Mente Perigosa escrita por MissLockhart


Capítulo 5
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pequeno, porém tenso. É aqui que acontece todo o TCHÃ da fic. O que mais me deixa triste é que eu escrevi esse capítulo sozinha. :/
Depois vou tentar falar com a Kim para voltarmos a escrever juntas os próximos.
Beijosss :*****



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[Bill’s P.O.V.]

 

- Por onde gostaria que eu começasse a te quebrar? – Tom perguntava, com a voz alterada – Começamos pelos seus bracinhos finos, pelas suas pernas palitinho ou pelo pescoço que sustenta essa sua cabeça de cacatua?!

  Ok, eu estava ficando com um medo gradativo, sabia que Tom era um animal quando queria ser, e não se importava com as conseqüências que viriam a surgir caso ele me agredisse. Recuei um pouco até perto da janela, e tentei parecer forte.

- Ora – esbocei um sorriso debochado – Até parece que você tem muita moral para querer se vingar de mim pelo que eu fiz. Roupas não valem o preço de uma vida.

- Como você consegue ser tão insuportavelmente certinho? – Tom pôs as mãos na cabeça, confuso – Você é um fingido. Se faz de bonzinho, mas na verdade, está louco para ser como eu. Admita, que por um dia, você gostaria de agir sem compromisso nenhum, sem pensar.

- Se eu fosse ser como você, provavelmente minha vida seria um lixo como a sua. Eu penso no meu futuro e respeito os outros. Você se aproveita das pessoas para o seu próprio bem, não está nem aí para a vida. – respondi.

- Os fins justificam os meios. – Tom simplesmente disse.

- Os fins bons, não ruins. – completei.

  Sem agüentar mais, Tom correu em minha direção e agarrou meu braço. Vi que seu punho se aproximava do meu rosto, então tratei de abaixar a cabeça o mais rápido possível. Que prejuízo! Tom socou a janela que, consequentemente, se quebrou em vários caquinhos e cortou sua mão.

- Ahhh! Seu imbecil! Você me paga por isso! – Tom disse enquanto segurava a mão que sangrava sem parar.

- Que eu saiba, você é quem vai ter que pagar um vidro novo para a nossa janela! – falei divertido.

  Corri para fora do nosso quarto e desci as escadas correndo como nunca. Tom estava machucado, não estava tão rápido assim para me alcançar. Eu jamais tinha pensado que um dia, irmãos como nós iriam brigar desse jeito por coisas tão banais. Por mim, essas brigas nunca teria acontecido, mas Tom insiste em implicar comigo. Entrei na cozinha, e por instinto, abri a gaveta de talheres e peguei uma afiada faca de cortar carne. Eu não sei bem por quê havia feito isso, mas apenas a segurei em posição de defesa.

  Tom apareceu na cozinha segundos depois, e ao ver a faca em minhas mãos, arregalou os olhos, mas sorriu tão largamente que se podia ver a fileira de dentes retinhos que tinha.

- Olha só quem estava falando de moral e de vida até poucos minutos! – ele debochou, escorando-se na porta enquanto o sangue de sua mão direita formava um rastro das escadas até a porta.

- Você começou tudo isso. – disse – Não vejo outro jeito de pará-lo, a não ser agindo como você. Afinal, eu sou tão enrustido... queria tanto agir como você... não é?

  Minha mente estava confusa. Ao mesmo tempo que eu pensava em ferir meu irmão intencionalmente, não queria fazer isso, no fundo eu ainda gostava dele. Se o Tom de alguns anos atrás ressurgisse milagrosamente naquele momento, meu amigo e bom irmão que um dia fora, certamente eu largaria a faca de volta na gaveta. Infelizmente eu só a apertei mais contra meus dedos, e me aproximei um pouco de Tom apontando a lâmina para seu rosto.

- Nós podemos resolver isso tudo, se você não me tratar mais do jeito que costuma fazer sempre. – eu disse calmamente, porém outras palavras vieram à minha cabeça em seguida – Não! Nós não podemos manter um clima de paz! Você me odeia!

