Eu sou o inverno escrita por AleyAutumn


Capítulo 44
Construindo uma sobrevivente




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Já é hora de alguém te repreender por todos os seus atos

O trovão que ruge parou no frio para ler sem sinal

Não há tempo

Pegue o que é meu e não tenha desculpas que gastem seu precioso fôlego

Não há tempo

O sol brilha para todos, todo mundo ama a si mesmo até a morte

Ok Sage. Calma. Você está liderando híbridos, é preciso ser extremamente sensata. Estamos em uma batalha.

— Matem tudo o que se mover. Não façam reféns e não hesitem. Respirou, morte. - Katerina me interrompeu.

— É isso que você chama de estratégia? - perguntou com uma sobrancelha arqueada enquanto devorava um pedaço de torta - Só para deixar bem claro eu não vou salvar Niklaus.

Dei de ombros, eu não precisaria da ajuda dela.

— Não estou montando estratégia, quero a morte deles e só isso basta. Não vamos passar despercebidos isso é óbvio, só queremos entrar sem sermos vistos, mas depois que entrarmos podemos fazer o que quisermos. - expliquei.

— Precisamos de uma estratégia. Não é só entrar e sair.- Nataniel reclamou.

— É exatamente isso. Se você quer estratégia... ok vamos ter estratégia. - peguei a bolsa e a abri - Aqui a estratégia. - retirei as granadas da bolsa jogando na mesa e vário galões de gasolina.

— O que você está pensando em fazer sua maluca? Onde arrumou essas coisas?- Nataniel tentou pegar a mochila.

— Não interessa! Tenho e é o suficiente. - bufei olhando as metralhadoras, não serviriam para nada - Nos vamos chegar por volta de meia noite, boa parte dos vampiros estarão caçando. Entrar é fácil, sair é que vai ser um problema. - avisei olhando os meus 12 híbridos - Não são poucos vampiros. 12 foi o máximo de híbridos que consegui, o restante está muito longe daqui e eu não quero mais esperar. - olhei para todos.

Os híbridos concordaram com a cabeça enquanto sorriam animados, isso sim era ótimo. Agradeci por Niklaus ter passado a liderança para mim, ou seria bem difícil conseguir a ajuda deles, provavelmente eu teria que me virar sozinha e discrição não era lá o meu forte.

Então você tem que pegar fogo, tem que se deixar levar

Você nunca vai ser amado até que você tenha feito o seu dever

Você tem que enfrentar, pegar o que é seu

Você não reconhece o topo até chegar lá em baixo

— Eu irei na frente, tentaremos entrar o mais furtivo possível e caso não dê certo, vamos entrar quebrando tudo nem que tenha que colocar o lugar todo abaixo. Estão me ouvindo? - os olhei esperando a respostas.

Confirmaram com a cabeça, me levantei e abri a porta para Hayley que carregava suas malas com a ajuda de um dos híbridos.

— Coloca no quarto ao lado do meu. - pedi para o híbrido - Que bom que veio Hayley.

— Meio que não tive muita escolha, fui pegada a força por ordens suas. Porque não fiquei lá?

— Não sabemos até quanto Rebekah é capaz de agir. É melhor que fique aqui, sinta-se a vontade. Se quiser voltar depois que buscarmos Klaus... pode ir. Mi casa, tu casa. - peguei meu arco o colocando nas costas.

— Já vamos? - Nataniel se levantou.

— Sim. - olhei para o híbrido que trouce Hayley - Fique aqui. Se alguém se aproximar ou tentar algo contra o prédio... mate na hora.

Ele confirmou com a cabeça. Peguei a bolsa com granadas e minhas flechas de madeira, desci carregando tudo que consegui e entre no carro de Nataniel partindo em direção ao tão querido reino.

Um filho de um padrasto

Um filho de um

Eu sinto muito

Um filho de um padrasto

Um filho de um

Eu sinto muito

Corri por cima do telhado de uma casa pequena próxima e então pulei no asfalto molhado fazendo um baque, nem me importei com a dor que me assolou. Me esgueirei pelas sombras enquanto segurava meu arco pronta para atirar. Percebi que os arredores estava bem quieto, não havia ninguém. Dei um suspiro e quando estava prestes a entrar, recuei.

