Beyond Two Powers escrita por Annie


Capítulo 5
Os Laços


Notas iniciais do capítulo

Procuramos fazer desde um capítulo mais divertido, menos concentrado no conflito da Adelaide e da Maxine. Temos bastante das duas, porém interagindo com outras pessoas. Esperamos que gostem. Boa leitura!



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MAXINE

Seus nervos estavam a flor da pele. Adelaide havia ido além dos limites da feiticeira. Aquelas palavras haviam atiçado o fogo mais intenso da loira, que agora, descontava toda sua raiva contra a grama verde e bem cuidada dos Jardins. Talvez não tivesse sido a melhor das ideias aliar-se a realeza. As pessoas que viviam em seus berços de ouro eram falsas e mesquinhas, carregando um semblante de tranquilidade que por muito pouco não pingavam de tanta falsidade. Respirando fundo e olhando para a floresta, ela tentou relaxar. Ainda havia grama em suas mãos, o que a fez se sentir culpada. A terra não deveria pagar pelo seu ódio.

Com um sussurro, ela conjurou um encantamento que fizesse a gram renascer ainda mais verde e brilhante do que antes. Limpou as lágrimas de ódio que desciam de seu rosto e apoiou as mãos sujas de terra em seu vestido azul, olhando profundamente para sua floresta. Os limites de Badlands estavam logo ali a sua frente, e os primeiros Carvalhos da Noite sussurravam seu nome, ansiando por sua Ama, implorando-a para que voltasse para casa. Ela tentou pensar em como Lance estaria se saindo. Imaginar o grande dragão totalmente enrolado com os problemas das pequenas fadas e dos velhos anões a fez dar uma risada. A frase de seu companheiro soou em sua cabeça. "Não demore. Badlands precisa de você."

Uma nova onda de puro ódio a atingiu com força. Havia abandonado sua casa, sua vida, seu Reino, para acompanhar uma estupida adolescente que nem ao menos sabe controlar sua essência mágica. Ela voltou a socar o chão, sentindo o cheiro da terra invadir suas narinas, quando uma mão macia e confortável tocou seu ombro, fazendo-a erguer a cabeça de supetão. O ódio pareceu diminuir quando viu o brilhante sorriso do Príncipe Seth a sua frente.

— Duquesa, se me permite dizer, socar o chão dos Jardins não é uma atividade muito agradável. Por que não me acompanha? Conheço um jeito muito melhor de expressar sua raiva.

Ele a ofereceu a mão direita, erguendo a loira para cima. Os dois caminharam através dos arbustos podados em forma de animais em direção aos fundos do castelo, onde uma espécie de arena a céu aberto descansava sobre o chão de terra batida. Seth apontou para a pequena casinha que havia ao lado, onde ficava os vestiários. Maxine enfiou-se ali dentro e fechou a porta, arrancando o vestido azul de seu corpo com certa violência. Jogou as joias em cima do banco, ao lado da coroa, e estalou seus dedos. Uma calça verde escura, pouco parecida com a dos guardas, brotou em suas pernas. Uma camisa social masculina surgiu em seu peito, e fez questão de deixar os dois primeiros botões abertos. Toda a roupa lembrava o uniforme dos guardas, então poderia apenas dizer que pegou emprestado uma delas que estava jogada pelo vestiário. Tirou as joias de seus cabelos, mas deixou a fivela de diamantes prendendo suas duas tranças na cabeça. Após estar pronta, Maxine saiu da casinha, encontrando com Príncipe Seth igualmente pronto do lado de fora, segurando duas espadas em cada mão. Ele jogou uma para ela, que a pegou no ar e examinou a lâmina com muito cuidado.

— Aço e prata. - Seth sorriu — Diga-me, sabe lutar esgrima?

— Caro Singh, - a loira sorriu, desafiadora — eu sou a melhor gladiadora de minhas Ilhas.

— Então, que vença o melhor.

