Keep u Safe. escrita por Liids River


Capítulo 10
Make Him Bleed


Notas iniciais do capítulo

Não era pra esse capitulo sair hoje
mas parece que todo leitor está atrás de saber o que vai acontecer no final dessa fic ( sim,to falando de vc menino Ivo)
Just kidding,babes
Quantos capitulos para essa fic acabar? Mais dois ou três.
Por aí.
Gente,eu vou deixar algumas news nas notas finais quem quiser ler,sinta-se a vontade
E mais
ESSE CAPITULO
FICOU
DEMAIS
nem parece que fui eu quem escrevi
mas ok
vamos lá,swetieeeeees



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Nico precisava fazer alguma coisa. Impedir-me de alguma forma,socando minha cara ou jogando-me no asfalto,mas ele precisava urgentemente fazer alguma coisa. Antes que eu matasse Annabeth. E se eu matasse,eu me arrependeria no segundo seguinte.

Quando eu pulei por cima da lixeira de onde eu me escondia com Nico,eu só conseguia pensar em uma coisa : Traição.

Deus,e se fosse verdade toda a conspiração que a minha cabeça havia criado? E se Annabeth tivesse mesmo de “bem” com seu pai e nos atraído para uma maldita armadilha? Annabeth teria mesmo se dado ao trabalho de fingir que gostava da gente,fingir que gostava de mim,dormido comigo só para nos trair no final?

Vocês sabem a resposta. A parte consciente da minha cabeça sabe a resposta,mas eu não conseguia entender o que diabos eu estava fazendo correndo com a minha espada apontada para o pescoço dela.

Eu me recuso a acreditar nisso.

Recusa? Então pare de correr em direção a ela com essa porcaria afiada a postos!

Mas eu não conseguia.

— Percy! – eu ouvi o grunhido de Nico perto.

Perto demais.

Eu tive a satisfação de vê-la arregalar os olhos cinzentos antes de mais nada. Minha espada estava quase lá mas alguma coisa parecia muito errada. Errada demais.

Eu não queria fazer aquilo. Mas também não podia evitar me sentir traído por ela.

Então deixe ela se explicar!

Mas e se ela não tiver explicação? Se ela admitir que realmente estava trabalhando com ele o tempo todo?

Talvez você deva mesmo deixar que ela se explique!

Não. Eu não ia suportar que ela admitisse algo do tipo.

E a melhor saída é matar a menina assim mesmo? Pense,Perseu! Pense!

Na minha cabeça,os planos pareciam menos psicóticos.

Ela deu dois passos para trás quando eu finalmente a alcancei,porém nem que ela não tivesse dado,eu teria conseguido machuca-la.Não porque uma parte da minha cabeça acordou e percebeu que,diacho,era Annabeth ali!

Mas sim porquê Nico me segurou pela touca da blusa e eu caí para trás.

Parte de mim queria agradecer Nico Di Angelo e a outra parte queria muito quebrar a sua cabeça na janela.Assim que eu caí,eu senti uma dor nas costas. Eu estou ficando velho para essas coisas,deuses!

— Corre. – grunhi,olhando nos olhos cinzento que eu tanto senti falta. – Pra bem,bem longe.

—Percy... –ela levantou as mãos,a minha blusa ainda enrolada em uma delas,em forma de rendição – Me escuta.

—Corre. –sussurrei de novo,apoiando-me pelos cotovelos na rua,e tentando levantar. – Eu vou contar até três.

—Percy! –ela sussurrou,a voz trêmula.As bochechas dela assumiram um tom avermelhado e os lábios começaram a tremer – O que você acha que eu fiz? Por que...por que você estava com essa porcaria apontada pra mim?

— Um – levantei-me.

— ...você acha que eu traí você? –ela se indignou,os lábios ainda tremendo. Em outras circunstâncias,eu me chutaria por fazê-la chorar. – Você acha que...eu ,eu sou algum tipo de ... traidora?

—Dois. – murmurei. Eu não tinha nada que deixar suas palavras entrarem na minha cabeça.Não tinha!