Três figuras estavam paradas na entrada, acenei para os híbridos e derrubei um com uma flecha enquanto dois híbridos atacavam os dois vampiros com uma estaca no coração. Avancei segurando meu arco e disparei em mais dois vampiros desavisados, eles caíram com um baque surdo e então alguém me cutucou assim que paramos no meio do reino. Olhei ao redor vendo que um grupo imenso de vampiros haviam se aglomerado no local, eles estavam nos quatros andares. Klaus que me perdoe, mas eu avisei quando disse que iria pegar seu reino para mim de uma forma ou de outra. Nem que tivesse que o reconstruir do pó.

Lancei um dos galões de gasolina para cima recebendo olhares desconfiados, peguei o arco e flecha de madeira em chamas e a soltei acertando o galão que explodiu lançando gasolina por todo o quarto andar queimando todos os vampiros que caíram aos meus pés enquanto gritavam em agonia. Seria muito fácil. Sorri maliciosa vendo mais vampiros aparecerem.

 Nenhuma mentira e nenhum homem enganador é o que ele ama

Continuo tentando entender que a morte vem de cima

Não há tempo

Pegue o que é meu e não tenha desculpas que gastem seu precioso fôlego

Não há tempo

O sol brilha para todos, todo mundo ama a si mesmo até a morte

Peguei a granada e arranquei o pino, joguei em direção ao segundo andar e um vampiro esticou a mão. Peguei o arco e atirei uma flecha contra a granada que se explodiu queimando uma pequena quantidade de vampiros no local, uma imensa cratera se formou na parede quase fazendo todo o local desmoronar.

— É assim que eu gosto. - sorri soltando o arco e segurando o braço de um vampiro - Que saudades.

Soquei seu ombro direito impedindo que ele me acertasse com o outro braço, dei outro soco e dessa vez acertei seu coração o arrancando com violência. Chutei o estômago de um vampiro e desviei de uma pedra imensa que foi lançada em minha direção, a peguei no ar e arremessei com tanta força contra o vampiro que sua cabeça explodiu. Fiz uma dancinha discreta e pulei nas costas de um dos vampiros que estava levemente curvado, agarrei a grade de proteção do primeiro andar e subi para o mesmo enquanto Nataniel me vigiava de perto. Puxei o vampiro pela gola da camisa e o lancei para o térreo onde ele foi destroçado pela híbridos.

 Chutei outros dois para o andar de baixo e quando ganhei um bom tempo peguei novamente uma granada fiquei de pé na grade de segurança, lancei a granada e dei um mortal para trás caindo no pátio. Me levantei dando uma rasteira em uma vampira e enfiei a estaca em seu pescoço, meu braço direito foi rodado por uma grossa corrente, me virei para o maldito e corri sem sua direção enrolando a corrente em seu pescoço e no de outro vampiro. Um dos híbridos vez uma concha com as mãos e a colocou sobre o joelho, pisei em sua mão e ele me lançou para cima. Saltei sobre uma estrutura de metal e pulei para o lado contrário ao que eu havia vindo. Formei uma espécie de balança enquanto o híbrido pulava em minhas pernas aumentando meu peso e fazendo os dois corpos serem puxados para cima. Só me soltei da corrente quando vi as duas cabeças rolarem pelo chão.

Então você tem que pegar fogo, tem que se deixar levar

Você nunca vai ser amado até que você tenha feito o seu dever

Você tem que enfrentar, pegar o que é seu

Você não reconhece o topo até chegar lá em baixo

Me virei novamente e com todo cuidado do mundo prendi uma granada em uma de minhas flechas e a lancei para o quarto andar fazendo um estrondo, uma parte imensa da parede caiu sobre vários vampiros que vinham pelo terceiro andar. Lancei flechas simultaneamente com a maior rapidez que consegui e derrubei quinze corpos em apenas 7 segundos. Eu queria tanto que Marcel estivesse aqui para lutar comigo, dei um sorriso ao atravessar uma flecha no queixo de um dos vampiros e logo depois o acertar no coração vendo sua pele se tornar azulada, Klaus era meu e ninguém o faria mal enquanto eu estivesse viva. Eu pegaria o nosso reino de volta.

