Sasuke volta para a área dos dormitórios, ainda segurando a menina no colo, as feridas que sofreu não eram graves, apenas sua dignidade tinha sido destruída. Os olhos dela vagam perdidos por entre as pessoas que os encaravam de olhos arregalados.

O garoto se locomove com parcial facilidade, logo sendo localizado por Sakura e Naruto que conversavam, dentro da cantina e o avistaram pela janela. Os dois correm a seu encontro, assustando-se com a cena.

- O que foi que houve? O que aconteceu com ela? – A voz do loiro era estridente, preocupado. Ele mal conseguia encara-la, o desespero tomando conta sem dificuldades.

Sakura apenas encarava a menina, que embora não estivesse arrebentada, apresentava várias marcas roxas por todo o corpo, cortes pequenos no rosto e nos braços. Ao contrário de Naruto, não conseguia desviar o olhar. Sentia-se culpada, a inveja que sentia por ela machucara sua razão e fizera com que desejasse mal a ela.

E agora o que acontecia? Tudo o que tinha desejado que acontecesse em seu íntimo. Estava se sentindo bem? Não poderia se sentir pior, ímpetos de chorar percorrem o seu corpo pequeno e ela morde o lábio inferior, controlando-se. Agora não era a hora de sentir pena de si mesma.

- Leve-a para o meu quarto, é o mais perto e a gente pode cuidar dela lá – Diz a menina, prática, encarando os amigos por um instante, para depois se virar e correr na frente.

Logo, logo, assim que a garota deixada na cama do quarto tem seus ferimentos tratados, Sakura dá um jeito de expulsar os meninos de lá, convencendo-os que aquele era um assunto de mulheres, que eles tratassem de sair e se ocupar com outra coisa.

A culpa corroia o seu interior, não devia ter desejado mal a Ayumi, por que o fizera?

Fecha a porta, encostando-se à mesma, voltando-se para encarar uma garota de cabelos tortos, quase caída na cama. Os olhos estavam tão perdidos que pareciam de vidro.

- O que fizeram com você? – Pergunta para o vazio, logo percebendo que não obteria nenhuma resposta.

Aproxima-se, sentando de frente para a morena, encarando-a firmemente. Suspira, logo tendo uma idéia. Sai então um instante, apenas para voltar com uma tesoura em mãos.

-Vou arrumar o seu cabelo está bem? – Avisa, fazendo a menina ir um pouco para frente na cama, sentando-se atrás dela. – Desculpe-me – Começa, cortando o silêncio – Acho que não tivemos um bom começo e desde então, não tivemos muitas oportunidades para consertar isso...

Mais uma vez, percebendo que Ayumi não responderia, continua.

-Eu sei que você não gosta, ou não precisa de amigos, sei lá, mas eu também sei como é que é quando a gente precisa de alguém e não tem ninguém lá para te ajudar, e eu não quero que você passe por isso, então, mesmo que você não queira, eu vou fazer um esforço está certo? Vou fazer um esforço para virarmos amigas... – Pausa, olhando seu trabalho até então.

Ayumi ficou parada durante todo o processo, deixando a outra ajeitar seu cabelo sem reclamar nenhuma vez.

Realmente, Ino e as meninas tinham feito um belo estrago, Sakura teve de cortar mais da metade do cabelo, da cintura, o comprimento foi para o ombro. Os cabelos escuros se espalhavam pelo chão.

A menina de cabelos rosas dá um suspiro, era uma pena, os cabelos eram lindos, era de dar dó.

Sem perceber, enquanto igualava o cumprimento, a garota que os arrumava começou a divagar. Os cabelos escuros lembravam-na de Sasuke. Sorri de leve ao lembrar-se dele, o coração dando uma acelerada involuntária, não devia estar pensando em amigos comprometidos.

Principalmente em amigos comprometidos com amigos adversários recém feitos.

- O que você sente pelo Gaara? – deixa escapar, meio que sem querer, não pretendia perguntar, pelo menos não agora, tinha de esperar ter um pouco mais de intimidade com a menina, mas acabou saindo.

Agora que já tinha ido, o melhor a se fazer era esperar a reação da morena, afinal, seu comportamento poderia lhe dar a resposta de que precisava.

A sentada assustou-se com a pergunta repentina, afinal, aquela era uma pergunta que freqüentemente se fazia, e preferia esquece-la, uma vez que ela mesmo não sabia a resposta.

