Ah, ele não é meu tipo. E ele é muito estranho para mim.
Espera... E gênero?
O problema maior aqui não é o gênero?

E então ele riu bastante, da expressão confusa que brotou em meu rosto. Se levantou e foi para a cozinha, pegou as panelas e colocou na mesa junto com os pratos, pegou um suco e dois copos.

– E também, eu prefiro muito mais isso aqui.
Ele pegou uma revista no chão e me mostrou a capa de uma garota nua.

– Tá bom, tá bom. Tira isso de perto de mim.
Virei meu rosto quando ele mostrou rindo, e ele jogou a revista em cima da cama, antes de servir o prato dele e perguntar.

– Gosta de muito ou pouco?

– Pode deixar que eu sirvo.

– Não. Eu sou o anfitrião aqui, eu sirvo a comida, você só tem o trabalho de comer e elogiar.

– Pode colocar pouco, se eu ainda ficar com fome eu pego mais.

– Isso tá mais para: "Deixa eu provar se a comida é boa, se for eu pego mais".

– Isso também.

E então rimos. Apesar daquilo ser uma coisa totalmente estranha, era a primeira vez que eu almoçava com um garoto da minha idade assim, não que ele fosse o ideal, longe disso. Eu preferia mil vezes almoçar em casa, ou com Laure ou até mesmo com Iagneu, mas eu tinha certeza que ele não ia deixar eu ir embora sem comer, já que o pedido de desculpas dele.

Então, ele me serviu arroz, feijão e macarrão com bacon. E encheu os dois copos com suco de uva.

– É natural. Odeio os de saquinho.

E então comemos, a comida dele era ótima, muito boa mesmo, muito melhor do que eu fazia em casa para mim mesma, o que é claro me deixou muito irritada, ele havia ganhado de mim duas vezes na última hora, depois de agradecer, eu fui embora ainda revoltada com a situação. Olhei as horas, eu fiquei quase uma hora lá, e já eram uma e meia da tarde, e eu não estava nem um pouco afim de ficar ali por mais uma hora e meia esperando, fora que eu ainda estava de uniforme e queria tomar um banho.

Então, fui para casa, tomei um banho e me arrumei, peguei a mochila com o material para fazer os deveres e fui em direção ao lugar marcado, depois de mandar uma mensagem para Laure dizendo que estava indo. Chegando lá, Laure estava me esperando, nos cumprimentamos e entramos na lanchonete que parecia mais um bar noturno.

– O lugar é legal não é? Dá uma impressão adulta, esse ambiente.

– É...

– E como foi lá na casa do Tales?

– Por favor, não me lembra disso, eu to super por aqui com a situação.
Fiz uma careta enquanto falava, e acho que Laure, entendeu que eu realmente não queria mencionar nada do que tinha acontecido lá.

– E quando o show começa?

– As três e meia, é daqui a pouco, fiquei sabendo que o cantor é bem jovem. Dezoito anos...

O lugar parecia realmente um bar noturno, o caixa ficava atrás de um balcão cumprido, prateleiras completas cheias de taças e copos exóticos, e garrafas de bebidas que na verdade eram sucos ou energéticos, já o cardápio estava escrito a giz no meio da parede do lado das prateleiras, dava para ver também uma geladeira e um freezer. O nome do bar, Teendults, piscava em um neon verde e rosa, o piso, as paredes e os tetos eram pretos, e as luminárias em cima das mesas de madeira trabalhada eram na verdade globos de discotecas, e havia um palco.

Quando deu três e meia, em ponto, o palco escureceu, assim como o bar por inteiro, somente luzes fracas em cima das mesas, para os clientes poderem ver o que estavam bebendo ou comendo, então uma fumaça fraca começou a sair do palco e uma sombra ia se formando, e então as luzes ascenderam enquanto um garoto de cabelos longos, uma barba e bigode mal feitos, uma camisa xadrez, e uma calça jeans rasgada com um chapéu e botas de cowboy apareceu ali, com uma guitarra vermelha plugada em uma caixa de som.

Minha surpresa foi tão grande que eu me levantei na hora, e o garoto olhou para mim por um tempo, revirou os olhos, mas havia corado.

– Que foi?

Não dava para reconhecer ele. Se eu não tivesse ido lá, visto a guitarra, essa calça jeans, a caixa de som, eu tinha certeza que eu nunca ia descobrir que era Tales ali.

Uma música de fundo começou a tocar, a música era bem famosa, mas completamente diferente do que eu esperava. Então Tales, numa voz irreconhecível começou:

– "Because man doesn't Cry from Pablo"


I'm going away
The suitcase is outside
I'll leave you
I'll leave you

Please do not implore
Because a man doesn't cry
And won't apologize
And won't apologize

It is all your fault that this love com to an end
You're the one who has destroyed my life
You have really broken my heart and made me cry
And put me in a awkward situation
....

A música continuou com um tempo, com o garoto olhando para sua plateia, mas pude perceber que ele não quis olhar para mim em nenhum momento, Laure por outro lado, parecia querer chamar atenção do garoto, já que assoviava e batia palmas fracas nas pausas de uma estrofe para outra.

Mas agora uma luz ascendeu em minha cabeça, mesmo que o colégio o deixasse trabalhar, aquele trabalho era para maiores de idade, ele não podia continuar trabalhando se eu o denunciasse, não que eu faria isso é claro, mas eu poderia conseguir que ele deletasse minha foto e a gravação e isso eu não ia deixar passar.


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