Coração De Seda escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, voltei. Gente, eu não demorei tudo isso por causa das aulas não tá? É que meu celular não quer pegar internet e todos os capitulos das minhas fanfics estão nele. Mas eu dei um jeito e passei este capitulo para o PC (MILAGRE). Passando para dizer também que amanhã é meu aniversário *___*



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Dias e mais dias se passaram após a minha briga com Anippe. E de fato minha filha não voltou a falar comigo, parecemos duas estranhas, e quando a encontro nos corredores do palácio, ela faz questão de dar meia volta e me ignorar. Gab não se aproximou mais, até por que na maioria das vezes eu andava acompanhada por Hur e Djoser. Em alguns momentos Hur fazia com que eu e Anippe fiquemos no mesmo local, mal sabe ele que eu e nossa filha estamos em guerra.

Mas tudo isso não me deixa preocupada, na maior parte do tempo Hur me faz esquecer todos os problemas e até mesmo a visita de Gab ao Egito. Enquanto Uri, Bezalel e Djoser conversam sobre algo que não faço a mínima ideia do que seja, eu observo Anippe dançar com outras moças.

Hur sorri orgulhoso ao ver a professora de dança pedir para que somente Anippe dance para ela.

—Ela se parece tanto com você... —Hur fala enquanto Anippe dança e olha para nós. Ao ver Anippe olhar para nós, sinto que ela não está mais irritada comigo, ou será que ela está fazendo isso para que Hur não suspeite de nada? —Anippe é uma cópia perfeita sua.

—Mas ela tem um gênio diferente do meu. —Falo irônica ao ver que Anippe me desafiava com seu olhar. Anippe dança de uma firma tão sensual que até mesmo seus irmãos param de conversar para vê-la dançar. —É e bem mais ousada que eu. —Falo e em seguida sinto o doce sabor da uva que Hur leva até a minha boca. A música então cessou e Anippe parou de dançar, mas seu olhar acabou se prendendo ao meu.

—Todas estão de parabéns. Mas saibam que Anippe honrou a Ísis por todas vocês. —A professora de dança fala e rapidamente vejo Anippe se envergonhar diante das demais alunas.

—Acho que nossa irmã se casará primeiro que você, Djoser. —Uri fala risonho e faz Djoser se aborrecer. 

—Pela a forma que minha tia dança... —Bezalel ressalta e empurra Djoser. —Pelo visto a tia Anippe vai ser a primeira a casar!

—Não falem tanta besteira! Com quem Anippe irá se casar? Ela ainda é muito nova para isso. —Djoser parte em defesa de Anippe. —Além do mais, quem irá escolher o noivo de Anippe será o rei.

—Mas ela já tem um pretendente. —Bezalel brinca, mas Djoser o empurra. —Está bem! Anippe não irá se casar nunca.

—Quem sabe a nossa família acabe ganhando uma adoradora de Seth, meu sobrinho. —Anippe fala plena de ironia, mas transmite sua calma para todos. Hur me olha assustado ao entender o que Anippe quis dizer, todavia não demonstro meu medo. Eu apenas me refresco com o vinho tinto e tento não demonstrar o meu nervosismo.

—E quem poderia ser? —Leila pergunta se sentando ao lado de Uri.

—A princesa do Egito. —Anippe fala espantando todos nós. Sinto a minha taça escorregar de minha mão e cair em seguida.

(...)

—Ela não está falando sério, Henutmire. Você sabe que Anippe sempre faz alguma brincadeira... —Hur fala enquanto me dirijo até a sala de Paser.

—Anippe não quis chamar a nossa atenção, Hur. Ela vai de fato ser uma sacerdotisa... —Falo ao entrar na sala de Paser.

—Eu imagino o motivo da sua vinda até aqui. —Paser fala com uma expressão séria. —A princesa Anippe me falou sobre a vontade que ela tinha em se tornar uma sacerdotisa.

—Você não deu ouvidos á ela, não foi? —Hur pergunta nervoso.

—Por quê os dois temem pelo desejo de Anippe? —Paser pergunta assustado.