O Príncipe atacou, jogando sua espada contra o cabo de couro da arma da mulher. Com agilidade, ela desviou, girando sua arma no ar e chocando-a contra a de Seth. O loiro sorriu e atacou novamente, sendo desviado. Maxine o rodeou e atacou suas costas, porém o rapaz virou a tempo de novamente chocar sua arma com a dela. Os dois pareciam estar no meio de uma dança mortalmente sincronizada, com direito a lâminas cortantes e nenhum único meio de proteção. Quando o loiro parou para avaliar o terreno, a feiticeira aproveitou a distração e lhe deu uma rasteira, derrubando o nobre no chão. Ela chutou sua mão, fazendo-o soltar a espada, e pôs a ponta de sua lâmina contra o pescoço do mesmo, enquanto abria um sorriso de vitória.

— Incrível, Duquesa. - o loiro riu, sendo erguido do chão com a ajuda da mesma.

— Nunca avalie terreno no meio de uma luta, Príncipe.

— Não lhe disse que havia um jeito melhor de gastar sua raiva?

Maxine sorriu. Seth era realmente o único nobre do qual a loira queria ter por perto. Ele era autêntico, divertido e tinha sua própria maneira de pensar. Mesmo sendo um Príncipe, o loiro não agia como tal. Ele tinha um espírito livre e rebelde que lhe fazia se sentir à vontade. Não tinha medo de ser quem realmente era. Poderiam se conhecer a apenas algumas horas, mas Max teve a certeza de que poderia confiar sua vida nas mãos do Príncipe do Reino da Prata.

— Nunca vi uma moça lutar tão bem quanto você, Chase.

— Eu aprendi com meu melhor guerreiro. - ela disse.

Em parte, era verdade. A definição que usara para "guerreiro" talvez não fosse a mesma que Seth interpretara, pois Maxine havia aprendido esgrima com Lance. Aquele dragão tinha milênios de vida, havia visto e aprendido coisas que ninguém jamais poderia.

— Ele fez um ótimo trabalho. - ele sorriu enquanto limpava o suor de sua testa com um pano — Por que estava tão irritada, Max?

— Adelaide. - ela soltou, não se importando — Sei que sou sua convidada, mas não pude engolir a maneira de como ela tratou aquele nobre com tanta falsidade.

— Isso é normal. - ele deu de ombros — Não sei como suas Ilhas funcionam, mas desde pequenos, nós, de dentro da Aliança do Bronze, fomos criados para não confiar em qualquer lábia. Nossos tronos são disputados, e se não agirmos com negociações, nada caminha para frente. É como uma grande máquina quebrada; se ninguém vier consertar, vai ficar parada para sempre. - Maxine assentiu — Mas ei, esquece isso. Acredite em mim, se começarmos a focar somente em política, vamos todos ficar loucos por aqui.

Ambos riram. Max respirou fundo, se sentindo muito mais à vontade. Com Seth, tudo parecia mais fácil. Ele não se preocupava com aquilo. Os dois voltaram aos seus vestiários e trocaram-se. Estavam voltando para o castelo quando Perry surgira nos Jardins, com uma expressão não muito contente. Ele fez uma breve reverência e pediu licença ao Príncipe, pois precisava urgentemente falar com a Duquesa. O loiro assentiu e, com um sorriso tranquilizador, deixou os dois a sós. A feiticeira cruzou os braços logo abaixo dos seios, o encarando.

— Então?

— Adelaide mandou lhe dizer que sente muito. - a voz do rapaz não lhe convencia.

— Pois bem. Se ela quisesse perdão, que viesse pessoalmente até mim.

Ela virou-se para seguir seu caminho quando a mão quente do guarda envolveu seu braço. Max encarou os olhos negros do Arqueiro, e rapidamente sentiu-se perdida e atortoada, quase se afogando naquela escuridão tão linda e profunda que eram os olhos do rapaz. Mantendo-se firme, ela o encarou. Perry parecia mergulhado naquelas grandes lagoas azuis que eram os olhos da feiticeira. Eram profundos e límpidos, reluzentes como o reflexo do Sol na nascente de um rio. Permaneceram assim por um longo minuto, até Maxine retomar sua consciência e delicadamente tirar a mão quente e bruta do homem de seu braço.

