Leia ouvindo: Velha Infância
Domingo, 29/11/2015

Hoje voltamos da nossa viagem de término do ensino médio e há entre todos da nossa turma esse sentimento de melancolia e humor ao mesmo tempo.

Já faz quase 24 horas que o vídeo que fizemos foi apresentado e todos choramos desde então, alguns deixam escorrer livremente as lágrimas para longe dos olhos, enquanto outros sentem a dor no peito como se chorassem para dentro (sou uma dessas, culpada). Mas são lágrimas sinceras, não importa se escorrem para fora ou para dentro de si, são as lágrimas que mostram o quanto nos amamos.

Durante a apresentação do vídeo, vi muitos de nós chorarem abertamente (ou discretamente, como o titilho) e a maioria desses me fuzilou depois me chamando de "fria" ou "pedra" pois eu não havia chorado. Mas eis o motivo pelo qual não chorei: o futuro. Eu observava cada um deles (de vocês) chorarem por algo que achavam estar perdendo, mas eu me encontrava no limiar do meu mundo e da realidade, imaginando-me esbarrando com todos futuramente em um lugar qualquer e logo depois indo tomar um drinque e fofocar sobre o que havia mudado desde a separação da turma; mas acima de tudo não chorei pois queria gravar aquela cena para mim, na minha memória, como uma tatuagem, e com lágrimas impedindo-me de ver eu não poderia lembrar da expressão de cada um, o misto de pura alegria e de tristeza ardente. Em cada um eu, via através dos olhos, as lembranças boas que passavam, ao mesmo tempo, lentas e rápidas, sobre a nossa turma.

E devo admitir que estou com medo. Assim como nosso amigo Diego, o único cara (que eu conheço) que tem um puta fedor de hetero, estou com medo. Medo do desconhecido, e principalmente por não ter mais esse porto seguro que muitos chamam de escola, mas que nós temos o privilégio de chamar de lar (como na música da Gabrielle Aplin-Home).
Eu amo vocês. Amo (com 'A' maiúsculo) a nossa turma.

Vou sentir saudades...