Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 57
Uri?




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Passamos pela porta do apartamento de Gaspar e fomos em direção a sala, entrei vendo que estava tudo silencioso e fiquei surpresa ao ver Klaus passando da cozinha para a sala de jantar carregando alguns pratos. Gaspar veio logo atrás dele carregando alguma comidas e percebi que ele estava extremamente mal humorado, não demorei para entender que era algo relacionado a Ibis. Provavelmente ela invadiu a casa e decidiu cozinhar, vi Nataniel andar de um lado para o outro tirando foto de tudo que surgia a sua frente como se estivesse participando da coisa mais animada da sua vida, provavelmente ele entrou de penetra já que eu tenho total certeza de que Ibis nunca o chamaria, afinal ela tem um pouco de medo desse assédio dele.

— Chegamos. – Phoebe anunciou sorridente e em poucos segundo Gaspar a abraçava com força enquanto ela correspondia – Oi pai. – ele sorriu.

— Oi filha. – olhei estranho, Gaspar era tão jovem... era terrível ouvir uma mulher de 22 anos o chamar de pai.

— O que Nik faz aqui? – perguntei.

— Ibis o “chamou” para comer.

— Traduzindo de uma forma mais literal, ela me agarrou a força e me fez um escravo da cozinha. – o loiro se aproximou e tocou meu rosto sujo de sangue com preocupação – Eu deveria me surpreender?

— Sim, dessa vez não fui eu quem destruí um carro. – ele deu ombros e prendeu meu cabelo para logo ficar ao meu lado com as mãos nos bolsos.

— Bem, não ficarei surpreso afinal eu espero isso de qualquer um da sua família.

— Almoço em família. – Ibis surgiu sorrindo e eu fiquei desconfortável com a situação do “almoço em família”, eu nunca tinha tido um almoço dessa forma, exceto com os Mikaelson.

Era muito estranho considerar Ibis como mãe, assim como Gaspar como pai. Isso nunca entraria na minha cabeça de forma alguma, jamais. Pra mim eles somente seriam as pessoas do mesmo sangue que eu, mas eu nunca os veria como pai ou mãe. Eu havia passado tempo demais sem pais e havia me acostumado com isso, havia aprendido a lidar com isso e seria forçar demais se eu fosse obrigada a conviver dessa forma com eles, assim como já era estranho ver um clone meu intitulando os dois como pais. Isso nunca deixaria de me incomodar.

Fui lavar as mãos e olhei a minha aparência deplorável, em nada combinava comigo. Quer dizer... combinava e muito, mas fazia muito tempo que eu não me via dessa maneira. Com o rosto cheio de terra e sangue, folhas no cabelo e arranhões por toda a parte, passei uma água no rosto vendo pouca diferença e prendi o cabelo indo comer vendo que Phoebe e Elliot estavam da mesma forma que eu, procurei indícios de que isso irritaria alguém, mas todos estavam completamente normais em relação a isso e eu me perguntei se problemas assim ocorriam com frequência, pelo visto sim.

— Então Sage, nos fale sobre você. – olhei para eles com descaso enquanto colocava comida no meu prato , o que tem pra saber sobre mim?

— O que quer saber? – murmurei e Klaus apertou minha coxa me advertindo, era óbvio que ele não queria ver ela tendo um ataque histérico.

— O que fez até hoje? – a olhei de cara feia, eu queria muito ir embora.

Estava tremendamente mal humorada.

— Bem, terminei o médio. Faço curso de fotografia, sou rainha, eu como e durmo. E isso resume muito bem o que eu fiz da vida nesses últimos anos. – peguei o pedaço de algo que parecia ser uma torta de frango e mordi agradecendo por não ter pegado mais, me engasguei sentindo o gosto horrível e me forcei a engolir sem nem mastigar, eu não queria prolongar minha estadia.

Klaus não fez essa merda de torta, eu tenho certeza que ele não tentaria fazer com que eu morresse por dentro. Olhei para o resto das pessoas na mesa de jantar e vi que todos fizeram o mesmo que eu, Ibis sorria de maneira agradável como se esse fosse o seu melhor prato. Sinceramente, não me aguentei.