— Obrigada pelo recado, Arqueiro. - ela comentou, seguindo seu caminho. Virou-se uma última vez para encará-lo brevemente — Mas tenho certeza que tuas habilidades tem utilidades muito melhores do que ser um pombo correio.

ADELAIDE - UM MÊS DEPOIS

Um mês havia se passado desde o dia em que o acordo fora firmado entre Adelaide e Maxine, e desde então, após o ocorrido do Lorde Lawson, a princesa e a feiticeira simplesmente não eram capazes de se entender. Tudo o que faziam era completamente profissional, e mais de uma visita nobre na qual Adelaide teve de ser responsável irritara Maxine.

Além do acordo, Adelaide tinha outras coisas com que se preocupar. Por exemplo, o fato de que, em um dia, o Príncipe Nicholas estaria chegando ao Reino do Ouro para discutir sobre o possível noivado e aliança entre eles.

— Talvez seja hora de me preocupar em relação ao acordo. — comentou Adelaide, em frente à Jay, que estava recostado sobre uma das portas de madeira na entrada. No decorrer do mês, ela havia se tornado consideravelmente próxima ao cavaleiro, considerando seus conhecimentos em magia e realeza. — Maxine mal dirige uma palavra a mim, e há algum tempo está passando algum tempo com Seth, o que é perigoso.

— Perigoso? — indagou Jay, erguendo uma sobrancelha. — Príncipe Seth?

— Seth, não. — explicou-lhe ela, com um olhar alarmado para a ala dos quartos do Palácio. — A aproximação de Maxine de Seth, no entanto, me preocupa. Ele é um príncipe imprudente e ela é uma feiticeira extremamente inteligente. Não é difícil imaginar como ela poderia manipulá-lo.

O cavaleiro assentiu, compreendendo a preocupação da princesa. Seth era o príncipe de seu Reino e o feiticeiro conhecia muito bem o quão rebelde a realeza poderia ser.

— Entretanto, — Jay começou, meticulosamente. — imagino que a senhorita tenha coisas maiores com as que se preocupar no momento.

— Príncipe Nicholas. — confirmou Adelaide, massageando a têmpora e soltando um suspiro frustrado. — Aparentemente, era imprescindível que conversássemos com antecedência.

O cavaleiro teve de reprimir uma risada.

— Foi o que ele disse?

— Com estas palavras. — assentiu ela. — Conheço príncipes como Nicholas. Não preciso tê-lo visto pessoalmente; basta ler suas cartas. Ele é educado, gentil e completamente profissional. Não detesto pessoas como ele, mas também não as suporto completamente.

— Que curioso. — zombou Perry, aproximando-se deles com um sorriso debochado dançando em seus lábios. Adelaide estreitou um olhar irritadiço para o cavaleiro. — Você não suporta alguém, Vossa Alteza?

— Você é realmente um rapaz audacioso, Perry. — disse ela, o tom afiado como uma faca. — Se tens coragem de vir até mim e me insultar.

— Perdão, Alteza. — ironizou ele, curvando-se para uma mesura exagerada. Jay observou o amigo com uma expressão de reprovação. — Eu a insultei? Não imaginei que a senhorita seria tão sensível.

Adelaide lançou a ele um olhar de pura censura, balançando ligeiramente sua cabeça. Desde os primeiros dias de Perry no Palácio, havia reparado em como o cavaleiro nutria dificuldade em respeitar quaisquer pessoas que não lhe fossem de extremo interesse, e a princesa do Reino do Ouro certamente não estava inclusa na categoria.

— Você precisa de algo, Perry? — questionou Jay, com sua calmaria habitual.

— Além de, é claro, incomodar a todos à sua volta. — soltou Adelaide, erguendo os olhos para encarar Perry. A princesa voltou-se para Jay, que juntou as sobrancelhas, preparando-se para qualquer que fosse o comentário. — Eu sinto muito por você, Jay. Deve ser uma tarefa cansativa ter de conviver com alguém como Perry.

Perry deixou uma risada sem humor escapar.

