Opostos Perfeitos escrita por Eloá Gaspar


Capítulo 16
Capítulo 16 e 17


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Capítulo duplo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661750/chapter/16

 

Elsa havia decidido jantar em seu quarto e se resguarda em sua fortaleza de gelo. Após ler a carta do rei de Zandara e ver a confirmação de tudo que estava escrito em Asle, ela se sentia traída em todos os sentidos. Ele tem uma noiva! Uma noiva! A Rainha gritava mentalmente morrendo de ciúmes, ela nunca tinha imaginado que era uma pessoa ciumenta, mas era e daquelas que perdiam a razão. 

Para piorar tudo, além de uma noiva, Asle era um príncipe e não um simples príncipe, mas o príncipe herdeiro do trono. O príncipe herdeiro que fugiu para viver uma vida sem responsabilidades, com total certeza, esse não era o homem com quem Elsa sonhava, ou melhor, Elsa nunca sonhara com um homem, ainda mais um desse tipo, mulherengo e irresponsável. Ah, como ela queria socar aquele rostinho bonito que ele tinha!

Elsa não ia chorar, não por um homem, não por um homem como ele. Em um rápido exercício de memória a Rainha buscou em sua mente todas as vezes que sentiu raiva ou ódio de Asle, mas mesmo com as fartas lembranças, ela não conseguia deixar de saber claramente que o amava. Porém, o amor de Elsa por Asle não importava mais, ele iria embora, as férias do príncipe rebelde finalmente tinha acabado e agora não tinha mais jeito, ele voltaria a Zandara e não existia nada que Elsa podia fazer.

— Elsa o que aconteceu? - Anna entrou no quarto sem bater, aproveitando o descuido da irmã que não o tinha trancado.

— Você sabia que bater na porta é uma boa opção? - falou assustada com a aparição repentina.

— Não. Eu já bati nessa porta o suficiente para uma vida. - respondeu séria fazendo Elsa se encolher mais em sua cama.

Anna se sentiu culpada vendo a reação da irmã, afinal, ela tinha ido ali para ajudar e não para deixar Elsa ainda pior.

— Desculpa. - a ruiva pediu se sentando ao lado da irmã.

— Eu que deveria pedir desculpa. - falou tentando parecer forte.

— Você já pediu demais e eu já perdoei, agora só falta você se perdoa. - falou com carinho deitando a cabeça da irmã em seu colo. - Mas, uma coisa de cada vez. O que aconteceu hoje? Por que você se escondeu nesse quarto e seu namorado parece ter tido o coração arrancado do peito?

— Ex-namorado. - Elsa corrigiu deixando o rancor fluir por sua voz.

— Começo a entender as coisas. E por que ele deixou de ser seu namorado?

— Ele me enganou, ele não é quem diz ser.

— Outro estrangeiro mentiroso! Quem ele é na verdade? - questionou chocada e preocupada com a irmã.

— Outro príncipe mentiroso. - respondeu seca.

— Como assim? - Anna perguntou confusa.

— Asle é o príncipe herdeiro do trono de Zandara, seu pai mandou uma carta exigindo que ele voltasse a Zandara para cumprir seus deveres reais e casar finalmente com sua noiva. - fractais de gelo desenharam as paredes com a pronúncia da palavra noiva.

— Noiva? - a ruiva questionou devagar com medo das reações da irmã.

— Exatamente. Ele está noivo há 5 anos da futura rainha de Zandara. -Elsa parecia que ia explodir de raiva .

— É! Pelo visto o cara é exigente, nada menos do que uma rainha. - Anna brincou, mas logo levou um olhar severo da irmã.

— Eu não acredito que esse cretino, miserável mentiu para mim esse tempo todo! Ele tem uma noiva! - mesmo com todas as outras questões, essa era a pior para Elsa.

— Você o ama. - Anna não perguntou, não havia motivos para perguntar.

— Não! Não amo! E não ligo para o fato dele ter que ir embora para sempre! Não ligo para o fato de que ele se casará com outra! - Elsa gritou levantando o corpo fazendo a neve cair pelo chão.

