Cebola a conduzia e a envolvia com sua agilidade, rodava ela, a jogava para o lado a pegando novamente, a essa hora varias pessoas gritavam, quando a musica foi se aproximando do final, Cebola foi parando os movimentos e por fim a jogou inclinando o corpo dela para o chão.

Monica esperou o ultimo toque da musica e tornou a se levantar com a ajuda dele, ele a puxou rapidamente e segurou seu rosto sorrindo, ela parou respirando rápido, se viu cara a cara com ele.

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Cebola viu sua chance na frente dos seus olhos, se aproximou mais um pouco, já sentia o cheiro do seu batom, era agora.

Ele ia encostar a pontinha de seus lábios no dela, mas num ato de reflexo, Monica passou a mão sobre o rosto fazendo com que saísse do transe e se separou dele sorrindo meio desconcertada. Tentou contornar de alguma forma.

– É... Até que você não dança mal – Ela provocou voltando pra perto dos amigos.

Cebola a observava sorrindo de canto, não imaginou que ela o afastaria, mas era disso que ele gostava, de desafios, ele tinha certeza que uma hora ela não resistiria, nenhuma menina resistia.

– É... Você também não – Cebola respondeu a observando interessado.

– Estou com sede, vou buscar algo pra beber – Ela comentou sorrindo e se afastando.

Cebola a observou se afastar passando a mão sobre o queixo.

– É careca, pelo jeito seu tiro saiu pela culatra – Xaveco brincou rindo.

– Calma Xavequinho, estou só começando haha – Cebola comentou rindo enquanto bebia.

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Monica entrou no banheiro e se olhou no espelho, molhou levemente o rosto, e respirou fundo buscando foco.

Saiu e foi ao encontro das amigas que já tinham voltado para a mesa.

– Ual que calor lá dentro – Monica comentou se sentando pegando seu celular para mexer.

– Hahaha sei bem esse calor viu – Denise comentou rindo.

– Não, não gente, nada a ver – Monica cortou já percebendo o clima no ar.

– Que que tem ami? – Magali perguntou tentando ajudar o amigo.

– Ah... Nada, só não faz é... Meu estilo, sabe, sei lá – Monica concluiu dando um gole em sua bebida, e voltando atenção para seu celular.

– Sei... – Denise concluiu sorrindo.

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A noite continuou tranqüila, Monica se sentia bem, estava com um pouco de dor nos pés, mas nada que não estivesse acostumada, o sono começou a bater e Magali foi quem tomou a decisão de irem embora, era 5 da manhã.

– Gente, acho que está na hora de irmos – Magali comentou vendo a Denise já apoiada no Xaveco, e a Monica bocejando.

– Vamos, vamos sim – Monica comentou se levantando, não se lembrava qual tinha sido a ultima vez que saiu e voltou tão tarde para casa, se é que alguma vez tinha voltado essa hora.

– Valeu a pena ein – Cascão comentou abraçando a Magali que caminhava sonolenta.

– Valeu mesmo, pena que você vai embora ami – Denise comentou chateada olhando para a amiga.

– Ai não fala assim, quero vocês lá me visitando no Rio ein, nem sei como agradecer, gostei muito de hoje – Monica comentou sorrindo.

– Foi da hora mesmo – Cebola concluiu.

– Vou chamar um taxi – Magali comentou quando chegaram ao lado de fora proximo ao carro do Xaveco.

– Não, magina, eu deixo vocês em casa – Xaveco comentou oferecendo carona para os amigos.

– Não vai te atrapalhar? – Magali perguntou calmamente.

– Lógico que não gatz, vamos – Denise concluiu sorrindo.

– Bom então tchau – Cascão se despediu do Cebola uma vez que também pegaria carona.

– Falou mano, até mais – Cebola se despediu do pessoal – Você vem comigo.

Cebola pegou no braço da Monica a entregando o capacete antes que ela entrasse no carro atrás da Magali.

– Que? – Monica perguntou olhando assustada.

– Você vem comigo, ué, eu te deixo na casa da Maga – Cebola concluiu como se tivesse feito o convite mais normal do mundo.

– Não... Eu, eu vou com elas, nem tenho chave e eu to de vestido Cebola pra ir de moto, obrigada – Monica se justificou assustada com o convite, ela nunca tinha andado de moto.