—Isso não lhe é familiar, Paser? Eu me lembro de quando Nefertari decidiu virar uma adoradora de Seth. —Falo. —Isso é apenas um capricho de Anippe.

—Sua filha acha melhor se tornar uma sacerdotisa, princesa. —Paser fala calmo.

—Uma princesa egípcia se tornando uma sacerdotisa? Isso é impossível. —Hur fala rindo de nervoso.

—Isso é natural na história do Egito, Hur. Anippe será apenas mais uma...

—Ela é minha filha, não pode se tornar mais uma em meio a tantas outras. —Falo friamente. —Como Ramsés disse, Anippe é neta do faraó que mais foi temido em todo o Egito, a sua descendência não pode se acabar.

—Ainda teremos Amenhotep e Djoser, princesa. Seti terá uma descendência ainda maior com o passar dos anos. —Paser fala. —Sei que Anippe é sua única filha, mas se tornar uma sacerdotisa é uma grande honra.

—Mas ela irá para longe. —Hur ressalta.

—Não quero que Anippe se torne uma sacerdotisa, Paser. Não comunique nada para a sacer...

—Eu ainda não falei nada para o templo das sacerdotisas, princesa. —As palavras de Paser fazem com que eu me acalme. —Não se preocupe, senhora. Anippe não poderia ir para lugar algum sem a sua autorização...

(...)

—Está tensa. —Hur fala ao massagear os meus ombros. —Ainda está preocupada com Anippe?

—Eu estou preocupada com tudo. —Falo demonstrando o quanto estou exausta. Eu não consigo descansar por causa da rebeldia de Anippe, me sinto exausta, mas não consigo dormir.

—Anippe queria chamar atenção, Henutmire. Vai mesmo se preocupar com uma brincadeira de nossa filha? —Hur pergunta sem saber o real motivo da minha preocupação. —Anippe não seria capaz de nos deixar. Eu conheço bem a nossa filha, e sei que ela não...

—Eu a agredi. —Confesso e o interrompo. Hur me olha indignado, todavia se senta ao meu lado. —Há tempos que não converso com Anippe.

—O que aconteceu? —Hur pergunta assustado. Eu seguro as suas mãos com delicadeza, o que irei revelar para Hur não o deixará nada feliz. Como ele irá reagir ao saber que Anippe nega o próprio sangue somente por ser sangue hebreu.

—Anippe e eu brigamos... —Começo a falar com um certo desconforto, até por quê eu sei que Hur irá sofrer ao saber do preconceito de Anippe. Sinto minhas mãos tremerem e chamarem a atenção de Hur, depois de tamanho sinal de medo, sei que Hur irá insistir até me fazer contar o que está acontecendo.

—O que Anippe fez para te tirar do sério, Henutmire? —Hur pergunta. —Você está tremendo... —Foi o fim. Agora terei que contar toda a história para Hur.

—Anippe menospreza os hebreus. —Falei rapidamente sem se quer olhar nos olhos de Hur. Virei o rosto para não ver a reação de Hur, mesmo sabendo que ele está decepcionado com nossa filha. —Eu tentei , por inúmeras vezes, fazer ela entender que tem sangue hebreu nas veias, mas ela sempre me enfrenta...

—Anippe enfrentou você? —Hur pergunta com os olhos marejados. Vi outro homem sentado ao meu lado, eu já não parecia estar mais ao lado do homem pacífico e tranquilo com quem estou casada. —O que ela pensa que está fazendo?!

—Não se altere! —Peço nervosa. Eu coloco minha mão em seu ombro, todavia ele se levanta bruscamente. —O que você vai fazer? —Pergunto preocupada.

—Eu ainda não sei... —Hur fala sem me dar atenção.

Eu não posso culpar Anippe por sua rebeldia, talvez eu tenha dado pouca atenção para a minha filha, talvez eu não esteja sendo a mãe que Anippe merece. Reclamo que Anippe me enfrenta, sendo que fiz a mesma coisa com o meu pai.  Os meus pensamentos me perturbam, me deixa aflita em relação a tamanho castigo que me é dado. De tanto enfrentar o meu pai, agora sou severamente castigada com toda a rebeldia de Anippe.