... então porque eu já estava mais relutante?

— Você tem muito o que explicar,Annie – Nico murmurou. Ele estava em frente a ela,virado para mim com os olhos irritados – Muito mesmo.

Annabeth agarrou o braço dele,tentando sair de trás para me encarar melhor.

—Você acha mesmo? –ela murmurou. A voz magoada – Eu...eu nem sei o que dizer.

—Você não sabe o que dizer? –sussurrei. Estava sussurrando para não gritar e acabar chamando atenção dos mortos-vivos. – Uau, essa é uma novidade.

—Não use esse tom comigo! – ela murmurou também,quase espumando de raiva.

Eu dei risada. Não,não aquela risada : Oh ,meu Deus que engraçado!

Foi mais aquela : Oh meu Deus,cala essa boca ou eu vou arrancar seus dedos fora.

— Você é hilária – sussurrei,dando mais dois passos em sua direção. Nico levantou os braços,protegendo-a. – Hilária.

—Percy – Nico murmurou,a voz mais calma – Acalma-se.

— Hilária –murmurei de novo,batendo palmas para ela.

— E você é um babaca –ela murmurou,tentando sair de trás de Nico – Nunca deixou de ser um completo babaca.

—Você é a criatura mais estupidamente burra que eu já conheci – murmurei.

—Uau,que troca de elogios tocante – Nico revirou os olhos,apontando-me o indicador como se fosse um adestrador de cães.

Ele tinha razão. Eu estava agindo feito uma criança mimada? Estava. Eu deveria parar,deveríamos nos sentar em roda e fingir que nada aconteceu? Desde quando eu resolvo as coisas assim?

— Você ia me machucar! – ela gritou dessa vez. Irritada. Touché. Eu,tecnicamente,havia conseguido irritá-la.

Estava mais contente comigo mesmo.

— Ele não ia... –Nico revirou os olhos para ela.

—Eu ia! – gritei junto. – Você não duvide de que eu machucaria ela. E machucaria você também!

Vocês sabem que é mentira.

Eu não estava para machucar ninguém que não fosse o sequestrador de Annabeth.

— Pelo amor de Deus- Nico passou as mãos no cabelo e eu aproveitei para dar mais alguns passos em direção a aquela traidora. Ele imediatamente,me empurrou,pedindo desculpas em seguida. – Não. Eu não quero machucar você,Percy. Fica aí.

—Você acha que tá falando com quem,Nico? – inclinei a cabeça,avaliando-o – Um chihuahua?

— Você não está pensando direito – ele apontou novamente o dedo. A traidora não tirava seus olhos de mim e aquilo estava me incomodando de uma forma que palavras,não saberiam nem descrever metade do meu desconforto. Eu me senti...vulnerável. Exposto. Aquelas duas pessoas,eram as únicas que sabiam e me conheciam direito.

Eu queria matar uma delas e deixar o outro inconsciente. Que maravilha.

Suspirei algumas vezes. Mais uma vez,ele tinha razão. Eu precisava...precisava me acalmar. Precisava respirar fundo e deixar que ela se explicasse.

Traidora.Traidora.Traidora.

Tem razão,eu tinha que degolar aquela menina.

—Percy –  Nico suspirou,levantou a cabeça – Presta atenção em mim. Só em mim.

Mas eu só conseguia olhar para Annabeth.Para os cabelos loiros,limpos,caindo nos ombros. Para o seu olhar chateado e para as suas mãos nos braços de Nico,como se ela realmente tentasse me enfrentar.

Menina Ousada.

Sua menina ousada.

Será mesmo? Não parece.

Com alguma força de vontade e um pouco de raiva,eu desviei meus olhos para o garoto pálido a sua frente. Os olhos de Nico estavam tão serenos que eu tive vontade de gritar para todo o universo que ele se irritasse com ela também.