— Você por acaso colocou um cadáver em decomposição nessa merda de torta? – a olhei de cara feia e a feição dela foi a pior possível.

— Sage eu levei duas horas pra fazer essa torta. – ela resmungou socando a mesa e o pires com a torta se partiu, vi que Gaspar sorriu em alivio ao ver a comida cheia de vidro.

— Não me interessa, ficou uma tremenda de uma porcaria, eu quase apodreci por dentro comendo essa coisa horrível. – resmunguei – Que tipo de paladar você tem pra poder achar que pode nos dar isso pra comer? – ela me encarava visivelmente irritada.

— Estamos indo, me lembrei que temos que resolver algumas coisas do reino. – Niklaus se levantou como um raio e me puxou para fora do prédio, descemos pelas escadas e em poucos segundos estávamos do lado de fora do prédio – Sage controle a sua língua. – ele andava visivelmente irritado – Eu espero nunca mais ser forçado a passar um dia com a sua família, você eu até aguento, mas não dá pra aturar 4 de você. – ele colocou as mãos de forma teatral no próprio ouvido e então tampou minha boca com as mãos – Por favor não fala comigo pelo resto desse ano, eu não vou suportar mais.

Reprimi uma risada.

— Eu estou pagando por todos os meus pecados desde que te conheci.

— Ainda tem 1200 anos pra quitar amor. – ele me olhou irritado e quase me jogou na pista movimentada, grudei em seu pescoço e o beijei.

~º~

Me lancei na água gelada me sentindo uma verdadeira sereia enquanto nadava de um lado para o outro, eu não tinha mais nenhum medo de me afogar, eu finalmente aprendi a nadar e agora estava na imensa piscina sob os olhos atentos de Finn. Deu uma olhada em meu novo irmão e percebi que ele encarava o nada com uma feição preocupada, era mais do que óbvio que ele não estava nada bem  e eu sabia muito bem qual era o motivo disso. Sage desaparecida. O próprio Finn havia me pedido para a localizar, mas isso não havia sido possível já que ela estava morta e é claro que ele não sabia disso.

— Eu realmente não faço ideia de onde ela pode ter se metido, Sage sempre me avisou quando iria ficar por muito tempo fora. Isso é algo realmente muito estranho. – ele me olhou atentamente – Acha que não pode mesmo encontrar ela?

— Acredito que não, não sou muito boa nisso, mas nós temos Davina. Peça para ela fazer isso. – suspirei, Davina estava me ensinando muitas coisas e meus feitiços de localização eram  péssimos, mas Gaspar vinha me ensinando a achar as pessoas com outros métodos e os resultados eram satisfatórios para pequenas distâncias.

Finn cruzou os braços e me olhou nadar despreocupadamente pela água cristalina nas piscina completamente de pedras, mergulhei e voltei para cima e notei que o vampiro havia se sentado na borda da piscina com os pés para fora. Ele suspirou e me olhou confuso.

— Como tem tanta facilidade para conseguir aprender tão rápido?

— Estamos em perigo, não tenho tempo para ter grandes dificuldades. – deitei e abri os braços.

— Você está se sentindo bem com isso? Lidando com tudo isso? – apontou para o castelo e eu vi a grande quantidade de vampiros que estavam espalhados pelo jardim conversando e algumas vezes nos olhando, a maioria detestava Finn.

— E por que não estaria? Eu posso lidar com qualquer coisa, eu aprendi isso cedo demais. Isso não me assusta, eu literalmente fui criada para a guerra. Se eu acreditasse em Athena diria que sou a reencarnação dela. – me vangloriei um pouco.

— E Klaus seria o que? O deus da guerra? – riu baixo – Vocês são muito estranhos juntos, não param de brigar um segundo.

— Mas nos amamos, isso é suficiente. – ele se levantou e me olhou rapidamente – Até logo.