— Ele tem mesmo que ir? - Anna sabia que Asle amava sua irmã e sabia o quão cruel era separá-los.

— Mesmo se eu quisesse. - ela queria mais que tudo. - Ele tem que voltar, o pai dele faria de tudo para tê-lo de volta, ele tem obrigações com Zandara e os Desertos do Leste. - o tom de Elsa era mais baixo e lágrimas começavam a surgi no canto dos seus olhos.

— Desertos do Leste é da onde a tal noiva dele é? - Anna tentou ser cautelosa ao falar.

— Sim. - a loira falou entre os dentes, mas sem toda a raiva de antes.

— Esse casamento é por vontade do Asle? - ela já sabia a resposta.

— É um casamento arranjado e o irmão dele é apaixonado pela moça.

— Nossa, essa é uma situação realmente complicada.

— Eu não quero que ele vá. - Elsa confessou baixinho voltando a deitar a cabeça no colo da irmã.

— Eu sei, você o ama. - todos sabiam.

— Mas eu também não quero perdoar. - resmungou.

— Você estar com raiva é normal! Além de que, com raiva fica mais fácil de aceitar que ele vai embora.

Não havia saída, pelo regulamento do reino de Arendelle e pela carta enviada pelo soberano de Zandara esclarecendo toda a postura do reino sobre o pedido de extradição, Asle teria que ser devolvido a Zandara, assim que o Príncipe Lav colocasse os pés em Arendelle, Asle deveria ser entregue aos seus cuidados. Elsa seguia as regras e mesmo que amasse Asle com todas as forças, nunca colocaria o seu reino em risco ou quebraria um protocolo real tão importante quanto esse. Porém, nenhum pensamento racional, nenhum uso da lógica, podia impedir o coração de Elsa sangrar. Ele iria embora e uma parte dela iria com ele.

— Minha irmã. Talvez exista um jeito de você dois ficarem juntos. - Anna tentou reanimá-la, mas Elsa não precisava de falsas esperanças.

— Eu não ligo. Eu só quero dormi.

xxx

O Sol brilhava forte no céu de Arendelle e barcos atracavam aos montes no porto. Asle estava as margens do fiorde esperando ansioso pelo seu irmão e depois do que pareceu para ele uma eternidade, lá estava o barco que ele conhecia bem com as cores laranja, vermelho e amarelo tradicionais do seu reino. O barco era grande e chamativo como tudo em Zandara, mais alguns minutos se passaram até que o príncipe mais novo saiu da embarcação. Lav se assemelhava fisicamente ao irmão, pele e cabelos um pouco mais claros, mas os mesmos olhos negros e vivos, sua postura era séria e nobre, roupas finas devidamente alinhadas e sofisticadas, Lav podia ser facilmente tido como o mais velho, mas para a sua infelicidade ele não era.

— Quanto tempo! - Lav falou abrindo um leve sorriso que demonstrava que estava feliz em ver Asle, mas não muito.

— É verdade, já faz 3 anos. - Asle também sorriu, mas não com sua alegria típica devido aos seus problemas com Elsa.

— Pode vir, eu sei que você quer me dar um abraço. - falou abrindo os braços e Asle não demorou muito para abraçá-lo.

— Desculpa. - Asle pediu se soltando.

— Uma hora ele ia te encontrar, não dava para você fugir para sempre. Mas você também ficou muito tempo por essa região, poderia ter tomado mais cuidado. - Lav começou agir como sempre.

— Eu preciso ficar aqui. - Asle falou com firmeza.

— Nós precisamos, mas não vai acontecer.

— Eu tenho que ficar aqui. Eu finalmente achei o meu lugar no mundo.

— Eu não acho que a Rainha de Arendelle ligue para os seus problemas existenciais. Você tem que voltar. - falou como um pai severo.

— Ela está com raiva de mim, mas eu tenho certeza que ela não quer que eu vá. - o jeito de Asle e o seu olhar apaixonado diziam tudo para Lav.