— Por que você não está quebrando as coisas? Arrancando a porcaria dos seus cabelos? –perguntei,gesticulando com as mãos. Só quem sabe que eu gesticulo demais com as mãos quando estou nervoso,é ela. E mais uma vez,eu me sentia exposto  - Por que você não quer....- fechei os punhos com raiva – Por que?

—Porque não funciona assim! – ele respondeu com raiva – Se eu fosse dar uma voadora em tudo que me irrita ou que me deixa com raiva,você não estaria inteiro.

—Você também é hilário – respondi,cerrando os olhos. Tecnicamente falando...Nico estava me ameaçando? Ele revirou os olhos,suspirando. Ou controlando a vontade de me dar uma voadora.

— A gente precisa ouvir o que ela tem a dizer.

— Desde quando eu sigo ordens? Suas,ainda por cima? – perguntei usando o vigésimo tom de ironia possível. – Eu vim acabar com essa traidora,e é isso que eu irei fazer. Com licença. – aproximei-me mais uma vez....

...e mais uma vez ele me empurrou.

— Se você me disser que não vai sentir nem um pouco de remorso se machuca-la,é mentira – ele murmurou – Sério,Percy?! Cara,eu não passei pelo inferno que foi andar com você por todo esse tempo atrás...- ele suspirou,afastando-se um pouco de Annabeth e apontando-a com a mão -... atrás dessa traidora – ele usou o sarcasmo – para chegar aqui e você inventar de machuca-la.

— Sai – suspirei. – Eu não quero machucar você.

Não queremos?

— Se você for machucar Annabeth – ele se postou novamente a frente dela – Você vai ter que me machucar primeiro.Annabeth deu um sorrisinho de lado e pegou na mão dele discretamente. Ele apertou os dedos dela,ainda mais discretamente...mas não o suficiente.

Eu nem preciso dizer que isso intensificou o sentimento de traição em mim,certo? Talvez tenha sido isso,talvez seja o fato de que Nico não está ao meu lado nessa.

— É só ela assoviar que você se posta ao lado dela feito um Pug? – provoquei,cruzando os braços e levantando a sobrancelha.

— Claro – ele riu de lado,olhando para Annabeth – Porque fui eu quem andou sem parar desde o outro lado da cidade até aqui. Fui que não me deixei distrair um segundo que fosse atrás...- ele apertou novamente os dedos dela -...atrás dessa menina. Então pare. Só pare com isso,Percy,porque você sabe que se encostar um dedo nela,você vai se arrepender até o ultimo fio de cabelo.Você vai começar a se martiriza e eu não estou afim de ver mais um surto seu,Percy.

—Mais um? – Annabeth sussurrou.

—Cala a boca – murmurei,apontando o indicador para ela. – Cala.essa.boca!

Ela suspirou,franzindo a testa , porém se calou.Eu quase agradeci.

—Vamos lá,Percy – Nico se aproximou de mim novamente. Eu queria tanto faze com que ela mudasse de ideia. Ou queria tanto,tanto que ele me fizesse mudar de ideia. – Vamos,você sabe que está sendo injusto.

— Mas.. – eu puxei seu pulso para longe da traíra -..Nico,ela traiu a gente.

—Eu não traí nin guém! – ela murmurou,cruzando os braços.

—Eu não já mandei você calar essa boca? – perguntei,apertando novamente o pulso de Nico. –Shiu.

—Você não manda em mim! – ela resmungou,porém ficou quieta.

—Nico balançava a cabeça de um lado pro outro,sorrindo. Parecia muito divertido para ele.

— É divertido pra mim. –ele afirmou. – Eu conheci vocês assim,brigando. Parece que nada mudou!

—A não ser ela – apontei com a cabeça para Annabeth. Olhava fixamente para Nico – Ela não é mais a mesma.Não pra mim.

—Percy... –ela suspirou,aproximando-se. – Por favor...

Eu já estava negando antes mesmo que ela pudesse dizer mais alguma coisa. Mas que droga,por que eu me sentia tão traído? Talvez ela nem esteja mesmo ao lado dele! Por que ela deixaria um bilhete se ela estivesse do lado dele?