—Os deuses estão me castigando, Hur. —Falo sem me dar conta de que ele ainda está me ignorando. Hur volta a me olhar após ouvir os meus soluços e sem seguida notar que estou chorando. —A única coisa que devo fazer é aceitar o meu castigo com resignação.

—Os deuses não podem estar te castigando, Henutmire. Anippe quem está te castigando por nada... —Ele fala prestes a enxugar minhas lágrimas como sempre faz, mas eu viro o meu rosto.

—O que eu vou fazer com Anippe, Hur? —Pergunto totalmente desesperada. Até que Hur me olha seriamente e respira fundo antes de falar.

—Anippe, brincando ou não, terá o que quer. —Hur fala e me deixa confusa. —Ela se tornará uma sacerdotisa.

—Hur...

—Anippe quem deve ser castigada, Henutmire. Daremos um susto na nossa filha... Talvez com isso ela veja a falta que fazemos na vida dela.

—E enquanto o desprezo de Anippe com os hebreus? —Pergunto e faço com que Hur se sinta decepciona mais uma vez. —Isso nunca vai mudar.

—Eu falarei sobre isso com Anippe quando ela for embora...

(...)

—Eu vou embora? —Anippe pergunta assombrada e olha apenas para Hur. Eu fico por trás de Hur, mas sinto todo o espanto de Anippe.

—Sua mãe e eu decidimos fazer a sua vontade, Anippe. Você vai se tornar uma adoradora de Seth, como todas as outras moças cultas e religiosas desejam ser. —Hur fala seriamente. —Nunca te negamos nada, não será agora que iremos negar.

—Você irá amanhã mesmo. A grande sacerdotisa te aceitará como pedido do rei, e não terá mais como você voltar. —Falo um pouco sonolenta. Despertei tão cedo para comunicar o pedido de Anippe para Ramsés que agora sinto o cansaço tomar conta de meu corpo.

—Resolveram tudo tão rápido... —Anippe fala e se senta no divã.

—Fizemos tudo isso por quê é seu desejo, minha filha. Não queremos que você tenha seu desejo...

—Anippe! —Djoser chama pela irmã ao entrar nos aposentos reais da mesma e acaba interrompendo Hur. —Você vai mesmo se tornar uma sacerdotisa? —Djoser pergunta assustado e olha para mim e para Hur com insegurança. —O que vão fazer com minha irmã?

—É o desejo da sua irmã, Djoser. Não é o nosso. —Hur fala com uma certa ironia na voz. Djoser me olha penoso, como se pedisse ajuda para mim, mas eu não lhe dou atenção.

—A senhora não vai impedir? —Djoser pergunta incrédulo ao ver minha calma. —Não se assusta nenhum pouco?

—Eu vou ficar bem, Djoser. É exatamente isso o que eu quero... —Anippe fala olhando para Hur com medo. Eu resolvo não falar mais nada sobre o assunto, até por que sei que a minha opinião de nada valerá para Anippe. —Me ajude a preparar minhas coisas para a minha partida. —Ela pede para Djoser e os dois vão até os pertences de Anippe.

—E se ela não sentir nossa falta? —Pergunto com a voz um pouco mais baixa e Hur sorri de canto.

—Eu nunca pensei que a filha que planejei ter com você nos daria tanta dor de cabeça. —Hur fala olhando para Anippe e Djoser. Djoser pegou o baú a pedido de Anippe e a mesma foi pegando todos os seus pertences e os guardava no baú. —Ela vai voltar, Henutmire. Não tenha dúvida... —Eu preciso ir. —Hur fala de uma forma diferente.

—Eu vou com você. —Falo, mas ele segura a minha mão.

—Fique. Eu preciso conversar com Bezalel, não é necessário que você também vá. —Hur insiste para que eu fique. —Ele não é o único que está com problemas.

—Eu te espero no jardim. —Falo e Hur se despede beijando o topo da minha cabeça. O beijo se prolonga, quase como uma despedida. Eu olho para Hur e vejo a maneira estranha como ele me olha.

—Seu olhar nunca muda. —Hur fala me fazendo sorrir.

