Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Quem ai assistiu a novela segunda-feira? GENTE! FOI UMA EMOÇÃO ATRÁS DA OUTRA! Pena que Henutmire não está na segunda temporada da novela, mas para matar um pouquinho as saudades temos ela aqui com Anippe e Djoser.
Hoje teremos uma grande surpresa...



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—Eu tenho mesmo que ir? —Pergunto exausta, porém me alegro com a alegria de Djoser. —Eu já vi este cavalo uma vez...

—A senhora precisa ver ele agora, mãe. —Djoser fala afoito, mas parecendo uma criança.

—Por que não chamou seu pai ou Uri mesmo para ver? —Pergunto assim que chegamos no estábulo de manhã. —Djoser... —Chamo por meu filho assim que vejo uma sequência de seis cavalos mortos bem diante de meus olhos.

—O que aconteceu? Por que eles... —Djoser fala assustado e em seguida Bakenmut e Ikeni surgem.

—O que aconteceu aqui? —Pergunto.

—Os animais estão morrendo desde que o dia amanheceu, princesa. —Ikeni responde. —Tanto aqui quanto fora do palácio.

—É uma nova praga. —Bakenmut presume. —Precisamos avisar ao rei que o seu cavalo preferido morreu. —Ele fala e então se retira ao lado de Ikeni.

—Meu irmão passou dos limites! Se todos os animais estão morrendo não teremos nem o que comer! —Djoser esbravejou ao pensar nas necessidades que iremos passar.

—A culpa não é do seu irmão! —Falo.

—De qualquer forma a situação está se agravando, mãe. —Djoser fala pensativo. —Será possível que Moisés não sente pena de nós?

—O soberano não sente pena dos hebreus, Djoser. Lembre-se disso. —Falo e faço por onde meu filho se aborrecer ainda mais. —Djoser? —O chamo, todavia a raiva do meu filho o deixa cego.

—A vontade que eu tenho é de sentar no trono e ordenar que os hebreus partam! —Meu filho está em total descontrole e por isso não o reconheço mais.

—Vocês estão bem? —Amenhotep pergunta ofegante. —O que está acontecendo? Por que todos os animais estão morrendo?

—Uma nova praga. —Djoser responde e então notamos que o olhar de meu filho está perdido. —Eu vou por um fim em tudo isso. —Meu filho fala enfurecido e passa a andar com rapidez, todavia eu tento segui-lo.

—O que você vai fazer? —Pergunto nervosa por ver a raiva nos olhos de meu filho.

—Vou falar com Moisés. —Djoser responde enfurecido. —Rogue aos deuses que eu não perca o resto de paciência que ainda me resta!

—Você não pode ir para a vila! —Amenhotep esbravejou incrédulo. —Enlouqueceu?

—Trate de se acalmar! —Peço. —Você não é assim!

—Contente com as atitudes de seu filho, Henutmire? —Ramsés indaga furioso em me ver. —Com você eu preciso ser mais claro já que você tem três filhos. —O olhar de Ramsés então caiu sobre Djoser. —Está feliz com a atitude infame de Moisés? —Ele pergunta assim que me olha furioso. —LHE FIZ UMA PERGUNTA!

—Não grite comigo! —Falo trêmula diante da fúria de meu irmão. —Sou sua irmã e...

—Mãe de Moisés. —Ramsés ressalta ofegante. —Maldito foi o dia em que você trouxe Moisés para este palácio! Deu um neto hebreu ao nosso pai!

—Não foi apenas um! Foram três! —Ressalto fazendo com que Ramsés se lembre de Anippe e Djoser. —E não me envergonho disso!

—Cale-se, Henutmite! —Ramsés esbraveja fazendo com que todos temam a sua fúria. —Como ousa se orgulhar disso? Por acaso ficou louca?

—Louca sempre fui. Sou louca desde que trouxe Moisés para o palácio e irei me orgulhar eternamente por ter feito isso...

—Basta. —Ramsés pede ofegante.