Porque ela está entregando vocês ao pai dela.Fim.

Não...a Annabeth não é assim!

A sua Annabeth não era assim.Essa é uma desconhecida.

— A gente não tem muito tempo – ela se dirigiu ao Nico.A voz embargada,como se ela pudesse abrir o berreiro a qualquer momento. – Ele já vai voltar,é melhor a gente ir para outro lugar.

— “Ele”? – perguntei,sarcástico – Quer dizer,seu papai?

Annabeth me ignorou,apenas olhando e mantendo-se fixamente em Nico. Eles tiveram um momento,trocando olhares como se fossem dois imbecis apaixonados.

A gente já não tinha superado isso,Perseu?

Cala a boca.

—Vem – Nico me puxou pelo braço,levando-me para trás da casa de onde Annabeth havia saído. Talvez ,no fundo da minha mente,a pequena criatura quisesse respostas. Respostas concretas,eu digo. A pequena criatura quisse saber o que diabos ela estava tramanado e porque diabos ela estava ai,ao lado deles. Porquê diabos ela estava totalmente coberta de band-aids e pior ainda,por quê diabos ela ainda estava usando a minha camiseta como bandagem na mão?

Se ela estava mesmo do lado dele,ela iria se desligar totalmente de nós,certo?

Então porque ela parecia poder desabar em qualquer instante?

Pela primeira vez desde tudo isso,eu me peguei pensando de que talvez...talvez Annabeth não merecesse o meu comportamento neandertal. Talvez...talvez ela não estivesse nos traindo mesmo.

— Rápido,eu vou embora – resmunguei quando Nico,literalmente,me jogou atrás da casa. Ele ficou parado em frente Annabeth,ainda protegendo-a. Eu agradeci por isso,apesar de não sentir mais a mesma vontade de mata-la.

Se ela estava aprontando alguma contra nós,eu o faria.Óbvio.

Mas eu já não sentia isso.Não...com essa intensidade.

— Só...fica quieto,criatura irritante – ela murmurou,colocando as mãos na cintura. Nico revirou os olhos e resmungou alguma coisa,baixo demais para que eu ouvisse,mas que fez com que ela sorrisse de lado.

—Vocês dois querem ficar sozinhos? Precisam de um tempo para matarem a saudade ou algo do tipo? – resmunguei,também cruzando os braços.

O que? Tá,o ciúme é algo continuo em mim. Mesmo ela sendo uma traidora.

Ou talvez você se sinta assim porque sabe que ela não é uma.

Shiu!

Nico revirou os olhos com raiva. Talvez ele quisesse me dar uma voadora.

— Deixa de ser cabeça dura – ele resmungou. – Pelo amor de Deus.

—Talvez eu deva te dar uma surra – brinquei com ele.

—Chega – Annabeth saiu de trás dele e se aproximou de mim por um momento. – Percy eu jamais trairia vocês dois.Você sabe disso,você me conhece. Por que eu faria isso?

—Não sei – respondi com raiva – Explique você.

—Eu não estou trabalhando com o cara que tentou me matar,Percy – ela resmungou – Você,mais do que ninguém não deveria desconfiar disso.

—Eu..- suspirei,passando as mãos nos meus cabelos ensebados. Ela estava tão limpa e bonita que eu quase senti vergonha de mim mesmo por estar tão sujo. – Eu não sei o que pensar,Annabeth. Eu estive correndo atrás de você – suspirei,gesticulando demais.Nervoso. – Eu não como direito há dias,eu não durmo tem séculos,eu-

Nico pigarreou,arqueando as sobrancelhas. Eu sorri.

—Nós. – consertei,fazendo-o rir baixinho. – Nós sentimos a sua falta. – fechei os olhos tentando organizar meus pensamentos e tentando não parecer um chorão – E inferno,quando encontramos você...encontramos você chamando o cara que te levou de “pai”. O que você quer que eu diga ?- respirei fundo – O que você quer que eu pense,Annabeth? – eu já estava começando a me irritar de novo. Aproximei-me dela,e Nico se mexeu desconfortável – O que você espera que eu faça?