Acenei e sai da piscina me enrolando em um roupão, passei pelos vampiros acenando com a cabeça e fui em direção ao meu quarto, subi os quatro andares vagarosamente e passei pela porta esbarrando em Elijah pelo caminho. Sorri para ele e entrei em meu próprio quarto dando de cara com Rebekah, Marcel e Niklaus que tinham expressões sérias.

— O que foi?- os olhei atentamente.

— Kol teve problemas para trazer os lobisomens. – fiquei séria.

— O que foi?

— Um grupo de vampiros muito grande lutou contra eles, perdemos pelo menos 15 vampiros. Logo nossos inimigos desapareceram e Kol constatou que eles haviam levado os lobisomens que ele tinha detectado. – Marcel explicou rapidamente – Isso significa que ou Uri sabe que iremos criar híbridos, o que ele fez com esses lobisomens é que é um mistério.

— Como ele poderia saber de algo assim e quem definitivamente é Uri?

— Achamos que tenha alguém de dentro passando informações para eles. Isso começou depois de montarmos os grupos, pode ser alguém do grupo do próprio Kol.

— Não acho que se arriscaria tanto se expondo dessa forma, ainda mais para Kol. Olá! É do Kol que nós estamos falando Sage, nós sabemos que ele tem um temperamento mil vezes pior do que qualquer um dentro desse cômodo.– Rebekah discordou – Podemos ver isso depois. – me olhou atentamente.

— Uri é um vampiro que surgiu a pelo menos 100 anos atrás, ou mais que isso. Ninguém sabe dizer ao certo, mas Uri fez seu reino crescer extremamente rápido, ele sumiu por muitos anos e quando voltou estava extremamente poderoso. É o máximo que sabemos sobre ele. – Marcel me explicou pacientemente – Seus subordinados sempre foram extremamente fieis em relação a ele, não sabemos de muito coisa sobre Uri. Na realidade não sabemos absolutamente nada sobre ele, nem mesmo a sua aparência. Estamos jogando no escuro.

— É. – resmunguei baixo – Talvez esteja na hora de começarmos a investir contra ele, não avise a ninguém ainda, só prepare o meu grupo para a luta sem deixar que isso escape para quem não seja do grupo. Nem mesmo para os instrutores e não avise ninguém do meu grupo, só peça para Elijah que intensifique o treinamento deles, pegaremos o primeiro grupo daqui 5 dias. – ele acenou com a cabeça saindo do quarto.

— Parece que temos alguém finalmente levando algo a sério. – fiz uma careta para Niklaus, desde quando eu não levava isso a sério? Ele riu da minha cara indignada – Você está se saindo bem amor.

Sorri para ele e fui em direção ao banheiro deixando a porta aberta vendo ele se escorar nela enquanto me olhava intensamente, tentei imaginar o que passava em sua cabeça porém não tive pista alguma, ele estava completamente neutro e eu tentei imaginar algum motivo para isso. Apenas dei de ombros desistindo de tentar descobrir e entrei de baixo do chuveiro dando  um sorriso para o nada, eu acredito que estou sendo uma boa rainha.

— Você está sendo uma rainha fantástica. - senti seus lábios em minhas costas e me encolhi em seus braços me aconchegando em seu corpo quente, senti que ele sorria – Só não roube o meu trono o teremos problemas.

— O trono é meu. – sorri sarcasticamente – Pegue de volta.

Ele apenas riu.

~º~

— Bem então os treinos estão sendo efetivos ou não?- Davina olhou para Bonnie que retorceu os lábios e arregalou os olhos, senti vontade de a socar.

— Depende do que efetivo significa para você. Ela usa os poderes? Sim! Ela projeta fogo sem precisar falar nada? Sim! Ela faz as coisas levitarem? Sim! Ela tem controle sobre isso? Absolutamente não. – ela riu negando com a cabeça – O ritmo está bom, mas tenho certeza que você não quer ficar perto dela quando ela termina, eu sugiro que tome cuidado com isso Davina. Você pode perder um pescoço nessa brincadeira ou ser queimada viva por acidente. – ela mexeu nos cabelos curtos me lembrando do episódio em que eu quase a queimei viva, ela só estava bem graças a Matt que fora bem mais rápido do que minha evolução bruxa e me apagou.

