As Irmãs Darling – Across Dimensions escrita por Lady Twice, Giulia Valdez, Sofia Di Angelo


Capítulo 7
#Partiu Voar


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, aqui é a Giulia... Eu sei, demoramos mais do que é permitido se demorar. Mas o que importa é que estamos aqui agora. Espero que vocês não tenham abandonado a gente. Para compensar o sumiço, um capítulo com 6.000 palavras para vocês. Aconselho que leiam os últimos dois capítulos para localizar onde estamos na história. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/662732/chapter/7

[ Eu: Obrigada, Sofia, por pela primeira vez você ter me dado o microfone sem reclamar. Sofia: Sério, boiei quando fui para Hogwarts e continuo boiando quando conto a história. A partir daí, não entendi mais nada. Luiza: Trouxa. ]

Hermione não explicou o plano dela para ninguém, só pediu que a seguíssemos (não antes de verificar se nossas versões daquela dimensão estavam distraídas). Seguimos a menina pelos corredores de Hogwarts, que eram realmente muito grandes e confusos. Eu li e reli Harry Potter diversas vezes, mas nunca consegui entender e guardar o mapa da escola. Quanto mais andava, mais perdida eu me sentia. Aproveitei o momento para observar e reparar no trio a minha frente. Sei a vida de Harry inteirinha, sei seu futuro e passado. Sei as mortes que vai sofrer e isso está começando a me assombrar. Será que...

— Desculpa — pedi para Rony assim que recuperei o equilíbrio depois de trombar nele. Parece que chegamos finalmente ao local que Hermione queria, adivinhe qual era? A biblioteca.

Sentamos em uma mesa no fundo do grande salão. Hermione fez questão de conferir se Madame Pince estava longe o suficiente de nós. Harry e Rony trocavam olhares confusos a todo o momento. Do nada, a menina se levantou bruscamente e saiu à procura de um livro. Nós cinco ficamos calados em um silêncio desconcertante. Ninguém sabia o que falar.

— Então, outra dimensão – Rony tenta puxar assunto. – As Darling de lá são tão metidas quanto as daqui?

— Rony! – Harry exclama. Eu não aguentei e caí na gargalhada, enquanto Luiza e Sofia se sentiram ofendidas.

[ Luiza: Óbvio que eu me senti ofendida, ele chamou a gente de metida! Eu: E... Sofia: E que nós não somos ora, foi desnecessário. Eu: Foi exatamente como eu imaginei que o Rony seria. ]

Hermione voltou segurando um livro e nos fez calar a boca. Ela colocou o livro na mesa e antes de abrí-lo eu consigo ler: “Viagens entre dimensões: Verdade ou Mito?”, escrito por Cassandra Vlabatsky.

— Nunca pensei que você fosse capaz de algum dia pegar um livro dessa mulher, Hermione – Rony disse, tirando com a cara da amiga.

[ Sofia: Não entendi. Luiza: É porque foi essa mulher, Cassandra Vlabatsky que escreveu o livro de Divinação usado na escola. Sofia: E daí? Eu: Sofi, se formos te explicar tudo, não saímos daqui hoje. ]

— Isso foi antes, Rony – Hermione disse, sem tirar os olhos do livro. – Antes delas aparecerem. Achei!

Ela virou o livro para que todos pudéssemos ler. Era uma página sobre umas teorias de viagens interdimensionais. A menina apontava para a página totalmente animada. Eu li uns trechos avulsos e não entendi o porquê de tanta animação, pela cara dos outros eles também não. Perdendo a paciência, ela pegou o livro de volta e começou a ler em voz alta, traduzindo o que estava escrito:

— “Existe a teoria que diz que as viagens interdimensionais são feitas de formas cíclicas, ou seja, sempre para frente, uma dimensão após a outra até se retornar ao início. Somente bruxos muito fortes poderiam ir contra o ciclo. Também dizem que para se abrir um portal de uma dimensão a outra é necessário um objeto especifico e característico da dimensão. Quando esse objeto é encontrado, basta a/as pessoas envolvidas tocarem nele e somente se forem às pessoas e a hora certa, a chave de portal funcionará.”

— Ótimo, como vamos saber que é a hora certa? – Luiza a interrompeu.

— Vocês saberão que é a hora certa e eu ainda não acabei – Hermione respondeu, emburrada. – “Existem indicios que nos levam a acreditar que, quando em outra dimensão, há sempre uma cópia da pessoa residente de tal local. Pode ser igual ou diferente, referente à história. Quando o viajante se encontra nessa dimensão que não a sua, ele incorpora as características da sua cópia, não deixando as suas próprias de lado.”

— É por isso que continuamos com os poderes e mudamos de roupa! – Sofia exclamou, empolgada.

— Exatamente! – Hermione continuou. – E tem mais uma coisa. Vocês não podem se encontrar com suas cópias. Isso poderia ser impactante demais para elas e enlouquecê-las.

— Pode deixar, ficaremos quietas aqui – Sofia falou. – Pensando bem, onde vamos ficar até descobrirmos como ir embora?

— Essa é fácil, Hagrid vai gostar de ter companhia – Rony falou, mas eu me lembrei do que ia acontecer naquela noite.