—Por que eu não matei ninguém, muito menos envenenei para fazer de Moisés um príncipe. —Ramsés então entende que falo de Yunet e que Amenhotep pode descobrir a verdade.

—Basta, Henutmire...

—Eu fui capaz de enfrentar os deuses e o nosso pai enquanto você não sabe combater um deus sem rosto, Ramsés!

—BASTA! —Ramsés grita novamente. —Eu seria capaz de mandar prende-la agora mesmo!

—Isso não vai mudar o que eu fiz ou que Moisés irá fazer, e isso... —Senti meus lábios estremeceram ao desafiar Ramsés. —Te deixa sem saída, não é mesmo?

—GUARDAS! —Ramsés grita então dois oficiais surgem. Será possível que Ramsés irá me prender? —Vão atrás de Moisés! —Ele ordena e então me sinto mais calma. —AGORA! —Ele grita então se aproxima de mim. —Nunca mais me enfrente dessa maneira, Henutmire. —Ramsés avisa e segue com seu caminho, seu primogênito o segue afoito e então Djoser me olha surpreso.

—A senhora podia ser presa. —Djoser fala ainda assustado com a cena que acaba de presenciar.

—Ramsés não teria coragem de me prender como se eu fosse uma criminosa. —Falo ofegante pelo susto que levei. —Eu sou irmã dele!

—Meu tio está fora de si, mãe. A qualquer momento pode cometer uma loucura e a senhora o enfrenta dessa maneira! —Djoser estava amedrontado por mim, eu vi isso em seu olhar.

—E você não pense em ir atrás de Moisés. —Falo seriamente. —Eu não quero você naquela vila.

—E por que não?

—Porque eu não quero você naquela vila! —Exclamo impaciente e então meu filho abaixa a cabeça. —Aliás, não quero ouvir você falando em partir com os hebreus. Até por que você não vai. —Minhas palavras feriram meu filho. Por um momento pensei em falar que todos nós iríamos partir com os hebreus, mas então me lembro que Ramsés ainda escraviza o povo de Moisés.

—Mãe... —Djoser me chama como se quisesse saber de algo ou pedir alguma coisa. —Moisés cresceu ao lado do tio Ramsés e da rainha Nefertari, não foi?

—Você sabe que sim. —Respondo.

—Também é verdade que meu irmão namorou a rainha? —Djoser pergunta curioso. —Por que de alguma forma eles foram irmãos já que Nefertari é filha bastarda de Disebek e meu irmão era filho dele também.

—Fale baixo! —Peço com medo de que alguém escutem. —Você disse certo. —Falo surpreendendo meu filho. —Mas Moisés e Nefertari chegaram a ser noivos...

—Além de enteada a rainha poderia ter sido sua nora ao invés de cunhada? —Djoser indaga curioso. —O que vocês tinham em mente naquela época?

—Tínhamos Yunet entre nós, meu filho. Mas graças aos deuses ela não está mais. —Falo.

—Estou abismado. —Meu filho fala. —Agradeço por ter nascido depois que tudo isso aconteceu.

—Se você tivesse nascido naquela época não seria filho de Hur, mas de Disebek. —Falo fazendo Djoser me olhar espantado. —Ou talvez não tenha nem nascido. Talvez Yunet tivesse feito por onde eu te perder como perdi todos os outros...

—Se um dia essa mulher aparecer em minha frente não sei do que serei capaz. —Djoser fala, mas é no seu olhar que sinto medo. —Talvez eu a mate.

—Eu não poderia permitir que você manchasse suas mãos com o sangue dela. —Falo. —A única pessoa que pode matar Yunet com as próprias mãos sou eu.

—Mas a senhora não fez isso...

—A morte seria pouco para ela. —Respondo.

—Ela queimada seria o suficiente. —Djoser rebate com o desejo de vingança estampado em seu rosto. —Leila... —Meu filho fala vendo Leila se aproximar.

