Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 22
Capítulo 22




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Ao andar pelas ruas da vila dos escravos acompanhada por Leila e Ikeni, lembro-me bem de uma das discussões que tive com meu pai por causa Moisés e de todos os hebreus.
Não sei o acontece comigo! Ultimamente veio lembrando de meu pai com mais frequência do que o de costume. Talvez seja a saudade que insiste em me abater, mas eu não posso me entristecer por isso. Eu ainda tenho Djoser e agora tenho Moisés de volta.

—Trouxe o que lhe pedi, Leila? —Pergunto tentando esquecer o meu pai.

—Sim, senhora. —Leila responde e me mostra o cesto pleno de fartura. —Como a senhora pediu. —Ela fala e eu agradeço.

—Dando um passeio, princesa? —A voz surgiu tão depressa como um bote de uma serpente que insiste em me envenenar. Leila quase tomou frente da situação, mas eu fiz um gesto para que ela nada fizesse.

—Yunet. —Falo sem acreditar no que vejo em minha frente. Yunet está tão maltrapilha e imunda como sua alma. A mulher frívola dá de ombros e olha para mim plena de ódio.

—A própria. Um pouco suja e maltrapilha... —Fala ironicamente me fazendo sentir nojo de sua aparência. —Mas a mesma. —Nada falei após suas palavras insignificantes. —Veio ver algum conhecido na vila dos imundos, senhora? —Yunet pergunta já sabendo da volta de Moisés ao Egito. Eu não respondo as provocações de Yunet e sigo em frente acompanhada por Leila e Ikeni até a casa de Joquebede.

Deixo Yunet falando sozinha e sigo andando trêmula e surpresa. Mais a fico ao saber que irei me encontrar com Miriã, ficaremos frente a frente após a conversa que tivemos por causa de Hur. Como irei olhar para Miriã? Como irei falar com Moisés se estarei debaixo do mesmo teto que a mulher que ama o meu marido? Em que situação delicada estou...
Mas é por Moisés que passarei por tamanha vergonha.

—Alguém se aproxima. —Ikeni fala tomando a frente, mas para imediatamente após Leila tocar em seu braço.

—É o irmão mais velho de Moisés. —As palavras de Leila mal saíram de sua boca e eu consegui ver o homem surgir das sombras. Quando vi Arão em minha frente sorri aliviada e o mesmo ele fez. Talvez ele me leve até sua casa e lá eu possa conversar com Moisés sem temer a presença de Miriã. —Arão. —Leila fala e vai de encontro ao homem.

—O que fazem aqui? —Arão pergunta preocupado e me olha. Após nos olharmos, o irmão mais velho de Moisés dá um belo sorriso ao me ver. —Creio que a senhora veio ver o meu irmão.

—Pode me levar até ele? —Pergunto me aproximando de Arão.

—Ele está em minha casa. —As palavras de Arão me deixaram mais aliviada. Desse modo não me encontrarei com Miriã. —Mas não é arriscado a senhora sair a essa hora da noite, princesa? —Arão pergunta enquanto andamos lado a lado. Leila e Ikeni nos seguem e observam o trajeto que Arão nos mostra. —Meu irmão está bem...

—Temo pela segurança de meu filho, Arão.

—Deus está com ele, princesa. E o senhor capacitou Moisés para a sua missão. —Arão fala e me deixa intrigada. Missão? Então esse Deus hebreu realmente existe? —Meu irmão é sábio e saberá como lhe dar com a fúria do faraó.

—Mesmo assim. —Minha insistência faz o homem rir e ficar bem em minha frente. Os olhos luzentes e atentos de Arão duelaram com os meus em uma curta fração de segundos, sinto que ele quer me contar algo, mas resiste e nada me revela. —Moisés é meu filho e eu não posso não me preocupar com ele.

—Eu e minha esposa temos cinco filhos, um deles não é meu sangue, mas é como se fosse. E minha esposa se preocupa com todos os cinco de uma maneira que chego a pensar que é exagero ao invés de preocupação. —Arão fala e voltamos a caminhar lentamente. —Mas agora eu entendo que quando uma mulher se torna mãe... —Ele deu uma pausa breve para olhar para mim. —Ela é capaz até de enfrentar o mais temido dos reis.