Nataniel jogou um galão de gasolina em direção ao imenso grupo de vampiros no térreo e eu lancei outra flecha em chamas estourando novamente o galão e fazendo eles queimarem, eu acreditava que já estávamos acabando. Parecia impossível andar pelo reino sem pisar nos corpos, sim... o reino seria reconstruído do pó.

Um filho de um padrasto

Um filho de um

Eu sinto muito

Um filho de um padrasto

Um filho de um

Eu sinto muito

— Crista? - me virei vendo Marcel parado me encarando.

— Oi Marcel. - lancei uma flecha em sua direção apenas como uma distração e corri logo em seguida subindo para o andar de cima e me escondendo nas sombras, reparei que ele encarava o local confuso.

— Crista volte aqui. - ouvi ele gritar irritado ao ver que estava em desvantagem.

Quem mandou mexer com a rainha das Vadias meu amigo?

Lancei flechas em sua direção e me joguei para baixo segurando as grandes de proteção enquanto ele vinha para o local onde eu deveria estar, me balancei e voltei chutando seu peito com força o lançando até uma parede. Marcel correu em minha direção e tentou me pegar esticando seu braço em que eu enfiei uma de minhas flechas o atravessando e a empurrei com força a fazendo entrar na parede o deixando preso. Fiz o mesmo com seu outro braço e com as duas pernas, mais o abdômen.

— O que quer aqui?

— Vim pegar o que é meu de volta. - sussurrei e ele riu.

— Meu reino?

— Tudo o que você tomou. - o olhei de maneira demoníaca, eu traria Klaus de volta.

— Você não vai conseguir.

Abri um sorriso malicioso mostrando tudo completamente destruído e as centenas de vampiros mortos.

— Eu já consegui. Você não deveria ter me subestimado tanto assim. - falei ofegante abrindo um sorriso - Eu sou insana, eu faço qualquer coisa para ter o que eu quero Marcel. Não importa o que eu tenha que destruir.

Lancei mais uma flecha em sua direção e dessa vez acertei seu pescoço e dei uma pancada em sua cabeça o fazendo desacordar, pulei para o andar de baixo e vi Nataniel arrancando o coração do último vampiro que apareceu, coloquei o arco nas costas e caminhei rapidamente em direção ao porão sendo seguida pelos híbridos e por Nataniel.

A vida não é sempre como você pensa que é

Vire a cabeça por um segundo e o jogo muda

E eu sei, eu sei que errei contigo

Mas você confiará em mim se eu disser que vou te recompensar

De alguma forma, de alguma forma?

Ignorei minhas mãos sujas de sangue e entrei no local de uma vez descendo as escadas, mas ao contrário do que imaginava Niklaus não estava dentro de um caixão e sim encostado em uma parede do local tendo os dois braços presos por grossas correntes assim como as pernas, ele estava desacordado. Haviam vários cortes em seu corpo que não cicatrizavam e associei que deveriam ter sido feitos antes do maldito punhal ter sido colocado em seu corpo, ele não estava se curando. Alguém mexeu em uma trava e as correntes deixaram o corpo de Nik desabar, mas ele não foi solto. Klaus estava pálido e com a pele extremamente ressecada. Vi o punhal em seu estômago e o puxei imediatamente sem nem parar para pensar, seu pulmão expirou o ar e seu corpo ficou aparentemente mais relaxado. Passei minha mão em seu rosto e vi seus olhos tremerem levemente antes de se abrirem revelando um verde claro, Klaus piscou desnorteado e eu me senti péssima ao ver ele tão perdido.

— Hei amor. Desculpe ter demorado. - beijei sua testa - Sinto muito.

