Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Asle voltou para seu quarto sem se preocupar em ser discreto, ele era uma pessoa que não se preocupava em ocultar as coisas nem mesmo seu poder, ele apenas o fazia para evitar situações como a que estava metido agora. Praticamente refém de uma rainha super protetora com capacidade de congelar um reino.

Chegando ao seu quarto Asle se arrumou sem pressa, refletindo sobre o que tinha acontecido a pouco. Elsa o tirava do sério, isso era óbvio, o estranho era que ele no fundo gostava. Na primeira vez que pôs os olhos sobre a Rainha, se sentiu encantado com sua beleza, para logo depois detesta seu jeito frio e superior, mas a observando com a irmã e com a recente briga, Asle pode perceber que Elsa era bem mais que isso e mesmo sem conhecê-la profundamente era possível afirma que os dois eram opostos perfeitos e de alguma forma louca e irresistível isso o atraia.

Ele sabia que tinha sido imprudente e precipitado. Elsa que tinha começado a criar as camadas de gelo ao seu redor, mas Asle estava ciente de que aquela reação não era um simples desaforo, era prudência, algo que a Rainha tinha até demais. Contudo, Asle não conseguia explicar aquela briga, tinha sido algo tão bobo. Ele sabia que Elsa o tinha feito esperar de propósito e que gostava de como conseguia deixá-lo ainda mais impulsivo do que o normal, mas mesmo assim não era motivo para tanto. O que aquela mulher estava fazendo com ele? Como alguém tão centrado, racional e exemplar podia desperta o pior dele? E o pior de tudo, por que ele estava gostando?

— Eu devo estar ficando maluco. - falou consigo antes de voltar ao seu trabalho.

xxx

— Que bom que já voltou. - comentou Elsa desviando o olhar dos papéis ao notar a presença de Asle de volta a sala.

— Já com saudades? - o comentário irônico escapou de Asle mais rápido do que ele pode conter.

Elsa respirou fundo tentando ignorar o comentário do rapaz.

— Nós vamos até o vilarejo as margens do fiorde.

— Eu posso saber o motivo?

— Apesar de não ser da sua conta, pode sim. - respondeu como se o fora inicial não fosse nada.

Ela sabia que essa pequena implicância o tirava do sério, mas para sua surpresa ele reagiu bem.

— Nós vamos a casa do vendedor de gelo responsável pelo acidente que você evitou. - Asle se assustou com a resposta.

— Por que? - questionou sem esconder seu temor.

— Não entendo tamanho espanto. Por acaso acha que estou indo lá para transformá-lo em uma estátua de gelo?

— Pelo o que eu ouvi falar não seria a primeira vez. - Asle se arrependeu de suas palavras no exato momento em que elas saíram da sua boca. Ele jamais poderia ter feito referência pior.

— Eu consigo tolerar toda a sua petulância, mas nunca mais em sua existência insinue que eu faria mal a alguém do meu povo e nunca mais faça referências a histórias que você não conhece. - uma voz nunca tinha sido mais fria e cortante aos ouvidos de Asle. Os olhos de Elsa pareciam lâminas de vidro capazes de corta seu coração em pedaços e ele sabia que essa era a vontade da Rainha naquele momento.

— Me perdoe, eu... - Asle tentou reverte a situação, se sentindo realmente culpado.

— Faça um favor a nós dois e permaneça calado em minha presença. - Asle odiou o jeito frio e superior de Elsa ao falar com ele, mas conteve a resposta sabendo que realmente havia passado dos limites.

Silêncio. Foi apenas silêncio o que reinou entre Asle e Elsa durante o caminho até a casa do vendedor de gelo, Asle bateu na porta e não demorou para que fossem atendidos.

— Majestade?! - o vendedor falou surpreso ao ver a Rainha.

— Senhor Halvard, posso entrar? - questionou a Rainha de forma seria, porém gentil.

— Óbvio que sim, Majestade. - respondeu rapidamente abrindo mais a porta para que Elsa e Asle passassem, sem notar quem era Asle.

— Tomei ciência do acidente com o seu trenó. O senhor gostaria de me explicar como aconteceu? - Elsa começou enquanto se acomodava na poltrona que Halvard lhe ofereceu.