— Não podemos. Lembra que falamos que na nossa dimensão vocês são parte de um livro? – eu perguntei, e eles assentiram – Então, nós meio que sabemos o que vai acontecer nos próximos três anos. E essa noite durante o —

— Não nosa conte! – Hermione me interrompeu bruscamente. – Não conte nada do futuro! Isso pode ser potencialmente perigoso. Se você mudar o espaço-tempo, pode ser que aconteça algo pior ou que seja irreversivel. Tudo tem que acontecer como “antes”. A presensa de vocês não era pra existir, então não podem mudar nada.

— Mas, Hermione, elas poderiam simplesmente nos falar como acabar com Voldemort – Harry argumentou, o que deixou Hermione irritada.

— Não é tão simples assim, Harry, elas são de outra dimensão! Não podem sair por aí falando e alterando o futuro – Hermione diz, e, virando para nós três, continua. – Vocês percorrerão várias dimensões, então, por favor, acreditem em mim e não mudem o espaço-tempo!

— Ok, ok, nós entendemos – Luiza falou. – Mas, então, onde vamos ficar?

— Na Sala Precisa, claro! – Harry disse simplesmente.

Saímos da biblioteca cautelosamente e andamos até o corredor da Sala Precisa. Uma vez lá dentro, ela se transformou em uma aconchegante sala/quarto com vários sofás e camas. O trio ficou impressionado com a nossa habilidade de controlar a sala, mas a verdade é que Neville nos ensinou como no sétimo livro. A única coisa que a sala precisa não consegue criar é comida, mas isso não seria problema com a cornucópia da Sofia. O trio decidiu ir para a sala comunal deles, afinal, eles ainda tinham provas a fazer. Sentamos no chão mesmo, em cima de umas almofadas e Sofia começou a botar nosso jantar para fora.

[ Sofia: Não fala isso de novo não, ficou muito estranho. Eu: Foi mau, não era a intenção. Luiza: Agora to imaginando a sofis como uma mãe passarinho vomitando nossa comida, não é nada legal. Sofia: Ei, você acha que eu não seria uma boa mãe passarinho. Luiza: Bem, não é como se Eu: Gente! FOCO! ]

Comemos em silêncio, um silêncio estranho para nós. Todas as nossas refeições eram alegres e cheias de conversas. Agora, estavamos nós três sozinhas, comendo sandubas no chão da Sala Precisa. É, a vida dá voltas. Olho para minhas irmãs e vejo que elas estão tendo os mesmos pensamentos. As duas nunca vão admitir, mas estavam tão assustadas quanto eu. Porém, uma de nós tinha que ser a forte, e esse papel ficou para mim por ser a mais velha. Eu era a responsável por elas quando nossos pais não estavam, então, qualquer coisa que acontecesse, seria a mim que elas recorreriam. Sendo eu a mais calma e responsável [ Luiza: Eu sou responsável! Eu: E a parte da calma?] acho que dou conta, não podia ser tão difícil assim voltar pra casa.

— Giulia, o que nós vamos fazer agora? – Sofia me perguntou com uma cara de preocupação.

— Agora bolamos um plano, pelo menos para hoje a noite – Luiza falou e eu sorri. Talvez não aguentasse tudo tão sozinha. Afinal, uma gêmea mais nova que você é para isso.

— Temos que desvendar o que Dumbledore nos deu, para que serve – digo, fazendo o clima tenso se dissipar de vez.

— Bem, eu tenho a comida. Nada é melhor que isso! – Sofia afirmou, fazendo eu e Luiza rirmos. Ela estava certa.

— Eu tenho esse pergaminho besta – Luiza pegou e desdobrou seu pergaminho, e nós três nos colocamos a observá-lo.

“Hogwarts (tempo de Umbridge)

Profecia Ministério da Magia”

— Pensem, Hermione disse que as viagens são cíclicas – falei.

— E que para sairmos daqui provavelmente precisamos de um objeto – Luiza completou.

— Tão inteligentes e tão tapadas ao mesmo tempo – Sofia falou e nós olhamos para ela com cara de confusão. – Ainda não viram? ‘Tá tão obvio. Gente, ‘tá na cara de vocês!

— Você ta falando que o objeto é a profecia? – perguntei, finalmente pegando seu raciocínio.

— Então esses circulos e esse pergaminho seriam – Luiza começou, mas foi interrompida por uma Sofia empolgada.

— Um mapa! Um mapa de todas as dimensões que iremos, ele deve mostrar qual objeto é e onde e quando estamos.

— São tantos círculos! – Luiza reclamou, preguiçosa.

[ Sofia: Agora é a hora que vocês reconhcem a minha genialidade e me parabenizam falando como não viveriam sem mim. Luiza: Sofi, isso não rolou não. ]

— Gente, que horas são? Quanto tempo se passou? – perguntei, exasperada. Um relógio surgiu na parede de imediato, marcando meia noite e meia.

— McGonagall já foi estuporada – Luiza completou meus pensamentos.

— E daí? – Sofia perguntou inocentemente.

— E daí que estamos sozinhas – Luiza falou e um ar triste tomou conta da sala.