— Percy –ela balançou cabeça,vindo até mim. Eu levantei as mãos,pedindo silenciosamente para ela respeitasse o meu espaço. Porém...porém ela é Annabeth. A garota que eu salvei na igreja. É a menina pela qual eu matava e morria. A única razão pela qual eu passaria uma noite inteira na minha antiga casa.

Ela se aproximou o bastante para que eu sentisse o cheiro do seu perfume. O bastante para que eu visse o quão limpinho estava seu cabelo. O bastante para que eu sentisse vergonha da minha aparência : roupas rasgadas,cabelo imundo,a barba por fazer, olheiras enormes e muito,muito fedido.

Annabeth suspirou quando chegou perto.Eu desviei os olhos para os meus sapatos. Que droga,era ela quem deveria sentir vergonha. Ela! Ela por estar trabalhando com aquele imbecil que ela mesma chamou de pai!

—Não.. – resmunguei,tentando me afastar,porém ela segurou minha mão no lugar.

Quentinha e macia. Como eu me lembrava.

— Você veio – sussurrou.

Ok,não era o que eu esperava ouvir.

Surpreso eu levantei o rosto e encarei seus olhos marejados. Os dedos dela apertaram os meus e ela começou a tremer.Eu demorei um tempo para perceber que ela chorava de forma piedosa,porque eu nunca havia visto Annabeth chorando daquela forma. Os ombros,o corpo todo começou a tremer como se ela estivesse tendo uma convulsão. Eu considerei chamar Nico,porém ele já não estava ali conosco. Talvez ele tivesse idio vereficar se o monstro que havia sequestrado-a não havia chegado.

— Eu sinto muito – ela sussurrou,enquanto chovara. – Eu sinto muito.Eu sinto mmesmo,eu juro que sinto.

Eu podia continuar agindo feito um monstro.Eu podia bater nela.Eu podia até tentar machuca-la de verdade afinal,Nico não estava ali conosco.Eu estava tão irritado.Frustrado e confuso. Talvez esses sejam os sentimentos que eu mais tenha depois que toda essa merda começou. Depois de ter escutado a porcaria do meu coração e ter ajudado Annabeth naquela maldita igreja. Eu podia fazer o que quisesse com Annabeth,ninguém estava vendo mesmo.

Então eu agarrei sua cintura e a abracei. Com força e com saudade.

Que aqui entre nós...era o que eu queria fazer esse tempo todo.

— É claro que vim –sussurrei em seu ouvido. Ela chorava ainda mais forte,passando os braços ao redor do meu pescoço e apertando com tanta força que eu quase fiquei sem ar. Eu fiz o mesmo – Para onde mais eu iria?

— Eu pensei que você não ia entender meu bilhete – ela fungou – Eu achei que ia ter que ficar aqui pra sempre. – Annabeth escondeu o rosto em meu pescoço,suspirando – Você nunca esteve tão fedido.

—Eu ainda estou tão tão tão bravo com você – sussurrei ainda apertando-a. Ela tinha cheirinho de baunilha. – Você precisa me explicar muito bem o que está acontecendo – puxei seu rosto pro meu,secando suas lágrimas com os polegares. Ela era tão bonita que eu quase me soquei por fazê-la chorar.

— Eu vou –ela fungou de novo,passando as costas da mão direito na bochecha – Eu juro que vou. Eu não estou trabalhando com ninguém,eu juro.

—Eu confio em você –sussurrei,beijando-lhe a ponta do nariz. Eu sentia tanta,tanta falta dela.

—Você tentou me matar! – ela brincou,ainda tristonha.

—É o meu jeito de dizer que te amo – sussurrei,beijando-lhe na bochecha. Eu disse.Senti tanta a falta dela.

Annabeth sorriu de lado,ainda escorrendo algumas lágrimas dos seus olhos.Ela se colocou na ponta dos pés e me beijou nos lábios rapidamente. As mãos vieram pro meu cabelo,fazendo-me um carinho gostoso.