—Eu preciso conversar com a senhora. —Leila pede envergonhada e olha para Djoser.

—Eu vou procurar pelo meu irmão. —Djoser pede entendendo o olhar de Leila e então se retira para nos deixar a sós.

—O príncipe Gab lhe enviou uma jóia, não foi? —Leila pergunta de imediato.

—Quem lhe contou?

—Radina quase entregou a senhora para o meu sogro sem querer. —Leila me surpreende com sua notícia. —Meu sogro falou sobre a jóia pensando que ela quem teria dado para a senhora. E por um momento a moça quase falou que o dono do presente foi o príncipe Gab!

—Pelos deuses! Se Hur souber disso com certeza irá enlouquecer de raiva. —Falo preocupada. —Já basta Hur com ciúmes de Arão.

—Ciúmes de Arão? —Leila indaga incrédula.

—É uma longa história, minha querida. —Respondo ainda preocupada com Hur. —Eu menti para Hur para que ele não sentisse ainda mais raiva de Gab, mas pelo o que vejo tudo está indo contra mim!

—A senhora precisa resolver a vossa situação com o meu sogro. —Leila aconselha temendo por mim e por Hur. —Mal os vejo juntos como antes...

—São inúmeros problemas em minha cabeça, Leila! —Falo ao por minhas mãos em minha cabeça. —Eu vou enlouquecer... —Minhas palavras foram como um sussurro. —Estou sem saída!

—Diga a verdade ao meu sogro antes que ele saiba por outra pessoa. —Leila aconselha. —Isso vai acabar mal!

—Se eu falar a verdade Hur irá pensar o pior como pensou sobre mim e Arão. —Falo fracassada pelos problemas. —Eu tenho que dar um jeito...

—A senhora precisa descansar. Quem sabe ao entardecer a senhora já tenha uma solução... —Leila pede. —Vou pedir ao sacerdote uma fórmula calmante para a senhora.

—As fórmulas de Paser não são capazes de acalmar minha mente, Leila. —Falo fracassada.

—Mas fará com que a senhora durma. O seu cansaço físico é aparente! —Leila alerta e eu então eu concordo em tomar alguma fórmula para me acalmar.

(...)

—É ácida. —Reclamo ao beber a fórmula dada por Paser.

—Irá acalmá-la aos poucos. —Leila fala e eu entrego a taça para ela. Sinto a fórmula fazer efeito assim que meus olhos começam a pesar representando o sono.

—Que estranho. —Falo e tento manter os olhos abertos. —A fórmula age de imediato.

—O sumo sacerdote se preocupou com o estado da princesa e por isso acrescentou algo mais forte na fórmula. —Leila avisa me auxiliando, ela me leva até meu leito já que estou exausta.

—Ficou muito forte. —Falo enquanto Leila retirar meus anéis de meus dedos. —Mesmo assim eu agradeço.

—Agora descanse antes que algo preocupe a senhora novamente. —Leila pede aparentemente preocupada comigo. Foi exatamente o que eu fiz, adormeci rapidamente graças fórmula de Paser.

(...)

Ouvi gritos vindo do Egito e rapidamente pensei em Djoser e Hur. Mas eu já estou longe o suficiente para voltar, meu pai pede para que eu e Anippe não olhemos para o Egito novamente já que o terror toma de conta por lá. —Vejo o sol castigar o rosto de meu pai assim que ele põe sua mão sobre seus olhos. —Para onde estamos indo afinal?

—Para onde estamos indo? —Pergunto curiosa. Anippe não me ouve, mas meu pai sim. —Onde está Djoser?

—No Egito. —Meu pai responde sem sequer olhar para mim. —Não temos muito tempo, Henutmire. Se apresse!

—Para onde está me levando? —Pergunto impaciente com a frieza do meu pai. —Eu estou falando com o senhor!

—Não me pergunte nada, Henutmire! —Meu pai exclama bravo e então me olha. Anippe tenta interferir, mas meu pai volta a falar. —Me obedeça pela primeira vez em toda sua existência...