— Vossa Majestade, como foi informado na reunião dos líderes comerciais de Arendelle está ocorrendo uma baixa no mercado de venda de gelo, estamos com cada vez menos trabalhadores na área.

— Lembro bem.

— Dessa forma há mais oportunidade de trabalho.

— E por esse motivo começou a trabalhar mais do que consegue e do que é seguro. - deduziu de forma recriminatória.

— Não exatamente, eu vi uma oportunidade e uma solução para o meu problema. Minha esposa esta grávida novamente e isso aumenta as despesas.

— Compreendo, mas isso não justifica sua imprudência. Se não fosse pelo senhor Asle, algo de pior poderia ter acontecido. Por isso o senhor está suspenso de suas atividades por uma semana e o senhor Im assumirá seu cargo no conselho.

— Eu compreendo sua punição, Vossa Majestade. Porém, eu não posso ficar sem trabalhar.

— Eu sei, por isso eu vim até aqui. Seu filho mais velho já não está na idade de trabalhar?

— Sim, mas ele não leva nenhum jeito para o negócio do gelo.

— Ele está aqui?

— Sim, eu vou chamá-lo.

O homem saiu da sala deixando Elsa e Asle a sós. O clima ainda era tenso, Asle tentava controlar sua vontade de falar algo para conserta aquela situação, mas ele sabia que se abrisse a boca Elsa congelaria a casa.

Elsa se forçava em pensar algo para falar e diminuir a tensão, mas ela estava com muita raiva, ou melhor, ódio. Ela não estava realmente preocupada com a tensão do momento, porém ela sabia que aquilo não podia continuar, a loira não queria abrir mão de ter Asle por perto, de poder acompanha seus passos. E isso só ia funcionar se eles não se matassem assim que tivessem a oportunidade, mas aquele idiota tinha insinuado que ela congelaria Halvard, assim como congelou a irmã. Essa lembrança ainda doía e muito. Anna já tinha perdoado há séculos, porém Elsa ainda não tinha se perdoado completamente.

— Elsa... - Asle tentou falar, mas logo foi interrompido por Halvard acompanhado de seu filho.

— Vossa Majestade, aqui esta Gustav meu filho.

— Gustav, eu já ouvi falar de você. Você é músico, não é? - Elsa questionou sorrindo, aliviada por não ter começado uma conversa com Asle.

— Sim, Majestade. - o garoto respondeu rápido e um pouco nervoso com a presença da Rainha.

— Por um acaso você seria um flautista?

— Sim, sou sim. - falou puxando da mesinha uma caixa retangular.

— Então toque para mim. - Gustav arregalou os olhos ao escutar o pedido da Rainha, mas não questionou.

O rapaz retirou a flauta de dentro da caixa com um pouco de dificuldade, devido ao nervosismo e então começou a tocar. No começo as notas pareciam confusas e desarranjadas, mas sem demora Gustav começou a tocar o instrumento perfeitamente bem, como um músico profissional, o talento e o preparo do jovem eram inegáveis.

— Eu gostei muito. Está contratado. - Elsa foi direta se levantando da poltrona.

— Como? - questionou o flautista surpreso.

— A Banda Real estava precisando de mais um flautista e estamos iniciando um projeto para ensinar música a crianças, mais um professor séria ótimo.

— Vossa Majestade, eu não sei como agradecer. - senhor Halvard falou emocionado.

— Por favor, não há o que agradecer. Gustav é muito talentoso e merecedor de tal cargo.

— Obrigado, Rainha Elsa. - Gustav falou com um sorriso maior do que cabia em seu rosto.

— Não por isso. Esteja amanha as 9 da manhã no castelo, se identifique e será prontamente inserido na sua nova função. E assim além de exercer um bonito trabalho, poderá ajudar seus pais. Agora eu tenho que ir.

xxx

Antes de voltar ao castelo Elsa andou mais um pouco pelo vilarejo, falando com as pessoas, analisando as necessidades e os avanços do seu reino, tentando ao máximo não olhar para Asle. O estrangeiro por sua vez não tirava os olhos de Elsa e isso não tinha nada a ver com sua função de guarda pessoal da Rainha. Asle estava encantado e ainda mais culpado, o jeito de falar superior e a forma como decidia as coisas como se soube o melhor a ser feito sem consultar a ninguém ainda o irritava, mas ele se sentia um monstro por ter falado aquilo para Elsa. Ela tinha se mostrado uma ótima rainha e principalmente uma ótima pessoa, conseguiu ser responsável, rígida, amável e bondosa de uma vez só, coisa que Asle não considerava ser capaz de ser, pelo menos não tudo ao mesmo tempo. Como ele podia ter sido tão idiota?