E, dada à personalidade que a acompanhava, odiava não saber algo, preferia ignorar isso do que ter de encarar que não sabia o que era aquele sentimento.

Sakura, percebendo a confusão da garota a sua frente, resolve que aquela era a hora, aquela era a hora de dizer que, mesmo que fossem amigas, teriam de ser rivais, dizer que amava Sasuke e simplesmente não poderia deixa-la ficar com ele.

- Bom – Começa, limpando a garganta, o melhor era ir direto ao ponto, certo? – Eu amo o Sasuke e vou lutar por ele, não posso simplesmente te deixar ficar com ele.

Agora que já tinha começado, que tal ir até o fim e fazer a confissão completa? Acabar logo com a culpa que ainda tinha dentro de si e voltar a ser uma pessoa limpa e leve?

- Eu também gostaria de dizer que, confesso que no começo eu te achava a garota mais insuportável possível – Não conseguia mais encara-la nesse ponto, então começa a encarar as próprias mãos que agora repousavam sobre o colo – Mas quando eu me peguei desejando mal a você percebi que não podia julgar ninguém... Quero dizer, dado ao que eu pensei, não podia ser muito melhor do que você certo? – Sorri, levemente perdida em seus próprios pensamentos – Não que agora eu te admire, masss--

Sakura pára nesse ponto. No começo achava que aquilo não faria sentido, quer dizer, um rival é a última pessoa com que você vai desabafar não é? Mas se queria tentar ser amiga dela como queria, e realmente queria, teria de começar com a ficha limpa.

Sem ressentimentos, com a verdade toda exposta. Não podia começar com aquele sentimento guardado dentro dela, escondendo o que desejara no passado. E também tinha de revelar que seriam concorrentes afinal, aquilo era o certo para se fazer.

- Por que você está me perguntando sobre o Gaara? – A voz da menina era fria, não deixando transparecer seu real nervosismo.

Foi então que a outra se tocou. Teoricamente ela não tinha como saber de nada do que acontecia entre Gaara e Ayumi... Quer dizer, nada do que acontecia fora da sala de aula, tinha entregado o seu ouro!

Mas, já que era para colocar tudo em pratos limpos, que fosse absolutamente tudo, sem segredos, já tinha escondido coisas demais até então.

- Na verdade, eu vi vocês aquele dia no corredor – A menina sentia-se extremamente apreensiva, olhando para baixo. O que Ayumi iria pensar agora? Não tinha sido sua culpa se eles estavam se amassando no meio do corredor, qualquer um podia ter visto!

- Entendo... – Foi a resposta simples da morena.

Ayumi sorriu. Não sentia medo, não se sentia nenhum pouquinho amedrontada pela perspectiva de que Sakura poderia tentar arrancar Sasuke dela, nem ao menos sentia-se ameaçada pelo fato da menina poder contar o que vira aquele dia.

O que isso dizia sobre ela?

Alarga ainda mais o sorriso e abaixa o rosto. Ainda assim, a simples menção do nome de Gaara a estremeceu toda.

Percebia que a menina de olhos turquesa ao seu lado fazia um real esforço para ser a sua amiga, e como estava aprendendo, aos poucos, a confiar nas pessoas novamente, quem sabe um dia poderia discutir com ela sobre esses assuntos?

Mas o tempo ainda não era esse, ainda não a conhecia o suficiente, e também, como falar de uma coisa que nem ela mesma sabia?

- Obrigada por dar um jeito no meu cabelo, mesmo – Diz, levantando-se – Mas se não se importa, vou voltar par ao meu dormitório agora. Creio que irei tomar um banho, acho que estou precisando.

Parou na porta, sem se virar.

- Obrigada também por oferecer seu quarto e ajudar a cuidar de mim – E sai, caminhando para o entardecer da praia.

A garota de cabelos rosas também não disse nada, apenas sorriu em resposta. Um dia ainda seriam boas amigas, tinha certeza!

Olhando em volta então, soltou um suspiro de desânimo. Pegou uma vassoura que estava encostada na parede e começou a longa jornada que seria tirar todos aqueles restos de cabelo.

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Quando terminou sua tarefa, percebeu que anoitecera. Quanto tempo tinha ficado ali? Não importava de qualquer forma!

Rapidamente então, coloca um short jeans e uma blusa branca. A turma toda tinha combinado de se encontrar na praia, iam fazer uma fogueira, comer e conversar. Bem, aquela noite prometia! Se tudo desse certo podia conversar com Sasuke, e quem sabe, não avançaria um passo na sua conquista?