— Eu estarei muito atenta. – ela deu um sorriso preocupado.

— Tenha sempre outro vampiro por perto com você, um de confiança e super controlado. Você não vai querer dois problemas nas mãos.- avisou passando uma espécie de diário para ela – Está tudo anotado aqui sobre a Sage, se você puder preencher depois eu agradeceria, seria mais fácil acompanhar a evolução dela. Em semanas ela cresceu muito, ela só precisa do incentivo certo para evoluir.

Porque eu estava sendo tratada como se fosse uma criança indo para o primeiro dia de creche? Isso realmente era muito chato.

— Ela sabe tele portar?

— Graças a Deus não.- Bonnie suspirou de alivio – E acredito que irá demorar um pouco, mas fique esperta, as evoluções aparecem de maneira bem discreta e então explodem. E não deixe forçar ao máximo, se precisar desacordar ela faça isso imediatamente. – dei um olhar duro para Bonnie e Matt apenas cruzou os braços ao lado de Jeremy vendo que eu estava irritada.

— E jamais deixe ela te morder ou teremos um problema imenso pela frente.- o loiro avisou.

— Tudo anotado. Eu vou dar conta disso! – ela sorriu para os dois e depois me deu um olhar preocupado – Vamos ver o que você sabe fazer, eu quero ver se consegue mesmo fazer isso sem pronunciar nada.

Davina saltou para trás quando um circulo de fogo surgiu ao seu redor, ele se intensificou mais se fechando com ela dentro e então ele parou completamente. Olhei para Bonnie vendo que ela encarava Davina seriamente, ela me parou.

— Se você se sentir ameaçada você tem que tentar parar. A Sage nunca para sozinha.

A olhei ofendida e ela apenas deu de ombros.

~º~

Matt tocou o meu rosto e beijou minha bochecha se afastando, Jeremy me deu um abraço apertado e ao mesmo tempo carinhoso e Bonnie se aproximou sorrindo para mim.

— Bem então é até logo. – me despedi de Bonnie a abraçando.

— Não apronte muito Sage, você precisa ser mais responsável do que nunca agora. – a morena me avisou e eu concordei com a cabeça – Nunca imaginei algo assim, gostaria de ficar mais tempo com vocês, mas nós realmente precisamos voltar para Mystic. Eu sinto que vão precisar muito de nós lá então... é melhor irmos o quanto antes.

— Estarão mais seguros lá.  É bom que fiquem por Mystic cuidando de tudo por lá, e cuidem da minha mãe por favor. – Caroline chorava agarrada ao três, me afastei me apoiando em Damon – Adeus.

— É um até logo Caroline. – a morena corrigiu com lágrimas nos olhos – Espero que voltem para Mystic o mais rápido possível, aquela cidade não será a mesma coisa sem vocês.

— Com toda certeza não será. A Sage é a baderna que qualquer um quer na própria vida, o Damon é o nosso barril de álcool, Stefan é o coerente e carinhoso que todos precisam, eu sou a própria festa e a Elena é... nossa defensora.

Concordamos e nos despedimos deles de novo, fui em direção ao meu carro enquanto os três iam para o avião.

Ok. Uma parte da missão está completa, agora falta outra parte. Treinar mais ainda os meus poderes de bruxa. Suspirei entediada e liguei meu carro acelerando em direção a um pedaço de nada que era meu centro de treinamento para bruxaria, eu era péssima em ser uma bruxa e isso era muito claro por todo o campo, era nítido só de olhar as árvores e a grama completamente queimada. Era um pouco vergonhoso ter que lidar com as piadinhas depois disso, aconteciam toda vez que algum bruxo me via afinal não era muito difícil conseguir controlar as chamas, mas para mim tudo que parecia simples era extremamente difícil, talvez existisse algum problema comigo. O que é totalmente justificável.

Vou culpar o trauma de uma infância e de uma adolescência.

