A Arte De Amar Um Ex-Inimigo escrita por Misaki Yue


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



Boa leitura.



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A Arte De Amar Um Ex-Inimigo

Shizaya.

Um sorriso trapaceiro formou-se em seus lábios finos, ao deparar-se com aquele que deveria ser o seu pior inimigo.

– O que faz na minha cidade, pulga maldita?! – O homem mais temido de Ikebukuro rosnava ferozmente, levando consigo um cigarro nos lábios e nas mãos um pacote suspeito.

Izaya quase sorriu diante da ameaça implícita, contudo ao notar que nas mãos do seu monstro havia uma caixa negra com um laço roxo adornando a mesma, desistiu de provocá-lo, por hora sondaria o loiro quanto ao possível destinatário daquele presente.

– Negócios, Shizu-chan. – Limitou-se a responder sem qualquer ironia, e com passos lentos aproximou-se do seu alvo, bom, pelo menos ele era um dos motivos para sempre vir a esse bairro, ainda que o sushi dali também fosse excelente motivo. – Sou livre para andar aonde bem entender, a ver quem eu quiser.

Assim que tivesse uma brecha tomaria o pacote das mãos de aço do loiro, poderia ludibria-lo e pegar aquele embrulho para si. Nem pensar que o seu monstro daria aquilo para outro, ele era exclusivamente seu, e sendo egoísta como era, não iria dividi-lo com mais ninguém, nem mesmo com o esquisito do irmão do ex-barman.

– Diga-me, quem é esse da qual deseja tanto ver? – Era impressão sua, ou aquele protozoário estava com ciúmes da sua pessoa.

– Shizu-chan, eu nunca pensei que monstros sentissem ciúmes das suas presas. – Fingiu uma falsa inocência e teatralmente inclinou-se por sob o mais alto raspando os lábios no queixo do loiro, que por reflexo agarrou-lhe os braços com mais força do que a necessária.

Preso ao seu alvo como queria, desde que proporá aquele acordo ridículo de paz entre os dois, Izaya ficou privado dos toques do seu monstro. E aquilo era uma tortura, pois sendo masoquista como era, o informante mais perigoso de Ikebukuro teria que se afastar da sua principal diversão.

Em parte a culpa era sua por propor ao outro que namorassem, mas ele nunca cogitou que o Shizuo fosse aceitar aquele desafio. Afinal quem seria o louco de confiar que o seu pior inimigo, na realidade o desejasse como homem? Não se enganem pensando que Heiwajima Shizuo acreditava naquela farsa criada pelo manipulador mais sacana de todos, no entanto queria ver até aonde o outro chegaria para convence-lo.

No fundo, bem no fundo mesmo da sua alma disforme e confusa, Izaya amava aquele monstro, mas nunca admitiria aquilo nem sob a mais horrenda das torturas. Sentimentos são irracionais e não podem ser mostrados a todo momento, e por ser um informante tão odiado, não poderia se dar ao luxo de amar um humano, eles eram peças do seu jogo, mas um ser como Shizuo não se encaixava naquela categoria, pois aquele protozoário era um monstro. Seu monstro, a sua melhor diversão.

– Não pense demais, ou vai fritar o resto dos poucos neurônios que possui. – Zombar do seu namorado tão abertamente com tantas testemunhas em frente a estação de metro não era tão incomum, a verdadeira surpresa para aqueles cidadãos era a forma quase carinhosa do loiro de segura-lo. – Sem postes e carros voadores hoje?

Izaya sabia que o outro não esperava por ele, por isso quis fazer uma surpresa, vigia-lo mais de perto, estuda-lo e agarra-lo com devassidão. Então porque não juntar o útil ao agradável?

– Não, talvez só uma pulga curiosa presa na própria armadilha.

Shizuo tinha plena ciência que o informante queria saber sobre o presente que carregava e que já havia reparado na roupa diferente e nos óculos guardados. Sentia-se estranho por ter se arrumado todo para presentear o menor, um mês de namoro era muita coisa, principalmente se o Orihara não aprontava nada consigo e apenas agia sem tantas artimanhas, cauteloso como era só ansiava surpreender aquela pulga, foram tantos anos de perseguição e tensão sexual, que chegaria um momento na qual teriam que enfrentar o ego, o orgulho e o ódio mutuo, para serem capazes de se amarem. Ironicamente o primeiro a se aventurar por aquela trilha fora o moreno, e ainda que desconfiasse das ações do outro, não deixaria uma oportunidade como aquela passar. Paixões vem e vão, mas o amor é único.

– Quer dizer que me farejou tão facilmente, odeio esse seu olfato anormal.

