I Love Charlie escrita por Strela Ravenclaw


Capítulo 6
Você é o problema.


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Desculpe se houver erros de ortografia.

Boa leitura. ❤



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Aquele despertador continuava tocando, eu estava acordada olhando para o teto. – Eu não estava com preguiça e sim sem vontade de me levantar, hoje era o dia que eu queria muito ficar na cama.

— SERÁ POSSÍVEL QUE VOCÊ NÃO ESCUTA ESSE DESPERTADOR, CHARLIE? – minha mãe entrou no meu quarto as berros.

— Desculpa, eu já vou desliga-lo. – falei sem animação.

— Você está bem? – perguntou, estranhando meu pedido de desculpas.

— Estou, porque? – respondi logo me levantando e pegando uma toalha para ir tomar banho.

— Porque você está sendo educada e não enrolou para levantar... – ela me olhou preocupada e colocou sua mão na minha testa – com febre você não está…

— Ah mãe, da um tempo vai! – revirei os olhos.

— Voltou ao normal – disse ela, dando de ombros e saindo do quarto.

Fui tomar banho, sentia a água quente caindo sobre meus cabelos e depois por todo meu corpo, relaxei meus ombros. – De repente comecei a pensar naquelas malditas palavras “eu não sou o único vazio aqui” – droga. – Terminei meu banho, fui para o meu quarto coloquei uma roupa, peguei minha mochila e desci as escadas sem pressa. Cheguei na cozinha e vi Cody sentado tomando seu café. Ele estava bem concentrado em algo no seu celular. Me sentei de frente para ele, do outro lado da mesa e ele nem notou que eu estava ali.

— Ei, Cody – chamei, e só nessa hora ele percebeu que eu estava ali.

— Bom dia! – ele respondeu todo sorridente – faz muito tempo que você está ai?

— Alguns anos..! – ironizei – não notou minha barba? 

— Hum. – respondeu não prestando atenção no que eu tinha falado.

Ele estava com a cara dentro do celular de novo.

— Cody – o chamei, e ele não me respondeu. Estava ocupado sorrindo para o visor do celular – CODY – gritei seu nome e ele se assustou – cade a mamãe?

— Voltou a dormir, ela teve um plantão cansativo – ele deu uma pausa e tomou um pouco de café – se era isso porque gritou?

— Porque faz minutos que eu estou te chamando e você não está prestando atenção! – disse revirando os olhos – deixa pra conversar com a Jas na escola. – Ele me olhou sem interesse e voltou a sua atenção para o celular. Eu terminei de tomar café e nós saímos de casa.

Entrei no carro e Cody deu partida em direção a escola, mas ele não pegou o caminho dela e sim da casa do Tommy. Então coloquei meus fones, eu queria ignora-lo e eles iriam me ajudar. Cody começou a apertar aquela droga de buzina e eu conseguia escutar mesmo com os meus fones.

— Que droga Cody! – falei com raiva – já existe telefone, sabia? É claro que sim! Você estava com a cara grudada em um alguns minutos atrás.

— Que humor maravilhoso em, maninha. – falou sarcástico, voltando a aperta aquela merda de buzina.

Eu estava entretida, muito concentrada em trocar a música que estava tocando no meu fone, até que levantei a cabeça e olhei em direção a janela. Vi Tommy saindo de casa, ele estava lindo, mas eu senti só uma coisa quando o vi: raiva – depois do que ele me disse ontem, eu estava decidida a ignora-lo. Mesmo que ele estivesse com a sua jaqueta de couro que o deixava lindo e seus óculos escuros que me impediam de ver o seu olhar e me deixava ainda mais curiosa para olha-lo.

Ele veio caminhando em direção ao carro, e estava pronto para abrir a porta da frente, onde eu estava sentada, e me mandar sair como sempre faz, só para começar uma “briguinha”. Mas eu fui mais rápida e abrir a porta, sai, não olhei para ele e entrei no carro, me sentando no banco de trás.

Assim que ouvi sua voz, dizendo alguma coisa para Cody, aumentei o volume dos meus fones.

— Charlie – vi a boca de Cody se mexendo e li seus lábios – CHARLIE – ele gritou. Tirei os fones para ouvi-lo.

— O que é? – olhei para ele sem entender.

— Você vai ficar surda garota – Tommy quem me respondeu. Eu resistir firmemente e não olhei para ele.

       – O que é Cody? – indaguei olhando para o meu irmão. E ignorando totalmente o que Tommy havia dito.

— Você vai ficar surda! – respondeu. Eu coloquei meus fones de volta e fingi que aquela conversa não tinha existido. Não demorou nem 5 minutos e nós chegamos na escola.

Jas estava parada no portão e eu fui até ela.

— Oi Jas. – sorri, pela primeira vez no primeiro do dia.

