Ela sempre a usava em todas as apresentações que tinha, e todos os eventos importantes que comparecia. Tinha um significado muito grande para ela, pois os pingentes representavam todas as coisas que amava.

– Tenho certeza que você vai brilhar Moniquinha – Ela concluiu chamando a turma para fila.

– Espero – Monica respondeu indo para seu lugar.

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Monica saiu da aula de dança ansiosa e sentou no corredor para ajeitas suas coisas na bolsa.

– Monica, tem um menino aqui fora querendo falar com você – A moça da recepção a chamou.

Monica pegou sua mochila virando os olhos para cima, já sabia de quem se tratava, era o DC com certeza, ele vivia vindo atrás dela.

Saiu a passos de lesma sem a mínima animação de falar com ele, e quando desceu a escada para a rua levou um susto.

– Olá Monica – Fabinho a cumprimentou com um sorriso lindo no rosto.

– Fabinho? O que faz aqui? – Monica perguntou assustada.

Fabinho era filho do sócio do seu pai em negócios empresarias, nem preciso falar muito pra mostrar que suas famílias torciam pela junção dos dois não é?!
Os Sousas se unindo com os Boapintas, seria o casamento dos sonhos de seus pais... Deles sim, mas dela definitivamente não.

Seu pai sempre lhe dava indiretas para perguntar se ela vinha conversando com o Fabio, se eles eram amigos, se ela queria o acompanhar em um jantar, essas coisas.

Monica já tinha aprendido a lidar com isso, Fabinho era uma graça, mas era bem convencido e ela não estava afim de se envolver, era um momento de ascensão em sua carreira e não tinha e nem queria ter tempo para isso.

– Fiquei sabendo que viaja para São Paulo amanhã, vim desejar boa viagem – Ele comentou lhe estendendo o braço para ela se apoiar.

Era uma mania que tinham desde pequenos, ele dava o braço e eles sempre caminhavam de braços dados.

– É, é verdade, vou assistir a palestra da Le Ballet – Monica comentou pegando em seu braço e descendo em direção a sua casa.

– Está muito Sol, vamos no meu carro eu te deixo em casa – Fabinho falou a guiando para sua BMW prata.

Monica analisou um pouco a situação e quis conseguir fugir daquilo, mas vendo que não conseguiria uma desculpa boa, resolveu aceitar a carona.

– Não precisávamos ir de carro Fabinho, minha casa é logo ali.

– Ah Monica, será um prazer - Fabinho concluiu dando partida no carro.

Monica assentiu, colocou o cinto e coçou a cabeça um pouco incomodada com a situação.

– Soube também que vai tentar ingressar na Le Ballet, uma ótima escola, tenho certeza que irá passar, você é uma bailarina incrível – Fabinho puxou assunto indo com o carro bem devagar e pelo caminho mais longo.

– Muito obrigada Fabinho, vou sim, é um sonho né – Ela respondeu sorrindo.

– Bom, para te desejar boa sorte, comprei essas flores – Fabio lhe estendeu um ramo de rosas vermelhas todas bem vivas, que tirou do banco de trás.

Monica ficou um pouco sem reação diante do presente, abriu a boca e tornou a fecha-lá inúmeras vezes, por fim estendeu o braço e pegou seu ramo, agradecendo um pouco sem graça.

– Está entregue – Ele respondeu parando na frente da casa dela, manda um abraço para o seu pai.

– O.. Obrigada, pode deixar eu mando sim, tchau – Monica tratou de descer rápido do carro para evitar qualquer possibilidade de aproximação, ficou olhando até o ele sumir de vista.

Abriu a porta da sua casa e sua mãe já veio sorridente.

– Nossa que lindas – Luisa comentou entrando na sala naquele exato momento.

– Adivinha quem me deu – Monica respondeu com um sorriso claramente forçado.

– Não me diga que foi o Fabio?! – Luisa perguntou radiante.

– O próprio, provavelmente o papai já contou para o pai dele que eu vou viajar, ai ele foi desejar sorte – Monica concluiu pousando as flores sobre o vaso da mesa.

– Hummmm, e você gostou? – Luisa a cutucou com o cutuvelo lhe dando uma piscada.

– Nem inventa mãe, você sabe que eu e o Fabinho não rola, ela não faz meu tipo – Monica respondeu subindo para o quarto.

– Seu pai iria amar – Dona Luisa gritou lá de baixo.

– Beijoooo mãe.

Monica entrou em seu quarto fechando a porta logo atrás, sempre que o Fabinho aparecia era a mesma coisa, seus pais enchendo a bola dele pra tentarem a convencer de lhe dar uma chance. Monica não sentia absolutamente nada alem da amizade pelo menino, e sempre deixou isso bem claro.

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Cebola chegou em casa agitado, ficou até mais tarde na Lemon ensaiando a coreografia do work shop, tomou um banho e logo se ajeitou para dormir, amanha acordaria cedo e o dia seria longo, não dava aula de final de semana mas em compensação devido ao workshop teria que madrugar na escola de dança.

Cascão iria para assistir, já tinha marcado com o Xaveco de o encontrar na metade do caminho para prestigiarem os amigos, eles só poderiam entrar na escola após a palestra terminar, e com nome na lista, mas isso nem era preciso avisar, em todos os eventos Cebola os inscrevia.

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Monica acordou num pulo, seu celular não parava de despertar indicando que era hora de levantar, olhou no relógio 06h00 horas, correu pro banho, seu vôo era as 8h00.

Passado meia hora ouviu seu pai gritar la embaixo para irem senão ela perderia o vôo, ela pegou suas malas, deu uma olhada no quarto para checar que não tinha esquecido nada e desceu correndo se desequilibrando um pouco na escada.