Klaus se virou para mim tocando meu rosto, e então se inclinou em minha direção e me beijou com intensidade me fazendo sentir a sua própria sede. Correspondi o beijo o puxando e ele se afastou sorrindo de maneira perversa, ele estava completamente furioso. Era mais do que notável, eu podia sentir a irritação pelos poros.

— Parece que você se saiu melhor do que eu imaginava. - sussurrou rouco - Queria dizer que estou surpreso, mas eu não esperava nada diferente.

Olhou para nosso pequeno grupo que veio o resgatar e me olhou curioso.

Então você tem que pegar fogo, tem que se deixar levar

Você nunca vai ser amado até que você tenha feito o seu dever

Você tem que enfrentar, pegar o que é seu

Você não reconhece o topo até chegar lá em baixo

Levei um susto imenso ao sentir meu corpo ser lançado contra uma parede, meus cabelos foram puxados me forçando a ficar de pé. A mão gelada segurava meu braço com força evitando que eu escapasse. Olhei para a entrada e vi que Marcel já estava acordado e trazia um grande grupo de vampiros, cerrei os olhos para Rebekah e dei o dedo do meio. Falsa.

— Eu não imaginava isso. - Marcel parecia transtornado - Que você viria aqui Nataniel, para libertar Niklaus. - ele olhou para Nataniel em fúria enquanto trocava olhares comigo.

Nataniel abriu a boca e então me olhou.

— Foi ela quem fez aquele estrago. As explosões, os corpos. Foi ela. - só não enfiou o dedo na minha cara pois eu estava longe.

— O que ganha com isso?

— Niklaus de volta. - vi pelo canto dos olhos que ele se levantava.

Ele estava quieto e isso não era um sinal muito bom, ele estava furioso. O vampiro do meu lado apertou meu braço com força e mordeu meu pescoço quase arrancando um pedaço, grunhi com a dor sem entender o ataque desnecessário. O que ele tem contra mim? Tirando o fato de que provavelmente a essa altura ele não tem onde morar.

— Essa aqui foi a louca que me atacou na praça, mordeu o meu pescoço. - se explicou e eu ganhei alguns olhares surpresos.

— E o que quer com ele? - Marcel me questionou.

Ri dele. Era tão lerdo.

— Eu vou matar a sua marcada. - olhou para Nataniel que sorria.

— Eu não sou a marcada dele.

— Não? - me olhou surpreso - Se não é dele... de quem é?

— Niklaus Mikaelson. - vi seu rosto ficar completamente horrorizado.

Ouvi o grunhido alto de Klaus e as correntes estourando – se espalhando por todo o local como projéteis - e então um líquido quente respingou em minhas costas, fui solta e me virei para Klaus ficando extremamente surpresa, seus lábios estavam sujos de sangue e ele havia partido o vampiro ao meio. Klaus havia partido um vampiro ao meio e exibia orgulhosamente um tronco em sua mão direita e as pernas na mão esquerda enquanto sorria de maneira sádica. Percebi que todos estavam em choque já que um vampiro não tinha força o suficiente para isso, ou se quer era tão violento dessa forma. Klaus soltou o corpo e me puxou em direção a saída, senti que ele se controlava razoavelmente bem enquanto seguia para fora. Ele estava realmente furioso.

Eles abriram passagem para passarmos e eu vi o quanto Rebekah estava abalada, morrendo de medo. Kol estava ao seu lado, parei em frente aos dois.

— Sinceramente... eu não sei como Klaus pode te amar. Eu te mataria. Sinceramente Rebekah, eu esperava mais de você - me virei para Kol - Nunca esperei nada de bom vindo de você.

— Quem você realmente é garota? - Marcel ria olhando ao redor desesperado - O que você é?

— Minha amiga, companheira, protegida e a sua rainha. - Klaus me puxou para fora.

O loiro subiu as escadas olhando ao redor com orgulho bem visível, eu havia conquistado o seu reino. Abri um sorriso discreto para Elijah que retribuiu enquanto olhava ao redor, o moreno esbanjou um sorriso divertido balançando a cabeça em negação.

— Estou impressionado, eu sumo e você toma conta de tudo. Eu não poderia ter escolhido ninguém melhor. - abri um sorriso para ele Niklaus.

