[Eu: Finalmente o microfone é meu! Agora essa joça vai ficar boa! Giulia e Luiza: Para de se achar e começa logo a história! Eu: Tá bom...]

Enquanto minhas irmãs faziam o chato e entediante teste para serem líderes de torcida, eu estava lá no campo de futebol fazendo o teste para ser da equipe feminina.[Giulia: Chato? Luiza: Entediante? Eu: Foi o que eu disse, não prestaram atenção na história??]. Eu já havia passado na pré-seleção, o que havia sido difícil, já que, havia pessoas de 13 a 15 anos lá, e eu era a única de 12 anos! Mas mesmo assim, arrasei nos testes e passei. Agora eram os testes finais, onde o técnico iria decidir as 11 jogadoras que iriam ficar no banco e as 11 titulares, além dos três goleiros.

Bom, o técnico nos dividiu em 2 times para avaliar nosso nível. E é obvio, que meu time ganhou. Eu não queria me gabar mas, ganhamos de 7 a 1! [Luiza: Sofia, para de se gabar por- Eu: O que a Giu disse sobre não falar esse tipo de coisa logo no começo, hein?! Luiza: Volta pra história logo, vai...]. O técnico saiu com seu caderno de anotações para decidir os jogadores titulares, o restante seriam do banco.

Eu estava pacificamente indo pegar um copo de água, mesmo não suando muito graças aos meus poderes de ar, o esporte ainda me cansa, sabe? Enfim, eu ia pegar a água quando alguém me deu um forte raspão, fazendo minha água cair no chão. Cara, fiquei puta e rapidamente me virei para ver quem era. [Luiza: E a parte de não usar palavrão, hein?! Eu: Psiu, me deixa!] Vi as gêmeas Ana Julia e Juliana, de 15 anos, minhas arqui-inimigas mortais. Cara, eu odiava aquelas duas!

–Ai, desculpa!-disse Juliana com voz de falsiane.

–Sua água caiu, foi? Que peninha!-disse Ana Julia, ainda mais falsa.

Eu estava de punho fechado, me segurando para não dar um soco na cara dela. E visto que eu tenho poderes de ar, ela provavelmente voaria uns mil quilômetros e quebraria alguns ossos (se Deus quiser).

–Bom-Juliana começou-, eu passei aqui só para dizer que pretendo ganhar a camisa número 10 esse ano!

Ah, desculpa, eu não expliquei isso ainda: a camisa número 1 é a da goleira titular, a número 2, da capitã do time e a número 10 é dada à melhor jogadora, segundo o técnico. Eu queria muiiiiito ganhar a número 10, mas a Juliana é a favoritinha. Blergh… Cara, eu odeio ela. Ela é muito chata. Que ódio. Eu já disse que odeio ela?![Giulia e Luiza: Já! Agora continua, caramba! Eu: Tá bom, calma].

–É o que veremos...- eu finalmente disse algo

–Humph...-ela disse jogando o cabelo na minha cara e saiu rebolando.

Eu finalmente relaxei as mãos, justamente na hora em que vi minha irmã Luiza vindo a meu encontro.

–E aí, Sofi, como foi o teste? Passou?-ela disse

–Os resultados vão sair daqui a pouco. E o de vocês? Ué, cadê a Giulia?- eu respondi freneticamente.

–Calma mulher, uma pergunta de cada vez. Fala mais devagar. Os nossos resultados só saem amanhã e a Giulia tá lá se pegando com um boy.

–Ah tenho certeza que vocês vão passar...Que boy?!

–O do japonês...

–Ah tá, aquele boy. O que você até abriria as...

–SOFIA!-disse ela com raiva

–Sabe uma coisa legal sobre você e a Giu?

–Não!- ela me respondeu grossamente, ainda com raiva.

–É que você tem poder de água e a Giu de fogo, e mesmo assim, você é a mais esquentadinha!

–Putz, Sofi, essa foi péssima!

–Atenção meninas, os resultados estão prontos!- anunciou o técnico.

–Chispa, vai lá ver seu resultado vai!

–Tá bom. Beijos!

Saí correndo ate onde o técnico estava com os resultados. Ele começou:

–A camisa número 1 vai para Ana Júlia!

Todo o mundo aplaudiu. Ai que raiva. Logo ele falou todas as outras camisas, com exceção da 2 e da 10. No final, as melhores ali presente já haviam sido selecionadas com exceção de mim e da Juliana. O que significava que, ou eu era a capitã ou a melhor jogadora, ou eu iria para o banco. O técnico então resolveu acabar com o meu suspense:

–E agora, o anúncio que todas esperavam, as camisas número 2 e 10. Bom, a número dois vai para... Juliana!

Eu já imaginava que isso aconteceria. Ela vestiu a camisa e ficou esfregando na cara de todo o mundo que agora ela era a capitã. Mas, voltando ao que importa, ele pegou a camisa número 10 e disse:

–E essa camisa vai para...

Ele fez uma leve e tensa pausa e continuou:

–Sofia Darling!

Eu não podia acreditar, eu consegui! Saí correndo e peguei a camisa e na saída, fiz questão de cantar exibindo-a para Juliana:

–Eu sou a diva que você quer copiar!

