As Irmãs Darling – Across Dimensions escrita por Lady Twice, Giulia Valdez, Sofia Di Angelo


Capítulo 2
Capítulo Um-Minha vida pouco normal parece prestes a piorar


Notas iniciais do capítulo

Ooolá! Estou aqui, lindos, com o primeiro capítulo. E, bom, eu sei que não tô escrevendo pra parede por causa do contador. Então, se você não comentou no Prefácio por ser muito pequeno, fight this.
Dois avisos antes de passar pro capítulo:
1) Não se assustem com as coisas ridículas e inexplicáveis nesse capítulo. Sério. Tem explicação. Mas tudo em seu tempo;
2)Nós optamos por escrever nos estilo dos Kane, como se fosse uma gravação transcrita. Então as coisas nos colchetes e itálicos são eu, Giulia e Sofia discutindo no fundo. Caso não tenha entendido nem lido CDK, cheque esse link: http://www.bloglivroson-line.com/2015/08/aviso.html
3) (sim, eu tinha esquecido, wtvr) Fantasminhas, apareçam! Nós amamos vocês e essa fic, então mostrem suas caras lindas aqui!
Boa leitura!



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[*Luiza pega o microfone e limpa a garganta* Sofia: Por que é que a Luiza começa? Giulia: Sofia, a gente decidiu por isso por um motivo. Eu: Gente! Vamos logo, senão não vai dar tempo!]

Eu me lembrava bem do dia em que a Sofia tivera sua primeira crise de asma. Digamos que foi uma experiência, hm, bem traumática.

Foi no aniversário de oito anos dela. Nós estávamos todos em Fortaleza, ela no hotel com nossos pais, eu na casa de praia da vovó Grace e a Giulia no apartamento da vovó Graça. Do nada, uma onda muito enorme surgiu e destruiu a casa da vovó. Ela podia ser uma senhorinha inglesa [Sofia: E gordinha. Giulia: Ela é nossa avó. Sofia: Você é esquisita e minha irmã, eu ainda falo na cara mesmo. Eu: E eu sou a grossa depois] que amava chá e cookies, mas, em todos os casos, era saudável o bastante para nadar de volta para a praia, e eu só tomei alguns respingos. Quando encontramos nossos pais, Sofia estava quase morrendo sem ar, procurando uma bombinha com a moça da recepção, e Giulia estava com algumas queimaduras bem marcantes. Trocamos histórias e eu acabei descobrindo que um tornado caíra no hotel e a casa de vó Graça pegara fogo. E olha que nem existem tornados ou tsunamis em Fortaleza.

Sim, nós sempre fomos azarados desse jeito.

Mas algo mais acontecera naquela tarde. Algo... Sobrenatural. Aqueles eventos não poderiam ser normais. Dava pra ver nos meus olhos, agora verdes em vez de azuis, na falta de ar de Sofia e na pele constantemente quente de Giulia. [Giulia: Eu sou quente. Eu e Sofia: Cala a boca, Giu]

Portanto, obviamente não era surpresa nenhuma para mim que Giulia tivesse de me ajudar a acordar nossa irmã com uma chama baixa, nem que Sofi saísse “voando” e batesse a cabeça no teto gritando pra eu apagar o fogo do pijama dela (o que eu fiz, depois de rir um pouco).

Sim. Nós temos superpoderes.

Mas, de volta à história: ela acordou.

Descemos para tomar café logo em seguida, deixando a Sofi no quarto por ainda estar de pijama. Nossos pais, Jéssica e John, estavam na extremidade próxima à cozinha da enorme mesa, como de costume. Eu me sentei ao lado esquerdo de papai, que estava na ponta lendo o The Sun daquela semana (ele encomendava todos direto de Londres. Ingleses *revira os olhos violentamente*), e Giulia ao meu lado, estando nossos pratos já no lugar e os leites já quentes. Minha mãe prendeu os longos e cacheados cabelos, à minha frente, e sorriu.

–Bom dia, meninas.

–Bom dia, mãe- respondemos em conjunto -Ei, pai.

Sim. Nossa sincronia é muita para gêmeas com dois meses de diferença.

Giulia começou a comer o pão dela e eu parti um pedaço de rosca para mim. Sofia desceu logo depois, ainda penteando o cabelo cheio. Nosso pai olhou para ela e riu baixinho.

–Shiu- nossa irmã disse, somente, sentando à mesa -Eu sei que tô atrasada.

–Sofia, a escova- mamãe a censurou baixo, rindo de leve, e ela rapidamente tirou a escova da mesa.

–Escova, mãe? Que escova?- perguntou, brincalhona, e pegou sua caneca.

–Eu não acredito que você está atrasada para o primeiro dia- Giulia comenta, tomando seus remédios para falta de vitamina D com o leite. [Giulia: Não precisava falar da falta de vitamina D. Eu: Caraca, me deixem contar a história]

De novo– eu a completo.