Chutei uma cabeça para longe e então Niklaus se virou vendo seu castelo completamente destruído.

Um filho de um padrasto

Um filho de um

Eu sinto muito

Um filho de um padrasto

Um filho de um

Eu sinto muito

— Acho que vou para sua casa. E vou montar o reino lá.

Ele que nem sonhe com um absurdo desse. Ele riu da minha cara chocada.

— Talvez perto.

— Não vai voltar para a mansão?

Ele ficou sério enquanto seguia pelas pilhas de corpos. Senti que tanto o meu grupo quanto o de Marcel nos seguia.

— Não, tenho outras prioridades. - enlaçou minha cintura.

Me virei olhando para trás e todo o estrago que eu havia feito, no fim talvez só houvesse sido fácil pelo fato de eu precisar proteger quem havia me marcado. Eu começava a entender finalmente o poder de uma marca, e era fantástico ver o quão forte nos tornávamos com ela. Ela realmente tinha um poder imenso, nós éramos um. A dor de Klaus era minha, assim como sua felicidade e as suas derrotas. E a minha vitória era a dele, nós somos dois em um e nada vai nos dividir.

Olhei para Marcel e abri um sorriso debochado.

— Eu disse que pegaria tudo o que você nos tomou. - vi sua feição desesperada.

Eu sinto muito

Eu sinto muito

Eu sinto muito

~°~

— Niklaus você poderia por favor me ajudar? - olhei minha pequena cozinha completamente perdida.

— Qual o problema? - levei um susto quando me virei e ele estava do meu lado.

— Não sei o que fazer para eu comer.

— Eu já comi.

— Eu e Hayley não. - falei o óbvio - Hoje você é o chefe. - amarrei o avental em seu quadril e ele me olhou super sério - Não?

— Eu não cozinho.

— Você é um híbrido. Aprende rápido. - abri um sorriso mínimo e ele discordou enquanto dobrava as mangas.

O olhei todo sexy em minha cozinha com sua blusa azul marinho de mangas longa, a calça de moletom preta e os pés descalços. Ele olhava para os ingrediente completamente confuso e eu quis ver até onde ele iria bancar o sabe tudo. Sua expressão era cômica.

— Como usa? - passou a ler o rótulo do molho de tomate e então desistiu o lançando para trás - Molho branco. - começou a mexer em seu celular - Macarrão.

Ele murmurava palavras enquanto tentava encaixa-las em sua cabeça. Nik estava mais do que perdido enquanto mexia no celular, encarei Hayley com diversão e observei o loiro mexer nos armários. Eu sabia que tinha todos os ingredientes que ele precisariam mas, ele parecia mortalmente perdido.

— Hum... esse macarrão casputti... não tem aqui.

— É a marca Nik. Pode ser qualquer macarrão.

— Aqui diz parar usar casputti.

— Desde quando você segue regras? Ainda mais de uma página de receita? - reprimi uma risada.

— Sage você está me irritando. - ergui as mãos e quando pisquei os olhos todos os ingredientes estavam na mesa.

Ele se sairia muito bem. Eu tinha certeza.

— Cheguei família. Amor, Nicolas... Lobinha. - Nataniel passou pelo Hall - Uau, isso tem um cheiro bom. Acho que está na hora de comprarmos uma mesa.

Nataniel se jogou em meu sofá e liou a televisão como de costume, olhei para trás e vi que eu tinha um espaço enorme inutilizada ente o sofá e a bancada. Não era má ideia colocar uma mesa. Não que eu ache que Klaus ou Nataniel passem a comer conosco, era muito estranho ver um vampiro comer comida humana.

— Dá pra sair da casa da minha mulher? - Klaus perguntou enquanto pegava algumas panelas, tive vontade de rir, ele se rendeu muito fácil.

— Da minha mulher... tem o nosso sobrenome nas identidades. Eu sou oficial. - só tive tempo de ver a panela passar pelo meu rosto e acertar a cabeça do vampiro com um estrondo.