Quando cheguei Davina já estava lá e olhava completamente entediada ao redor era visível que estava surpresa e preocupada, Marcel estava ao lado dela conversando enquanto fazia alguns gestos exagerados. Ele era extremamente agitado e isso por vezes me deixava muito irritada, ele não parava de sorrir e saltar de um lado para o outro enquanto conversava com as pessoas, deveria ser algum tipo de TOC ou algo assim.

— A rainha chegou. Vou ver você em ação hoje, finalmente. Eu estava esperando por isso a bastante tempo.- ele disse agitado e foi para uma pedra imensa se recostando nela.

Ele seria meu novo vigia? Eu me sentia em uma prisão, só faltavam as correntes.

— Não se anime tanto. – Davina o repreendeu – Eu ainda consigo sentir aquela pedra na minha cabeça. – tocou a testa com uma careta.

— Acidentes acontecem.- justifiquei.

— Você é a única vampira e bruxa que consegue fazer isso Sage, acidentes acontecem com você. – fiz uma careta sentindo vontade de socar essa vadia nojenta, como assim é culpa minha?

A olhei de cara feia, todos somos propensos a erros. Tenho certeza que ela não foi a bruxa perfeita não nascei disparando raios pelos olhos e muito menos brotando pelo solo por ai.

— Como assim é culpa minha que logo você não dê conta de se proteger em um treinamentos? – ela me olhou com uma careta insatisfeita.

Não estou nem ai para ela. Essa garota não é um problema meu.

— Tudo bem, vamos começar. Aqui... coloque fogo nesse tronco.

Marcel pegou o tronco para o qual ela apontou e fixou no chão o deixando de pé, usei meus poderes de maneira nada controlada e comecei a queimar o tronco sem proferir uma única palavra. Tudo fugiu de meu controle e o fogo simplesmente se expandiu nos fazendo saltar para trás, a olhei com um pequeno sorriso sentindo meus olhos doerem e minha sede aumentar. Um céu de fogo ficou sobre nossas cabeças e Davina me olhou assustada enquanto as chamas se moviam descontroladamente para todos os lado sem que ninguém tivesse controle algum sobre elas, senti que a insanidade tentava me dominar e isso era um problema terrível.

— Precisa parar agora ou vai nos queimar vivas. – ela gritou e vi que Marcel nos olhava preocupado enquanto as chamas desciam.

— Por algum motivo... eu não estou me importando. – senti um sorriso sádico se abrir em meu rosto ao ver que ela estava ficando extremamente assustada.

O que estava acontecendo comigo? Tudo bem que eu não era nada normal, mas isso é completamente insano, não faz sentido algum que eu esteja dessa forma. A minha sede estava me descontrolado, se eu continuasse dessa forma logo perderia o controle... isso se já não tiver o perdido.

Dei um passo para frente e os olhos dela arregalaram, senti minha cabeça doer e meu nariz começou a sangrar manchando toda a minha roupa, tombei a cabeça para o lado sentindo que a dor já não me incomodava tanto e tornei a caminhar apenas para sentir ela se intensificar mais ainda. Senti uma leve pressão em minha testa e mandei toda a minha energia para o local o centralizando e sorri quando percebi que eu já não sentia mais nada. Eu estava basicamente neutralizando os efeitos de sues poderes.

— Marcel, segure ela. – Davina pediu – Com toda a sua força, não deixe ela se soltar por nada. – ela tentou começar a apagar o fogo, mas as chamas não cessaram, na realidade elas começaram a descer em espiral em nossa direção, como um tornado de chamas.

O vampiro me encarou sério e meus olhos ficaram completamente embaçados a medida que o ambiente escurecia, o céu de fogo se dissipou sendo substituído pelo extremamente azul, olhei para trás vendo que Gaspar olhava duramente em minha direção.

— Está na hora de parar Sage. Ou eu vou ser obrigado a suprimir todos os seus poderes. – ele avisou enquanto eu desmaiava.

~º~

— Tudo bem turma? – o professor de cabelo azul nos olhou atentamente, apenas acenamos de maneira desanimada para ele – O que tem de errado com você hein? Já foram bem mais enérgicos do que isso eu estou sentindo que todos estão cada vez mais pior que o normal.