— E daí também que está tarde. Vamos, vocês duas, já pra cama – falei levantando e animando as duas.

— Falou igualzinho à mamãe – Sofia resmungou.

Tinha muitas camas na sala, mas mesmo assim dormimos nós três juntas na maior cama do cômodo. Assim que nos acomodamos, as luzes da sala se apagaram e logo estavamos todas dormindo.

***

Acordei antes de minhas irmãs e fiquei a pensar na cama. Tentei lembrar o que aconteceria e como poderíamos ir para o Ministério da Magia. A verdade é que o que mais me encafufava era não saber para que serve meu pó. A Sofia tinha a comida, Luiza o mapa, mas e eu? [Sofia: tinha a maconha! Luiza: Sofis, maconha se fuma, é a cocaína que é em pó. Sofia: Detalhes. Eu: E lá se vai o pouco respeito que eu tinha, mas quando nós descobrimos pra que era também, nos li... Luiza e Sofia: SEM SPOILER]. Levantamos quando deu meio-dia. Almoçamos na sala precisa mesmo e começamos a planejar nosso próximo passo.

— Agora os quintanistas devem estar começando a última prova. Daqui a pouco vai acontecer o pesadelo do Harry – Luiza falou, e eu completei seu raciocínio:

— Harry, Hermione, Rony, Neville, Gina e Luna vão fazer o plano louco deles de falar com Sirius. Vão falhar e Umbridge os levará para a Floresta Negra.

— Não a todos, só Harry e Hermione. Vai rolar a treta dos centauros e eles se encontrarão na orla para pegar os Testrálios e ir para o ministério – Luiza retomou a palavra.

— Não entendi bulhufas – Sofia murmurou, confusa, e nós a ignoramos.

— Eu acho que é nessa hora que devemos nos juntar ao grupo. Com certeza nossas “eus” dessa dimensão não vão se meter nessa confusão e assim evitaríamos contato com a Umbridge – concluo e todas concordam.

A treta dos Testrálios só ocorreria no final da tarde. Tínhamos que ficar mais quatro horas dentro daquela sala. Mesmo sendo uma sala mágica que obedece à sua imaginação, Sofia logo se entediou. [Sofia: Claro! Imaginar dá muito trabalho, eu estava com preguiça. Eu: Só você mesmo Sofia.]

— Ai que tédio! – A caçula deslizou do sofá para o chão totalmente mole.

— Não exagera, Sofia, passaram tipo dez minutos desde a nossa conversa – falei e ela fez careta para mim.

— Sabe o que podíamos fazer? – Luiza falou, empolgando de repente e nem esperando resposta. – Testar se temos poderes de verdade nessa dimensão! – empolguei também e levantei da cama onde estava.

— Mas nós temos poderes, já mostramos eles até – Sofia falou e nós reviramos os olhos.

— Não esses, Sofi, poderes de bruxos. Com as varinhas. Lembra que Hermione disse que incorporamos as nossas “eus” daqui sem perdermos a nós mesmas?

— Então, teoricamente, deveríamos possuir seus poderes – completei Luiza e a pequena finalmente entendeu. [ Sofia: Vocês tão fazendo bullying comigo! ]

Ficamos nós três no meio da sala que se esvaziou ficando apenas móveis nos cantos. Imaginei uma mesa cheia de objetos e logo ela apareceu na nossa frente. Treinamos o feitiço de levitação primeiro e, ao constatar que realmente funcionava, ficamos muito felizes. Eu me sentia A Bruxa fazendo as penas e os livros levitarem. [ Sofia: Só se for a bruxa do 71. Eu: Cala a boca Sofia! Luiza: Credo, que piada velha. ] Depois passamos a treinar feitiços mais sérios e que talvez pudéssemos usar essa noite como o experliarmus e principalmente o Estupefaça.

— Foi divertido, confesso – Sofia falou ao se jogar em uma das camas que havia reaparecido. – Mas agora eu quero é um banho! – automaticamente, um banheiro surgiu em um dos cantos da sala. – Cara, como eu amo esse lugar!

Tomamos banho, lanchamos e faltando mais ou menos meia hora para irmos para os Testrálios estávamos prontas. Nesse meio tempo na sala arrumamos mochilas e as enfeitiçamos com o feitiço extensivo. Já tínhamos noção da jornada que teríamos que enfrentar, então abusamos da sala precisa e fizemos algumas “comprinhas”. Roupas, lanternas barraca, absorventes, tentamos lembrar de tudo. Até mesmo o livro da Luiza 2, como diz a Sofia, nós pegamos.

— Ok, estamos oficialmente prontas para ir. Melhor descermos e esperarmos lá em baixo – falei e elas assentiram.

— Harry vai estar bem nervoso, então, Sofia, sem piadinhas – Luiza falou, lançando uma indireta bem direta para nossa irmã.

— Não prometo nada – Sofia respondeu com um sorrisinho.

— Bem, já te falamos mais ou menos o que vai acontecer. Vai ser perigoso e vai ter morte. Melhor não brincar com isso – falei e saímos da sala.