— Veremos até onde. - Klaus falou de maneira arrastada sem tirar os olhos do que fazia.

— Eu acho que deveria ter uma escada por dentro dos nossos apartamentos. Eu não precisaria andar tanto.

— Como você tem a chave do meu apartamento?

— O cara que me vendeu me deu. Porque eu não teria a chave do apartamento da minha esposa? - frisou.

Ouvi Klaus resmungar baixinho. Tirei uma foto dele cozinhando, isso renderia para chantagens futuras.

— O reino é seu? – perguntei para ele me virando em sua direção.

— Marcel ainda não disse isso abertamente, mas acho que ele não quer mais perder ninguém. O que me lembra... por que você mordeu um vampiro? - se virou para me olhar.

— Bem... eu estava com a perna engessada. E não gosto muito, então bati nele e bebi o sangue. - dei de ombros.

Klaus me olhou por breves segundos e então apenas balançou a cabeça e ficou de costas novamente.

— Soube que o apartamento do primeiro andar ainda não foi vendido. - Hayley se inclinou em minha direção.

— Na realidade compramos o prédio todo. - Nataniel corrigiu - Imaginamos que em algum momento as coisas aqui ficariam bem agitadas então resolvemos que seria melhor comprar o prédio todo.

— Oh sim. Eu achava estranho que não tivesse ninguém aqui. Os apartamentos são bonitos e tranquilos.

— Se quiser... pode ficar com aquele. Não nos importamos. - bebi um pouco do suco que havia na garrafa.

— Ótimo.

— Pensei em colocar umas grades de proteção.

— Vai se defender de quem amor? - Niklaus riu - portão e muros não são problemas para vampiros.

— Vou usar portões que limitem eles, impedindo de entrar sem que sejam autorizados. Assim não terão acessos a janelas. - olhei ao redor.

— E como vai conseguir isso?

— Esqueceu que aqui está lotado de bruxas?

Ele não respondeu pois meu celular começou a tocar na hora.

— Oi Care. - Niklaus abriu um pequeno sorriso ao ver que eu voltara a falar com ela.

O que você fez sua maluca? Me diga que não virou inimiga de um reino inteiro por favor Sage, desse jeito vamos ter que te colocar dentro de um aquário e te jogar no mar.

— Trouce Nik para casa.

Ela suspirou.

Não quero nem saber como foi que fez isso.

Ri.

— A que devo o motivo dessa ligação? - ela suspirou.

Através de um sonho que tive com Bonnie descobrimos que havia um bruxo aqui em Mystic que sabia como a pedra funciona.

— Ela disse como a pedra funciona? - Klaus se virou.

— Infelizmente ela não sabe. As únicas informações que temos é que ele te seguia a um bom tempo.

E porque ele me seguia?— perguntei confusa.

Acreditamos que seja pelo fato de você ser uma duplicata. Mas pode ser outro motivo também... ela disse que ele disfarça muito bem. Então é impossível sentir sua energia.

— Então esse bruxo que sabe como tirar eles do coma está me seguindo a anos? - olhei para a porta da varanda.

Sim. É exatamente isso, mas outra coisa que ela disse foi que... ele também seguia Elena.

— Bem... o problema então deve ser por sermos duplicatas. Por qual outro motivo ele seguiria Elena? Acha que ele é ruim?

Acreditamos que não. Provavelmente você já deve ter falado com ele.

— Não tem nome?

Não.

— Obrigada Care. - suspirei - Eu o acharei.

Eu sei disso. E espero que seja logo, Damon está desidratando. Eu sei. Estranho, mas nesse ritmo ele não deve sobreviver.

— Vou agir bem rápido. - avisei - Irei dar uma olhada por ai.

Faça isso.

~°~

— Eu estou tão assustada. – olhei meus pés cheio de lama.

—  Fugir de casa e vir para no meio da floresta no meio da floresta não é uma boa solução Sage. – Stefan tocou meu rosto.

— Você não pode morar em uma árvore Bird, embora eu fosse gostar, não é assim que se sobrevive a um pai insano.- Damon se encostou em uma árvore.