Com tal pensamento em mente se dirigiu para onde o pessoal se encontrava, onde todos haviam combinado de se reunirem para fazer a tal fogueira na beira da praia.

O local já estava uma bagunça.

Podia ver quase todo mundo de onde estava chegando, mais de cima do que as pessoas. Tinha gente sentada, tinha gente cantando, conversando, contando histórias de terror, enfim, estava um local agradavelmente descontraído.

Aproxima-se devagar, procurando Sasuke com os olhos, incessantemente. Ele tinha de estar ali, caso o contrário, todos os seus planos para a noite iriam por água abaixo.

- Cadê a Ayumi? – É abordada por Naruto. O garoto sabia que ela não ia estar na, já que ela era anti-social, mas não a vira com Sasuke, nem agora, com Sakura, o que o deixou preocupado. Simplesmente queria saber onde ela estava.

- Dá ultima vez que eu a vi, ela tinha ido tomar banho. – respondeu Sakura, dando de ombros – Mas isso faz mais de uma hora, ela deve ter ido dormir.

Ino e as outras garotas estavam ali, então ela deveria estar bem, certo? Não havia motivos para se preocupar, afinal, Ayumi era muito anti-social, e dadas as circunstâncias era muito provável que não quisesse ver aquelas pessoas.

E também, não tinha vindo ali para pensar nisso, tinha outras coisas com as quais se preocupar no momento.

Ao pensar nisso, avista Sasuke e todos esses pensamentos somem, como se nunca tivessem existido.

O que ela não sabia era que Gaara havia ouvido tudo e resolveu ir até o quarto de Naruto averiguar se tudo estava em ordem.

Sakura senta-se ao lado de Sasuke, o menino, mesmo estando terrivelmente próximo, nem ouvira o que ela Naruto conversaram, estava pensativo, voando longe.

Pensava no sentimento que sentira ao ver Ayumi toda machucada, e, embora estivesse tendo problemas para admitir, era quase como se tivessem machucado sua irmã mais nova, o que o deixava furioso...

Mas ainda assim, não era o sentimento certo para se ter, principalmente quando Ayumi era tudo, menos sua irmã. Não podia se sentir assim por ela, era errado.

Mesmo inconscientemente, comparara o que sentira com o sentimento de ver Sakura chorando. Aquilo sim o abalara, o deixara sem ar e sem chão. Queria bater no bastardo que a fizera chorar, queria abraça-la e protege-la de voltar a se sentir daquela forma.

De certa forma, parecia que aquele era o sentimento que deveria ter em relação a Ayumi, e também, era um sentimento que não deveria ter para com Sakura, afinal, ela era sua amiga e ponto final.

Agora estava namorando, não podia se sentir assim para com mais ninguém além de sua namorada. E ainda assim, falar parecia tão mais fácil do que fazer naquele momento.

Sorri consigo mesmo, era um tolo.

Afinal de contas, fora amigo da menina de cabelos rosas por tanto tempo, como não percebera o que sentia por ela até vê-la chorando aquele dia? Por que não podia ter percebido antes? E quando aquele maldito sentimento tinha nascido dentro de si?

Tão compenetrado estava dentro de si mesmo, que nem ao menos notara Sakura, que o encarava, logo a seu lado.

- Sabe... – A menina começa, fazendo-o voltar para a realidade – A Ayumi é mesmo muito bonita... Eu entendo porque... – nisso ela parou de falar, o que diabos tinha dado nela? Não conseguia mais segurar a língua?

Se pudesse, bateria em si mesma naquele momento.

- Hã? – Sasuke não entendera aonde Sakura queria chegar. Falando nisso, quando Sakura chegara mesmo?

- Só estou dizendo que só ela se iguala em você nos estudos e esportes e que ela consegue te entender, e te confortar quando você tem problemas...

Pára de falar. Era mesmo uma idiota. Por que estava fazendo aquilo? Não adiantaria nada contar esse tipo de coisa para ele, afinal, ele sabia disso! Era por isso que a escolhera ao invés de Sakura, não era?

- Ela conseguiu fazer o que eu tentei por anos e não consegui. – nesse ponto ela sussurrava, na esperança que ele não mais a escutasse, uma verdade só para si mesma. Mas Sasuke ainda a escutava, atencioso.