Entrou no carro do pai, e partiram rumo ao aeroporto, já estava acostumada a viajar de avião, mas sempre sentia um pouco de frio na barriga, como era a primeira vez que iria sozinha, esse mal estar apertou um pouco mais.

Fez todos os procedimentos necessários, se despediu dos seus pais e embarcou, sentou na janela, colocou seus fones de ouvido e fechou os olhos imaginando o tamanho do passo em busca do seu sonho que estaria dando no momento em que o avião decolasse.

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Cebola acordou um pouco atrasado, se arrumou correndo, pegou o pen drive com as musicas, jogou um monte de coisas dentro da sua mochila e seguiu rumo a escola, chegou lá e encontrou vários alunos de diversos estilos musicais que a Lemon lecionava já ensaiando.

Entrou no salão de dança de Hip Hop e encontrou o Ricardo já com a equipe toda uniformizada, repassando a coreografia que ele passou noites e noites criando, era um orgulho ver várias pessoas dançando.

Trocou de roupa colocando a combinada, uma calça um pouco mais folgada, a camiseta regata branca com o logo da escola de dança, e um tênis da adidas branco com listras pretas de cano um pouco mais alto, bagunçou seu cabelo com as mãos os deixando um pouco mais rebeldes do que o costume e estava pronto para começar a dançar.

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Monica desembarcou ansiosa, a cada segundo mais perto da palestra suas mãos suavam mais, olhou para os lados confusa, como ela ia encontrar essa tal de Magali?!
Pegou o celular avisou seus pais e seu professor que chegou bem e logo após digitou uma mensagem para a menina, esperou um pouco e logo veio a resposta, ela estava perto da lanchonete.

Caminhou até lá e avistou duas meninas sentadas na mesa ao lado da cantina do aeroporto, uma de maria chiquinha e outra com os cabelos longos amarrados num rabo de cavalo, se aproximou respirando fundo e sorriu tentando parecer mais sociável possivel.

– Licença, você deve ser a Magali – Monica falou olhando a menina que sorriu de volta.

– Oi, você é a Monica? – Magali perguntou se levantando para cumprimentá-la.

– Sim, tudo bem? – Monica lhe deu um beijo no rosto.

– Tudo sim, essa aqui é a Denise minha amiga desde pequena, e nossa companheira de apartamento – Magali sorriu apresentando.

– Oláá Mo, gatz como você é linda, amei, tenho uma idéia show para dar um up nesse seu cabelo divo – Denise comentou sorrindo.

Monica riu, achou engraçado o jeito da menina falar, de cara já gostou das duas, se sentia mais aliviada.

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– E esse aqui é nosso apartamento – Denise concluiu depois de apresentar a casa para a recém amiga.

– Muito bonito, gostei – Monica respondeu se sentando no sofá.

– Sei que não deve ser do tamanho da sua casa, mas é com carinho viu – Magali comentou rindo e lhe oferecendo suco – Meu pai me falou que ele e seu pai são amigos há muitos anos.

– Sim, são sim, moraram aqui nesse bairro desde pequenos, ele comentou que nasci aqui mas logo nos mudamos para o Rio – Monica contou bebendo o suco.

– Mas me fala, me disseram que você é uma grande bailarina – Denise comentou impressionada.

– Ah, que nada, vivo aprendendo constantemente, danço desde pequenininha – Monica respondeu feliz.

– Ai que legal, nós também dançamos, não há tanto tempo, mas dançamos rs – Magali contou.

– Mas você já trabalha com isso? – Denise perguntou sob protesto da Magali.

– Sem problemas gente, podem perguntar o que quiserem, estamos nos conhecendo né – Monica respondeu vendo a cara da Magali de vergonha – Sim, eu faço apresentações com a equipe da minha escola de dança lá do Rio.

– Ai que luxo, nós ainda não fazemos parte da equipe de apresentações, eu ganho dinheiro com o meu blog, e estudo pra tentar passar numa federal de Comunicação social – Denise concluiu sorrindo.

– E você Magali? – Monica perguntou curiosa.

– Meu sonho mesmo é ser nutricionista, faço um curso especializado já, e ganho meu dim dim vendendo uns produtos naturais – Magali respondeu a olhando animada.

– Mas e você Monica? – Magali perguntou cruzando as pernas a ouvindo com atenção.

– Eu me dedico desde que terminei a faculdade à escola de dança, faço parte da equipe de apresentações e ajudo na aula dos pequenininhos – Monica concluiu olhando as horas.

– Nossa é uma hora já, temos que correr pra Lemon, senão nos atrasamos – Denise comentou se levantando num pulo.

– Mo... Posso te chamar assim? – Pega tudo que tem que levar e vamos acelerar – Magali comentou se arrumando.

– Pode sim – Monica respondeu rindo – Ok, só vou trocar de roupa.

Monica gostou do apartamento, era aconchegante e bonito, bem estiloso, certeza que tinha dedo da Denise na decoração, gostou das meninas, e se sentiu bem recebida.

Trocou de roupa para uma mais confortável, colocou na sua bolsa tudo o que acreditou que precisaria, inclusive sua sapatilha caso pedissem demonstração na palestra. Pegou seu celular, comprovante de inscrição, uma agendinha que levava sempre para onde ia, e aproveitaria para anotar as dicas dadas.

Monica observava tudo atenta, São Paulo era bem bonita, e o bairro em que tinham morado quando ela ainda era um bebezinho era mais ainda, tinha parque, clube, bastante arvores, vizinhos sorridentes, estava tão distraída que nem reparou quando pararam de andar em frente a um prédio bem descolado.

– Bem vinda a nossa escola de dança, a Lemon dance – Denise fez menção com as mãos indicando a entrada.