— Professor não estamos realmente animados, vai ter uma festa de comemoração pela entrada dos novos alunos de intercambio e nós realmente não estamos animados com isso. Nenhum de nós quer ficar fotografando os alunos que estão vindo para cá, quem quer perder uma festa feita para nós enquanto trabalhamos?- um loirinho reclamou atrás de mim e eu olhei para Katherine que tinha os pés sobre a mesa, ela me encarou de volta.

— É realmente algo desagradável de se fazer, você estão certos, mas infelizmente é assim que tem que acontecer. Vão ter muitas pessoas vindo de fora para poder participar dessa festa, a turma de decoração vai participar, a turma de pintura também, a turma de música, de dança, de culinária e até mesmo as de esculturas estarão participando disso.

— Nós sabemos e realmente apreciamos isso professor... – Katherine começou – Mas o fato é que eles irão trabalhar antes de nós... e irão participar da festa como pequenas borboletas coloridas enquanto nós nos matamos para conseguir pontos nisso.

A olhei impressionada pelo bom comportamento dela, mas eu concordava com o professor, era uma festa para mostrar o que sabíamos fazer e eu mostraria o que eu sabia fazer. Todas as turmas fariam isso, por que eu não poderia fazer também e expor meu trabalho? Fiz uma careta.

— O trabalho é opcional, faz quem quer. Um bom fotógrafo sempre está atento a todas as situações e sempre está com a câmera presente. Se não... você não é um fotógrafo, é um amador. E amadorismo serve para todos. – sorriu para nós e foi em direção a porta a abrindo levemente quando alguns toques soaram e olhou para fora – Pois não? – Perguntou simpático.

— Gostaria de falar com uma de suas alunas. – Katherine se virou me olhando confusa e com os olhos arregalados.

Fiquei em alerta imediatamente, eu não reconhecia o dono daquela voz.

— O que?- fiquei confusa.

— Eu acho que conheço essa voz. – sussurrou – Não tenho certeza, está diferente.

— Qual aluna?

— Sage Mikaelson. – ergui meus olhos para a porta a olhando com curiosidade.

— O senhor é um parente por acaso?

— Sim... eu sou... – ele foi interrompido grosseiramente pelo professor.

— Achei que fosse chefe. Vai esperar até o fim da aula, a família pode esperar.– fechou a porta com brutalidade e voltou a dar a aula.

Olhei para Katherine que ainda estava tensa e ela me olhou de volta decidindo por fim dar de ombros e se sentar novamente na cadeira enquanto fazia algumas anotações sem realmente se importar com o que aconteceu... quem queria falar justamente comigo? Seria um dos vampiros do reino? Estariam precisando de mim? Se fosse Niklaus ele já teria quebrado a porta e entrado.

— Posso ir no banheiro? – ergui o braço olhando para o professor.

— Claro Sage. – ele sorriu amigavelmente – Volte logo.

Sai da sala e vaguei por todos os corredores a procura do vampiro, mas não achei nada. Olhei confusa por todo o local e rodeei o colégio a procura de alguém, mas não achei ninguém. Fiquei confusa, afinal se fosse um dos meus ele me esperaria até poder falar comigo. Voltei para sala e parei no meio do caminho erguendo os olhos e encarando a figura completamente de preto que me encarava, cravei meus olhos nele que apenas sorriu e ficou parado no corredor. Seria Uri? Ele tinha olhos verdes e o cabelo loiro, não era nada jovem.

Uri teria vindo atrás de mim? Eu não reconhecia aquela figura e o sorriso que ele me deu era mais do que hostil. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa o sinal tocou e os alunos saíram rapidamente da sala e ele desapareceu do corredor, olhei confusa sabendo que isso não era nada bom. Mas não era bom mesmo.

Katherine saiu da sala carregando minha mochila e parou a minha frente me olhando curiosamente, soltei todo o ar que havia prendido e a encarei. Minha marca ardia como o inferno sinal claro de que quem quer que fosse aquele ser que me encarava não era coisa boa e era extremamente forte. Esse era um sinal de que deveríamos ficar mais alertas do que nunca, algo muito ruim estava prestes a acontecer.