– Para de frescura, vamos, vai ficar de vela para os casais? – Cebola comentou baixo usando sua persuasão tentando convence - lá.

– Vai Mo, eu te espero acordada – Magali comentou rindo fechando a porta do carro.

– É... Mas... É que, eu tenho um pouco de medo – Monica confessou um pouco sem jeito.

– É só agarrar bem forte o piloto – Denise comentou rindo e piscando – Te encontro em casa gatz beijo.

Xaveco fez a baliza e foi embora a deixando com um capacete na mão, que ela não fazia idéia de como usava.

– Você faz isso pra me provocar né? – Monica comentou cruzando os braços e voltando sua atenção para o Cebola.

– O que? Se você acha que oferecer carona é te provocar, então sim – Cebola respondeu na cara de pau, tirando o cadeado da correia.

– Não, não isso, mas... Bom esquece, vamos logo que estou com sono – Monica comentou o olhando.

– Primeiro, você já deveria saber que não sou muito bom em ouvir suas ordens, segundo, não vou te seqüestrar, se bem que seria uma boa idéia – Cebola concluiu rindo e subindo na moto.

Ele percebeu a dificuldade da menina em arrumar o capacete, e riu colocando a mão na boca.

– Da pra você parar de rir – Monica pediu lutando para não bagunçar seu cabelo – Isso ta tirando todo o esmalte da minha unha.

– Vou te contar viu, vou filmar pra jogar isso no Youtube – Cebola continuava rindo vendo a situação. – No mundo das Barbies os Kens não tem moto?

Percebendo que demoraria um pouco para ela conseguir arrumar tudo, a puxou para perto e a auxiliou, tirando seu cabelo do rosto e descendo a viseira.

– Ei me ajuda a subir, a propósito que idéia é essa de seqüestro, ta doido? – Monica pediu, se preocupando com seu vestido. – Não olha.

– Não estou olhando – Cebola respondeu rindo – Mas fica difícil te ajudar sem olhar.

Monica deu uns tapinhas em protesto nas costas dele quando finalmente conseguiu se posicionar, lutou com seu vestido que já era curto pra tentar o deixar no lugar, e por fim o abraçou com força.

– Não precisa me estrangular – Cebola comentou sentindo o aperto da menina.

Monica riu em silêncio, estava um pouco agoniada, começando a se perguntar se tinha sido uma boa idéia.

– Sério, relaxa, você vai curtir andar de moto – Cebola concluiu dando partida.

Monica ficou tensa, ela tinha medo de motos, seu pai a mataria se a visse naquela hora da madrugada, de vestido, andando de moto, ainda por cima com alguém que ele sequer conhecia.

Tentou tirar essa idéia da cabeça.

– Olha a avenida está tranqüila hoje – Cebola comentou em alta voz para que ela conseguisse ouvir.

– Verdade não tem ninguém na rua – Monica comentou olhando as calçadas desertas. – Até que é legal sentir esse ventinho no rosto, curti.

Cebola olhou a menina do retrovisor, ela estava com um sorriso frouxo no rosto curtindo o passeio, teve uma idéia repentina, mudou o percurso.

– Ei, não moro aqui, mas sei que tinha que virar para lá – Monica comentou voltando a atenção para o caminho

– Ve se para de reclamar e olha pra cima – Cebola comentou chegando na estrada exatamente no ponto onde queria.

Monica ficou boquiaberta, olhou para cima, e o céu estava incrível, mudava de um azul escuro para alaranjado, a estrada estava vazia, ela sentiu a brisa da manhã batendo em seu rosto, e uma leveza tomar seu corpo.

– É... É lindo demais – Ela comentou ainda olhando para paisagem que se instalava na sua frente.

– Abre os braços – Cebola falou.

– O que? – Ela perguntou não entendendo direito.

– Abre os braços, estou indo devagar não vai cair – Cebola comentou sorrindo.

Monica tentou se soltar aos poucos dele, visto que ele diminuiu a velocidade da moto, ela foi abrindo os braços lentamente.

Por fim quando criou coragem abriu por inteiro os braços e sentiu como se abraçasse o amanhecer, uma força renovadora entrava naquele momento, que sensação incrível, ela queria que durasse, que não parasse, abriu um sorriso, Cebola a olhou pelo espelho lateral e também sorriu, parecia que naquele momento ele apresentava um novo mundo para ela.