— Certamente, é comigo que todos estão incomodados.

— Fico feliz por você ter notado, cavaleiro.

— Tudo bem, é o suficiente. — interveio Jay, colocando uma mão sobre o ombro de Perry e olhando de forma compreensiva para Adelaide. — Honestamente, eu não acho que serei capaz de entender todo este ódio um dia.

— Absolutamente não.

— Certamente não.

Adelaide e Perry semicerraram os olhos um para o outro ao se pronunciarem ao mesmo tempo. Jay arregalou os olhos.

— Tudo bem, vocês dois seriamente precisam parar. — anunciou, para ninguém em particular. — Afinal, de onde vem tanta raiva?

— Eu não suporto cavaleiros arrogantes, prepotentes e desrespeitosos. — explicou Adelaide, com um tom sereno e completamente convencido. Perry revirou os olhos.

— E eu não tenho a mínima paciência para princesas exibidas, cheias de si e egoístas. — disse Perry, e antes que Adelaide pudesse replicar, ele virou-se para Jay. — E sim, Jay, eu tenho algo a dizer. A Rainha Melissa pediu que você patrulhe os Jardins. Aparentemente, houve uma movimentação estranha ou algo parecido.

— Tudo bem, eu estou indo. — Jay falou, semicerrando os olhos para a princesa e para seu amigo. — Espero que não haja baixas durante meu tempo fora.

— Eu me preocuparia, se fosse você. — comentou Adelaide.

Jay sorriu, girando em seus calcanhares e caminhando na direção dos Jardins de Melissa. Perry começou a se virar para ir embora, porém a voz de Adelaide o fez parar.

— Ei, cavaleiro. — disse ela, em um tom completamente sarcástico. — Você é tão corajoso, então o que acha de um duelo?

— O quê? — indagou ele, rindo-se inevitavelmente ao olhar para ela. Uma expressão incrédula tomara seu rosto. — Honestamente, Adelaide, nem mesmo você pode pensar que esta é uma boa ideia. Como um Cavaleiro de Honra, ambos sabemos que sou mais forte que você.

— E você acha que aprendi a duelar com pessoas mais fracas que eu? — questionou Adelaide, sem perder sua bravura. — Se você não se sente confortável o suficiente para esgrima, então podemos providenciar um duelo de arco e flecha.

Perry a encarou.

. . .

O Campo de Atividades, uma campina cuja grama era tão verde quanto uma verdadeira pintura e dispositivos e armas estavam dispostos em paredes avulsas construídas especialmente para o treinamento de membros da realeza e da nobreza, estava completamente vazio quando Adelaide e Perry chegaram. É claro, não havia a hipótese de que não estivesse, pois ninguém ousava violar os horários da princesa.

— Fique à vontade para escolher seu arco primeiro. — disse Adelaide, gesticulando para todas as armas com os braços abertos. Perry levantou uma sobrancelha para ela, porém conteve o insulto e apressou-se em pegar o arco que mais lhe agradava. Em seguida, foi a vez dela.

— A senhorita precisa de um livro de regras? — indagou Perry.

— Muito obrigada. Você precisa de ajuda para começar?

Conforme o cavaleiro rolou os olhos, ele precipitou-se a metros de um dos alvos, posicionando a flecha em seu arco e respirando fundo. Adelaide analisou sua postura e imediatamente arrependeu-se de tê-lo convocado para um duelo; não havia uma única falha na forma como Perry manejava suas armas.

Quando ele atirou, Adelaide congelou. A ponta da flecha cravou-se a milímetros do centro do alvo, fazendo com que a princesa tivesse vontade de desistir.

— Meus esforços estão voltados para outra pessoa, Princesa. Boa sorte. — desejou Perry, com um sorriso, movimentando-se para que Adelaide pudesse ser a próxima. Ela teve de evitar um xingamento.

A frase do cavaleiro a deixou confusa. Outra pessoa?

Os movimentos de Adelaide não eram tão precisos e sua postura não era tão firme, porém ela tivera aulas com pessoas de quem se lembrava e procurou absorver tudo de volta em sua mente. Felizmente, com um suspiro calmo, ela foi capaz de atirar.

