Ecos do Futuro escrita por Kyriê Snow


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Da série Ecos do Viver.



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Ecos do Futuro

Margarida. Disseram-me que este deveria ser o título desta história.

Margarida é uma flor branca e reles, também conhecida como Deise que, aqui nestes campos, não tem a menor importância. O título sugerido é motivado pelo fato de que Margarida é também o meu nome. Não que eu seja importante, é que minha vida tem um mistério que me incomoda e ao mesmo tempo é a razão do meu viver. Se um dia eu o desvendar, terei encurtado meus dias. E, de tanto pensar nele e não encontrar luz resolvi fazer este resumo dos dias que já vivi. Ah! Não queria me antecipar, mas para vocês entrarem no clima, posso dizer que, se eu quisesse, poderia fazer um resumo dos dias que ainda não vivi. Porém, vou escrever somente até que entendam qual é a interrogação da minha vida. É isso mesmo, os ecos do futuro, que chegam aos meus olhos e ouvidos, alojam-se dentro da minha cabeça e deixam esta Margarida com poucas perguntas a fazer.

Olho em meu espelho e acho que este nome não combina comigo. Mas não é só isso que destoa. Os olhos que vejo, também não são os meus, pelo menos não deveriam ser. Todas as ciganas que conheço têm olhos negros. Como muita gente me chama de cigana, acho que nasci com os olhos e o nome errados. Mas eu sei que não sou cigana, mesmo não tendo família, quero dizer, família de sangue, pois tenho pais adotivos, sei muito bem que não sou descendente de ciganos.

Como eu sei? Ah! Não sei. Só sei que sei. Por isso digo que, uma margarida de olhos verdes que vê hoje coisas que pertencem ao amanhã, é algo estranho. Estranho para vocês, pois eu já estou acostumada. Tudo na minha vida, desde criança, tem sido assim. Sei de coisas que não têm explicação, simplesmente vem parar dentro da minha cabeça e pronto. Assim como veio parar nos meus pensamentos a ideia de que, se eu contar tudo que vejo e sei, vou acabar em uma casa para loucos - nem pensar em resumir os dias futuros. Por causa desse pensar, só falo o que sei quando estou bem segura de que não vou ser pisada como uma margarida qualquer, ou pisar em alguém. Mas isso eu aprendi a duras penas, não nasci experta, tive que me fazer sábia para sobreviver. As minhas lembranças mais remotas são as de dois olhos azuis como o céu. Eles me expulsavam de algum lugar e ao mesmo tempo imploravam algo tão desesperadamente, que eu passei a vida tentando me lembrar qual era o pedido e nunca consegui. A outra, traz a imagem de um amontoado de corpos e uma carroça queimando. Vejo-me ao lado de uma mulher de olhos negros, que chora comigo, mas tanto eu quanto ela não podíamos fazer nada além de chorar. Quando meus olhos secaram ela disse-me:

− Vamos caminhar. Você não pode ficar aí plantada como se fosse uma margarida.

− Não tenho para onde ir.

− Escolha um dos lados da estrada e siga em frente.

− Sozinha?!

− Você nunca estará sozinha, mas é preciso que esta margarida cresça e se transforme em um grande pé de pau.

Esta mulher me acompanhou até que uma outra me abraçou e me chamou de filha. Quando saí daquele abraço e abri os olhos não a vi mais.

Estes são os dois mistérios do meu passado, não posso chamá-los de ecos, pois sei que vivi aquilo, só não me lembro dos detalhes. No futuro há um mistério, mas só a este posso chamar de eco, pois ressoa dentro da minha cabeça, mas não esclarece nada. E sendo coisa do futuro, conto no futuro, pois o saber traz vantagens e desvantagens.

Não é só o saber que lhe proporciona vantagem, é também a forma de como usar o conhecimento. Saber mais, implica em maiores responsabilidades. Vou dar um exemplo para que entendam melhor. É claro que vocês já perceberam que eu sou um misto de candidata a hospício e uma sabe-tudo. Eu não me sinto louca, mas como sei tudo, os que me cercam acham que sou louca ou bruxa. O primeiro a pensar assim foi meu pai adotivo. Na noite em que bati na porta do barraco deles e contei a história da minha amiga de olhos negros, ele me abraçou e disse:

− Você é realmente uma flor, mas está meio maluca, vamos cuidar de você.

Levou-me a um monte de lugares e ao cartório de registros.

− Qual é o nome da menina? – perguntou o do cartório.

− Ela me disse que se chama Margarida, veio do meio da mata e quer ter nome de pé de pau.

− Não posso registrá-la assim. Se ela vai ser sua filha, tem que ter seu nome.

− Mas o doutor me deu este papel aqui e ...