— Eu não acredito que você está pegando a Rainha. Você não é mole, maninho! Com quantas você ficou durante esses três anos? - Lav riu não levando a postura do irmão a sério.

— Você não entende! Eu a amo, como nunca amei nem uma mulher na minha vida, nem mesmo a mamãe. Elsa é a pessoa que eu mais amo no mundo, mais do que a mim mesmo. - Lav nunca tinha visto aquele olhar nos olhos do irmão, ele estava falando a verdade, ele tinha sido fisgado.

— Acho que essa Rainha te pegou de jeito. - entendeu surpreso.

— Você não faz ideia. - lá estava o seu olhar perdidamente apaixonado.

— Ela também te ama? - Lav começou a bolar um plano em sua mente.

— Ela está com muita raiva, mas ama sim.

— Ótimo! Eu posso usar isso ao nosso favor.

— No que você está pensando? - questionou cheio de esperanças.

— Você não entenderia. - falou como se Asle fosse burro demais para entender algo.

— Não seja um idiota. - respondeu bravo.

— Me leve até a sua Rainha. - exigiu ignorando a reação do irmão.

— No que você está pensando? - insistiu irritado.

— Nosso pai está louco para aumentar o alcance diplomático de Zandara. E o que seria melhor do que ter um contrato de boas relações e comércio com o reino mais poderoso de outro continente?

— Você quer fazer um acordo diplomático com Arendelle, isso eu entendi, mas como isso me ajuda a ficar aqui?

— Eu não disse que isso ia te ajudar a ficar aqui. Isso vai me ajudar a ser rei. Eu já tenho o apoio do Rei dos Desertos do Leste, do povo que sempre me amou, da Guarda Real que se sentiu abandonada pelo príncipe herdeiro e se eu ganho o apoio da Rainha Elsa... eu me torno rei, nosso pai querendo ou não.

— Você está pensando em dar um golpe! Elsa nunca concordaria com isso. - falou irritado.

— Eu não quero dar um golpe. Papai já está velho, quer abdicar o trono e eu sou a melhor opção para o reino, você sabe disso.

— Eu sei. - concordou.

— Então pronto. Eu vou fazer de tudo para ser rei e dar o melhor ao meu povo, isso inclui te levar de volta para o nosso pai. Agora o que você fará depois é problema seu.

— Eu vou te levar até a Elsa. - Asle falou por fim, sem querer se irritar com o irmão.

xxx

Asle guiou Lav pelo castelo até o Gabinete Real, onde Elsa já os aguardava ansiosa.

— Majestade! - Asle falou cauteloso ao abrir a porta ao lado do irmão.

— Podem entrar. - Elsa respondeu fria.

— Vossa Majestade! - Lav fez uma reverência se aproximando da mesa. - Sou o Príncipe Lav de Zandara e é uma honra conhecer Vossa Majestade.

— A honra é minha. - respondeu cordial. - Poderia nos deixar a sós, Príncipe Asle? - perguntou sem demonstrar toda a raiva que sentia.

— Obviamente, Majestade. - falou de maneira triste fazendo menção de sair, mas se deteve. - Se a minha palavra ainda valer de algo para Vossa Majestade. Eu gostaria de pedir que confie em meu irmão e em tudo que ele te propor. - Elsa não esboçou nenhuma reação deixando Asle sair sem resposta.

— Príncipe Lav, gostaria de informar desde já que não me recusarei a entregar seu irmão a sua responsabilidade. - Elsa falou sentido seu coração se despedaçar, mas não demonstrou.

— Fico grato por seu ato tão correto e diplomático, mas sei que faz isso com um grande pesar, Rainha. - Lav falou como se soubesse de todos os pensamentos de Elsa, esse era o jeito natural de Lav se portar.

— Eu não sei o que Vossa Alteza e seu irmão andaram conversando, mas. .. - começou a falar com leve sinal de irritação, mas Lav a cortou com delicadeza.