— Precisamos falar com minha mãe agora Sage, resolva isso. – Caroline andava agitada de um lado para o outro me vendo completamente suja de lama e folhas.

— Não posso, eu não posso! Se falarmos com eles eu vou para o orfanato, os meus irmãos também!

— Alaric pode...

— Ele não pode, não tinha ninguém que pudesse cuidar de mim quando minha mãe se mudou, minha guarda não pode ser passada para outra pessoa! Nós vamos ser separados e eu nunca mais vou achar os meus irmãos! Eu só tenho eles. – gritei – Eu só queria ficar um pouco sozinha, eu preciso arrumar mais força para lidar com isso.

— Você tem todos nós. – Matt falou ao lado de Bonnie.

— Eu consigo te entender. – Elena sorriu para mim – Mas não acho saudável que espere por tanto tempo. Eliza pode fazer algo sobre isso, não interessa como. Falta poucos meses para você ser maior de idade, deve ter uma solução mais rápida.

— Não tem.

— E sua avó? – Stefan questionou – Onde ela está?

— Ninguém sabe, estamos a procurando faz uns dois anos, mas Misael cortou nosso contato com ela completamente depois que nos mudamos para Mystic.

— É pela sua herança? – Bonnie perguntou e eu dei de ombros.

— Eu não sei. No testamento ela deixou bem claro que o dinheiro era só nosso e que só teríamos acesso aos 18, nem nosso tutor poderia ter acesso durante esse tempo.

— Bem... vamos torcer para tudo dar certo.

— Não contem para ninguém, não deixe que ninguém saiba disso. O que será da louca de Mystic Falls se descobrirem que ela não tem coragem de se livrar do próprio pai?

— É para um bom motivo. – Care se agachou ao meu lado – Vamos nos arrumar, estamos precisando. – olhou a roupa cheia de lama – Comprei um salto novo.

~º~

— Sage! Sage respire! Sage! – sentia meu peito ser pressionado com força – Por favor não, não... por favor... volte! Sage! – senti lábios nos meus soprando ar para dentro – Jeremy ligue para a ambulância! Agora!

— ELENA! – ouvi Alaric gritar – O que foi? – senti ele tocar minha cabeça e a pressão em meu peito passou a ser mais forte.

— Ela convulsionou, eu não sei... eu não sei... Continue para mim. – senti meu peito subir e logo ele foi pressionado para baixo com mais força ainda.

— Oh meu Deus! – Caroline gritou e ouvi que se aproximava de mim – Mãe o que é isso!

— Overdose.

— Ela não faria isso! A Sage nunca faria isso! Foi aquele desgraçado! Deve ter a digital dele na seringa.

— Não toque Caroline. – repreendeu – A ambulância está vindo.

— Eu vou matar ele.

— Ela voltou. – ouvi Alaric respirar aliviado – Ela voltou.

~º~

Eu voltei, mas minha vida virou um inferno. Eu havia recebi uma alta dose de heroína e só não morri devido a Elena que invadiu minha casa a minha procura, graças a Misael a cidade começou a me encarar como garota problema, eu era conhecida como uma drogada e tive o apoio de meus amigos para passar pela dificuldade, principalmente de Matt que havia passado a mesma situação com Vick.

Abri os olhos rapidamente e Klaus me apertou involuntariamente contra ele percebendo a mudança, mas não chegou a acordar. Passei os dedos pelo seu cabelo loiro bagunçado e toquei sua bochecha que estava em um tom escarlate, não demorei muito para descobrir o que ele sonhava.

— Sage... - gemeu baixinho e eu reprimi a vontade de rir sentindo que meus olhos ainda pesavam.

— Nik. - beijei sua bochecha quente.

O loiro continuou dormindo. Me inclinei sobre ele e encostei meus lábios nos seus, apoiei minha mão esquerda em seu peito e abri seus lábios com os meus. Os olhos de Klaus se abriram e ele invadiu minha boca com sua língua, antes que eu pudesse assimilar eu já estava debaixo dele enquanto ele descia os lábios para meu pescoço. O loiro me mordeu suavemente enquanto segurava minhas duas mãos sobre minha cabeça, dei um suspiro o apertando com minhas pernas. Klaus fazia isso ser prazeroso, ao menos para mim que já o havia visto se alimentar de forma brutal.