Andamos sorrateiramente pelo castelo tentando evitar ao máximo sermos vistas. Conseguimos esse feito e descemos para a orla da floresta. Escondemos-nos na tentativa de não interferir na briga que estava por vir. Tínhamos decidido aparecer somente na hora que os testrálios aparecessem e assim fizemos. Luna nos deu a nossa deixa.

— Mas eles voam, e Hagrid disse que são muito bons para encontrar os lugares que seus cavaleiros estão procurando.

— É mesmo – Harry disse e nos saímos de nosso esconderijo.

No início eu não tinha certeza se íamos conseguir ver os bichos ou não. Infelizmente, conseguíamos. Dois cavalos esqueléticos lindos, porém macabros, saíram das sombras. Eram bem grandes e dava para ver seus ossos. Harry foi acariciá-los, pena que no futuro todos iriam ve-lôs.

— Que bicho feio – Sofia não conseguiu conter a língua e finalmente todos notaram nossa presença.

— O que vocês estão fazendo aqui? – Hermione perguntou exasperada.

— Descobrimos como podemos voltar para casa, podem continuar normalmente. Finjam que não estamos aqui – Luiza responde secamente. A verdade é que não estávamos com muita paciência nem muito animadas com o que estava por vir.

— Mas de jeito nenhum! – Harry exclama. – Só temos dois cavalos aqui e vocês não vão.

— Bem, precisamos de três – Hermione diz ignorando a treta.

— Quatro, Hermione – Gina corrigiu.

— Acho que, na realidade, somos nove – Luna fala e eu me desligo um pouco da conversa porque um medo súbito me abate. Sabíamos que seis Testrálios apareceriam, mas nove?

— Ok, ótimo, a escolha é sua – Harry falou, impaciente, e eu sabia que sua cicatriz doía. – Mas a não ser que encontremos mais Testrálios vocês não poderão —

— Ah vão aparecer mais, vocês dois estão fedendo a sangue – Gina diz, e um dos cavalos lambe as roupas de Harry, como que para confirmar.

Em torno de seis, sete cavalos negros se aproximam do nosso grupo e eu dou graças a Dumbledore por ter cavalos suficientes. Harry se dá por vencido e todos começamos a montá-los. Quem via ajudava quem não via.

— Vocês três não vão mesmo! – Harry afirma assim que nos vê montando. – Nem da Armada de Dumbledore eram.

— Não éramos? Que horror! – falei, sem pensar, o que deixou os três que não sabem da nossa história desorientados.

— Mas por que as Darling querem tanto vir com a gente? E eu não tinha visto vocês lá dentro agora há pouco? – Neville falou todo confuso.

— Olha, não temos tempo para explicar – Harry o corta. – Vocês não sabem se defender. Vão ficar.

— Quer saber? – Luiza perguntou, ácida, e eu já me preparei para sua explosão. – Vá à merda, Harry Potter! [ Sofia: Adorei a cara deles quando você disse isso. ] Nós sabemos mais do que vocês, sabemos de cor e salteado o que vai acontecer. Quem não sabe se defender aqui é você que tá fazendo merda e não sabe!

Nossa sorte é que a última parte ela falou em português e ninguém entendeu. Todos se calaram e se prepararam para voar. Confesso que de vez em quando as explosões da Luiza até que colocavam moral. [ Luiza: Óbvio né, com vocês como irmãs alguém tem que saber pôr moral. ]

Harry sussurrou para seu cavalo onde estávamos indo e logo todos levantaram voo. O ar gelado cortou a minha cara e um arrepio me subiu pela espinha. As cidades passavam rapidamente debaixo de mim e o sol já estava se pondo. Agarrei o cavalo com mais força, a velocidade na qual ele ia era surpreendente, eu só podia rezar para que nenhuma das minhas irmãs caísse. Tentei ver aonde elas estavam, mas não consegui. A sensação de estar voando em um animal era bem estranha, voar nunca foi o meu lance. [ Sofia: Sempre foi a minha coisa especial. Luiza: Ainda bem que você colocou o verbo no passado. Eu: E a parte do sem spoilers? ]

Quando o céu já estava escuro, o cavalo deu um tranco e começou a descer. Eu sabia que não ia me estatelar no chão e sim que o cavalo pousaria delicadamente, porém no momento eu não consegui me lembrar disso e achei que era o fim. [ Luiza: Você gritou muito, achei que estava caindo do cavalo. Sofia: Como se você tivesse gritado menos. ] Meu Testrálio pousou junto com o das minhas irmãs quando Harry já estava indo de encontro a cabine telefônica.

— Andem logo – Harry apresou a gente e logo estávamos lá: nove pessoas dentro de uma única cabine.

Harry começou a falar com a voz da cabine, mas eu não consegui prestar atenção. Estávamos tão apertados que eu estava com dificuldade de respirar. Foi nessa hora que eu olhei para a Sofia e vi que ela estava se segurando para não ter uma crise de asma. Olhei para Luiza e nós começamos uma discussão silenciosa sobre o que fazer. [ Sofia: Eu estava bem, só queria saber quem estava com a mão na minha bunda. Eu: Eu acho que era o Neville. Sofia: Credo.] Nessa hora Luna passou para mim um crachá escrito Giulia Darling, Missão de salvamento e a cabine começou a descer.