[Giulia: Uma criança feliz]. Corri com a camisa, agora vestida, e fui em direção a Luiza. Primeiramente ela me parabenizou, e em seguida, me disse como eu era incrível, e uma boa jogadora! [Luiza: Sofi, desilude miga, eu nunca te falaria isso sem depois te dizer “’e iludida também!” Eu: Deixa eu ser feliz!]. A Lu em seguida me disse que a mamãe já estava do lado de fora esperando a gente. Então nós subimos as arquibancadas para avisar a Giulia que era para ela parar de pegação e ir com a gente até o carro pra que nossa mãe nos levasse para casa, onde eu finalmente poderia me jogar no sofá e ver Netflix! Chegando lá em cima, eu esperava ver a Giulia conversando alegremente com alguém. Em vez disso, ela estava sozinha e com uma cara de preocupada:

–Giu, o que aconteceu?

Ela me olhou e no momento em que ia responde a minha pergunta nossa mãe chegou e perguntou:

–Que demora é essa? Estou há 15 minutos esperando no carro! Vamos!-ela disse com cara de raiva e apontou o dedo para o estacionamento onde o carro estava. Nós três obedecemos sem queixar e fomos rapidamente em direção ao carro. Eu e minhas irmãs discordávamos em várias coisas, mas em algo estávamos todas de acordo: NUNCA deixar a mãe com raiva!

Entramos no carro e um silêncio profundo tomou conta do local. Eu, para quebrar o silêncio, falei pra Luiza, que estava no banco da frente, ligar o rádio. E ela, como a ótima escrava que é, obedeceu![Luiza: Sofia! Vai se catar! Eu: Quieta! A história ;e minha e eu conto como quiser!] No rádio, começou a tocar “Fight Song” e quando chegou no refrão, nós três fizemos um coro e cantamos alto até demais:

“This is my fight song

Take back my life song

Prove I’m alright song

My power is turned on

Starting right now I’ll be strong

I’ll play my fight song

And I don’t really care

If nobody else believes

'Cause I've still got a lot of fight left in me”

Mamãe ficou um pouco possessa devido a nossa histeria. Mas nem deu tempo de passar o sermão, pois (graças à Deus!) chegamos em casa. Nós três pulamos do carro e entramos em casa correndo. Eu literalmente voei até o sofá! [Eu: Hahahahaha, muito boa essa! Giulia: Sofia. Não.] Peguei o controle da Smart TV e coloquei na Netflix; a última temporada de Modern Family tinha acabado de chegar, e eu tava doida pra ver! Infelizmente, eu tenho duas irmãs, com quem tenho que compartilhar as coisas. A baleia atacou primeiro, e tomou o controle, e a girafa veio logo em seguida. A Diva resistiu até o fim, e a partir daí, começou a luta de todo dia pelo controle remoto da televisão.

Alguns minutos depois, graças aos céus, papai chegou e pacificamente interrompeu a disputa. Nós três congelamos [Eu: Especialidade da Luiza. Luiza: Sofia, amiga, já perdeu a graça.] quando ele entrou na sala, mas logo saí de debaixo das minhas irmãs para abraça-lo e lhe mostrar minha camisa. Ele ficou muito feliz e orgulhoso de mim (óbvio!), e disse que faria sua clássica Manchester Tart, uma torta típica da Inglaterra. Nosso pai foi para a cozinha e nós três concordamos em deixar Phineas e Ferb: O Filme – Através Da Segunda Dimensão, Em Um Fabuloso 2D [Luiza: Precisava falar o título inteiro?] passar na TV.

Justo na parte em que eles abriram um portal para a segunda dimensão, ouvimos um barulho. O teto da casa subitamente foi sugado! Nossa mãe, do banheiro, gritou a plenos pulmões! Quando eu e minhas irmãs olhamos o céu para ver do que se tratava, vimos um grande vórtice multicolor que puxava para dentro tudo em seu caminho! Senti um puxão [Giulia: Há! Quem mandou ser tão leve? Luiza: Cala a boca, tá quase na minha vez!], e, rapidamente agarrei a mão da Giulia, que agarrou Luiza, que agarrou o sofá! Nosso pai saiu da cozinha, com um semblante desesperado, e acabou deixando sua torta cair. A sobremesa voou até atingir a cara de Luiza, que, na tentativa de enxergar algo, soltou-se do sofá.

E, claro, essa é a parte em que somos sugadas para dentro do vórtice.

Minhas irmãs se abraçaram, e Luiza me estendeu a mão [Eu: Agora resolve usar a mão, né?] suja de sobremesa. Resolvi ir pela de Giulia. Elas estavam emocionadas e assustadas, todas estávamos. Giulia logo disse:

–Meninas, eu quero que saibam que, mesmo com nossas brigas e guerras, eu amo vocês.

Luiza deixou-se levar pelo momento e continuou:

–Eu também! E quero que saibam que fui que acabei com o Lindt que estava no armário!

–Ahá! Eu sabia! Luiza, se a gente não morrer agora, eu mesma te mato!– eu disse, apontando o dedo na cara dela.

–Meninas! Isso não é hora para discutir chocolate!– Giulia brigou conosco.

–Tem razão! Eu amo muito vocês, ok?– Luiza devolveu, nos abraçando ainda mais forte e sujando minha roupa. [Luiza: Sofia! Foco! Eu: A blusa era nova, poxa!]

–Eu sei!– gritei, quase chorando (#sóquenão).

[Luiza: Graças ao bom pai, me dá essa porcaria de microfone! Eu: Calma, criatura, lá vai.]