Sakura então percebe, tarde demais que lágrimas silenciosas escorriam de seus olhos verdes. Ela não podia estar chorando, não agora, na frente de Sasuke, graças a ele e por ele!

Segura então com força o tecido de seus jeans, sentindo-se ficar tensa. Queria estar em qualquer outro lugar além dali, não importava onde, tudo menos estar ali agora.

Sasuke fica estático. Ela estava chorando!

E, a menos que estivesse muito enganado, estava chorando por ele! Porque ela gostava dele. Como não percebera isso antes?

Tal idéia faz seu maldito coração acelerar. Sentiu então vontade de abraça-la e de beija-la, conforta-la e dizer que também gostava dela, que ela não precisava chorar.

Não podia, tinha de se controlar. Simplesmente não podia, não agora. Não podia fazer isso com Ayumi, ela não merecia isso.

Sakura sentiu a mão de Sasuke acariciar seu rosto, o toque dele a machucava. Queria empurra-lo para longe, mas não conseguia, não tinha a força dentro de si para afasta-lo, aquilo a fez chorar ainda mais.

Ele então vira o rosto dela com delicadeza, olhando para dentro de seus olhos.

Sakura odiava aquele olhar, parecia que ele podia ler através dela, que podia alcançar a sua alma e ver seus pensamentos, mas era tarde demais, estava presa, não conseguia desviar os olhos dos dele.

O garoto a fitava com carinho, não sabia o que passava na cabeça dele, por que ele a estava fitando daquela maneira?

Sasuke sentia seu corpo agir por ele, todas as células dizendo para ele se mover, para fazer alguma coisa, qualquer coisa para faze-la se sentir melhor, qualquer coisa para voltar a ver aquele sorriso voltar ao seu rosto.

Então, totalmente sem pensar, em um ato insensato e momentâneo, ele se aproxima, apenas para deixar o raciocínio de Sakura ainda mais confuso, quando os lábios dele encostaram-se aos dela, suavemente.

Os lábios dela tremiam, o que aconteceu ali?

Sasuke sempre fora do tipo que não deixava as pessoas saberem o que ele estava pensando, mas ainda assim, tudo tinha limite. Por que diabos ele a estava beijando?

E embora toda a sua razão a dissesse para empurra-lo para longe, seu corpo é que a comandava no momento.

Era tão bom sentir o gosto dele, o toque dele em sua pele, fazendo-a sentir-se incendiar, quase alcançando o paraíso. Havia esquecido todo o resto.

Sentia-se toda mole, como se a força tivesse sido drenada, entregou-se ao beijo, esqueceu que estavam em uma roda e que todo mundo estava olhando, dane-se que eles pensassem que Ayumi agora estava sendo chifrada na cara lavada, aquele momento era só seu, seu e de Sasuke.

De perto, Naruto torceu o nariz de leve, afinal, embora sempre tivesse torcido pelos dois, não conseguiu evitar achar errado como aconteceu, e Ayumi como ficava?

--/--

Gaara tinha saído correndo em direção ao quarto de Naruto, e embora fosse um segredo de estado que ela estava dormindo no quarto de um garoto, ele já sabia, é claro.

Na verdade, ele mesmo não gostou da idéia, mesmo sabendo que Naruto não faria nada com ela, ele ainda era homem, e isso o deixava enciumado.

Quando finalmente chegou na porta do quarto, bateu, não obtendo resposta.

A porta estava aberta ele resolveu entrar, sem fazer barulho. Ainda podia se ouvir o barulho do chuveiro. Preocupou-se, Sakura não havia dito que ela tinha ido tomar banho ainda de tarde? Ela ainda estava no banho? Quem demora mais de uma hora no banho?

Bateu na porta do banheiro.

- Ayumi? – ainda não obtivera nenhum sinal de vida a garota, mas não podia se deixar desanimar. Resolveu bater na porta mais uma vez, e nada.

Um pensamento terrível ocorreu então. Ela poderia ter se matado ou coisa do gênero, não seria estranho, seria? Ela tinha acabado de agredida pela turma da Ino, e o que ele fez? Nada, não tinha feito nada, ninguém estava do lado dela, Sasuke estava na roda, Naruto e Sakura também, todos estavam, menos ela.

Ela tinha sido abandonada.