Ao abrir a porta todos saíram da cabine aos tropeços e eu vi Sofia buscando por ar. O saguão estava vazio e bem silencioso. Olhei tudo ao meu redor, a famosa fonte no meio do salão era um pouco diferente da do filme. Seguimos Harry e corremos até a outra extremidade do local, como eu já sabia não havia nenhum tipo de segurança na área. Todos entraram em um dos elevadores e Harry apertou o botão nove.

— Ok, ouçam – disse Harry assim que todos saíram do elevador e estávamos na frente da porta dos sonhos dele. – Talvez... talvez umas duas pessoas deveriam ficar aqui para... para vigiar e...

— E como é que vamos avisar se tem alguma coisa vindo? – Gina perguntou enquanto Luiza revirava os olhos. – Você poderia estar a quilômetros de distância.

— Vamos com você, Harry – Neville disse.

— Vamos logo – Rony falou e Harry desistiu de tentar fazer a gente desistir.

Atravessamos a porta e entramos em uma sala preta com luzes azuis nas paredes. Devia ter umas doze portas. Eu não me lembrava do que acontecia direito, mas assim que Harry pediu para alguém fechar a porta ouvi Luiza falar um não bem alto. As portas começaram a girar e girar até que, depois de 5 segundos, pararam.

— Que foi isso? – Rony perguntou, trêmulo.

— Acho que foi para nos impedir de saber por que porta entramos – Gina falou.

— É impressão minha ou a sala ainda não parou de girar? – Luiza falou se apoiando em mim, ela parecia a mais afetada pela mudança das portas.

[ Luiza: Labirintite, pressão baixa e coisas rodando não combinam muito. Sofia: Eu achei que você ia vomitar. Luiza: Não exagera, Sofi. ]

Os cinco personagens do livro estavam tendo o diálogo deles enquanto eu ajudava Luiza a se recompor. É assustador o jeito que eles falam igualzinho ao livro se a gente não se intrometer na conversa. Harry falou que no sonho entrava na porta na frente da qual nós entramos e eles abriram a porta com os cérebros dentro.

— Que bizarro – Sofia falou do meu lado. – Por que eu nunca li esse livro mesmo?

— Pura chatice sua, pra variar – Luiza respondeu. – Ai, caralho, a gente vai girar de novo.

Dito e feito. Assim que Hermione marcou a porta com o X vermelho a sala recomeçou a girar e dessa vez Luiza se agachou e agarrou o chão. Eu e Sofia nos ajoelhamos ao lado dela.

— Ei, relaxa. A gente não está girando, o que gira são as paredes – eu falo, tentando fazer minha gêmea se acalmar.

— Quantas vezes eles erram as portas? – ela me perguntou e nós começamos um diálogo em português.

Umas três, eu acho – falei, vendo pelo canto do olho Harry abrir a segunda porta.

Essa é a porta que da naquele anfiteatro estranho com o arco hipnotizante no meio – Luiza me olhou, preocupada.

É onde o Sirius vai morrer – completei seu raciocínio.

— Uh, que pedra legal aquela ali no meio – Sofia falou já entrando na sala. [ Luiza: É claro que a Sofia ia dar uma bola fora dessas. Sofia: Ei! ]

— Sai de perto disso, Sofia – eu disse, puxando a caçula para longe daquela sala. – Isso aí é perigoso.

— E o que é? – ela me perguntou.

— Não sei, só sei que é perigoso.

Nesse momento, todos saíram de dentro do anfiteatro e Hermione marcou a porta com um X. A sala girou de novo, e dessa vez Luiza sentou no chão e tapou os olhos. Harry tentou abrir mais uma porta ao acaso, mas essa não abriu nem com o Alohomora nem com o canivete do Sirius.

— Vocês estão bem? – Neville perguntou, chegando perto da gente.

— Estamos. Talvez um pouco tontas por causa desses giros, mas vamos ficar bem – respondo. – Só mais um giro. Aguenta aí.

— É essa! – Harry exclamou logo após mais um giro. Ajudei Luiza a levantar. – Por aqui.

Entramos em uma sala de tamanho médio com várias escrivaninhas e relógios em cima. No canto havia um fluxo de luz onde um ovo flutuava. Quando ele subia, ia se transformando em um belo beija-flor e depois voltava a ser ovo, criando assim uma cadeia infinita.

— Não parem! – Harry disse com rispidez.

— Credo, que mau-humor – Sofia disse, e eu e Luiza olhamos para ela com cara feia.

[ Sofia: Só porque você está de mau humor não precisa demonstrar isso para o resto do mundo. É o que mamãe dizia. Luiza: Dizia nada que ela tá viva até onde sabemos, sai de mim, tribufu. ]

— É essa – Harry disse e todos se prepararam para a luta. – É por aqui.

A sala adquiriu um ar sério e até mesmo Sofia parou de fazer suas piadinhas. Adentramos o cômodo e um ar frio tomou conta de nós. As diversas prateleiras com profecias emanavam uma luz azul prateada que aumentava a sensação de frio. Harry começou a andar até a prateleira 97, mas nós tínhamos que achar nossa própria profecia no meio daquela bagunça toda.