—Um filho é uma parte de nós, você sabe disso. —Falo e Arão concorda. —E se fosse para enfrentar meu pai, ou qualquer outro rei por Moisés, eu enfrentaria.

—A princesa teve muita coragem. —Arão fala me deixando envergonhada. —No início eu não aceitava o fato de Moisés ser um príncipe enquanto eu e Miriã... —Parei de caminhar imediatamente após ouvir o nome de Miriã. Sinto meu coração rasgar minha carne enquanto Arão me olha curioso.

—A senhora se sente mal? —Leila pergunta assustada ao me ver em estado de choque. —Ficou pálida...

—Deve estar cansada. —Arão fala preocupado e se aproxima de mim com cautela. —Estamos perto de minha casa, princesa. Não falta muito...

—Eu estou bem, foi apenas um mal estar passageiro. —Tento disfarçar o meu incômodo. Arão me acompanhada e chegamos em sua casa.

Uma casa humilde, deficiente de luxo e conforto, totalmente diferente do palácio onde moro com Hur e meus filhos. Eu preciso tirar Moisés deste lugar. Se já o tirei uma vez, posso tirar outra. Só de imaginar o meu filho trabalhando como um escravo em uma das grandes obras do Egito, sinto uma necessidade infame de arranca-lo deste lugar a força. Se Rá, Osíris e poderosa Ísis me enviaram Moisés através do rio Nilo para criá-lo e amá-lo como filho gerado de meu ventre, não posso permitir que meu filho viva em uma lugar tão escasso de conforto.

Sei que Moisés está com sua família hebréia, com seus irmãos e sobrinhos. Mas não admito que meu filho passe a morar na vila enquanto me farto do bom e do melhor! Não posso colocar uma venda em meus olhos e fingir que tudo ficará bem, que o maldito equilíbrio cósmico agora está como deve estar. Eu mesma trouxe desordem para o equilíbrio cósmico quando enfrentei meu pai por causa de Moisés, mas mais em desordem ele ficou quando me casei com Hur e concebi meus dois filhos.

—Temos visita. —Arão fala para sua família ao entrarmos na humilde casa. Rapidamente cinco rapazes e duas mulheres, uma delas com uma criança em seu colo, se levantam assustadas por verem a princesa do Egito pôr os pés na casa de escravos.

—É a princesa que me salvou do castigo do faraó? —Um rapaz pergunta sorridente e Arão assente.

—É ela mesma, Oséias. —Arão fala e me deparo com vários sorrisos. —Onde Moisés está? —Ele pergunta enquanto observamos o local juntos.

—Ele está lá dentro, pai. Vou chamá-lo. —Um outro rapaz fala, mas Moisés surge de repente e se surpreende com minha presença.

—Vamos deixá-los a sós. —Uma das mulheres fala.

—O que a senhora faz aqui? —Moisés pergunta enquanto todos se retiram do lugar. Até mesmo Ikeni se retira, mas fica de guarda na entrada da casa. Arão, o irmão mais velho de Moisés se despede de mim com um sorriso e eu o agradeço com outro sorriso.

—Fiquei preocupada com você depois do que aconteceu no palácio. —Falo após ficar sozinha com meu filho mais velho. —Você e Ramsés...

—Eu tenho uma missão, minha mãe. —Moisés me interrompe com sua revelação. —O meu Deus quer que Ramsés liberte o meu povo.

—Mas isto é absolutamente impossível, Moisés. O povo hebreu está sendo escravizado faz tantos anos... —Falo perplexa ao imaginar o Egito sem a mão de obra escrava dos hebreus.

—Isso começou antes mesmo da senhora nascer, mas agora terá que acabar. —Moisés fala destemido e com certeza. —Mas, Ramsés não vai permitir. Aliás, hoje mesmo ele puniu os escravos por minha causa.

—Você precisa parar com isso, Moisés. Ramsés vai fazer com que todos os hebreus se voltem contra você! —Falo angustiada, todavia meu filho segura as minhas mãos.

—Deus está comigo, mãe. E se ele me escolheu é por quê confia em mim. —Moisés demonstra toda sua devoção por esse Deus invisível. —Ramsés terá que libertar o meu povo.

—E se ele não fizer isso? —Pergunto temendo o futuro de Moisés e Ramsés. —Se Ramsés não fizer o que seu Deus pede, o que acontecerá?