Ele voltou com os lábios em direção aos meus e eu vi seus olhos amarelos, me soltei de seu aperto e passei os dedos por baixo de seus olhos sentindo as veias saltadas. Me estiquei e alcancei seus lábios com os meus, toquei suas presas com a ponta de minha língua e senti o quanto eram afiadas, senti o gosto de meu sangue e depois o sabor doce que ele possuía. Me afastei de Klaus vendo que ele havia voltado ao normal.

— Obrigada por estar aqui.

Ele sorriu abertamente e baixou seu corpo contra o meu enquanto eu sentia seu medalhão tocar minha pele enquanto queimava entre nossos corpos.

Ele era único e seriamos eternos como o nosso amor.

~°~

Senti o os vários pedaços de caco de vidro entrarem em meu corpo, reprimi um gemido de dor quando ele me puxou pelos cabelos me erguendo acima de sua cabeça e então eu senti o vidro perfurar minha pele e atingir um local que me fez berrar muito. Ele me soltou imediatamente enquanto se afastava de mim e ia em direção ao seu quarto. Abaixei as mãos e vi que a garrafa havia perfurado meu ventre, a puxei sentindo ela rasgar a carne mais ainda. Olhei para o chão e vi Oliver se levantar com os braços sangrando, ele estava desesperado enquanto me pegava no colo e me colocava no carro. Eu estava quase perdendo a consciência quando o pior aconteceu, o carro capotou e eu fui lançada para fora dele. Eu já não sentia mais dor alguma em meu corpo, estava saindo tanto sangue que parecia que ele simplesmente havia parado de funcionar. Fiquei esperando a morte, mas a única coisa que veio foi Stefan. Ele apareceu no meio do caminho e sem nenhuma hesitação enfiou seu pulso ensanguentado em minha boca.

Engoli seu sangue sentindo meu corpo se renovar a cada gole, ele abriu um sorriso triste e seguiu em direção a Oliver. Vi o rosto inexpressível de Damon aparecer, ele me pegou no colo e em segundos eu estava na mansão sentada em um sofá.

— Carros não voam Bird. O que estava fazendo? Você só tem 17 anos.

Não o respondi, apenas vi Stefan entrar na casa sendo seguido de Oliver que não tinha se quer um arranhão.

— Bem. Que seja. Aqui vamos nós - segurou meu rosto - Você não nos viu hoje. Não sofreu acidente algum.

O elo não trazia apenas lembranças que eu havia me forçado a esquecer, ele também trazia as lembranças que eu havia sido forçada a esquecer. Eu só me lembrava da garrafa acertando meu útero, mas não me lembrava de ter sido tratada. Semanas depois eu havia ido ao ginecologista, passara por dezenas de exames apenas para descobrir que meu útero já não tinha serventia alguma. O sangue de Stefan havia me salvado da morte, mas não havia me recuperado totalmente dos danos. O corte havia modificado toda a estrutura, as trompas haviam simplesmente sido destroçadas e nem isso o sangue dele poderia resolver.

Damon sempre foi um amigo ótimo para mim, mesmo nos estranhando de vez em quando. Eu o admirava muito, eu gostava muito dele e o encarava como meu irmão, Damon era meu confidente apesar de ser fofoqueiro, ele nunca havia me negado ajuda e nunca havia tentando controlar meu temperamento. Na realidade ele sempre me  apoiou e nunca interferiu em nada mais do que o necessário. Eu sentia falta dele e precisava o trazer de volta o quanto antes.


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Notas finais do capítulo

E Sage quebrou o pau! Temos o reino de volta, vida de uma Sage é difícil.
Hoje peço poderosamente por paciência, santo mal humor de cada dia, resolveu me possuir!
XÔ deste corpo não te pertence.
Briguemos... não, não... paz e amor, união e pôr-do-sol. Argh!



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