—Ele nunca muda por que o que eu sinto por você nunca irá mudar. —Falo, e desta vez, eu quem o faço sorrir. Hur segura o meu rosto com uma de suas mãos e me olha por alguns segundos até se retirar dos aposentos de nossa filha.

A partir do momento que Hur se vai eu cruzo os braços e penso sobre o modo estranho como ele me olhava, como ele falava e pela forma dele sair. Mas isso deve ser apenas pela decepção que Anippe lhe deu, somente por isso. Minha mente me faz pensar uma coisa, mas meu coração me alerta de que algo está errado. E este algo é com Hur.

O senti tão distante, mas ele demonstrava outra coisa, ele não deu nenhum indicio de que se sentia decepcionado ou que sentia desgosto ao saber do comportamento de Anippe.

—Mãe, não está ouvindo Bezalel falar com a  senhora? —Djoser me pergunta e eu balanço a cabeça tentando me desconectar dos meus pensamentos. Bezalel?

—Hur não foi falar com você? —Pergunto incrédula. Hur mentiu para mim, ele não foi falar com Bezalel.

—Eu se quer vi o meu avô hoje! —Bezalel fala e desmente o avô. Ao ver que descobri toda a mentira de Hur, Bezalel olha nervoso para Anippe e Djoser. —Eu entreguei o meu avô, não foi?

—Eu não sei o que seu avô pode ter ido fazer, garoto. Mas eu vou descobrir agora mesmo. —Falo e saio bruscamente dos aposentos de Anippe. Acabo encontrando Leila enquanto caminho.

—Precisa de algo, senhora? —Minha dama me pergunta preocupada.

—Apenas me deixe sozinha. —Falo e Leila não me segue como deveria. Eu vou até a oficina de Hur e me surpreendo ao ver que não tem ninguém. —O santuário... —Sussurro com desconfiança e caminho apressadamente até o santuário.  Por quê Hur mentiu para mim? Será que ele está planejando fazer algo sem que eu saiba?

Me espanto ao ver entrar no santuário e ver Hur e Gab frente a frente. Por sorte consigo me esconder por detrás de uma das pilastras para ouvir a conversa, talvez aqui eles não consigam me ver. O que Hur veio fazer com Gab no santuário? Será possível que Gab esteja envenenando Hur contra mim?

—O que significa tudo isso? —Hur pergunta nervoso.

—Que Henutmire te enganou a vida inteira. —Gab fala me fazendo sentir asco de suas palavras. —Anippe não é sua filha. —Senti meu sangue ferver ao escutar a mentira que Gab conta para Hur.

—E você quer que eu acredite nisso? —Hur pergunta demonstrando a confiança que tem em mim. —Henutmire nunca me trairia, ela é uma mulher honrada. Ela tem toda a honra que você não tem!

—Eu também não acreditei. —Gab fala fingindo estar surpreso. —Mas ao chegar na Núbia e saber que Henutmire estava grávida, me dei conta, pelas contas, de que a criança que ela esperava era minha também.

—CALE-SE! —Hur grita totalmente fora de si. Tremo de medo ao ouvir o grito de Hur e sinto meu coração quase sair pela boca temendo uma possível briga entre os dois.

—Eu a deixei grávida, Hur. Eu me deitei com Henutmire, sim! E desse ato, hoje temos uma filha. —Resolvi aparecer para enfrentar Gab e impedir que Hur acredite em toda as suas mentiras.

—Como ousa me difamar?! —Pergunto indo em direção a Gab, mas sinto a mão de Hur segurar o meu braço. —O que pretende me caluniando? —Pergunto brava ao ver que Gab acha graça da minha situação. —Que espécie de homem é você?! Não teme pela a sua vida?

—Estou falando toda a verdade, princesa! —Gab me enfrenta, mas Hur se põe na minha frente.

—SAIA JÁ DAQUI! —Meu grito os assusta ao ponto de me olharem perplexos. —Eu não vou permitir que você manche a minha imagem e que muitos menos coloque Hur contra mim! —Esbravejo olhando para Gab. —Quem você pensa que é para me caluniar?!

—Lhe caluniar? Eu digo a verdade, princesa. Você sabe muito bem que se entregou para mim por  despeito! —Foi a gota d'água para Hur. Meus pensamentos foram os mesmos que os dele.