— Como nós vamos saber qual é a nossa? – Luiza perguntou e eu comecei a fazer umas contas loucas na cabeça.

— Não sei, mas é melhor acharmos antes do Harry pegar a dele – respondi.

— Não tem como a nossa ser a mesma que a dele, né? – Sofia perguntou desconfiada.

— Não, a dele vai quebrar daqui a pouco. Eu acho que é algo relacionado a nós mesmo. O problema é saber em qual prateleira está – respondi, tentando pensar em algo.

— Talvez a data dos nossos aniversários? – Luiza sugeriu.

— OK, cada uma vai para a fileira da data do seu aniversário e procure algo com o nosso nome – digo e me encaminho para a fileira vinte.

Vasculho todas as bolas de cristal, mas não acho nada relacionado a nós. Encontro minhas irmãs e elas falam a mesma coisa. Somamos as datas dos nossos aniversários e partimos até a prateleira cinquenta, porém não achamos nada.

— Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarzinho, e me entregue isso – escutei a voz de Malfoy falar algumas fileiras à frente

— Cacete, ele pegou a profecia. Temos que pensar mais rápido! – Luiza falou em um tom de urgência.

— As nossas idades somadas da 40. E nós ganhamos os poderes no dia do meu aniversário... talvez? – Sofia falou.

— Não custa nada tentar – digo com o desespero crescendo dentro de mim.

Andamos sorrateiramente até a fileira certa tentando ao máximo não chamar a atenção do grupo de comensais da morte. Bem no início, uma bola cintilante da fileira quarenta exibia o nosso nome.

S.P.T. para A.P.W.B.D.

Irmãs Darling (?) não-bruxas

— Somos nós – Sofia falou. – Será que é só tirar e tocar e nós já podemos ir para casa?

— Acho que sim – digo, tirando a bola da prateleira. – É quente, meio estranho. Prontas? – pergunto, e as duas assentem. – No três vocês duas pegam também. Um, dois...

— AGORA! – Harry gritou lá na frente e várias prateleiras começaram a quebrar, tínhamos demorado demais. O caos se instalou na sala.

Mais de cem vozes fantasmagóricas começaram a falar diversas profecias e jorravam feitiços para todos os lados, quase nos acertando. Os Comensais da Morte corriam de um lado para o outro e um deles nos avistou e começou a disparar. Comecei a correr com minhas irmãs logo atrás de mim, meu objetivo era chegar até a porta por onde entramos, ficar a salvo com Harry e ir embora dali. Não podíamos ter entrado no universo de Harry Potter em pior momento. Luna, Gina e Rony passaram correndo na nossa frente. Eu vi Harry logo atrás e o segui. Passei pela porta do escritório e Hermione a selou. Estávamos de novo no escritório dos relógios.

— Onde... onde estão os outros? – Harry perguntou, recuperando o fôlego.

Nesse momento eu reparei que as minhas irmãs não tinham entrado comigo na sala. Um pânico me abateu e várias ideias e imagens começaram a passar pela minha mente. A preocupação subiu a garganta e eu só podia rezar para que elas estivessem com Luna e os outros. [ Luiza: Que gracinha a sua preocupação. Eu: Que corta clima, me interromperam na parte mais tensa. Sofia: É agora que você se descabela e declara seu amor por nós. Eu: Não exagera, Sofi. Olha que eu posso pular direto para a parte que a gente se encontra. Sofia: Tá, pode continuar. ]

— Eles devem ter tomado o caminho errado – Hermione disse, horrorizada.

— Escutem – Neville disse e todos foram escutar pela porta.

Eu parei de prestar atenção nessa hora e me concentrei em lembrar o que acontece. Tirei a mochila das costas e coloquei a nossa profecia nela. Se ela quebrasse, tudo tinha acabado para nós. Recoloquei a mochila e tentei me acalmar.

— Ei, a gente vai conseguir encontrar suas irmãs, elas estão bem. Devem estar com os outros – Neville fala para mim, tentando me tranquilizar e eu agradeço.

Corremos o mais silenciosamente pela sala para chegar a porta do outro lado, mas somos interrompidos pelo estrondo de alguém tentando abrir a porta. Quando a porta se escancarou eu, Harry, Neville e Hermione mergulhamos para debaixo das escrivaninhas.

— Eles podem ter corrido direto para o outro corredor – uma voz disse.

— Veja embaixo das escrivaninhas – outra voz ordenou e eu vi os pés de um comensal que começava a se abaixar.

Harry colocou a varinha para fora e gritou “ESTUPEFAÇA”. O primeiro comensal caiu no chão imóvel, mas o segundo conseguiu desviar. O Comensal que sobrou tentou lançar um feitiço na Hermione, mas Harry se jogou aos seus pés e o fez cair. Na pressa de tentar ajudar, eu e Neville nos enrolamos e o menino lançou um “EXPELLIARMUS” na direção dos dois, fazendo tanto a varinha do Harry quanto a do Comensal voarem para perto da porta da sala das profecias. Os dois entraram em uma corrida para ver quem chegava primeiro e eu corria atrás tentando ajudar.

