“As vezes as vozes ouvidas no meio da noite não são somente impressão sua...”

O chamado da Morte

Era dia 31, Halloween eu e meus amigos havíamos saídos como todos os anos para pedir doces pela vizinhança, e agora voltamos cada um com sua sacola cheia de doces que com certeza estragariam os nossos dentes no futuro não tão distante.

Enquanto caminhávamos de volta para nossa casa cada um contava uma história de terror.

— Então quando eles chegaram da viagem e contaram o que tinha acontecido, sua avó os olhou muito seriamente e disse que a onde eles diziam ter passado a noite não existia há mais de 50 anos pois havia acontecido um incêndio que matou a todos.

— Nossa não foi muito assustadora mas, que final legal.— Anna comentou animada era a única menina no grupo e vestia uma roupa de bruxa.

— Você que é difícil de assustar.— Luis respondeu fazendo bico.

—Então quem vai contar agora?— Perguntei.

—Pode ser eu?— Anna se prontificou em nossa frente.— Eu escutei isso enquanto passei uns dias com minha avó.

—Serio Anna uma história da sua avó— A olhei com as sobrancelhas arqueadas.

— Sim da minha avó Gabriel.— Ela me olhou assustadora.

—Okay.— Ergui minhas mãos em rendição.— Conta ai.

— Não é bem uma história, mas minha avó diz que no dia das bruxas o lenço que divide o nosso mundo e o mundo dos mortos fica mais estreito e por esse motivo os mortos podem transitar entre os dois mundos e que por esse motivo coisas ruins acontecem, e uma delas é o chamado da morte, ela usa dessa pouca liberdade para ceivar mais almas.

Anna ia falando enquanto andávamos devagar, ela ia falando e olhando para seus pés uma vez ou outra olhava para nós, seu semblante estava sério.

— Ela diz que a morte escolhe alguém e quando é de madrugada a morte chama por essa pessoa.

—Como assim chama a pessoa?— Luis a questionou.

— No meio da noite você vai ouvir alguém te chamando, na maioria das vezes a voz parece de alguém que você conhece e se você responder você simplesmente morre na maioria das vezes dormindo.

— E como eu vou saber se é alguém de verdade?— Ela parou de andar e olhou para o céu antes de me responder.

—Não vai, o único jeito é se essa pessoa te chamar mais de uma vez ou você não responder.

Um silencio se formou entre nós e eu senti um calafrio subir pela minha espinha, realmente a história não era assustadora mas me deixou impressionado.

O caminho que fazíamos de volta foi rápido, encontramos mais alguns amigos pelo caminho assim como também pegamos mais alguns doces, nos separamos assim que chegamos em frente de casa, Anna era minha vizinha da frente e Luis meu vizinho do lado.

Era 09:00H minha mãe tinha ido para seu quarto após o jantar e eu estava largado no sofá enquanto zapeava os canais em busca de algo que não fosse um filme antigo de terror, mas isso foi impossível e desistindo de ver TV decidi ir dormi.

Acordei um pouco desnorteado com um barulho estranho que ouvi, esfregando os olhos me sentei na cama, nem dei atenção para horário que marcava o despertador.

— Lucas querido vem aqui por favor?— Ouvi minha mãe me chamar, sua voz parecia vir da sala já que soara baixo.

— Já estou indo mãe.— Respondi do quarto mesmo, o sono ainda me afetava.

Um pouco mais acordado olhei para o relógio era 03:00, estranhei, o que será que minha mãe fazia de pé aquele horário, praticamente me arrastando sai do quarto e fui em direção a sala e quando passei diante a porta de seu quarto a mesma se abriu.

— Lucas meu filho a onde você está indo?— Minha mãe estava agora diante de mim.

— A senhora me chamou?— Olhei para ela em duvida e ela me olhou com estranheza.

—Não te chamei.— O frio tomou meu corpo.

E as palavras que ouvi mais cedo ecoaram em minha cabeça “… No meio da noite você vai ouvir alguém te chamando, na maioria das vezes a voz parece de alguém que você conhece e se você responder você simplesmente morre…”