—Deus ainda não me revelou o que fará de Ramsés não libertar o meu povo, mãe. Mas fique tranquila, meu Deus sabe o que fazer na hora certa e no momento certo.

—Não acredito nisso. Esse Deus permitiu que os hebreus sofressem por tantos anos... —Falo.

—Mas ele enviou um libertador para salvar seu povo. —Moisés fala e dá um belo sorriso para mim. —Ele me enviou.

—Justo você que cresceu ao lado de Ramsés? —Pergunto perplexa.

—Se cresci ao lado de Ramsés foi por que Deus quis. —Moisés fala me deixando sem palavras.

—Eu não entendo isso. —Falo assustada. —Você tem certeza de que não haverá conflito entre você e Ramsés?

—O conflito de Ramsés não é comigo. É com Deus. —Moisés deixa claro e me deixa ainda mais preocupada.

(...)

—E então? —É a primeira coisa que Hur me pergunta ao me ver entrar. Estou tão cansada que mal tenho disposição para respondê-lo.

—Moisés está bem. —É a única coisa que respondo. Mas a verdade é que nada está bem! O que será de meu filho diante da fúria de Ramsés? Tenho como resposta as minhas lágrimas de agonia.

—Você está chorando... —Hur fala preocupado e vem até mim. —O que aconteceu?

—Nada. Não aconteceu absolutamente nada. —Falo sem ter coragem de olhar em seus olhos. Hur segura o meu rosto com firmeza e faz com que eu o olhe nos olhos, seu movimento é tão brusco que acabo me assustando. —Mas pode acontecer... —Choro nos braços de Hur ao imaginar o pior acontecer com Moisés. —Eu não vou aguentar perder o meu filho por causa da libertação dos hebreus, Hur. Ramsés pode mandar matá-lo por tamanha afronta. —A medida que eu falo, sinto os meus lábios tremerem por conta do medo que sinto. —Não vou suportar a morte de Moisés, Hur!

—Não se precipite, Henutmire. Olhe o seu estado... —Hur fala ao segurar as minhas mãos. —Você precisa se acalmar.

—Mas eu estou com tanto medo! —Falo soluçando de tanto chorar. —Eu perdi Moisés uma vez, perdi Anippe... —A medida que eu falo mais nervosa eu fico. —E morro de medo de perder você também.

—Você nunca vai me perder. —Hur fala me puxando para um abraço ainda mais acolhedor que o anterior. —Ainda temos Djoser, não temos?

—Eu sinto tanto a falta de Anippe. —Revelo. —Como a minha única filha deve estar, Hur? Ela até agora não deu notícias... —Minhas palavras acabam me ferindo ainda mais. —Ela não se importa conosco? Não sente nossa falta?

—Ainda é muito cedo para Anippe mandar correspondência para nós. —Hur fala friamente. Noto que ele ainda está desapontado com nossa filha ao olhar em seus olhos e entender tudo o que ele sente. —Talvez ela mande para Djoser.

—Para mim ela nunca irá mandar e você sabe disso. —Falo. —Anippe nunca mais virá até mim, Hur. Nossa filha me odeia...

—Ela e você precisam fazer as pazes. —Hur fala seriamente. —Imagine se acontece com Anippe o mesmo que aconteceu com você.

—Não entendo.

—Falo sobre o assunto mal resolvido seu com o seu pai. —Hur compara a minha situação com a de Anippe. —Que Rá te dê muitos anos de vida, Henutmire. Mas imagine a tragédia que seria se você morresse intrigada de nossa filha...

—É o que vai acontecer. —Falo rapidamente. —Anippe não se importa comigo, Hur. Ela não sente nenhum afeto por mim, não me escuta...

—Nós não somos culpados, Anippe é. —Hur fala sem me olhar nos olhos. No fundo ele tem razão, Anippe é a culpada por estarmos tão longe uma da outra. Mas isso não me deixa menos angustiada! Muito pelo o contrário, me sinto ainda mais infeliz. —Não chore mais, Henutmire... —Hur pede ao me ver chorando novamente.

—Eu vou morrer de tanta tristeza. —Falo trêmula e Hur nega preocupado. —Se eu pudesse trazer Anippe de volta.

—Ela só voltará se quiser. Não vamos forçá-la a nada. —Hur adverte seriamente e eu concordo para não contrária-lo.