— Eu e meu irmão não somos nenhum tipo de confidentes, eu não vim falar da relação amorosa que vocês construíram e ele como sempre conseguiu destruir. - Elsa sentiu vontade de agredir Lav na hora. Quem ele pensava que era para falar assim de Asle? Finalmente Elsa conseguia entender o motivo de Asle sempre ficar triste ao lembrar do irmão.

— O seu irmão não estragou nada, Alteza. - respondeu sem pensar.

— Então a Rainha ainda gosta do meu irmão. - concluiu com um sorriso vitorioso.

— Eu pensei que não iriamos discutir meu relacionamento com o seu irmão. - respondeu voltando a sua postura fria.

— Está certa Vossa... Posso te chamar de você? - perguntou cansado pela longa forma de tratamento.

— Não. - respondeu cortante.

— Como preferir. - sorriu leve, irritar Elsa parecia ser um negócio de família. - Eu gostaria de pedir um favor a Rainha.

— Um favor? - Elsa ergueu a sobrancelha.

— Exatamente. Vossa Majestade como eu, não quer que meu irmão se torne rei de Zandara e muito menos que ele case com a Princesa Ayla dos Desertos do Leste. - Lav tinha conseguido total atenção da Rainha.

— E qual é a relação disso com o favor que quer me pedir. - Elsa tentou não demonstra muito interesse, mas Lav sabia que já havia ganhado uma aliada.

— Eu vou explicar. Meu pai é louco por Asle e não consegue enxerga que eu sou a melhor opção de governante para Zandara. Porém, o povo, os nossos aliados e principalmente o Rei dos Desertos do Leste apoiam a minha acensão ao trono e se eu conseguisse o apoio do reino mais poderoso desse continente distante que o meu pai acha tão admirável, não haveria mais resistências, eu seria o rei. - os olhos de Lav brilhavam.

— Como seria esse apoio? E eu ainda não entendi a parte que Asle não casa com a Princesa Ayla, não que eu me importe muito com isso. - seu tom era frio, mas seus olhos revelavam todos os seus sentimentos.

— Sobre Ayla, ela foi prometida ao futuro rei, escolhida para ser a futura rainha de Zandara independente de quem seja o rei, por um acaso do destino nos apaixonamos e meu sogro torce por nossa união, mas não abre mão de que ela seja a rainha. - Lav definitivamente havia conseguido uma aliada.

Asle podia não voltar, mas casar com outra ele não casaria.

— E sobre o apoio, eu pensei em uma carta de apoio explicito a minha acensão ao trono e um acordo comercial igualitário, com a possibilidade de haver um embaixador em cada reino. - explicou superficialmente sabendo que era o bastante por enquanto.

— Digamos que eu aceite, e não que eu me importe, quais as chances do seu irmão permanecer aqui ou voltar? - seu tom não era imparcial.

— As chances de permanecer aqui são nulas, diria até negativas. Já as chances de voltar são bem mais favoráveis, mas isso depende de como Asle vai enfrentar nosso pai. Eu arrisco dizer que a volta de Asle só vai depender dele, isso se eu for rei. - Elsa iria ajudar Lav a ser rei, não havia dúvidas.

— Fale sobre Zandara. Se eu for fazer um acordo com o seu reino, preciso conhecê-lo. - Lav sorriu abertamente com as palavras de Elsa, era mais um degrau alcançado na escadaria até o trono de Zandara.

Lav e Elsa passaram toda a amanhã conversando sobre seus reinos e seus temperamentos similares o tonaram amigos depressa. Após muita conversa, chegou a hora do almoço e ambos se encaminharam a sala de refeições, onde Ana, Kristoff e Asle os aguardavam.

— Todos os conselheiros do meu pai estavam lá com aquela cara de que não sabiam o que fazer, ai eu falei o óbvio "vende toda a safra para o reino de Págada". Você tinha que ver! Todos eles se viraram pra mim ao mesmo tempo e o meu pai falou: "O moleque tá certo." Eu tinha 6 anos. - Lav falava rindo para uma Elsa que o escutava atentamente sorrindo.