  Não sei bem porque mudei de ideia repentinamente, o fato é que eu não sabia o que pensar, e Tom me olhava não mais com vontade de me agredir, mas com confusão e medo.

- Calma! Calma! Basta que nós convivamos mais, estamos tão distantes! – disse depois de uns segundos, mas novamente mudei de ideia – Claro que não! Eu quero distância de você, seu animal!

  Me afastava à medida que pronunciava tais frases antagônicas, e a faca, ora escorregava de minhas mãos, ora era pressionada contra elas ainda mais.

- Eu sei que não sou o irmão que você queria, mas podemos ser amigos como sempre fomos! Sei que dá para ser assim! – tentei de novo, mas em vão – Não! Você tem que parar de ser egoísta e me aceitar do jeito que eu sou! Eu não vou mudar por você, seu narcisista!

  Eu já não estava mais pensando. Tudo estava embaçado, só vi que Tom se aproximava um pouco de mim, até que perdi a consciência.

 

[ /Bill’s P.O.V.]

 

[Tom’s P.O.V.]

 

  Eu não compreendia o porquê de Bill estar agindo daquele jeito, parecia louco, ou sei lá o quê. Só sei que, mesmo tendo nossas desavenças, não podia deixar de verificar se estava tudo bem com a saúde mental dele. Me aproximei, e tentei tirar-lhe a faca das mãos, poderia me machucar ou machucar a ele mesmo. Ele se afastou, e adquiriu uma expressão intimidadora... parecia um psicopata. Quando vi, a faca caiu de suas mãos, e ele se ajoelhou no chão tendo pequenos espasmos.

- Se... afasta.. de mim... – Bill falava com dificuldade – Eu não preciso de você...! – disse, e tornou a falar – Não! Não... me deixa aqui! Me ajuda...!

  Eu não sabia o que fazer. Ajudava ou não ajudava? Quando decidi ajudar, vi a coisa mais estapafúrdia da minha vida! Sim para um acontecimento desses, palavras à altura! Coisas estranhas começaram a sair da cabeça de Bill, parecia fumaça, o que me levou a pensar que o cérebro dele poderia estar fritando. Mas não, isso seria idiotice da minha parte. Quando vi, Bill estava quase desmaiado, e aquela fumaça estranha tomava forma de duas pessoas.

  Não! Mais gêmeos? Aquelas pessoas eram iguais ao Bill! Um era todo frufru, usava roupa branca com vermelho, tinha dreads negros com alguns brancos, uma auréola e asinhas. Um tanto quanto gay. O outro tinha cara todo de malandro, usava roupa azul, uma cartola, tinha o cabelo comprido e liso penteado para trás, asas, cauda e chifres. Diabólico. O que era controverso, um parecia angelical, o outro parecia um demônio. Não sei por que cargas d’água brotaram dois “Bills” da cabeça do Bill, o fato é que meu irmão estava desmaiado, e os dois não paravam de me encarar.

- Vocês apagaram o meu irmão! – disse, tentando arrancar-lhes alguma palavra.

- Nós? Que eu saiba, você quem queria agredi-lo, desde o início. – o de dreads de pronunciou.

- E bem feito pra ele! Assim aprende que com você, troglodita, as consequências são sempre ruins! – o de cartola apontou para mim.

- Afinal, quem, ou o que são vocês? – perguntei, a fim de esclarecer aquilo tudo.

- Eu – o de dreads apontou para si mesmo – Sou a consciência boa do Bill. Tudo o que ele faz de correto é porque eu disse para ele fazer. – sorriu docemente,

- Eu eu – o de cartola apontou para si mesmo, exatamente como o outro – Sou a consciência má do Bill. Porque, se fosse para ser bonzinho sempre, o Bill ia se ferrar lindamente. E precisa de um pouco de maldade.

  Eu estava louco ou o quê? Eu estava conversando com... consciências?

 

[ /Tom’s P.O.V.]


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Notas finais do capítulo

Reviewss? *3*



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