–Ei- Sofia se defende -Não é culpa minha. O colchão estava pedindo pra eu ficar lá.

–Ahã- papai diz, ainda rindo.

–É sério. Tava quentinho e fofo e de joelhos para eu continuar- minha irmã continuou, e tomou outro gole de seu leite.

–Colchões não tem joelho- eu e Giulia fizemos coro mais uma vez. Ela levantou o dedo para que esperássemos enquanto bebia.

–Licença poética.

–A licença poética pode esperar, Sofia- mamãe disse, e se pôs de pé -Vocês estão quase atrasadas.

Me ponho de pé como num pulo e rolo os olhos para Sofia. Novidade. Sempre nos atrasávamos no primeiro dia.

Corro para o banheiro da sala de jantar, rapidamente seguida por Giu e Sofi, e escovo meus dentes o mais rápido possível. Na preguiça de abrir a torneira, faço um pouco de água flutuar até minha boca e cuspo tudo na pia [Sofia: O que é nojento, me permita. Eu: Vou te ignorar]. Minhas irmãs acabam segundos depois de mim, e nós três vamos direto para a garagem, onde mamãe já nos espera de carro ligado. Eu pulo no banco de trás com Sofia, enquanto Giulia entra no da frente, e ela aponta para o relógio no visor com a cabeça enquanto dá ré.

–Sete e trinta e um- conta.

–É um novo recorde de recuperação de atraso- rio, com sarcasmo, ao colocar o cinto.

–Seria melhor se a gente não precisasse bater recordes assim- Giulia ponderou, me imitando, e Sofia fez cara feia.

–Vocês duas são simplesmente insuportáveis.

–Você é pior- considero.

–Sofia, cara feia não me assusta- mamãe brincou.

–A cara dela já é feia naturalmente, mãe- Giulia riu-se, e eu gargalhei.

–Não pior que a sua- Sofia mostrou língua, falando com uma voz nasal, mas nós só a miramos com ceticismo, do tipo ‘sério, Sofia? Não tinha nenhuma melhor?’. Minha irmã responde com um revirar de olhos [Sofia: Foi muito boa, tá? Giulia: Não, não foi]–Que seja.

Depois disso, fizemos os dez minutos até a escola caladas. A Preparatório Belo Horizonte (ou só PBH), ficava bem perto de casa (propositalmente, duh), e nós ouvíamos rádio toda manhã até chegar lá. Ri, me lembrando das vezes que papai nos levava, principalmente por todas as brigas por causa da estação.

O dia na escola foi a mesma coisa de sempre. Eu e a Giulia tínhamos finalmente começado o nono ano, enquanto a Sofi ainda estava no oitavo, e não tinha muita coisa nova naquele ano. No primeiro dia, tudo o que pude constatar foi que os meus colegas ainda eram um saco (e os mesmos), que as professoras de Artes e Educação Física finalmente tinham pedido demissão (graças à Deus) e que o professor novo de Matemática era bem melhor do que a do ano anterior (embora o horário fosse detestável, incluindo Matemática no primeiro horário (desculpa se sou de Humanas)). Ou seja, nada surpreendente.

O recreio passou sem grandes acontecimentos: eu, Giulia e alguns amigos nossos nos sentamos nas escadas enquanto a Sofia e suas amigas sentaram ali perto (para encher nosso saco, mas a gente omite essa parte. Elas quase nunca sentavam com a gente, e eu sabia que uma delas me odiava), e trocamos informações sobre as férias. Nós três, particularmente, havíamos tido ótimas.

–Ui- disse a Clara, pegando um pouco do seu iogurte -Foram para onde dessa vez?

–Flórida ou Califórnia?- um menino, Bruno, riu.

–Deve ter sido difícil decidir, né?- Christianne (ou só Cris ou Kiki), uma das amigas da Sofia continuou, sarcástica, mas eu só pus língua.

–A gente passou janeiro na Inglaterra com o tio James,- Clara fez uma careta e imitou minha irmã afetadamente ao ouvir isto, mas Giu ignorou -e janeiro em Fortaleza com nossas avós.

–Não, pera. Seu pai comprou o Beach Park também?- a Clara fingiu (muito mal) surpresa. Foi a vez da Giulia mesma botar língua.

–Insuportável- eu acuso, e então engulo antes de continuar -Nós ficamos no hotel, na Avenida Beira Mar.

–Ah, o hotel- Bruno ajeitou seus óculos no nariz, sarcástico -Claro.

–Porque ser dono de uma rede de hotéis que vão do Brasil à Rússia é realmente horrível– Cris concordou -Principalmente se forem hotéis cinco estrelas caros pra cara-

–Falou a que o pai já teve chance de ser trilhardário cinco vezes- Sofia interrompeu a amiga -Só não rio na sua cara porque seu apelido já é Kiki.