− Estou sabendo, mas para o registro preciso de um documento de quem estiver adotando. Um documento seu.

Meu pai deu ao escrivão o que era pedido, e fui registrada com o nome de Margarida Alves Nogueira. Na época eu não sabia, mas hoje eu sei, Nogueira é, sim senhor, nome de pé de pau. É claro que existem outros pés de paus que dão nome a gente, mas esse é o que me foi dado e mesmo quando me casei, não deixei de usá-lo.

Porém o exemplo que quero dar-lhes não é este, é um outro que mostra que saber demais às vezes ajuda e às vezes atrapalha. Pode até te arrumar uns inimigos ou cadeia.

Mal completara doze anos e meus pais, os Nogueira, que eram muito pobres, combinaram o meu casamento com o filho mais velho do patrão. Na minha “cachola” surgiu a ideia de que aquilo não me faria feliz. Estava se aproximando o dia em que ele completaria dezoito anos e que seria o dia do noivado. O prazo se esgotava e meu desespero crescia. No meu juízo surgiam ideias malucas, nas quais eu não podia acreditar. Eram imagens de lugares lindos, campos verdes, riachos e montanhas, mas terminava sempre com um menino fazendo dos animais, mulher. À medida que ele crescia, cresciam também os animais. Não cresciam como ele, esticando os ossos, mas em uma escala assim: galinha, cabra, mula. No dia anterior à data aprazada, meu namorado veio me visitar e eu consegui arrastá-lo para longe dos ouvidos do meu pai.

− Rodrigo, eu sinto muito, mas não posso me casar com você – tentei ser o mais gentil possível.

− Ora, Margarida! Deixa disso. Já está tudo combinado!

− Eu sei, mas não estou pronta para casar... – era quase um pedido de desculpas.

− Você está com medo? – perguntou carinhoso.

− Não tenho medo, só não estou pronta. Minha mãe disse que eu tenho o direito de não deixar que me usem antes que as cores do pôr do sol saiam de dentro de mim. – respondi sem olhar para ele.

− Não vou te usar, é só o noivado. O casamento será marcado para quando você estiver pronta. Eu te amo muito! Os teus olhos andam comigo por onde eu vou!

− Mesmo assim, estou me sentindo como um daqueles animais que... que... – me faltou habilidade para expor meus sentimentos.

− Quê?! Vamos, continue. Que o quê? – ficou branco e furioso.

Eu poderia ter falado de qualquer animal, mesmo aqueles encaminhados ao matadouro, mas alguma coisa parecia ter saltado dos meus pensamentos para os dele. Busquei as palavras e tentei ser bem meiga.

− Sinto-me como aqueles animais que vejo nos riachos, nos campos, e nem sou da altura de uma mula. – desta vez, olhando nos olhos dele.

A coisa se completou de uma forma inesperada.

− Ah! Então é esta a prosa que você anda tendo com meu irmão? O que ele te falou? Não admito! Vou matar ele de pancadas.

O irmão era dois anos mais novo que ele, era minha companhia, quando o trabalho deixava. Trabalho meu, é claro, pois os dois não tinham compromisso com nada.

Saiu pisando duro e eu tive que correr atrás dele. Eu estava prestes a provocar uma tragédia. Pela primeira vez toquei nele. Segurei seu braço direito e, a corrente magnética que se formou, era repulsiva. Rompi o contato, mas nossas auras ainda estavam ligadas. Fiz com que ele parasse. Enquanto meus olhos registravam a dureza de suas feições, outras imagens entraram na minha cabeça.

− Por favor, me escute. Seu irmão não me contou nada! – eu estava assustada.

− E como você sabe?

− Eu sei. Só isto. Da mesma forma que sei que nosso casamento não vai dar certo. É melhor você arranjar outra noiva e me esquecer. – respondi, ainda olhos nos olhos.

− E nossos pais?

− Você fala com o seu e eu falo com o meu, eles vão entender.

− Não posso fazer isso, minha mãe já comprou um terno branco só para o dia do...

− Eu sei.

− Ela veio aqui? Ela te contou?!

− Não. Mas eu sei. Sei também que tem um chapéu branco e um sapato preto. E como eu já lhe disse, é melhor você guardar tudo para a outra noiva.

− Não tenho outra noiva! – respondeu indignado. – E nem quero!

− Mas vai ter.

− Por acaso você é cigana ou...?

− É uma boa idéia, diga à sua mãe que sou cigana e você não quer mais se casar comigo... – disse, virando-lhe as costas.

− Mas eu quero me casar com você! Já te falei, os meus sonhos, os seus olhos, os meus amigos, a nossa casa que já está quase pronta, minha mãe que sonha com um neto. Você não pode mandar tudo para o brejo assim, de repente! – disse enquanto se aproximava.