(...)

Quando Rá voltou a brilhar e o dia ganhou sentido, acordei disposta a passar a maior parte do tempo com Djoser.
Se não posso ter Moisés comigo por quê ele prefere morar na vila e nem posso ter Anippe comigo por causa da forte antipatia que temos uma pela outra, tenho que viver para o único filho que me resta.
Parece que foi ontem que tive Djoser em meus braços completamente indefeso e inofensivo.
Tudo isso parece um sonho ao qual nunca quero despertar. Mesmo com o meu filho já crescido, ainda não acredito que o concebi e o gerei em meu ventre.
Ao deslizar minhas mãos sobre o meu ventre liso me lembro do quanto minha barriga ficou enorme enquanto Djoser crescia e exigia espaço dentro de mim. Quando já não havia espaço suficiente para ele se aninhar, meu filho interrompeu um cortejo e deixou todos preocupados comigo.

—Ai está você. —Falo ao revirar um baú de porte médio e me deparar com o manto avermelhado e um pouco abarrotado que pertenceu a Djoser. Mesmo com tanto tempo guardado em um baú, o manto ainda tem o perfume de meu filho e o frescor de quando ele ainda era um bebê indefeso.

Flash Back On

—Quem chegar por último vai ser comida de crocodilo! —Djoser esbraveja e sai correndo até a beira do rio Nilo. Anippe e Amenhotep seguem Djoser, mas meu filho é o primeiro a chegar.

Os três jogam pequenas pedras nas águas como Ramsés, Moisés e Nefertari faziam quando crianças. E então eu vejo o futuro repetir o passado, mas agora com algumas diferenças. Desta vez eu sou a mãe de duas das três crianças que brincam nas margens do rio Nilo.

—Eu jogo com mais força! —Amenhotep fala ao arremessar uma pedra dentro da água. Djoser começa a rir enquanto Anippe observa os dois meninos discutirem.

—Não me faça rir! Eu sou bem melhor que você até mesmo no arco e flecha. —Djoser se gaba e faz Amenhotep se enfurecer. —Eu te ensino, Amenhotep. —Djoser fala e sai correndo com Amenhotep.

—Não vai com eles? —Pergunto para Anippe. Minha filha levanta a cabeça para o alto para poder me ver e aperta os olhos por causa da forte luminosidade do sol.

—Eu não gosto de arco e flecha. —Minha filha responde orgulhosamente. —São poucas as meninas que gostam de praticar arco e flecha. —Minha filha argumenta e volta suas atenções para uma flor em sua mão. —Meu irmão Moisés gostava de flores? Ou gostava de arco e flecha?

—Ele gostava de tudo, filha. —Falo sorridente. —Assim como o seu pai, Moisés gostava de tudo aquilo que o mundo tinha para oferecer.

—Então esta flor é sua. —Anippe fala me entregando a flor em mãos. —Sente muita falta do meu irmão?

—Muita. —Falo e olho para o Nilo para que Anippe não me veja chorar.

—Então vamos fazer o seguinte. —Anippe fala e me faz olhá-la. —Finja que quem lhe deu essa flor foi Moisés e não eu. Assim o terá com a senhora. —As palavras carinhosas de Anippe me fizeram chorar ainda mais. Enquanto minha filha me abraça e eu encosto meu queixo no topo de sua cabeça, sinto o aroma da flor e ao mesmo tempo acaricio os cabelos de Anippe. —Eu vou conhecer o meu irmão, mãe. E nada e nem ninguém vai nos separar quando ele voltar...

—Anippe...

—Ele vai voltar, mãe. —Minha filha me interrompe ingênua, mas leva suas atenções para Hur que se aproxima de nós. —Pai! —Ela grita e vai de encontro ao pai com os braços abertos.

Flash Back Off

—Estou ficando preocupada com a senhora. —Ouço Leila falar comigo e enxugo as lágrimas ao me deparar com o olhar curioso de minha dama. —Há dias que a senhora chora pelos quatro cantos deste palácio, está tão abatida que todos os nobres já perceberam isso. —Leila fala me deixando um pouco surpresa. —A senhora está morrendo de saudades aos poucos.

—São apenas lembranças. —Falo mostrando o manto de Djoser. —Ainda me lembro de quantas vezes corri atrás de Djoser e Anippe pelos corredores do palácio.