Asle assistiu toda a cena com atenção, até a parte que Lav puxou a cadeira para Elsa sentar e pela primeira vez em muitos anos Asle sentiu ciúmes de verdade, ciúmes daquele tipo bem forte e irracional. Ciúmes por ver Elsa se dar tão bem com outro homem, ciúmes por esse homem ser livre o suficiente para ficar em Arendelle se quisesse, ciúmes por Lav demonstrar aquilo que ele sempre esperou do irmão respeito e admiração. Asle estava com ciumes dos dois Lav e Elsa de formas diferentes, mas com a mesma intensidade.

— Vocês se deram bem. - o príncipe herdeiro soltou de forma rancorosa, após seu irmão se sentar.

— Muito. - Elsa respondeu com um sorriso largo ao ver os ciúmes de Asle.

— Elsa é uma rainha incrível. - Lav provocou.

— Minha irmã é a melhor governante que Arendelle já teve. - Anna interferiu.

— Eu acredito, Princesa Anna. E que relapso eu fui, nem cumprimentei Vossa Alteza e seu marido.

— É porque Vossa Alteza estava ocupado demais se exibindo para minha irmã. - respondeu sem simpatia.

— Anna! - Kristoff repreendeu a esposa antes que a cunhada fizesse.

— Vamos parar com essa conversa e vamos almoçar. Eu e Lav temos muito o que conversar ainda. - Elsa declarou.

— É verdade temos que fechar o acordo. - Lav concordou.

— Depois do almoço, fechamos o acordo e eu escrevo a carta... Isso vai levar algum tempo, por isso você e seu irmão dormem aqui essa noite e amanhã vocês partem de manhã cedo. - Elsa falou com uma naturalidade que fez o coração de Asle doer.

— Ótima ideia. - Lav concordou.

O almoço tinham sido muito incomum, Lav e Elsa passaram o tempo inteiro conversando chatices sobre governar um reino como se fossem as coisas mais divertidas do mundo, enquanto Anna e Asle observavam tudo com insatisfação e ciúmes. Após a refeição os dois mais novos "melhores amigos de infância" voltaram ao Gabinete Real, deixando os demais ainda a mesa.

— Eu vou ver como Sven está, enquanto vocês se corroem de ciúmes. - Kristoff falou se retirando.

— Você viu como eles se tornaram super amigos? - Anna questionou irritada pela irmã ter se dado tão bem com outra pessoa que não fosse ela.

— Eu vi, eles seriam um casal perfeito. - Asle comentou como uma criança birrenta.

— Não viaja, Asle. Eles são amigos, amigos até demais.

— Você sabe que é ridículo a gente ficar aqui com ciúmes, não sabe?

— Sei, mas não posso evitar. - respondeu irritada com ela mesma.

— Mudando de assunto. - Asle falou cauteloso e Anna logo soube onde ele queria chegar.

— Ela está muito magoada com você. - respondeu antes que ele perguntasse.

— Será que ela um dia vai me perdoa?

— Se você não for embora para sempre.

— Eu tenho que ir de qualquer jeito. - sua dor era visível.

— Ela te ama e você a ama. Eu só sei que vocês deveriam ficar juntos. - Anna respondeu por fim, deixando Asle sozinho.

A tarde passou rápido para Lav e Elsa, eles ficaram o dia todo no gabinete e até jantaram por lá.Já para Asle o dia passou se arrastando, ele arrumou suas coisas umas três vezes e nada no mundo podia aliviar sua angustia, sabia que  tinha sido um idiota por não ter falado para Elsa quem era, talvez se ele tivesse falado antes eles poderiam ter pensado em uma maneira dele não precisar ir, ou não, Elsa poderia muito bem tê-lo mandado de volta para Zandara na hora. Mas nada disso importava agora, o príncipe fujão iria voltar para o seu reino e para Asle talvez fosse a melhor decisão, Elsa não merecia um covarde como ele.

