A garota loira encarou o corpo rastejante a sua frente, olhando-o com um brilho malicioso em seus olhos verdes, e um sorriso maldoso posto em seus lábios finos. Seu rosto possuía a mais clara expressão de vitória – sim, ela havia ganhado.

O corpo rastejante, coberto por seu próprio sangue e desgraça, olhava para a garota a sua frente, encarando-a com suas cavidades – que seriam os devidos lugares dos olhos – vazias e negras. Seus cabelos sujaram-se de terra devido a sua corrida, mas nem por isso, desistiu.

Sorrindo maldosamente ao ouvir o já quase decomposto cadáver falar, a garota riu diabolicamente.

– Hm? Devolva? – negou com a cabeça, fazendo com que seus cabelos loiros balançassem ao vento. – Eu acho que não, querida!

Agachou-se a frente do corpo passando-lhe um dedo pela bochecha suja de sangue, deliciando-se ao ver as feições de dor da outra.

– Veja bem, pois seria quase que injusto para uma de nós duas... – a garota continuou, rindo enquanto escutava o corpo ainda murmurar coisas sem um menor sentido coerente. – Eu não quero ser chata, mas a culpa é sua!

Negando fracamente com a cabeça, o corpo ainda tentava lutar.

– Não seja egoísta, querida. – a garota loira ergue-se, sorrindo ao sentir a chuva bater contra sua pele. – Ah, que sensação boa!

– N... Nã... o – o corpo murmurou sem vida, o que fez com que a menina revirasse os olhos.

– Não seja persistente! – a menina loira sorriu docemente. – Afinal, foi você que me deu esse corpo!

Virando-se para seguir por seu caminho, antes de desaparecer por entre as árvores, a garota loira ainda quis completar sua frase, para assim, despedir-se para sempre daquele corpo sem mais utilidades.

– Não se preocupe. – a menina riu. – Eu vou cuidar muito bem do seu corpo, Viola.