Ao chegar ao castelo Elsa seguiu direto para seu gabinete, seguida de perto por Asle que tentava mais uma vez não falar algo que piorasse a situação.

— Elsa. - Asle soou inseguro enquanto encostava a porta do gabinete.

— Está liberado por hoje, pode ir. - Elsa falou rápido e cortante de costas para ele.

— Me perdoe… - ele tentou começar, mas ela não queria ouvir.

— Só saia daqui. - Elsa se virou o olhando de cima pra baixo, com a postura que tanto o irritava, mas ele não se intimidou ou perdeu a cabeça.

— Eu fui um idiota.

— Você é um idiota.

— Pode ser verdade, mas só me escuta. - Elsa estava pronta para lhe dar as costas novamente, mas ele a segurou pelo braço se aproximando.

Elsa sentiu como se o fogo a tivesse consumido com aquele toque, ela nunca tinha sentido aquilo. Isso deve ser por causa do seu poder , ela pensou, porém a Rainha sabia que não era só isso, tinha algo diferente, intenso, maravilhoso. Mas ela estava com raiva, ela tinha que lembrar que estava com raiva.

— Me solta. - Asle a puxou para mais perto de si, ansioso por mais de sua presença que era como uma brisa refrescante em uma tarde abafada.

— Eu só te solto se você me ouvir.

— Eu vou congelar você por inteiro.

— Não vai, porque apesar de não ser daqui, eu estou em suas terras e como um oficial do reino, tecnicamente faço parte do seu povo e você nunca machucaria um dos seus. - falou sorrindo orgulhoso por ter usado as palavras dela contra ela.

— Não me provoca. - a Rainha praticamente grunhiu.

— E eu faço outra coisa desde que cheguei aqui? - Elsa não sabia como ele conseguia ser tão irritante.

A Rainha puxou o braço rápido e com força, se soltando e dando as costas novamente a Asle, porém ele foi lépido e segurou os braços de Elsa, a puxando contra seu peito. O calor de Asle era intenso mesmo através da roupa, fazendo com que Elsa sentisse suas costas sendo aquecidas pelo sol forte, para pessoas normais essa sensação podia ser uma tortura, mas para a Rainha também era só que de uma maneira nada desagradável.

— Você está passando dos limites. - a voz de Elsa nada tinha a ver com a da Rainha do Gelo fria e superior, mas Asle não poderia se aproveitar dessa fraqueza pois ele estava tão atordoado que não conseguia ser irônico.

— Me perdoe Rainha, me perdoe. Eu fui um completo idiota precipitado, um babaca. - o hálito quente de Asle batia contra a nuca de Elsa, a impedindo de raciocinar direito.

— Tudo bem. - a resposta não parecia sincera, e sim desesperada para sair daquela situação.

— Acredite em mim, eu disse aquilo porque eu não te conhecia, mas agora eu vejo que você nunca faria mal a ninguém por vontade própria, sei que ama sua irmã e nunca mais cometeria o mesmo erro. - ele estava sendo sincero ela podia sentir, ela podia senti até demais.

Asle soltou Elsa sem muita vontade e ela se virou para ele, o olhando direto nos olhos. Grande erro! O olhar dele era intenso, vivo, como uma chama que nunca se apaga, Elsa nunca tinha sentido o que estava sentido naquele momento e isso a assustava.

— Você esta perdoado. Mas agora pode ir, aproveite o dia de folga e esteja aqui amanhã as 8 horas. - falou se afastando o mais rápido que pode.

— Você vai estar aqui? - perguntou em um tom de brincadeira tentado aliviar o clima.

— Eu garanto que sim. Agora pode ir.


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