Shizuo não abrandou o aperto, deixando uma gargalhada gostosa envolve-los naquela bolha que sempre existia ao redor dos amantes. Alguns corajosos tiravam fotos, milagres como aquele deveriam ficar registrados para a posteridade.

– Se eu sonhar Izaya, que está dando atenção a outro caso que não for o nosso, eu mato o infeliz e te prendo na minha cama até que seu corpo só reaja aos meus toques brutos. – Shizuo detinha em si uma aura negra, que se destacava em sua face tão risonha.

– Shizu-chan, acho que o mesmo vale pra você, saiba que sou dado a assassinatos de vadias e de caras que não temem o perigo. Lembre-se que eu como tão bom informante posso mata-lo sem sequer mover um só dedo. – Depois de tantos anos de brincadeiras, como: a de gato e rato, perseguições por becos escuros e intrigas armadas por certo informante; sem realmente ferir ao loiro seriamente, apenas testando a sua resistência e forma de reagir a certas situações, aquela frase soava como um alerta de que nem mesmo o amor que ele sentia pelo Heiwajima o deteria de cometer tal loucura, honestamente falando isso seria como mata-lo também. Por isso tal possibilidade não passava de um blefe.

– Já que estamos acertados, podemos ir jantar no Rússia sushi. – Os anos de convivência forçada não se restringem apenas ao contato pessoal, mas até trejeitos do parceiro se adequam a nossa própria personalidade. Largou o moreno no chão com delicadeza, ao notar o olhar confuso do Orihara, diante de tal expressão era provável que o moreno não recordasse que hoje fosse o aniversario de namoro de um mês. – Hoje completamos exatos um mês de namoro.

– Agora que falou me lembro vagamente de algo do tipo. – Izaya mentiu.


Ele estava feliz por finalmente ter a sua curiosidade saciada, enrolou o loiro com maestria e ainda levou como premio um selinho desajeitado do mais velho. Como tal criatura podia ser tão fofa, sendo um monstro?

Orihara Izaya trabalha como informante dos dois distritos, um na qual reside, próximo aquele, e em Ikebukuro. Tendo conseguido que a sua proposta fosse aceita, não que aquele idiota fosse lhe negar algo, mas conhecendo tal impulsividade tinha certeza que tudo daria certo, logo monopolizaria o seu tão odiado e amado Shizu-chan. Logo tratou de observa-lo mais de perto, o que acarretou em seus sentimentos ficarem mais fortes. E naquele dia tão especial queria fita-lo de longe, nem que só pra saber que ele estava sozinho, ver como aquele loiro de olhos tão reluzentes e frios, passaria a noite.

– E esse pacote? – Estava louco para abri-lo e saber o que o loiro comprará para si.

Izaya não era do tipo de comprar presentes, mas também o fizera. A contra gosto, e sem muita paciência para escolher resolveu que um cordão de ouro branco com a letra I era o ideal. Shizuo era seu e por isso deveria carregar ao redor daquele pescoço cheiroso, algo que sempre o lembra-se a quem pertencia. A reciproca era verdadeira.

– Um presente. – Maneou os ombros colocando a caixa sobre as mãos impacientes da sua pulga, com as faces rubras e totalmente sem graça em vista daquela situação inusitada, jogou o cigarro fora em descaso aos olhares das pessoas que passavam por ali.


– Uau, que bom gosto para jaquetas. – Izaya quase gritou aquelas palavras, sendo imediatamente repreendido por um beliscão nas costelas. – Ai! Entendi, obrigado Shizu-chan.

– De nada amor. – Como a vingança era doce, duplamente concedida, primeiro pelo beliscão e depois por deixa-lo constrangido pela demonstração de afeto.

Eles poderiam não ser um casal perfeito, todavia o importante era se gostarem. E aquilo compensava todo o resto.

Shizuo suspendeu o queixo de Izaya contemplando aquelas íris escarlates, tomando aqueles lábios para si, com volúpia e excitação. A mão esquerda posta estrategicamente na cintura delgada do moreno, puxando-o para si, querendo sentir aquele cheiro tão extasiante por mais tempo. As línguas lutando pelo controle, invadindo as cavidades, com suspiros de desejo se condensando com a falta de ar de seus corpos.

– Vamos, Shizu-chan, estou morrendo de fome. – Segurou na mão do outro e o presente no braço direito dentro da caixa.

Os risos, as provocações e a eterna disputa desses amantes era a mais sublime das visões. Em meio a neve e a aparente calmaria, Ikebukuro nunca torceu tanto por aqueles dias de paz e de amor.


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Notas finais do capítulo

Críticas construtivas. Não foi beteado, perdoem-me os erros ortográficos.

Fanfic postada no dia 07/12/2015.


Beijos e um grande abraço.



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