São quase nove horas da noite e Eduarda esta esperando a sala ficar vazia para poder sair de casa sem ser vista pelos pais. Depois daquela confusão, ela tinha passado quase o dia inteiro no quarto. Rosa levou seu almoço e merenda da tarde, as duas acharam melhor evitar mais confusões.Os pais de Du jantaram e foram se recolher,seus irmãos ainda não tinham chegado em casa, deviam estar com as namoradas.

Quando a casa estava em um quase silencio, só quebrado pelo barulho da tv vindos do quarto de seus pais e de Rosa, Eduarda saiu de casa. Ela estava vestindo uma blusa cinza com Oasis escrito, uma meia calça cheia de caveirinhas, um short jeans por cima, um all star preto e os olhos bem delineados como ela gostava.

Du era amiga do porteiro e sempre quando ia sair pedia pra ele chamar um táxi. Quando chegou na portaria o táxi já estava a esperando. O caminho até a boate foi rápido, apesar da distância o trânsito tava bom. O táxi parou em frente da boate lotada.

Lucas conseguiu sair de casa depois do jantar sem ser visto pelos pais. Ele ficou em frente a boate esperando seus convidados. Como ele era baladeiro, já conhecia os donos daquela boate e era tratado como vip toda vez que chegava e trazia convidados. A maioria da galera já havia chegado, menos a sua amiga ruiva. Lucas sorriu e acenou com a mão quando viu Eduarda, mas ela não o viu, então ele resolveu se aproximar.

_Oi, tá perdida?– ele sorriu

_Oi, tava procurando a galera– ela riu.

_Só tava faltando você, tinha desistido de vir é?– ele riu.

_Não pô, não ia perder a festinha não!– ela sorriu.

_Então vamos entrar!– ele disse.

Os dois entraram na boate sem precisar passar por fila nenhuma, os seguranças já conheciam Lucas. A boate estava lotada realmente, a música estava alta e tinha muita gente dançando na pista.Lucas foi andando na frente de Eduarda, a guiando.

_A galera tá ali!– ele disse ficando ao lado dela.

_O que?– Eduarda não entendeu nada por causa do musica alta. Lucas riu percebendo que ela não havia entendido nada.

_A galera tá ali– ele disse aproximando-se do ouvido dela para que ela pudesse escuta-lo. Ele sentiu o cheiro dela, não era doce nem forte era suave, mas o fez sentir um arrepio na nuca.

_Onde?– Eduarda perguntou, mas foi só para ter o que falar e disfarçar o nervosismo que sentiu ao ouvir a voz dele bem perto do seu ouvido e sentir o seu perfume forte.

_Ali– ele disse apontando para o bar.

_Vamos lá– ela disse.

Lucas foi na frente de novo a guiando. A galera estava rindo e bebendo, então Lucas e Du pediram uma bebida. Uma garota da turma aproximou-se de Eduarda e a chamou em um canto um pouco longe da galera.

_Oi, meu nome é Vanessa,agente já se esbarrou algumas vezes no colégio– a menina riu, ela era loira de olho claro, mas era bem baixinha.

_Oi, meu nome é Du– ela disse.

_Então– Vanessa fez uma pausa - tá rolando alguma coisa entre você e o gato do Lucas?

_Ah é isso– Du entendeu o que ela queria - não tá rolando nada não, agente é só amigo.

_Então vou chegar nele– a menina sorriu depois olhou para Eduarda - você não tá afim dele mesmo não né?! é que só vejo vocês juntos– ela fez uma cara de quem não estava acreditando muito em Eduarda

Eduarda não pode responder porque Lucas aproximou-se das duas.

_Vocês não vão dançar? a galera toda tá indo pra pista!– ele disse sorrindo.

_Claro que vou– Vanessa disse aproximando-se dele. Eduarda olhou rapidamente para Lucas e depois para aquela garota extremamente baixinha, mas logo disfarçou.

_Você vai Du?– ele disse olhando sorrindo de lado para Du.

_Vou.

Lucas foi andando para a pista do lado de Du e Vanessa ficou do lado dele. Quando chegaram na pista, começaram a dançar e Vanessa ficava rondando Lucas, mas ele só estava querendo dançar e beber mais, toda vez que os garçons passavam ele pegava mais um copo. Vanessa continuou insistindo e Eduarda cansou de ver aquilo e foi para o bar observar a festa. Depois de algum tempo Vanessa desistiu e foi para um canto qualquer com outro cara, pois Lucas só queria beber cada vez mais. O pessoal do colégio foi indo embora ou indo para algum canto da boate. Eduarda resolveu ir embora, então foi atrás de Lucas para se despedir, ele ainda tava na pista.