— Oi Charlie, que desliga o telefone na cara das amigas.. – falou fingindo estar brava.

— Desculpa Jas...! – falei sincera. – é que aconteceu uma coisa e eu acabei descontando em você.

— Eu desculpo sim! – sorriu – mas só se você me contar o que aconteceu.

Abri a boca para falar, mas desistir quando vi Cody vindo com Tommy em nossa direção, ou melhor, na direção da Jas. Eles estavam se olhando e Jas ficou muito vermelha. Cody sorriu pra ela que retribuiu com um sorriso tímido. Ele chegou até nós, ou melhor eles, porque Tommy estava com ele, mas eu concentrei toda minha atenção no quase casal, e fingi que a troca de olhares e sorrisos tímidos eram mais interessante do que ele.

— Oi Jas. – Cody a cumprimentou sorrindo.

— O-oi – ela respondeu ainda mais vermelha.

— Eu também estou aqui! – falei atraindo a atenção do meu irmão.

— Eu sei. – falou passando um dos seus braços por cima do meu ombro – Não vai ficar com ciúmes de mim e da Jas, não é maninha? – perguntou Cody olhando para Jas, que deu um sorriso bobo. Pessoas apaixonadas me dão ânsia de vômito.

— Claro que não! – respondi sorrindo e olhando para os dois – eu aceito dividir a Jas com você.

— Então nós temos um novo casal aqui?! – perguntou Katie, que surgiu do nada se intrometendo na conversa dos outros.

Já disse que não gosto dessa garota?! – Ela logo tratou de se pendurar no pescoço de Tommy, que até então só observava a nossa conversa.

— Nós não somos um casal.. – Jas falou com o rosto corado pela vergonha. Senti que Cody ficou meio decepcionado com a resposta. Então eu tive a ideia de dizer:

— Ainda! – e Tommy disse ao mesmo tempo. Então eu o olhei e Katie o beijou, e ele pareceu retribuir muito bem o beijo, fiz cara de nojo e revirei os olhos. —  Vamos Jas. – chamei Jas e seguimos para dentro do colégio.

— Ei, eu estava… – eu interrompi.

— Trocando olhares com o meu irmão! – falei desinteressada. – desculpa eu só queria sair de lá.

— O que tá pegando, Char? – indagou Jas, assim que entramos na nossa sala.

— Nada. – eu não sabia o que estava acontecendo, então eu não podia dizer para ela o que eu não sei.

— Eu te conheço, Charlie... – falou preocupada.

— Quem deveria me dizer o que está pegando aqui é você né! – ela me olhou sem entender – Cody, o que pega com o meu irmão e você?

— N-nada, somos só, você sabe... – ela me lançou um olhar nervoso.

— Amigos? – eu perguntei rindo – resta saber até quando.

— Cala boca, Charlie!

Jas me contou que passou a noite toda trocando mensagens com Cody e até me mostrou algumas. Mas o professor ameaçou pegar o celular dela, se ela não o guardasse. As primeiras aulas se passaram até rapidamente. O sinal do intervalo tocou e eu dei graças a deus pois minha barriga estava roncando.

— Vai para o biblioteca? – perguntei sem interesse para Jas.

— Não, eu já terminei de ajudar Cody com o trabalho. – ela respondeu dando de ombros.

— Eu vou. – informei quando nós já estávamos entrando no pátio – eu preciso fazer uma coisa.. – eu me lembrei que ontem eu estava indo ver Scott e fui interrompida por um certo, babaca chamado Tommy – é rápido!

— Ta bom – assentiu com a cabeça. – quer que eu vá com você? – eu sabia que ela não queria ir. Que ela queria ficar aqui trocando olhares com o meu irmão, e eu a entendia, Jas estava apaixonada.

— Não precisa. – fui caminhando até biblioteca. Assim que entrei, não vi Scott no balcão e sim uma garota. Decidi pegar alguns livros para ler em casa, fui avisar a garota que estava no balcão quando…

Narrado por Tommy

Depois da minha discussão de ontem com a Charlie eu fiquei com vontade de bater no primeiro que me enchesse o saco, pena que isso não aconteceu. Eu percebi que ela estava chateada comigo, pois não tinha dito nada para me provocar o caminho todo até a escola e pareceu está me ignorando, ela não é boa nisso. Hoje quando a Katie me beijou eu abri os olhos para olhar para Charlie, ninguém viu por causa dos meu óculos escuros. Mas eu notei sua cara de nojo e ela fez aquilo de revirar os olhos que eu odeio. Se eu não a conhecesse bem, diria que estava com ciúmes.

(...)

Aquela aula estava me matando de tédio e os olhares maliciosos da Lucy para mim, estavam me incomodando, o que é um milagre. Eu não sei, essa garota me parece uma bela vadia. Assim que o sinal para o intervalo tocou eu e Cody fomos um dos primeiros a sair da sala.