Naquela época eu e ele tínhamos brigado por causa de Miriã, mas mesmo assim concebemos Anippe em uma das nossas noites de amor. Hur sabe perfeitamente eu não teria coragem de me entregar para um homem que não fosse ele. Ele não pode duvidar de mim sendo que quem me difama. Meu marido sabe que eu nunca me deitaria com Gab por despeito, não por causa de ciúmes ou qualquer outra coisa que seja. Mas ele me olha com dúvidas, mais parece acreditar em Gab do que em mim mesma. Gab conseguiu o que queria, e após fazer com que Hur desconfie de mim, ele se retira do santuário vitorioso.

—Foi na época em que você e eu brigamos por causa de Miriã. —Hur fala rouco. Seus olhos estão tão vermelhos que chegam a me assustar. —Mas você não seria capaz...

—Mas é claro que não, Hur. Pelo amor aos deuses! Não acredite no que Gab acabou de falar para você! —Falo temendo pela desconfiança de Hur. —Você sabe que eu não seria capaz de uma coisa dessa. Que eu não sou mulher para me prestar a isso... —A essa altura Hur soluçava e chorava de vergonha.

Vergonha do que eu não sei exatamente! Ele me dá as costas e faz temer por tudo o que pode acontecer a partir de agora. —Olha para mim! —Ordeno e seguro o seu braço com força. Minhas unhas acabam por ferir a sua pele e rapidamente vejo listras avermelhadas ganharem espaço como marcas do meu desespero. Hur fica de frente comigo, mas não me olha nos olhos. —Eu disse para olhar para mim, Hur! —Esbravejo e o faço se assustar. Hur chorava quase igual a uma criança quando levantou o seu rosto. —Você não pode ter acreditado nele...

—Eu estou em dúvida por que naquela época você estava furiosa comigo, Henutmire! Somente por isso! — Hur esbraveja nervoso.

—Você acha mesmo que eu teria coragem de te trair e conceber uma filha com outro homem e fazer você acreditar que é sua? —Pergunto e acabo me lembrando da história que Yunet e Disebek tiveram e que resultou no nascimento de Nefertari. —Acha mesmo que eu te juraria todo o meu amor em vão, Hur? —Pergunto histérica e ele soluça. —Será que todos esse anos não foram o suficiente? —Pergunto, mas obtenho o silêncio como resposta.

Então dei as costas para que Hur não me veja chorar, mas meus soluços não podem ser escondidos ou contidos. Levo minha mão á boca para abafar os meus soluços, mas de nada adianta. É quando sinto Hur me abraçar por trás e chorar em meu ombro. Eu tento me libertar de seus braços, mas acabo cedendo ao calor de seus braços mais uma vez. 

Nenhuma palavra foi dada enquanto nos mantínhamos abraçados em frente aos deuses, até por quê não tinha o que ser dito.

—Me perdoa. —Hur pede perdão e eu volto a chorar novamente. —Me perdoa, por favor! —Ele me abraça ainda mais forte ao me ver chorar com mais intensidade.

—Eu não posso acreditar que você duvidou de mim... —Falo em meio aos soluços. Hur é a pessoa que mais amo antes mesmo dos meus filhos, eu o amo mais que a minha própria vida. E para que? Para ele duvidar de mim na primeira mentira que contam para ele? —Me solte! —Esbravejo furiosa e me separo dele. —Você não confiou em mim em momento algum!

—Eu confio! Mas tente me entender! Você estava indiferente comigo quando soube de Miriã! —Por um lado ele tem razão, me lembro de como fiquei ao saber que ele usou Miriã para tentar me esquecer. Mas eu ainda não aceito que Hur tenha desconfiado de mim depois de tantas juras, não depois de mostrar dia após dia o quanto eu o amo.

—Não me dirija a palavra... —Falo friamente e respiro fundo para continuar falando. —Nunca mais!


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Notas finais do capítulo

Gab é a pré- primeira praga do Egito por quê olha...
Eu sei, eu sei, as coisas estão bem tensas! Vamos ligar para o SAMU?!



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