— Sage tudo bem? – Caroline surgiu de sua aula se colocando ao meu lado segurando meu braço com força.

— Eu estou com medo, eu acho. – a olhei atentamente.

— Como assim? Medo de que? – Katherine olhou ao redor e senti que ela estava arrepiada.

— Eu acho que não sei... Talvez seja loucura da minha cabeça, mas tenho a impressão de que Uri está aqui. – as olhei confusa – Talvez seja por isso que nossos grupos estão sendo interceptados.

As duas olharam ao redor e fomos rapidamente para o lado de fora do colégio dando de cara com as duas mulheres de sempre que estavam extremamente sérias, dei um olhar para Natalie indicando que não iriamos entrar no carro e fomos em direção a uma rua vazia enquanto ela voltava para o castelo sem nós. Eu havia dado um claro sinal de que não deveríamos sermos vistas juntas.

Eu tinhas suspeitas de que alguém estava atrás de nós. Deveríamos ficar alertas, atentas a qualquer coisa de diferente. Ficamos completamente em silêncio enquanto seguíamos pelas ruas vazias de New Orleans, toda a ambientação era estranha. Olhei para o alto do prédio e vi um vulto desaparecer pulando do alto de um prédio para o outro. Definitivamente havia alguém de olho em nós.

~º~

Olhei ao redor com um pouco de suspeita vendo a rua lotada, isso era pior do que ficar sozinha, ele poderia estar me vendo, mas eu não o via e isso era um tremendo de um problema, ele podia saber todos os meus passos. Avancei pelo local com Cosmo ao meu lado e abri a porta, o gato parecia estar sentindo toda a minha tensão e se mostrava extremamente desconfiado mesmo sobre os olhos de surpresa da população. O que tem demais o meu gatinho ser gordo e usar uma coroa falsa? Não pode é?

— Sinceramente quem é que estamos procurando?- Finn perguntou ao meu lado.

— Você não disse que queria encontrar a sua esposa? Vamos procurar por ela. – apontei para um local escuro onde eu tinha certeza que tinha uma bruxa que aceitaria participar.

Eu não me cansava de ver Finn entrar em desespero, eu sei que é uma tremenda de uma maldade, mas eu simplesmente não suportava o olhar de superioridade que ele me dava, era extremamente irritante eu queria me divertir as suas custas com isso. Quem é superior agora amor?  Eu sempre estou a  frente. Eu ainda tinha que achar uma forma de contar isso para Niklaus, eu simplesmente havia ignorado o fato de que ele precisava saber disso, afinal até ele estava com medo achando que Uri a tinha sequestrado. E se ele fez isso era um sinal nada bom. Para eles, por que eu já sabia o que havia acontecido.

Fiquei afastada enquanto Finn ia falar com ela, ele entregou os brincos e eu dei uma volta pela loja macabra dela pegando em tudo que era possível e fiquei até um pouco surpresa ao ver que eu não quebrei absolutamente em nada, evitei tocar nas pedras espalhadas pelo local om medo de que algum tipo de maldição caísse sobre mim e então Finn surgiu com o rosto transtornado, ele segurou meu braço com força exalando preocupação e eu arqueei a sobrancelha surpresa com seu ato, desde que me atacou ele evitava me tocar.

— O que?- perguntei já sabendo a resposta.

— Ela disse que Sage pode estar morta. – vi seu rosto se encher completamente de dor e fiquei até um pouco surpresa, a minha vista os dois não pareciam tão conectados assim – Minha esposa...

E então ele me abraçou com força quase retirando o ar que havia em meus pulmões, fiquei surpresa, mas não correspondi o abraço. E nem senti o remorso me atingir, eu não gostava da sua esposa e não simpatizava com ele, e isso realmente não me comovia. Movi meu olhos pela vitrine e então novamente vi aquela mesma figura me encarando de longe, ele apenas ergueu um braço e acenou sorrindo.

Definitivamente eu tenho sérios problemas.


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