Ela desata a rir, como se realmente tivesse dito algo hilário, e nós a miramos com ceticismo mais uma vez. Sofi enxuga lágrimas, na tentativa de parar, e Clara volta a mirar sua comida. [Sofia: Riam das minhas piadas! Elas são legais, ok? Giulia: Sofia, para que tá feio. Eu: Eu vou continuar ignorando vocês]

–E vocês ainda falam que as minhas piadas são ruins- nossa amiga murmura, e Sofi olha para ela com falsa raivinha.

–Also, Sofia, você parece um smurf fofinho com essa cara. Não alguém com raiva- Cris aponta.

–Eu acho que é o cruzamento de um morango bem grande com um pêssego bem murcho- discordo -Mas um smurf também cola. [Sofia: Ofensivo. Giulia: Larga de chatice, vamos ouvir. Eu: Sério? Elas: Não]

–É só fingir que o Gargamel, na hora de te fazer, deixou a essência smurf cair na lama- Bruno dá de ombros –Tá. Isso não soou muito legal da minha parte. Desculpa.

–Nah- Sofia balançou a cabeça –Pelo menos as pessoas conseguem me distinguir de uma parede branca.

–Ofensi- meu amigo começou a devolver, mas então ajeitou os óculos e parou –Ok, que seja. Estamos quites.

Eu ri baixinho e olhei para meu lanche de novo, mordendo mais uma vez o pão com nutella. Era estranho ouvir coisas assim sobre a cor da pele na nossa família no início, mas estava ficando mais normal com o passar o tempo. Éramos como os Kane, das Crônicas dos Kane, pra te ser bem sincera (sim, além de grossa eu sou uma rata de livros. Algum problema?). [Giulia: Até ela própria fala que é grossa. Eu: Detalhes]

Também, com mãe negra e pai inglês (sentiu a semelhança?), o que esperávamos? Não deveria ser menos do que uma irmã morena com feiçoes europeias, uma que é a cópia perfeita do pai e outra que puxou a mãe em tudo. A família misturada costumava constranger um pouco as outras pessoas, e eu e Sofia já havíamos sido sujeitas à perguntas de ‘elas são adotadas?’ mais vezes do que nossos pais achavam adequados. Eles pensavam, com toda a razão, que era lindo que nossa família fosse miscigenada desse jeito, e que éramos todas Silva Darling da mesma maneira independente da cor. E, bom, era verdade. Eu não poderia me sentir mais irmã de Sofia e Giulia, embora as cores delas fossem completamente diferentes das minhas.

Depois da aula vamos ao shopping, que fica em frente à escola, e é o lugar menos preferido de mamãe. Dona Jéssica prefere ir ao clube ou simplesmente ficar ajeitando coisas ao ar livre, embora meu pai seja um rato de bibliotecas, museus, e lugares fechados e intelectualizados no geral. Para ela, as luzes do shopping são artificiais até demais e, em um bairro rico como esse, as pessoas costumam encarar ela de um jeito que não tem como ser bom. Também é o lugar onde as pessoas acham que eu, Giulia e Sofia somos só melhores amigas. Haha, estranhos, não. [Giulia: Quem me dera. Eu e Sofia: Você nos ama]

Enfim. Estamos no shopping, e eu tenho esse estranho sentimento de que estou vendo tudo em terceira pessoa também conhecido como pressão baixa, além do horrível pressentimento de que algo muito estranho vai acontecer. Eu e Sofia nos sentamos na mesa de sempre, eu já com a bandeja do Mondeo, um self-service mineiro, e ela com seu super-saudável hamburger do Burger King, enquanto esperamos a Giulia voltar do japonês. [*Sofia faz uma careta* Sofia: Refinada. Giulia: Vocês é que são simplistas. Eu: Gente. Tô quase lá. Foco]

–Eu não entendo como você ainda é anorexicamente magra depois de tanta junk food, Sofia- comento, desembalando o garfo e faca.

–Falou a saudável. Cadê a salada, que eu não tô vendo?- ela aponta meu prato, que realmente só porta vários ramos de brócolis e uma rodela de tomate no quesito salada. [Sofia: Ugh. Brócolis. Eu: É muito bom, tá? Giulia: E lá se foi o foco.]

Shush– devolvo, do jeito que papai costumava falar conosco quando éramos pequena. Por ele ser inglês, nós temos proeficiência em inglês e português.

You shush– ela quase cospe as palavras –Nós duas mais que sabemos que a única saudável aqui é a Giulia.

–Onde está ela, por sinal? [Eu: Ei, meu microfone! Giulia: Minha vez, branquela! Xô, me dá esse troço logo!]


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Notas finais do capítulo

Bye, babes! See ya in the comments!



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