— Você e aquela amiga da sua irmã... – falei fazendo um esforço para lembrar o nome – a Jas. – Cody me olhou, esperando que eu terminasse a minha pergunta – O que tá rolando?

— Nada. – respondeu desanimado.

— Nada? – indaguei incrédulo.

— É cara – respondeu – as vezes parece que ela quer, entende? – indagou e não sei porque me veio a Charlie na cabeça – mas… eu não sei! – ele disse suspirando – Ela é diferente.

— Meu amigo, boa sorte! – falei dando um tapa no ombro dele – você está apaixonado.

Ele só assentiu com a cabeça e nós fomos para o nosso lugar de costume. – Estávamos sentados na messa, Cody, eu, Katie e do outro lado Noah, Lucy – que continuava me olhando, sem disfarçar – e Victória. Eu desconfio que ela e Noah continuam se pegando.

Assim que vi aqueles cabelos ruivos entrarem no pátio, olhei na direção da dona deles. Mas Charlie, deu meia volta e saiu do local, me deixando curioso para saber o que aquela ruivinha ia fazer, então fui atrás dela. A segui até a biblioteca, ela deveria estar indo atrás daquele idiota do Scott.

Fiquei espiando o que ela estava fazendo pelo vidro da porta, vi que ela tinha pegado vários livros e foi em direção ao balcão. Resolvi entrar pra irrita-la um pouco. Assim que entrei a garota que estava atrás do balcão dirigiu toda sua atenção para mim, e vi a cara de irritação de Charlie.

— Oi – falei dando um sorriso pra garota, que quase se derreteu. – seu nome é…? – eu fiz cara de quem estava tentando lembrar, mas não fazia a minima ideia de qual era o nome dela.

— Eva. – respondeu, arrumando o cabelo – somos da mesma sala, não se lembra de mim?! – é claro que o rosto dela não me era estranho, mas eu não me lembrava.

— Claro! – menti. – como poderia me esquecer... – Eva deu um sorriso enorme na hora.

— Ei...?! – Charlie chamou a garota. – eu vou levar esses aqui. – e jogou os livros em cima do balcão.

— Hã? – Eva olhou pra ela sem interesse – ata.

— Que péssimo gosto! – resmungou saindo da biblioteca.

Fui atrás dela e puxei seu braço, fazendo ela parar bruscamente e derrubar os livros. Ela se abaixou para pega-los e não me olhou, ainda estava tentando me ignorar. Recolheu todos eles, e os ajeitou nos seus braços, levantou e ia sair andando, fui atrás dela mais uma vez. Se ela pensa que vai me ignorar, vai ter que se esforça um pouco mais.

— Não vai me xingar? Nem dizer nada pra tentar me ofender? – indaguei. Mas ela não me respondeu e começou a andar mais rápido. – Eu estou falando com você Charlie! – falei irritado. Eu puxei seu braço novamente e os livros caíram mais uma vez, fiz ela ficar de frente para mim. – Será que dá pra você olhar pra mim?! – perguntei quando ela desviou o olhar pra uma parede. – Olha pra mim! – pedi irritado.

— O que você quer? – ela respondeu olhando dentro dos meus olhos. Eu não sabia o que responder, porque eu não sabia o que eu queria dela.

— Quero que você olhe pra mim! – a encarei.

— É o que eu estou fazendo agora! – a sua irritação era evidente – Mas porque? Que você é um idiota egocentrico que precisa da atenção de todos eu já sei!  – comecei a rir da sua cara de brava, era exatamente igual a quado eramos crianças. – do que está rindo seu idiota? – ela perguntou e logo depois desviou seu olhar para minha mão que segurava seu braço – dá pra me soltar? – eu soltei ela e levantei as mãos em sinal de rendição.

— Foi igualzinho a quando a gente era criança. – falei me lembrando que quando ela ficava “de mal” de mim e não queria falar comigo, e eu enchia ainda mais a paciência dela.

— E você já era um idiota! – falou começando a rir também.

— Eu tinha me esquecido de como seu sorriso era lindo... – falei sem pensar, logo me arrependo disso.

Charlie parou de sorrir e me olhou de um jeito diferente, era como se ela estivesse decepcionada comigo. – Então abaixou-se para pegar os livros, eu me abaixei para ajuda-la. Ela estava se levantando para voltar a andar quando eu fiz uma pergunta.

— O que foi? Qual o problema? – perguntei sem entender.

— Você é o problema! – ela respondeu me olhando. – eu tenho que ir… – E ela foi, caminhando apressada pelos corredores, segurando seus livros nas mãos, sem olhar pra trás.


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Notas finais do capítulo

Deixe seu comentário! ❤

Próximo capítulo é um especial – narrado pela Jas.

Até logo...

Beijos! ❤