—Mas e Djoser? —Minha pergunta faz com que meu pai e Anippe se entreolhem misteriosamente. —Ele está sozinho, sem mim...

—Djoser ficará bem, mãe. Ele e o papai irão cuidar um do outro. —Anippe fala e por algum motivo inaparente eu me acalmo e confio nela. —Vamos logo, já estou cansada...

—Mas para onde vamos? —Pergunto e então ouço gritos e mais gritos vindos do Egito.

—Iremos para um lugar onde não há poder, Henutmire. —Meu pai fala e ao andarmos mais um pouco chegamos em um local onde há várias pessoas nos esperando. Então vejo minha mãe surgir com com um menino ainda pequeno agarrado em suas pernas, todavia apenas ela vem até mim.

—Você demorou muito, minha filha. Pensei que não fosse mais chegar... —Minha mãe me assusta com um abraço.

—Acho que sou sua neta. —Anippe fala ironicamente e em seguida é abraçada por minha mãe.

—Mas eu não entendo. —Reclamo. —Ao contrário de vocês, eu estou viva. —Falo e então meus pais ficam sérios. —O que aconteceu?

—Faça justiça, Henutmire. —Meu pai pede penoso e eu olho para Anippe sem entender. —Faça justiça pela minha morte.

—Mas, pai... —Tento falar, mas Anippe segura a minha mão e me separa de meus pais com brutalidade.

—Mãe, abra os olhos! —Anippe pede me deixando confusa. —Abra os olhos, mamãe! —Anippe pede apavorada e me deixa confusa. —Pelos deuses, abra os olhos! —Minha filha começou a chorar compulsivamente e eu tento entender o que ela pede.

—Mãe! —Desperto assustada em minha cama com Djoser me chamando. Rapidamente vejo Hur e Leila próximos de mim, estavam aflitos e me olhavam de maneira estranha. —Pelos deuses, a senhora em fim acordou!

—O que aconteceu? —Pergunto assustada e vejo que ainda é de dia. —Dormi muito pouco...

—Pelo contrário. —Hur fala. —Adormeceu ontem à tarde e só despertou hoje de manhã. —Arregalo os olhos ao saber que passei muito tempo adormecida.

—A fórmula do sumo sacerdote foi muito forte. —Leila fala enquanto Djoser me ajuda a levantar.

—Aconteceu algo enquanto eu dormia? —Pergunto ao ver que todos estão afoitos.

—Se acalme primeiro, Henutmire. —Hur pede e fica ao meu lado. Por que ele pede que eu me acalme se não estou nervosa?

—O que está acontecendo afinal? —Pergunto nervosa.

—Temos mais uma pessoa no palácio. Uma mulher... —Djoser tenta falar. —Chegou ontem de noite enquanto a senhora descansava.

—Quem é? —Pergunto curiosa.

—Quase morri ao vê-la perto do príncipe. Pensei que ela fosse fazer algum mal á ele, mas por sorte eu e o sumo sacerdote chegamos a tempo... —Leila fala nervosa. Quem é essa mulher que poderia fazer mal ao meu filho?

—Quem é essa mulher afinal? —Assim que pergunto vejo uma figura feminina entrar em meus aposentos. Djoser e Leila vem para mais perto de mim com medo da mulher que acaba de entrar e então eu posso compreender o medo e nervosismo de Djoser e Leila.

—Como vai, princesa? —Yunet pergunta plena de deboche e graça ao ver que meu filho está com medo dela. Pelos deuses! Ainda estou sonhando ou Yunet voltou para o palácio?


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Notas finais do capítulo

Peço que fiquem atentos aos sonhos de Henutmire, cada detalhe é válido e de suma importância para o desenrolar da história. Quem for esperto no mínimo saberá o que vai acontecer com a família Hurmire.
Aaah, tivemos a volta de Yunet no palácio e preciso contar para vocês que muitas surpresas estão por vir.



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