— Eu amo você também – sussurrou,soltando meus cabelos e procurando minhas mãos. Beijou os nós dos meus dedos e sorriu – Eu fiquei com medo de você desistir de mim.

— Eu tenho que admitir que o sentimento que mais me moveu a vir até aqui,não foi só o que eu sinto por você –puxei minhas mãos de volta e voltei a abraça-la – Eu estou bravo com você,mas nem se compara ao que sinto pelo seu pai.

Ela estremeceu e fechou os olhos com raiva.

Essa.Essa menina estremecendo e fechando os olhos com raiva é a minha Annabeth.

.

— Quando ele deu partida no ônibus, eu sabia que estava lascada – ela sussurrou.Estavamos sentados nos fundos da casa,ao redor de uma mesa de madeira – incrivelmente limpa- enquanto Annabeth nos explicava o que havia acontecido.

Nico não ficou tão surpreso quando voltar e nos viu juntos. Acho que ninguém que nos conhecesse teria ficado. Ela falava com urgência e eu sentia um tremular incomum em sua voz enquanto ela contava. Como se ela estivesse escondendo alguma coisa.

E isso estava me matando.

—Ele disse precisávamos voltar para casa – sussurrou,o tremor ainda ali presente. Ela engoliu em seco,percebendo que eu havia achado algo errado em sua voz,porém ela desviou os olhos e continuou seu relato – Mas a nossa casafoi destruída,então nós viemos pra cá.

—E o seu bilhete? –Nico perguntou – Se vocês vieram diretamente para cá,como você deixou o bilhete lá?

Boa,garoto.

—Quando chegamos aqui,não tinha nada na casa – ela murmurou torcendo as mãos no colo – E ele tinha fome. Muita fome.

Tinha alguma coisa errada.

— Annie – Nico murmurou,puxando as mãos delas e apertando-as – O que está acontecendo?

— Ele mudou –ela sussurrou,olhando diretamente nos olhos de Nico – Ele mudou,Nico.

—Não! –grunhi com raiva.

—Não,não assim – ela sussurrou,desviando os olhos para mim. E eu posso dizer que nem quando cheguei em Annabeth na igreja,eu a vi com tanto medo. Imediatamente,seus olhos começaram a marejar novamente. – Pra pior. Ele mudou pra pior,Percy. A gente precisa sair daqui.

Nico olhou para mim com os olhos confusos. Eu estava tão confuso quanto ele.

O que pode ser pior que tentar matar a própria filha quando o mundo está desabando lá fora?

Ela desviou os olhos,parecendo ouvir a minha pergunta mental.

—Annabeth –exigi,aproximando-me dela e tomando suas mãos das de Nico.Ela continuava olhando para baixo,as bochechas agora vermelhas. – O que aconteceu? Onde está o seu irmão?

—Ele deve estar lá dentro –ela sussurrou – Ele não é mau,Percy – ela sussurrou,apertando minhas mãos e ainda sem olhar para mim – Ele só não teve opção quanto a ir com ele ou não.

—Ele está bem? – Nico perguntou – Tudo certo?

Annabeth baçançou a cabeça,contendo o choro novamente.

—Seu pai-

—Ele não é meu pai! –ela quase gritou com Nico. Ele tinha os olhos arregalados e a boca entreaberta com a repentina explosão de Annabeth.Ela enxugou as bochechas e suspirou – Ele não é meu pai. – disse mais uma vez,baixinho.

Olhei para Nico só por um instante e ele acenou com a cabeça. Levantou-se dando um beijo nos cabelos de Annabeth e voltou para a entrada pela qual viemos.

Ela estava retraída. Encolhida,como se fosse um cachorrinho de rua e alguém estivesse prestes a lhe fazer mal.

— Annabeth –sussurrei,encostando em seu ombro,delicadamente. Eu não queria assustá-la mais do que deveria. Ainda assim,ela se encolheu ainda  mais.