_Tchau Lucas, já vou– ela disse quando chegou perto dele.

_Já vai!- ele falou com a voz enrolada por causa do álcool – vai não, vamos dançar vai– ele segurou na mão dela.

_Não Lucas, a festa já deu o que tinha que dar né?! vou pra casa!

_Tá cedo ainda– ele disse

_Só se for cedo da madrugada né?!– ela disse percebendo o estado dele - você deveria ir também!

_Vou só depois de beber mais uma garrafa– ele disse soltando a mão dela e andando com dificuldade até o bar.

_Não bebe mais– Du disse ficando na frente dele, estava ficando preocupada - vai pra casa, cadê o Antônio, seu motorista? tá lá fora? vem eu te ajudo a chegar lá

_Eu vim só– ele disse a olhando.

_Como é que você vai pra casa? de táxi? vem te ajudo a chamar um!– ela disse preocupada com o estado dele.

Eduarda segurou no braço dele e Lucas não se opôs mais, passou o braço pelo o ombro dela para se apoiar melhor. Os dois foram para a saída da boate, tinham alguns táxis por ali e também algumas pessoas esquisitas. Com dificuldade os dois chegaram na frente de um táxi.

_Lucas diz teu endereço e procura ficar acordado até chegar em casa viu?!– ela disse preocupada em deixa-lo sozinho.

_Vem comigo– Lucas disse, estava se sentindo tonto e com vontade de vomitar, não queria ficar só e ela era a única em quem podia confiar.

_Lucas– ela hesitou

_Vem, a gente divide o táxi, você me deixa em casa e volta pra sua no mesmo táxi.– Lucas estava com vergonha do seu estado, mas não estava conseguindo ficar só.

_Tá certo– Eduarda concordou, pelo menos ela ia deixar ele em segurança.

Os dois entraram no táxi, o caminho até o prédio de Lucas foi rápido.Quando chegaram Eduarda percebeu que Lucas devia ser bem mais rico do que ela imaginava,pois ele morava na área nobre do Rio de Janeiro. Na entrada do prédio o segurança bloqueou a entrada do táxi, então Lucas disse que era o filho do Comendador, o segurança o reconheceu, viu que ele era o filho caçula dos Medeiros e interfonou para o seu apartamento avisando que ele chegara com uma amiga.

_Só mais alguns passos leki– Du disse ajudando Lucas a chegar no elevador para subir ao seu apartamento.

_Obrigada Du e desculpa por tudo– ele disse com vergonha do seu estado.

_Não precisa agradecer, amigo é pra essas coisas né?!– ela não o julgava, mas só não entendia o porque de tudo aquilo.

Quando estavam chegando perto do elevador, a porta dele se abriu e Lucas ficou paralisado com o que viu.

_Seu moleque!– Zé Alfredo disse - chegando em casa bebado novamente!

_Pai– Lucas disse claramente nervoso.

_Calado!– o Comendador disse alto - suba já pra casa!

_Pai eu tô tonto– Lucas disse com a voz enrolada por causa da bebida.

_Tonto?– Zé Alfredo disse ajeitando o bigode, Lucas assentiu com a cabeça.

_Não quero saber Lucas, me obedeça já!– ele olhou para a menina de cabelos vermelhos - quem é você?

_Sou amiga dele– Du disse baixo, estava assustada

_Amiga– ele fez uma pausa - qual é o seu nome?

_Meu nome é Du– ela disse ainda com a voz baixa

_Vamos seu moleque, não me escutou? suba!– o comendador disse olhando Lucas

Lucas foi caminhando com dificuldade, mas logo parou e olhou para Du.

_Obrigado por me ajudar e desculpa por isso tudo– ele fez uma pausa- pode ir eu vou ficar bem– ele disse, parecia que estava tentando acalma-la.

_Tchau e não se preocupa com isso– Du disse e foi caminhando até o táxi.

_Moça? Du né?– Zé Alfredo disse - você é amiga dele mesmo? da onde?

_Sou sim– ela assentiu com a cabeça - do colégio– completou.

_Então vou mandar meu motorista te levar– Zé disse- Antônio, leve a moça pra casa em segurança

Antônio estava perto deles, ela não viu por causa de toda aquela confusão.Eduarda ficou feliz em vê-lo, afinal, era um rosto conhecido. Ela entrou no carro e ainda viu Lucas entrando no elevador com dificuldade e seu pai o olhando seriamente, a porta do elevador fechou e Eduarda seguiu para casa com Antônio.