Quando Perry ergueu os olhos para o alvo, ele viu a flecha de Adelaide estacada logo ao lado da sua, ligeiramente a mais para o lado de fora do alvo. Ainda assim, o cavaleiro teve de conter um praguejo alto de surpresa. Uma princesa não deveria conseguir chegar tão perto da marca de um cavaleiro.

— Adelaide! — chamou Melissa, do outro lado do Campo, atraindo a atenção de ambos. Ela parecia prestes a explodir. — A chegada do Príncipe Nicholas foi adiantada! Ele está a caminho!

Adelaide arregalou os olhos, olhando em volta de si. Perry abriu um enorme e maldoso sorriso.

— Parece que alguém tem de correr.

Em instantes, Adelaide apressou-se para o lado de dentro do Palácio e se deparou com o enorme tumulto. Plebeus, nobres e membros da realeza procuravam se acomodar com a ajuda de guardas completamente despreparados para uma chegada tão repentina. Do lado oposto do Salão, Maxine e Seth adentraram.

As criadas do Palácio correram até Adelaide, pedindo perdão pela aproximação veloz e necessária, e prenderam seu cabelo de forma desconfortável. O vestido da princesa não era sua melhor opção, porém era consideravelmente apresentável em se tratar de um príncipe. O último criado a chegar até ela levou-lhe sua coroa.

— Vamos — disse Melissa, segurando a mão de Adelaide. Caminhou rapidamente até os tronos, deslizando alguns fios de cabelo soltos em seu próprio rosto para trás da orelha. — Está pronta, Adelaide?

— Sim. — Não.

Maxine e Seth acomodaram-se entre os nobres, olhando de soslaio para Adelaide. Ela mal os observou. Estava suficientemente nervosa com a ideia de seu potencial futuro noivo chegando em um momento como aquele e quaisquer outros problemas a fariam enlouquecer.

Em cerca de dez minutos, todo o Salão estava pronto. Tudo era tão belo e elegante quanto na chegada de Seth e Maurice. Porém, desta vez, quando as portas se abriram, nenhum guerreiro com o brasão de espadas de prata surgiu, e sim cavaleiros trajando estravagantes decorações de diamantes.

— Por favor — começou um homem seguindo os cavaleiros do Reino do Diamante. Adelaide o reconheceu como o anunciador. — Recebam agora Príncipe Nicholas, do Reino do Diamante!

Quando Nicholas adentrou, até mesmo Adelaide teve de conter uma exclamação de surpresa.

Nas cartas, tinha a impressão de conversar com um homem idoso e completamente desengonçado. Entretanto, tudo o que pensara até agora parecia o completo antônimo de Nicholas.

A beleza do príncipe não era nada humilde. Seus olhos azuis continham um brilho sublime capaz de ser visto a metros de distância, o contraste perfeito com o cabelo negro e ligeiramente curto do mesmo. Apesar de sua postura perfeita, ele não aparentava ter mais de vinte anos.

Ao chegar até os tronos, Nicholas curvou-se para Melissa, encaminhando-se para Adelaide em seguida. Conforme ele a encarou, ela pensou que poderia estar enlouquecendo, ou havia acabado de enxergar uma linha tênue de humor nos olhos do príncipe.

— Olá, Princesa Adelaide. — cumprimentou ele, em um tom calmo e, ao mesmo tempo, completamente divertido. — Esconda o espanto. Os súditos estão vendo.

— Olá, Príncipe Nicholas. Você é... — começou ela, incerta sobre o que dizer.

— Diferente das cartas? — completou Nicholas, pegando a mão dela com delicadeza e beijando os nós de seus dedos. Um sorriso surgiu em seus lábios. — Surpresa, amor?

— O quê?

Ótimo, pensou ela, ligeiramente atordoada. O príncipe era exatamente o oposto do que ela havia conhecido nas cartas.

Adelaide se perguntou o quão mais perturbada sua vida poderia ficar dali para frente.


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Notas finais do capítulo

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