Senti o calor dele atrás de mim, e suas mãos nos meus quadris, me puxando como se eu fosse um dos seus animais, só que eu não estava de quatro e aquilo não me despertava qualquer prazer ou interesse. Voltei aos olhos nos olhos.

− Não é de repente, só que eu sei que é um erro! E ainda dá tempo de evitar.

− Erro é me fazer de palhaço! E o que vou evitar, é cair na boca do povo, me passar por um joão-ninguém, que não consegue nem uma “pé-rachado” como você para casar. Até vejo o povo dizendo: “Olha, o filho do coronel, cheio de pose e chutado por uma enjeitada qualquer!”. Nunca! Você vai casar comigo nem que seja na marra! Não nasci para este tipo de vexame.

Fiquei de queixo caído, ouvindo aquelas palavras que traduziam a raiva dele e chegavam aos meus ouvidos como a mais pura humilhação. Respirei fundo, tentando não entrar em pânico, e buscando contemporizar, para que ele se acalmasse, antes que meu pai ouvisse os berros dele.

− Será que poderíamos conversar com calma, sem estes gritos? – era uma súplica.

− Já falei tudo que tinha para falar, não vou ser chutado por você! Nem que o pé de jenipapo deixe de dar frutos! Ou que fevereiro tenha trinta dias! Ou que nasçam chifres nas...

− Não estou te chutando, mas tenho certeza que você prefere ser feliz!

− Feliz?! O que um bicho do mato como você pode saber sobre felicidade?! Por acaso felicidade é jogar meu nome na lama?! Cuspir no meu pai que alimenta a sua família inútil todos estes anos?!

− Não estou fazendo nada disso! Só estou tentando te mostrar que é melhor mudarmos de rumo. Este nosso acordo não tem futuro. Se alguém aqui vai ter o nome na lama, sou eu, que vou ficar falada. Você arruma outra e segue em frente. Prefiro sofrer agora que o resto da vida. – quanto mais calma eu me mantinha, mais ele se exaltava.

− Ah! Você prefere! Você não tem que preferir nada! Você não tem rumo para seguir, vai onde eu mandar que vá! O seu futuro eu decido e não existe, neste mundo, qualquer lama que queira seu nome. Está entendendo?! As preferências são minhas! Fui claro?

− Estou entendendo, sim. Está tudo claro para mim agora. Muito claro. Certamente você prefere a novilha branca que está presa no curral da sua casa! Pena que ela não saiba cozinhar.

Eu estava calma, mas nem vi quando aquela frase saiu da minha boca. Para evitar uma vida que eu não queria, ultrapassei os limites falando dos planos dele para o dia seguinte. O impossível virou possível, mas transformei amor em ódio em poucos segundos.

Saiu tão furioso que deve ter azedado até as canas que margeavam o caminho que ligava o barraco em que eu morava à casa dele e tudo o mais de que se aproximou, inclusive dentro de casa, pois antes que eu voltasse ao mundo real, vi o irmão dele chegando.

− Precisamos saber o que foi que aconteceu por aqui, antes que alguém morra lá em casa! Minha mãe queria falar com você, mas está mais nervosa que ele.

− Como ele está?

− Ensandecido. Não diz coisa com coisa, espancou minha novilha dizendo que ela não era verde. Onde já se viu?

− Isso não é motivo para sua mãe ficar nervosa.

− É o segundo casamento que ela contrata para ele.

− O próximo ele vai arrumar sozinho e vai dar certo. Não deixe que ela arrume uma noiva para você, escolha com seu coração.

− Neste caso, você deveria trocar meu irmão por mim. – disse rindo.

Deixei-o rir, pois sabia que a troca já estava feita.

Ganhei fama de cigana e, no ano seguinte, casei-me com o mais novo dos dois. Rodrigo ficou tão indignado que não compareceu ao casamento do irmão, que era seu parceiro naquelas carnes sem lavar. Não nos cedeu a casa que a mãe tinha mandado construir para abrigar a nora sob suas asas. Meu marido se aborreceu e convidou-me para pôr os pés na estrada. Fizemos rastro naquela hora mesmo, pois minha trouxa já estava pronta há dias. Levou muitos anos para meu cunhado entender o amor que eu tenho pelo Renato.