—Por favor –sussurrou baixinho.

—Annabeth – abaixei-me para ficar em seu campo de visão – Olha pra mim,meu amor.

Ela negou com a cabeça,estalando os dedos.  Nervosa e quase chorando novamente.

—Eu não posso te ajudar se você não me disser exatamente o que está acontecendo. – mentira. Eu podia,claro que podia. Na verdade,eu já tinha um plano em mente :

Achar Annabeth.

Pegar Annabeth de volta.

Matar o pai de Annabeth.

Nem que ela não concordasse com a ultima condição,aconteceria. Eu não estava mais para negociações quanto a isso.

“Mas e a Pane-“

Ela não tá aqui. Annabeth está.

Ela continuou balançando a cabeça negativamente.

—Annabeth – peguei seus braços,puxando-a para mim. – Por favor.

—Não –ela sussurrou.Levantou a cabeça,porém com os olhos fechados,deitou-a em meu peito –Por favor digo eu,só acabe logo com isso.

—Do que você está falando? – sussurrei,tirando os cabelos de seu rosto.Ela parecia quase que com dor. Muita dor.

Eu ouvi alguns barulhos dentro da casa,porém ignorei. Eu precisava focar no que estava ali : Annabeth.

E finalmente ela estava ali. Nada,absolutamente nada estragaria aquilo. Porque estávamos,finalmente,do jeito que deveríamos.

Juntos.

— Você precisa acabar com ele – ela agarrou minha blusa,puxando-me para perto do seu rosto.Os olhos fechados com força. Encostou a sua testa franzida na minha e os lábios tão próximos dos meus,que eu quase a beijei ali mesmo – Promete pra mim que você vai matar ele. Por favor.

—Annabeth – passei uma das mãos pelo seu rosto. Ela estava fria,gelada porém não tremia de frio ou nada do tipo. Estava mais pálida e eu estava começando a me irritar novamente.

Não com ela. Não com Nico.

Mas com a maldita situação no geral.

— Por favor – ela abriu os olhos,encarando-me. Os olhos cinzentos quase sem brilho. As lágrimas acumulados a deixavam ainda mais com uma aparência quase morta. Os lábios sim,eles tremiam,e estavam tão próximos dos meus,que eu não resistia a vontade de beijá-la.

Ela continuava macia.Mas fria. Deus,como estava fria.

Annabeth agarrou-me pelos cabelos e ficou de joelhos,tentando encontrar algum apoio para não cair em cima de mim.Sua língua quente,massageava a minha e quase parecia me suplicar que eu fizesse seja lá o que ela quisesse.Minhas mãos foram imediatamente para as suas costas e seus cabelos. Ela se desequilibrou,e acabou sentando-se no meu colo,de frente para mim,fazendo com que o seu vestidosubisse um pouco.Mas ela não ligou,então eu não ligaria.

— Eu amo você – ela sussurrava durante as pausas para respirar – Eu amo tanto você.

—Annabeth – eu tentava colocar a minha cabeça no lugar. Alguma coisa estava fora dos eixos e ela estava me distraindo – O que aconteceu?

Ela se enroscou ainda mais em cima de mim,passando as mãos pelo meu pescoço,encostando nossas testas novamente.

—Mantenha-se calmo,tudo bem? –ela pediu.Olhando-me mais corajosamente nos olhos.

—Você não...não tá grávida né? – sussurrei. Não que eu não quisesse ser pai....

...mas eu não queria. Não nessa vida.

Ela sorriu amplamente e balançou a cabeça quase não acreditando no que eu dizia.

—Eu senti a sua falta –ela brincou,ainda relutantemas brincou – Senti mesmo.

—Diga logo,pelor amor – revirei os olhos,acariciando-lhe as bochechas vermelhas  - Você está me deixando preocupado.

— Não tô grávida,Percy –ela revirou os olhos também e me beijou rapidamente – Por favor,não enlouqueça.

—Fale logo – pedi.