Neville tentou ajudar Harry e corrigir seu erro lançando um “ESTUPEFAÇA” na direção dos dois, mas ele acertou um armário de vidro atrás dele que caiu e se espatifou no chão e voltou a se recompor e espatifou de novo... O comensal alcançou sua varinha antes do Harry e já ia estuporá-lo.

— ESTUPEFAÇA – eu gritei e, por incrível que pareça, acertei o comensal que caiu para trás em cima do armário de vidro.

Accio Varinha – Hermione gritou e a varinha do Harry voou até sua mão.

— Obrigado, as duas – ele respondeu. – Agora vamos dar o fora daqui.

— Cuidado! – disse Neville olhando para a cabeça do comensal da morte.

Só agora eu tinha percebido que a cabeça do comensal estava diminuindo e virando a de um bebê, dentro de um pote de vidro. Ela crescia e diminuía em um ciclo infinito. Eu me lembrei de ler algo assim e também soube que ele era inofensivo.

— Vamos logo, podemos ignorar ele – eu disse, sem paciência.

Corremos e atravessamos a porta para o salão das doze portas giratórias. Assim que atravessamos e Hermione trancou a porta, as paredes começaram a girar.

— OK, vocês tem que sair daqui e pedir ajuda – Harry disse se virando para nós.

— Claro que não, Harry. Temos que achar os outros – Hermione disse e eu me lembrei de algo bem sério.

— Giulia, por que você está soltando fogo pelas mãos? – Neville me perguntou com uma cara assustada, atraindo a atenção de todos para mim.

— Ai meu Deus, acontece quando eu estou nervosa – digo apagando as chamas. – Mas vocês não podem ir a lugar nenhum! Os outros logo aparecerão aqui.

— Por quê? Como você sabe? E como lança fogo? – Neville falou, ficando mais confuso.

— O que você fez? – Hermione me olhou séria, já entendendo o que estava acontecendo.

— Era para vocês terem demorado mais lá, Harry ouviria um barulho atrairia comensais e esses os encurralariam em um canto.

— O quê? – Neville falou e mais uma vez foi ignorado.

— Era para você estar inconsciente – completo, apontando para Hermione – e você com o nariz e a varinha quebrados – digo, apontando para Neville.

— Caramba, você adiantou os acontecimentos – Hermione disse e eu assenti. – Era para eu estar fora da luta.

 Antes que eles pudessem pensar nas consequência da minha burrice uma porta à nossa direita se escancarou e cinco pessoas despencaram por ela. Nem prestei atenção no que os cinco amigos estavam falando e corri direto em encontro das minhas irmãs.

— Vocês estão bem? – Perguntei com urgência.

— Estamos, estamos sim. Os poderes da Sofia nos ajudaram muito – Luiza falou.

— É, flutuar por uma sala com poderes de ar é bem mais fácil.

— O que a Hermione está fazendo acordada? – Luiza pergunta e me olha seriamente.

— Foi sem querer, eu queria achar vocês mais depressa.Eu não tinha certeza se estavam com Luna e os outros – comecei a tentar me explicar quando uma das portas se abriu e comensais da morte começaram a jogar feitiços para todos os lados.

Seguimos Harry e entramos na sala dos cérebros. A primeira porta errada que tínhamos entrado no que pareciam séculos atrás. Os cérebros em conserva nos líquidos verdes davam a sala um ar enjoativo horrível. Hermione trancou a porta e Luna, Neville e Harry começaram a tentar trancar todas as diversas portas do cômodo.

A porta que Luna não conseguiu alcançar a tempo se escancarou e a menina foi jogada na outra extremidade da sala. Vários comensais adentram o local e tudo virou uma bagunça. Aproveitei o momento e estupororei Hermione, na esperança de tudo correr como deveria ter corrido antes. Avistei Harry e pensei rápido no que ia acontecer, seria melhor segui-lo ou ficar aqui?

— Sério, Harry, são cérebros... olhe... accio cérebro— escutei Rony gritar e parece que todos na sala pararam para ver o que acontecia.

Um cérebro voou do tanque verde e atingiu Rony em cheio. Os tentáculos se enrolavam e sufocavam o menino. Harry na intenção de afastar os comensais da morte de nós entrou na porta por onde eles vieram, indo para a sala da arquibancada de pedra com o arco no meio. A sala onde Sirius morreria. A ideia dele funcionou e logo todos os comensais já estavam atrás do Harry nos deixando em paz.

— Vá ajudar Harry, nós cuidamos do Rony – Luiza gritou e Neville atravessou a porta para o anfiteatro.

— Legal, e como vamos ajudar ele? – Sofia perguntou e eu não sabia o que responder.

— Bota fogo logo nesse cérebro – eu percebi que era comigo que Luiza estava falando e logo entrei em ação.

Sofia e Luiza tentaram fazer Rony ficar quieto enquanto eu acendi uma pequena tocha na minha mão e comecei a queimar o cérebro. Assim que sentiu o fogo a coisa nojenta largou Rony e correu para um canto da sala. Sentei no chão exausta dos últimos acontecimentos. Rony se contorcia no chão e ria descontroladamente.

— Mas o quê? – Gina perguntou toda confusa no outro canto da sala e tenta se arrastar com o tornozelo quebrado na nossa direção.