Essa foi a estreia dos meus pensamentos, ou melhor, das minhas ideias no mundo dos adultos. E, desde então, tenho me cuidado para não acabar internada. Às vezes faço negócios que sei que não darão certo, mas servem para encobrir esta história de ser cigana e saber tudo. É claro que eu não sei de tudo, mas o que eu sei é o suficiente para tornar meu viver uma coisa muito chata e perigosa. Imagina a chatice que seria minha vida conjugal se meu marido descobrir que sei tudo que ele faz! Quantos drinks ele toma e com quem ele anda. Se eu perguntar a ele qual o traje que a herdeira da siderúrgica e da cerâmica usava quando vendeu a ele a metade das ações que possuía, vou provocar a maior confusão. Não posso fazer esse tipo de coisa, sei que ele me ama e sei que ela ama o marido. Aquilo foi só um brinde aos negócios. Vocês poderiam dizer: “Ah! Se fosse comigo eu cuidaria sozinha dos negócios e ele ficaria em casa!”. Tudo bem, é uma solução, mas que tipo de marido eu teria? Um nada, um zero à esquerda, um fantoche. Não, não quero isso para mim. Na vida de toda mulher tem sempre uma novilha à espreita, quando não se é a novilha. Na minha vida não é diferente. Se outras podem conviver com isso, eu também posso. Ele chegar à nossa casa e dizer que me ama é o bastante para me fazer feliz.

Mas não é só com o coração que esses meus olhos mexem. Imagina as possibilidades que tenho nos negócios. Sei exatamente onde estão os bons investimentos e os maus. Muito antes de se projetar Goiânia para ser a capital de Goiás, eu já investia em olarias e em terras por ali. Tenho terras do mais pobre cerrado, secas como língua de papagaio, mas sei que, se um dia meus netos quiserem, poderão visitá-las de barco. Um dia, alguém me disse que eu tinha o dom do Midas e aquilo me assustou. Andei atrás da história do Midas, e convenci-me de que era impossível eu ter o mesmo fim que ele. Alguns dias depois, fui visitada por um agente do governo que queria saber onde eu conseguia informações para gerir meus negócios e antecipar-me à concorrência. Só então entendi onde o Midas me alcançava. Refinei meu zelo. Já sou rica o bastante para garantir o futuro da minha filha, e tirar meu marido dos pastos. É melhor que ele durma no serviço, administrando uma rede de motéis, que uma fazenda. Se ele me consulta eu o ajudo, exponho as possibilidades, mas o melhor caminho será sempre o que ele escolher, a cada qual cabe sua escolha, ninguém é feliz vivendo a escolha alheia.

Na política, vivo os mesmos percalços. É fácil separar quem já se desviou do caminho reto daqueles que já pegou o tortuoso, mas como dizer não a alguém que está prestes a chegar à encruzilhada? Como dizer a uma pessoa honesta que sei que ela vai subtrair o que não lhe pertence, porque o poder a cooptou? Apoio as pessoas certas, mas nem todas saem limpas do outro lado. Olhem o Getúlio, sei que vai fazer muitas coisas boas por este país, mas vai trazer a dor consigo. Vou me engajar na sua campanha, mas não esperarei por ele.

Estão entendendo a chatice da minha vida? Sem mistério, a vida não tem graça. É como ouvir alguém contar a história de um livro que você já leu. Só o que te prende é o ponto de vista do narrador, porque o final você já sabe. E eu sei quase tudo, sei o fim dos meus dias e o do meu marido, sei os caminhos que nos levam até lá, sei que ele vai morrer como sempre quis, mas a dama que estiver com ele vai ter dificuldades para se explicar. Quanto a mim, a minha casa verá a paz dos meus últimos momentos.

Não é que ciganas não se entendam com a igreja, eu estive em uma quando casei e em outra quando batizei minha filha. Senti-me bem em ambas, mas é que o padre..., quero dizer..., as palavras do padre..., não sei bem como explicar, era como..., hã..., como se..., como se estivessem me dando algo com a mão fechada. Prefiro fazer minhas orações em casa.

Acredito que tenha conseguido explicar-lhes o que é minha vida, ou pelo menos ter dado uma ideia de como iniciei minha sobrevivência, minha vida amorosa e como conduzo meus negócios. E os recursos que uso para ter sucesso. Está na hora de contar o mistério, a tal pergunta que resta na minha vida: minha filha. Ela é o ponto de interrogação que me acompanha. Deus não quis me dar outra, e nem me avisou o motivo. Bem que eu quis, mas não veio mais ninguém que aumentasse o mistério dos meus dias aqui na terra e os tornassem mais interessantes. Estas coisas que me torturam, fazendo minha vida igual a um dia eterno, sem noite que lhe dê medida e quebre a monotonia, não incluem minha filha. A única coisa que meus olhos deixam minha mente registrar sobre ela, é um clarão. Apesar de ser um clarão, não esclarece nada. Os meus olhos veem tanta luz, mas me deixam no escuro. E por mais que eu tente ver ou imaginar, não consigo compreender qual o poder que o homem vai desenvolver para gerar tanta luz e calor que possam derreter seus ossos e os do marido. Onde andarão meus netos!?


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Notas finais do capítulo

Grato à Fênix pela beleza da capa.



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