Annabeth se ajeitou em cima de mim e fechou os olhos. Apertou ainda mais os braços finos ao redor do meu pescoço e fungou. Acariciou o meu nariz com o seu,e sussurrou :

— Ele tentou encostar em mim.

Eu levei algum tempo para raciocinar.Eram cinco palavras. Duas orações. Dois verbos. Sujeito e objeto. Eu poderia fazer a analise sintática da sua fala e mesmo assim não acreditaria.Então a única coisa que eu consegui pronuncia foi :

— Quê?

Ela apertou-me com mais força.

—Eu soquei ele. Eu tentei fugir,mas ele veio atrás de mim,ameaçando matar o meu irmão...

— Quê?

—...e aí ele tentou de novo.

Eu senti minhas mãos se fecharem em punho. Eu podia facilmente derrubar aquela casa.Eu sentia que podia facilmente derrubar a cidade inteira.

— Eu prometi ser uma boa menina se ele não encostasse no meu irmão...

— Quando? – sussurrei. Novamente,eu não reconheci minha voz. Annabeth apertou-se contra mim novamente,fechando os olhos e deixando que mais algumas lágrimas suas caíssem.

Com razão.

Até eu poderia chorar.

— Antes de ontem – ela murmurou,a voz falha. O tremor lá presente. – Por isso...por isso eu fiquei com medo de você não acreditar em mim. Por favor,acredite em mim!

“Deixe de ser ridícula. “ – eu queria dizer.

Eu queria dizer.Queria mesmo.

— Por favor – ela sussurrou – Diga alguma coisa.

— Onde? –perguntei,olhando fixamente em seus olhos amedrontados.

Ela desviou os olhos,fazendo-me griar :

—Onde?

Annabeth pegou minhas mãos,colocando-as em seus seios. Ela suspirou e mordeu o lábio inferior,praticamente chorando :

—Diga alguma coisa.

— Você quer que eu mate o seu pai,Annabeth? – perguntei. Passei minhas mãos para o seu rosto,fazendo com que ela focasse seus olhos nos meus. Eu sentia meus olhos tão marejados quanto os seus.

O que pode ser pior que tentar matar a própria filha quando o mundo está desabando lá fora?

Isso.Isso é pior.

Ela se inclinou novamente,pedindo permissão com os olhos para me beijar. Eu inclinei-me para os seus e completei seu beijinho.

Quem poderia ser capaz de fazer mal a ela?

Eu?

Nico?

Você aí?

Não.

O maldito pai dela.

—Você quer que eu mate o seu pai,meu amor? –perguntei novamente.

Annabeth acariciou o meu nariz com o seu.Passou as mãos para o meu rosto,o dedo indicador contornando o meu lábio superior. Suspirou e disse :

—Eu quero. – ela focou seus olhos nos meus. Vermelhos com as pupilas dilatadas e agora,com seu tom vingativo – Faça-o sangrar.

Então eu o faria.


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Notas finais do capítulo

Então,o próximo capitulo vai deixar esse drama todo de lado e vai ter porradaria até a ultima palavra. Vai sair logo logo
Ahn,quê mais...
ah ta,gente essa é minha ultima semana de férias : vou postar mais duas Ones daqui até sexta-feira. Aguarde aí,você que está com saudadinhas da minha menina Nina ♥
Eu consegui um emprego. Legal né? Não. Mas tudo bem.
Hn,quê mais....
Ah ta,leiam essa fic aqui da Kay que começou esses dias e promete ser massa pra caramba :https://fanfiction.com.br/historia/700562/Darkness_Strikes_Me/
E cobrem capitulos dela,pfvr
Hn,que mais... eita Deus,eu sempre me esqueço o que ia dizer aqui.
Enfim
não me matem,matem o pai da Annabeth nessa fic (hehe)
AH TA
LEMBREI
EU VOU RESPONDER AS MPS E OS COMENTÁRIOS GENTE,EU JURO QUE VOU
ainda hoje
promess
amo vcs
meus
sweeties tudo



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