Capítulo 17

— Que droga! - Asle falou sozinho no escuro do seu quarto sem conseguir dormir.

Não importava o quanto ele tentasse dormir, ele não conseguiria. Desistindo de ficar rolando de um lado para o outro, Asle se levantou e foi até a cozinha em busca de um pouco de sorvete para esfriar seus ânimos. Ao chegar a cozinha logo se serviu de sorvete e se sentou de frente para o balcão, mas  para sua surpresa Elsa entrou sem notar sua presença.

— Boa noite. - ele cumprimentou baixo.

— Que susto! - Elsa pulou levando a mão no peito.

— Não conseguiu dormir? - questionou rindo com a reação da amada.

— Não é da sua conta. - respondeu ríspida indo em direção a bancada de utensílios.

— Eu não consegui dormir, eu não posso aceitar ir embora brigado com você. - falou parecendo um cãozinho sem dono.

— Não estou nem ai. - respondeu fria tentando pegar o pote de chocolate em uma prateleira alta.

— Eu te ajudou. - falou rápido ficando atrás de Elsa ansioso por estar próximo a ela.

— Não precisa. - falou baixo ao sentir o calor de Asle tão perto do seu corpo.

— É claro que precisa. - falou perto do seu ouvido com o corpo colado ao dela enquanto se demorava em pegar o pote.

— Obrigada. - respondeu se afastando e tirando o pote da mão dele. - Me passa a chaleira. - pediu tomando uma certa distância, ela sabia que se ficasse perto dele cederia a todos os seus encantos e no fundo era o que ela mais queria.

— Vai fazer chocolate quente? - Elsa fez que sim com a cabeça tentando não olhar muito para Asle. - Deixa que eu esquento pra você. - falou se aproximando da loira.

— Não precisa. - a Rainha tentou se afasta, mas Asle a puxou pelo braço a prendendo entre o seu corpo e o balcão.

— É claro que precisa. - falou com a voz rouca a olhando nos olhos.

— Asle. - falou quase como um gemido de frustração colocando as mãos em seu peito para empurrá-lo, mas ela não tinha força de vontade para isso.

— Me perdoa, Elsa. Me perdoa, meu amor. - falou suplicante beijando o rosto de Elsa e a abraçando forte.

— Por que você não me disse quem você era de verdade? - brigou socando seu peito, mas sem afasta-lo.

— Porque eu sou um covarde, porque eu pensei que você ia me achar um descompromissado que só sabe resolver seus problemas fugindo. - seu tom era triste e mesmo que Elsa tivesse com raiva ela não podia ficar indiferente.

— Você é um covarde, mas eu te amo seu idiota. - respondeu envolvendo Asle com seus braços e respondendo o abraço com força.

— Eu não te mereço. - falou após se afastar segurando o rosto se Elsa entre as mãos a olhando com devoção.

— Para de idiotice. - ordenou do seu jeito autoritário, levando uma de suas mãos até os cabelos de Asle e o segurando firme. - Eu sou a Rainha, eu decido se você merce ou não. 

— Você faz isso só pra me enlouquecer. - respondeu antes de beijá-la com intensidade e saudade. A língua de Asle buscou a de Elsa com avidez, na esperança de eternizar aquele momento para sempre e matar toda a saudade que sentia agora e que ainda iria sentir.

Após o beijo Asle encostou sua testa na de Elsa e manteve os olhos bem abertos para poder gravar cada detalhe do rosto da Rainha.

— Você não pode ir embora. - Elsa exigiu ofegante.

— Eu tenho que ir. -

— Mas você vai voltar. - ordenou.

— Eu vou fazer de tudo. - respondeu antes de beijá-la, mas Elsa o afastou.

— Você vai voltar, porque se você voltar eu caso com você. - ordenou mais uma vez fazendo Asle sorri.

— Você está falando sério? - seu sorriso era gigante, finalmente Elsa estava disposta a casar com ele.

— Mais sério do que nunca.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Opostos Perfeitos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.