Speak now escrita por Hese


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic não terá nada de realmente espetacular, mas eu gosto muito dessa música e ela rodava na minha cabeça há tempos.
Espero que gostem!



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Eu nunca imaginei que seria o tipo de garota que invadiria rudemente um casamento. Mas a culpa não é totalmente minha. Uma leve parcela também pode ser atribuída a meu melhor amigo, Peeta, que estava prestes a cometer o maior erro de sua vida. E também a sua noiva, por eu estar escondida atrás das cortinas da decoração, já que ela me “desconvidou”.

De trás delas, eu posso ver alguns de nossos amigos brigando com as gravatas em seus pescoços, com suas respectivas namoradas sorrindo, e a mal-humorada família da noiva, toda vestida em cores pastéis.

Ouço um grito vindo da parte de trás da igreja. Arrastando meu vestido roxo pelos corredores lotados de enfeites, tento me lembrar o motivo de ter me arrumado tanto para uma ocasião como essa. Talvez porque seja mais fácil chamar a atenção vestida com jeans e regata, do que com um longo vestido roxo frente única, e os cabelos soltos e cacheados, em uma ocasião dessas.

Chego até um quartinho, e sem nem precisar encostar-me na porta, posso ouvir a adorável noiva gritar com suas madrinhas. Cashemere segura as barras de seu vestido que me lembra a forma de um doce, e anda de um lado para o outro, com o rosto vermelho e cada vez mais fios se soltando de seu coque perfeitamente elaborado. Eu não a culpo, esse deve ser o dia mais importante e estressante de sua vida.

Quase sinto culpa por querer estragá-lo.

Observando essa cena, eu tenho certeza de que não é isso que Peeta quer. Por um momento, perco-me em devaneios, imaginando como ele está agora. Deve estar em frente ao espelho, sorridente, enquanto sua irmã, Madge, arruma sua gravata, torcendo o nariz para a cor rosada, escolhida pela noiva. Sua mãe, aos prantos, diz que logo seria Peeta quem ajudaria Madge em seu casamento. Imagino as caretas que Peeta e seu pai e dou uma risadinha.

Os barulhos do quarto ao qual eu espio param. Eu me dou conta de que fiz mais barulho do que podia. Cashmere arrasta o vestido enquanto anda em direção as cortinas, lugar onde rapidamente me escondo. Dou alguns passos para trás, torcendo para que as sombras sejam suficientes para me esconder. Eu tenho a impressão de que até as batidas descompassadas de meu coração são capazes de chamar ainda mais a atenção dela. Mas ela passa direto, e eu suspiro –dessa vez, baixo.

Me viro e vejo que Cashmere foi na realidade, na direção da loira de olhos azuis, usando um vestido rosa das madrinhas, ou como eu gosto de chamar, Madge. Ver um rosto amigo ali me traz uma sensação de conforto inexplicável. E também de desespero, porque se Madge está aqui, significa que Peeta também está.

Eu não sei porque, mas ainda tinha esperanças de que ele podia ter desistido de toda aquela maluquice. Como doí saber que eu estava errada.

Cashmere pergunta, nervosa, deduzo por sua voz aguda, onde estava Peeta. Madge da de ombros e passa por ela, chegando perto de onde eu estava. Por mais que eu saiba que Madge não concorda nenhum pouco com tudo aquilo, e definitivamente me ajudaria – se ao menos soubesse o que está acontecendo, eu sei que ela não é capaz de conter a surpresa, caso me veja. E não consigo imaginar nada pior do que ter de explicar para Cashmere, na presença de outras pessoas, a razão de eu estar ali sem ter sido convidada.

— Não se preocupe, Peeta já está aqui. Ele consegue ser bem idiota quando quer.- Madge sibila cada palavra, apreciando o gosto da raiva ali ocultada.

Ela direto por mim, pisando duro. Cashmere cruza os braços com dificuldade sobre os diversos enfeites do decote de seu vestido, e solta uma exclamação descontente. Mesmo não que nunca tenha precisado de aprovação para nada, eu sei que deve ser difícil para ela ter uma nora que não gosta nem um pouco dela.

O movimento de pessoas na entrada da igreja se intensifica, e eu preciso esconder cada vez mais de pessoas que podem se alarmar com minha presença. Afinal, Cashmere fez questão de lembrar a todos que eu não podia comparecer mais.

Olho para o altar exageradamente decorado e vejo Peeta parado, se mexendo nervosamente. Suas mãos, cruzadas sobre seu colo, tremem, e seus lábios estão sendo castigados pelos dentes.

O órgão começa a tocar, e as pessoas sorriem, mas essa música me soa como uma marcha fúnebre. Os convidados viram-se, observando o lindo caminhar ensaiado das madrinhas e padrinhos até o altar. Chega a vez da noiva. Cashmere cruza as portas da igreja, caminhando como uma rainha de concurso. Ela anda tão suavemente, fazendo aquele vestido enorme não parecer pesar mais do que algumas gramas. Mas, eu sei por experiência própria que não é bem assim.

Não evito e olho para Peeta mais uma vez. Ele sorri, mas seus olhos não demonstravam isso. Algo me diz que ele prefere que seja eu no lugar dela.

E de repente, é como se minhas pernas tomassem vida própria, e me vejo de pé, caminhando até o corredor central da igreja. Todos olham para mim, inclusive Cashmere para seu caminho até o altar. Ela se vira para mim, olhando-me surpresa.

Mas eu ignoro a todos, olhando somente para Peeta. Ele é a única pessoa que me importa no momento. Ele me encara sem reação, mas eu vejo que espera por um ato meu. Eu agi por impulso, e agora já não sei o que fazer. E ter Peeta me encarando tão intensamente não ajuda em nada.

 


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Notas finais do capítulo

Playlist de speak now: https://open.spotify.com/user/heloisefmm/playlist/78hZXsptXGJgLUALXqfEQq



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