— Longa história, pouco tempo – Luiza cortou a menina. – Você está com a profecia?

— Sim – respondi, tirando a bola cintilante da mochila e sentindo um alívio ao constatar que ela não tinha quebrado.

— Então vamos sair lo– Sofia foi interrompida por uma avalanche de gritos que começou na sala ao lado que até o momento estava relativamente silenciosa.

— Lupin, Sirius, Moody, Tonks e Quim, eles devem ter chegado – Luiza falou e se levantou de onde estávamos.

— E daí? Você já sabia que isso ia acontecer – Sofia disse também se levantando. – Vamos embora, já deve ter dado a nossa hora.

— Eu concordo com a Sofia, não tem nada que podemos fazer – eu disse, já prevendo os pensamentos da minha irmã.

— Será mesmo que não tem nada que nós possamos fazer? E se nós fomos colocadas aqui para mudar as coisas? E se nós pudermos impedir? – Luiza falou, agitada. Eu sabia que Sirius era um dos personagens favoritos dela, e ver tudo de perto é bem diferente de ler em um livro.

— Lu, você ouviu o que a Hermione disse, se nós mudarmos algo podemos piorar as coisas – falei, me levantando o mais calmamente possível.

— E como é que ela pode saber? Ninguém sabe! Nem nós mesmas sabemos o que tá acontecendo. Nós podemos tocar nessa profecia e nada acontecer!

— É, mas mesmo se ficarmos presas aqui não podemos mudar o futuro! Não era para a gente existir.

— Mas isso aqui não é um livro! Não é algo que estamos lendo ou assistindo na TV! É real, uma morte real está prestes a acontecer. Ele é uma pessoas e nós podemos salvá-lo! – Luiza se descontrolou e gritou comigo.

— E como você sabe que podemos salvá-lo? Que só não vamos atrapalhar mais e causar a morte de outra pessoa? Eu sei que é difícil, pra mim também é. Mas precisamos ser um pouco racionais e menos emotivas – eu disse também gritando.

— Pode ser racional então, mas a culpada pela morte dele agora é você. Só você, que preferiu não fazer nada!

Um silêncio perturbador se instalou na sala. Eu e Luiza nunca tínhamos brigado sério na nossa vida inteira. Gina estava no chão imóvel sem entender nem uma vírgula da nossa discursão e Sofia estava no canto segurando a profecia. Nesse ponto, nós três estávamos chorando. Uma pessoa entrou correndo pela porta e eu reparei que era Belatrix, logo em seguida Harry entrou e foi atrás dela.

Não tinha mais jeito. Sirius já tinha sido morto.

Eu andei até a Luiza e a abracei, sei que tudo o que ela falou foi por causa do estresse da situação, tinha me magoado, mas não tínhamos tempo para resolver aquilo agora. Ela soluçava bastante e eu a acompanhava silenciosamente. Pelo canto do olho, eu vi Lupin e Dumbledore entrarem na sala e virem na nossa direção.

— Darling, o que vocês fazem aqui? – Lupin perguntou com a cara cansada e triste, afinal, ele também tinha acabado de perder um amigo.

— Nós... eu não sei. Sinceramente, não faço ideia. – digo, também cansada dessa história toda, e afasto Luiza um pouco para ela poder secar as lágrimas e se recompor.

— Então vocês são as Darling que eu aguardo há tanto tempo – Dumbledore falou e eu assenti. – Lamento que tenham chegado em tão má hora. Queria poder ter lhes acompanhado de perto.

— Também lamentamos – digo. – O senhor precisa ir, Harry vai precisar da sua ajuda daqui a pouco.

— Eu sei. É um prazer conhecer vocês, meninas, e boa sorte na sua jornada. Algo me diz que vão precisar – Ele disse, pensativo, então, virando-se para Lupin, completou: – Ajude-as a ativar a chave do portal.

— Obrigada – agradeço e o Professor sai da sala indo atrás de Harry.

Sonhei a vida inteira em conhecer aqueles personagens, principalmente Dumbledore e quando o conheço eu mesmo o dispenso. A minha vontade era conversar horas com o Professor, afinal, eu nunca mais teria outra oportunidade. Porém eu estava tão esgotada física e emocionalmente que só queria ir para casa.

— Bem, se for uma chave de portal é só tocar nela e se for a hora certa ele as levará – Lupin disse, todo confuso

— Venham – eu chamei minhas irmãs e elas nós fizemos um pequeno círculo.

Sofia levantou a profecia e eu e Luiza tocamos nela. Na hora eu senti algo me puxando e o mesmo buraco que nos trouxe para cá apareceu e nos puxou. Eu vi a cara de espanto de Lupin assim que fomos levadas e o vórtex se fechou, nos levando direto para a nossa próxima dimensão.

[ Sofia: Estou de volta, para a alegria geral. Peraí, vocês ainda estão chorando? Giulia e Luiza: Não... talvez. Sofia: Vamos alegrar essa história. ]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso. O próximo capítulo é o da Sofia e está quase pronto, então não vai demorar tanto assim. Desculpa mais uma vez. Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Irmãs Darling – Across Dimensions" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.