Sentiu o desespero a toma-lo com rapidez e, sem pensar duas vezes arrombou a porta, abriu com tudo, o coração acelerando ainda mais quando a viu ali, sentada, chorando em silencio, abraçando os próprios joelhos, encolhida. Parecia totalmente perturbada com alguma coisa, murmurando alguma coisa que ele mal ouvia.

- A-Ayumi! – pegou uma toalha que estava jogada na pia, fechou o chuveiro e a cobriu, e enquanto o fez pôde ouvir o que ela dizia, “não me atormente mais. Por favor”.

- Quem está te atormentando? – perguntou preocupado. Ela não respondia, apenas agarrou a camisa dele, e chorou ali, nem ligava se estava nua, não se importava se era Gaara a pessoa que se pendurava por apoio, estava frágil demais naquele momento, desmontada.

Não conseguia conter tudo aquilo dentro de si.

Ele a abraçou de volta, deixando-a molhar sua blusa, acariciando suas costas, devagar, tentando acalma-la. Ficou sem entender, até ver o celular de Ayumi no canto do chão do banheiro. Ele estava lascado, parecia que tinha sido tacado ali, no visor via-se uma mensagem brilhando.

“Logo estarei de volta pra você”

Alcançou o celular com a mão livre, ainda segurando a menina fortemente contra si, tentando passar segurança. Desceu a mensagem para ver quem a tinha mandado. Estranhamente, reconheceu o remetente.

Era de Kabuto, um veterano da escola vizinha, o conhecia pelo que diziam dele, quer dizer, as péssimas coisas que diziam sobre ele, ele era famoso pelas ruas.

- Calma, já passou. – Murmurou baixinho, levantando-se e carregou-a até a cama.

Ele sentou-se com ela entre as pernas, abraçando-a, passando-lhe conforto. Ela ainda segurava sua blusa.

Nisso, Ayumi pareceu acordar. O que ela estava fazendo? Não se reconhecia! Não podia mostrar esse lado miserável para ele, nem para ele nem pra ninguém. E tudo isso graças a uma mensagem de celular. Tentou se recompor, desencostando-se do menino, enxugando suas lágrimas com a palma da mão.

Sentiu quase instantaneamente a falta do calor dele contra o seu corpo, mas não podia fraquejar, não agora, por melhor que aquilo pudesse parecer. Era uma armadilha, sempre era.

- Me desculpe pelo o que aconteceu, pode ir pro seu quarto ou para onde quiser, me desculpe mesmo, estava fora de mim. – levantou-se da cama, pegando a roupa de cima da sua cama e vestindo-a em silêncio.

- Não! – Ele se impressionou. Ela esperava ser deixada sozinha depois do que ele presenciou? – De maneira alguma, não vou te-

- Por favor, vá embora... Eu preciso ficar sozinha um pouco... – Impressionou-se como conseguia mentir bem.

Na verdade, o que ela mais tinha medo era de ficar sozinha, mas não podia ceder, tinha aprendido sua lição, tinha de segurar a barra, segurou até agora, então ia conseguir, pelo menos mais um pouco, até ele sair novamente.

Contrariado Gaara saiu do quarto, suspirando de irritação. Não queria deixa-la sozinha, principalmente agora. Talvez devesse chamar Sasuke, ele deveria saber o que acontecia, afinal, ainda que não quisesse admitir, o moreno a conhecia melhor do que ele e devia saber do que aquela história toda se tratava.

Pensando sobre o assunto, intrigado, se dirigia de volta para a roda em volta da fogueira. Não conseguia evitar ficar com raiva de si mesmo, por que tinha de se sentir assim por alguém? Ele mesmo parecia ficar em segundo plano quando o assunto era Ayumi.

Não queria admitir, mas estava apaixonado. Maldita a hora que inventaram algo como o amor.

Tentando redirecionar sua raiva, pensa em Sasuke. Afinal ele era o namorado dela tinha que estar ao lado dela nos momentos difíceis. E onde estava aquele otário quando ela precisava dele.

Nisso, alcançara a roda, e qual não é a sua surpresa ao encontrar Sasuke, mas ele não estava sozinho, nem um pouco. Ele estava beijando Sakura! Como ele podia fazer uma coisa dessas com Ayumi, principalmente agora?

Aquilo foi à gota d’água, sem pensar, pulou em cima dele como um cão raivoso, ensandecido. Quer dizer que enquanto Ayumi estava sofrendo, ele estava lá, traindo-a na frente de todo mundo?

Aquele bastardo ia ver uma coisa!