—O tempo passou rápido, princesa. —Leila fala retirando o manto de minhas mãos com sutileza. —E a senhora precisa aceitar o fato de que Anippe e Djoser não são mais crianças.

—Não é esse o caso, Leila. —Falo ao me sentar a beira de minha cama. —Eu estou confusa...

—Está se afogando em suas mágoas e saudades, senhora. —Leila adverte e se ajoelha perante mim. —Está tão abatida, tão frágil... Que não há outra exploração óbvia para entender todo o seu sofrimento. —As palavras de Leila acabaram me ferindo. —Anippe é sua única filha, todos sabem disso. E sabem que ao deixar a senhora aqui, está causando todo esse seu sofrimento.

—Precisamos conversar, Henutmire. —Nefertari fala ao invadir meus aposentos.

—Pode ir, Leila. —Falo ao enxugar minhas lágrimas. Leila se retira e então Nefertari começa a falar.

—Com a permissão de quem você levou mantimentos da cozinha real para Moisés e sua família imunda? —Nefertari pergunta me deixando incrédula. Como ela soube? —Esse amor que sente pelos hebreus está passando dos limites.

—Moisés é meu filho! E eu não vou deixá-lo abandonado a sorte, Nefertari. —Falo com calma e faço minha cunhada rir.

—Além de passar dos limites este amor está te deixando louca. —Nefertari fere a minha paciência com suas palavras.

—Foi este mesmo amor que fez com que Moisés se tornasse meu filho e que ele chegasse até você, Nefertari. —Minhas palavras atingiriam seu ego. —Ou se esqueceu que já foi apaixonada por um hebreu?

—E você se esqueceu que está casada com um? —Ela pergunta me fazendo entender tudo. Nefertari ainda sente nojo por Hur ser um hebreu.

—Não, eu não me esqueci. Até por quê Hur e eu tivemos dois filhos e somos felizes apesar do preconceito que ele sofreu por ser hebreu. —Falo. —E respondendo a sua primeira pergunta: Não tive a autorização de ninguém para mandar mantimentos para Moisés.

—Então você confessa... —Nefertari fala com deboche. Yunet... Ela deve ter avisado para Nefertari que me viu ir até a vila dos hebreus.

—E o que acontecerá comigo? Serei jogada na fogueira viva para todos verem? —Foi a minha vez de ser debochada.

—Não vou perder meu tempo com isso. —Nefertari fala na defensiva e se retira. Pelos seus trajes, presumo que minha cunhada vá se refrescar na piscina.

—Por que a rainha saiu tão transtornada daqui? —Leila pergunta assustada.

—Isso não importa. —Falo. —Viu Djoser?

—Ele saiu com o rei. Se não me engano foram até o Nilo para mais um dia caça. Sabe como o soberano adora levar o sobrinho para passear. —Leila me surpreende. —Mas o príncipe Amenhotep não foi.

—Que estranho. —Falo admirada por Ramsés ter levado Djoser no lugar de Amenhotep.

—E pelo o que vejo a rainha irá se refrescar na piscina real. —Leila fala.

—Somente eu me preocupo com o que poder acontecer com Moisés e Ramsés. —Falo angustiada.

—Não gosto nem de pensar... —Leila sussurra baixo, mas eu acabo ouvindo de toda forma.

—Só de imaginar o que Ramsés pode fazer com meu filho... —Após falar, sinto meu corpo enfraquecer. Com isso acabo perdendo o equilíbrio de meu corpo, mas graças a Leila eu não caio no chão.

—Sente-se, princesa. Eu vou lhe dar um pouco de água. —Leila fala e vai até a jarra de água me servir. Eu abaixo minha cabeça por conta do enorme enjôo que sinto, mas o grito de Leila me toma a atenção.

—O que foi? Você se machucou? —Pergunto ao ver sangue nas vestes brancas de Leila. A minha dama solta a taça e a jarra imediatamente e me olha assustada.

—Não. Veja! —Leila fala ao pegar a taça e a jarra novamente, mas desta vez ela põe a água na taça para que eu veja. Mas o que vejo sair da jarra para a taça não é água...

—Mas isso é... —Falo assustada ao ver o líquido vermelho sair da jarra para a taça. —Sangue...


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Notas finais do capítulo

Praga 1 modo On!!!



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